sexta-feira, 15 de abril de 2016

Deputados indecisos sobre impeachment estão de olho no eleitorado

Às vésperas do início das discussões sobre o impeachment da presidente brasileira Dilma Rousseff no plenário da Câmara dos Deputados, parlamentares de oito partidos – PMDB, PR, PP, PSD, PSB, PTB, PTN e PDT – ainda estão em cima do muro. O principal critério para a escolha é político: os deputados estão de olho nas próximas eleições para prefeitura, em outubro deste ano, e para o Congresso Nacional em 2018.

Luciana Marques, correspondente da RFI em Brasília
Os indecisos querem saber como os eleitores vão reagir dependendo do seu voto no domingo (17). Além disso, pesam na decisão as alianças estaduais e as relações políticas e históricas. Os critérios técnicos e jurídicos para avaliar se houve crime de responsabilidade por parte da presidente Dilma em relação às pedaladas fiscais, por exemplo, ficam em segundo plano.

É com esse pensamento no eleitor que uma enxurrada de reuniões de partidos estão previstas para esta quinta-feira (14). Deputados do PSD devem se encontrar com o presidente do partido, o ministro das Cidades, Gilberto Kassab. Na véspera, o PSD anunciou que votará a favor do impeachment, mas alguns deputados, como Júlio Cesar (PSD-PI), ainda não confirmaram sua posição. Apesar de estar fazendo uma análise técnica e detalhista sobre as pedaladas fiscais, para ele, o que vai pesar é o eleitorado.

José Nunes (PSD-BA) também está em dúvida. “A decisão é mais política, levando em consideração a questão estadual”, afirmou. Os cinco deputados do PSD da Bahia devem se reunir mais uma vez nesta quinta-feira para tomar uma posição. “Vamos decidir hoje. Mas a tendência é votar contra o impeachment”, disse. “A questão das pedaladas é política porque todos cometeram pedaladas”, admite.

Boas relações com políticos do mesmo estado também pesam na decisão
O deputado Sérgio Brito (PSD-BA) afirmou que os cinco parlamentares também se reuniram ontem e que a reflexão é sobre a base de apoio em torno do governador da Bahia, Rui Costa, do PT. “Nosso estado, principalmente a minha região, é muito carente. Eu tenho 25 prefeitos e os 25 pediram para votar com Dilma. E eu vou fazer”, explicou. A ideia de deputados do mesmo estado tomarem decisões conjuntas evita o isolamento nas relações políticas locais.

O líder do PSD, Rogério Rosso (DF), que foi presidente da Comissão especial do impeachment na câmara, disse que os deputados do partido que ainda estão em dúvida não estão convencidos de que Dilma cometeu crime de responsabilidade e querem estudar mais o processo. Os critérios, de acordo com Rosso, são técnicos e jurídicos. “Cada cabeça sua sentença”, afirmou o líder do PSD, que vai votar a favor do impeachment, como a maioria dos integrantes do partido.

Alguns parlamentares já decidiram, mas vão manter segredo até domingo
Já a bancada do PMDB na Câmara se reuniu na manhã desta quinta-feira para encaminhar o voto pelo impeachment. Mas muitos deputados, como o líder Leonardo Picciani (PMDB-RJ), votarão a favor de Dilma. Já outros que estavam na lista de indecisos, como José Priante (PMDB-PA), decidiram o voto, mas só vão anunciar sua posição final no domingo. “Eu estou decidido, dormindo tranquilo”, afirmou Priante. 

O deputado João Arruda (PMDB-PR) também estava em dúvida até poucos dias. Agora diz já ter certeza, faz parte dos que mantém sua opinião secreta. “Eu sei como vou votar, mas só vou anunciar no dia”, afirmou. A deputada Janete Capiberibe (PSB-AP) também quer divulgar sua decisão no plenário da Câmara. Ela diz que levou em consideração critérios jurídicos, políticos, ideológicos e históricos e, em especial, sua relação com o governo e o compromisso que afirma ter com a luta socialista.

http://www.msn.com/pt-br/noticias/crise-politica/deputados-indecisos-sobre-impeachment-est%C3%A3o-de-olho-no-eleitorado/ar-BBrLpFV?li=AAggV10

Impeachment Os deputados que foram contra impeachment de Collor e agora votam pela saída de Dilma

Dos 513 deputados que compõem a Câmara atual, 27 vão participar da votação do impeachment de um presidente brasileiro pela segunda vez.
Em 1992, eles votaram no processo de impedimento do ex-presidente Fernando Collor. Pouco mais de 23 anos depois, participam novamente do mesmo processo, agora contra a presidente Dilma Rousseff. 
                                                                                                           
Dilma Rousseff
Mas apenas dois deputados, Nelson Marquezelli (PTB-SP) e Átila Leal (PSD-AM), têm um passado diferente dos demais.
Do grupo dos 27, Marquezelli e Leal foram os únicos a votar contra o impeachment de Collor.
Fernando Collor de Mello
Mas, em entrevista à BBC Brasil, eles confirmaram a intenção de, neste domingo, votar a favor da saída de Dilma. 

