Não há muita dúvida a essa altura de que a oposição tem votos
suficientes para tirar Dilma Rousseff interinamente da Presidência em
meados de maio, quando o Senado decide se abre ou não o processo de
impeachment. São necessários 41 votos e já há 48 senadores que declararam apoio ao impedimento. Já era.
A chance de Dilma, se há, é na segunda votação, no julgamento
propriamente dito, quando a oposição precisa de 54 votos para tirá-la em
definitivo do mandato. Aqui, pelo menos confirmados, ainda não há os
votos. Mas a tendência é de que a oposição em breve consiga esse número.
E até com certa facilidade.
Hoje, além dos 48 votos declarados, a oposição tem pelo menos mais
um, de Raimundo lira (PMDB), que só deixou de abrir o voto para ser
presidente da comissão que avalia o impeachment. Sendo assim, dos 11
votos “indecisos”, a oposição precisa de mais cinco. E a tendência, a
essa altura, é que os indecisos passem para o lado mais forte.
Já o governo precisa somar mais oito nomes à sua lista de 20. Alguns
parecem capazes de fazer isso, como os ex-ministros Eduardo Braga (PMDB)
e Edison Lobão) e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB). Mas
oito? Parece quase impossível. Ainda mais que o julgamento se dará já
com Dilma fora do poder – provavelmente depois de quatro meses de
afastamento.
Se tudo for como os números indicam, Dilma tem menos de três semanas
no poder. Ou, em outras palavras, em três semanas o projeto petista como
o conhecemos, se encerra, pelo menos temporariamente. A única
alternativa a isso, neste momento, parece um recurso ao STF.
http://www.gazetadopovo.com.br/blogs/caixa-zero/oposicao-esta-a-cinco-senadores-de-aprovar-impeachment-ou-talvez-menos/?ref=yfp