PMs e seguranças impediram a entrada (Foto: Reynaldo Vasconcelos/Futura Press/Estadão Conteúdo)
Cerca de 100 manifestantes, a maioria sem máscaras, tentaram invadir o
Tribunal de Justiça do Rio, no Centro, por volta das 17h30 desta
sexta-feira (6). Seguranças e policiais militares impediram a entrada.
Houve tumulto e um manifestante chegou a jogar uma lixeira para dentro
do prédio, como mostrou o RJTV (
veja na reportagem ao lado).
Às 17h50, a Avenida Presidente Antônio Carlos, uma das principais da
região, foi fechada por 10 minutos. Às 19h, o grupo de manifestantes
chegou à Cinelândia, onde fica a Câmara Municipal, às 19h, e fechou a
Avenida Rio Branco por cerca de 30 minutos. às 19h40, o grupo começou a
se dispersar.
O grupo protesta pela liberdade dos Black Blocs presos na quarta-feira
(4), em operação da Polícia Civil — três administradores do foram
presos, um está foragido, e dois menores foram detidos e liberados.
Eles chegam à câmara depois da confusão no Fórum do Tribunal de
Justiça. Eles gritam palavras de ordem contra o governador Sérgio Cabral
e perguntam "Onde está Amarildo?", o pedreiro desaparecido da Rocinha
desde o dia 14 de julho.
Mais cedo, as prisões em flagrante dos três administradores da página
Black Bloc RJ no Facebook foram convertidas em preventiva, pela 27ª Vara
Criminal de Justiça. A prisão preventiva é uma medida cautelar, ou
seja, eles ficarão presos até o dia do julgamento.
Por volta das 18h30, três carros do Batalhão de Choque da PM chegarm ao local. Até o momento, o protesto seguia pacifico.
Policiais e manifestantes na porta do Tribunal de Justiça do Rio (Foto: Marcelo Elizardo/G1)
Os Black Blocs foram presos na quarta-feira (5), em
uma operação da polícia civil para
localizar pessoas envolvidas em atos de vandalismo em protestos, e
indiciados pelos crimes de formação de quadrilha armada e incitação à
violência. Um deles também foi autuado por pedofilia.
A operação
Um dos procurados não foi encontrado pois estaria na Bolívia e é
considerado foragido, segundo a polícia. Os presos foram transferidos à
tarde para o presídio de Guaxindiba, em São Gonçalo, na Região
Metropolitana.
De acordo com a Polícia Civil, um jovem de 21 anos, morador do
Cachambi, teria confessado ser um dos líderes dos Black Blocs. O irmão
dele, menor, também foi apreendido em casa. Os menores serão levados
para a Delegacia de Proteção a Criança e Adolescente (DPCA).
A chefe da Polícia Civil do Rio, delegada Martha Rocha, informou que
três jovens admitiram que eram administradores da página dos Black Blocs
e que estavam construindo artefatos de ação perfurante de múltiplas
pontas que seriam usados durante os protestos preparados para o 7 de
setembro.
"Encontramos vários materiais, máscaras, faca, artefato de ação
perfurante de múltiplas pontas conhecido como 'jacaré'. O artefato tem
pregos, quando jogado pode ferir manifestantes, policiais, jornalistas.
Quando analisamos a página dos Black Blocs há um comando para
multiplicar esse objeto. Isto é uma ação criminosa", afirmou Martha
Rocha, acrescentando que a polícia vai "continuar investigando a ação
dessas pessoas".
De acordo com a assessoria de imprensa da Polícia Civil, o processo
corre em segredo de Justiça e, por isso, os nomes dos detidos não serão
divulgados.
Policiais
apreendem menor de idade em casa, em Pilares, na Zona Norte do Rio, e
mostram uma máscara do personagem Guy Fawkes, de 'V de Vingança',
apreendida no local durante operação contra black blocs (Foto:
Alessandro Costa/Agência O Dia/Estadão Conteúdo)
Durante as investigações, os policiais da Comissão Especial de
Investigações da Polícia Civil, comandados pela Delegacia de Repressão a
Crimes de Informática (DRCI), utilizaram redes sociais para chegar aos
suspeitos de envolvimento em despredações e destruições durante
protestos pacíficos na cidade.
Na ação, os agentes apreenderam máscaras, computadores, arma e imagens
de pedofilia em várias localidades:Tribobó, São Gonçalo, Niterói,
Itaipu, Cachambi e Morro do Urubu, na Abolição.
Ato de mascarados tem quatro detidos
Na noite de terça-feira (3), quatro pessoas foram detidas no ato
batizado de “Baile de máscaras”, realizado na Cinelândia, no Centro do
Rio. Durante o protesto, os agentes abordaram as pessoas que tinham o
rosto coberto para que retirassem a máscara e apresentassem
identificação. Quem não se identificou, foi detido, levado para a 17ª DP
(São Cristóvão), e liberados após serem ouvidos. Na manhã de terça, a
Justiça havia autorizado identificação de mascarados em protestos.
Alerj adia votação
Na tarde de terça-feira, na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), a
votação do projeto de lei que proíbe o o uso de máscaras em manifestações foi adiada.
Apresentado na quinta-feira (29) pelos deputados Domingos Brazão e
Paulo Melo (PMDB), o projeto recebeu emendas e terá de ser votado em uma
nova data, ainda não divulgada. Com as 13 emendas ao projeto, o projeto
volta à Comissão de Constituição de Justiça para avaliação, e deve ser
votado no dia 10.
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http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2013/09/protesto-por-liberdade-de-black-blocs-fecha-no-centro-do-rio.html