Fernando Collor de Mello Os dois têm opiniões distintas em relação a alguns pontos, como a responsabilidade da petista nas chamadas "pedaladas fiscais", principal argumento para o pedido de impeachment. 


No entanto, concordam em outros, sendo o principal a "inocência" do ex-presidente Collor.
A BBC Brasil ouviu os dois deputados para saber por que eles mudaram de opinião sobre o impeachment:

Nelson Marquezelli (PTB-SP)
"Votei contra o impeachment do ex-presidente Collor porque, na ocasião, era líder do partido. E o partido fazia parte da base de apoio do governo. Hoje, já não sou mais líder. E o nosso líder (o deputado federal Jovair Arantes) foi relator (do parecer que recomenda) a aceitação do pedido de
impeachment. Decidi, portanto, acompanhar a decisão dele. Em outras palavras, sempre fui coerente .

Dilma vive hoje problemas parecidos com os de Collor. Uma crise política sem tamanho e uma economia claudicante. Mas, diferentemente de Collor, as denúncias contra Dilma não se restringem a ela, mas ao partido. O esquema de corrupção é muito mais amplo. 

Nelson Marquezelli
Acredito na inocência do Collor ( apesar de impedido, o ex-presidente foi absolvido pelo STF por 'falta de provas' ). Mas ele foi vítima de um cenário político desfavorável. E, por isso, sofreu o impeachment. Defendi muito a política que Collor estava implantando para o país . Toda a parte positiva do governo dele, como a abertura da economia. 

Não me arrependo de ter votado contra o impeachment de Collor . 

Prova disso são meus eleitores. Fui reeleito outras seis vezes.
Decidi votar a favor do impeachment de Dilma porque a palavra final não cabe à Câmara dos Deputados, mas ao Senado . Não podemos fechar os olhos ao clamor população. É preciso que seja feita uma investigação. 

Pessoalmente, não sou a favor da saída da presidente. Não vejo nenhum crime nas chamadas 'pedaladas fiscais'. Mas sou a favor, sim, da admissibilidade do processo . Em outras palavras, da possibilidade da votação desse assunto no plenário da casa."

                                                                                     Átila Lins (PSD-AM)
Átila Lins
"Há muitas semelhanças no processo de impeachment de Collor e de Dilma. Ambos têm um caráter político forte. 

Mas os crimes ligados ao governo Dilma são de muito maior gravidade. 

Collor cometeu pequenos deslizes que hoje seriam resolvidos em um juizado de pequenas causas . 

Os ingredientes hoje são muito piores. Dilma perdeu completamente as condições de governar . O povo quer a saída dela. 

Votei contra o impeachment de Collor porque decidi acatar a posição do partido. Naquela ocasião, todos cumpriram a orientação partidária. Mastive prejuízos políticos incalculáveis e fiquei queimado perante a opinião pública . Não pude disputar eleições majoritárias. Fiz vista grossa à manifestação popular.Arrependo-me das consequências da minha decisão . 

Em 2016, não tenho o direito de cometer o mesmo deslize que cometi no passado. Além disso, não tenho mais a orientação contrária do partido. O meu partido se manifestou a favor do impeachment. 

A indicação do partido é um item sinalizador, mas não é determinante. Foi para mim lá trás. Mas era imaturo e estava no meu primeiro mandato como deputado federal. Hoje, mesmo que o PSD se manifestasse contra o impeachment, eu votaria contra Dilma. 

Não quero ficar na contramão da história. Quero me reconciliar com o povo do meu Estado e comigo mesmo." 

http://noticias.terra.com.br/brasil/politica/impeachment/os-deputados-que-foram-contra-impeachment-de-collor-e-agora-votam-pela-saida-de-dilma,5eef033c116e3e0de6ca442474fabe67i9rnjf0y.html

Inscrições para o Enem serão abertas no dia 9 de maio

As inscrições para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2016 serão abertas às 10h do dia 9 de maio e terminarão às 23h59 do dia 20 do mesmo mês. As provas serão aplicadas nos dias 5 e 6 de novembro. A taxa de inscrição será de R$ 68, valor maior que os R$ 63 cobrados no último exame. As datas foram anunciadas nesta quinta-feira (14), pelo ministro da Educação, Aloizio Mercadante

Foto: iStock
Uma das novidades deste ano é que o estudante poderá pagar a taxa de inscrição em qualquer agência bancária, casa lotérica ou agência dos Correios. Até o ano passado, a inscrição era paga apenas nas agências do Banco do Brasil. A taxa pode ser quitada até o dia 25 de maio, às 21h59. Para aumentar a segurança e evitar fraudes, nesta edição de 2016 será colhida a impressão digital dos candidatos.

A coleta poderá ocorrer no primeiro ou no segundo dia da aplicação do exame. “É uma das fraudes que identificamos, um fazer a prova pelo outro. É fraude zero”, disse Mercadante. 

A partir do Enem de 2016, os estudantes isentos de pagar a taxa de inscrição que não compareceram às provas em 2015, sem justificar a ausência, perdem a isenção. A regra havia sido anunciada no ano passado e publicada em portaria. 

O ministro Aloizio Mercadante disse que a expectativa é que não haja um crescimento expressivo no número de inscritos em relação ao ano passado. A estimativa para esse ano, segundo Mercadante, é de cerca de 8 milhões de inscritos. “Vamos fazer um esforço de divulgação muito grande para chegar a 8 milhões de participantes e divulgar o aplicativo Hora do Enem”, disse. 

http://noticias.terra.com.br/educacao/enem/inscricoes-para-o-enem-serao-abertas-dia-9-de-maio,d3974afa06c403d4ef87c13a7dd8e761t7n2a8pr.html

MST quer bloquear estradas em todo País no domingo

Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) planeja bloquear rodovias federais e estaduais em todas as regiões do Brasil no domingo (17), para protestar contra a impunidade em casos de assassinato de camponeses e lembrar os 20 anos do massacre de Eldorado dos Carajás (PA). Na data, é comemorado o Dia Internacional de Luta Camponesa. 

Na semana passada, dois integrantes do MST foram mortos em confronto com a Polícia Militar do Paraná. Eles faziam parte de um acampamento que fica em uma propriedade da empresa de celulose Araupel, no município de Quedas do Iguaçu. As circunstâncias das mortes ainda não foram esclarecidas e a Polícia Federal investiga o caso.
Brasília - Antônio Pereira, coordenador nacional do MST, disse que no domingo, Dia Internacional de Luta Camponesa, o movimento planeja bloquear rodovias em todo país, em protesto contra a impunidade no campo
Brasília - Antônio Pereira, coordenador nacional do MST, disse que no domingo, Dia Internacional de Luta Camponesa, o movimento planeja bloquear rodovias em todo país, em protesto contra a impunidade no campo
Foto: Agência Brasil
Antônio Pereira, coordenador nacional do MST que encontra-se em Brasília para a mobilização contra o impeachment da presidenta Dilma Rousseff, afirmou que o movimento planeja bloquear o maior número possível de rodovias, em protesto contra a impunidade no campo. “É para lembrar os 19 mortos [em Eldorado dos Carajás] e clamar também por justiça. Essa é uma dívida que o Brasil tem com os camponeses.” 

Em 17 de abril de 1996, 19 trabalhadores sem terra que participavam do bloqueio de uma estrada próxima ao município de Eldorado dos Carajás foram mortos a tiros em uma operação da Polícia Militar do Pará. 

http://noticias.terra.com.br/brasil/violencia-no-campo-mst-quer-bloquear-estradas-em-todo-pais-no-domingo,8bf25790d83b06ba5a94ef639ba92becke2a5y9v.html

Quem é Fachin, um ministro entre o impeachment e Dilma?

                                        Quem é Fachin, um ministro entre o impeachment e Dilma?
    Segura esse forninho: Fachin terá de desagradar alguém em breve... mas quem?
Quando a presidente Dilma Rousseff indicou o jurista gaúcho Luiz Edson Fachin para o STF, em meados do ano passado, foi aplaudida pela esquerda por escolher alguém “progressista”. Também foi severamente criticada pela oposição, que enxergou em Fachin muito mais um militante do PT, ligado à CUT e ao MST e eleitor declarado de Dilma, do que um magistrado capaz de tomar decisões isentas. Menos de um ano depois, Fachin é odiado pelos petistas e cortejado pelos opositores devido a suas posições sobre o impeachment. 
  
O humor do governo e do PT em relação a Fachin azedou, quando o agora ministro do STF foi sorteado para ser o relator da ação em que o PCdoB, partido aliado a Dilma, questionava o rito proposto pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha, para a tramitação do pedido de impeachment protocolado pelos juristas Hélio Bicudo, Janaína Paschoal e Miguel Reale Júnior. 

Fachin surpreendeu os governistas ao contrariar os principais pontos da consulta dos comunistas: para ele, a eleição de uma chapa de oposição para a comissão especial da Câmara era legítima; os deputados poderiam escolhê-la pelo voto secreto; e o Senado tinha a obrigação de acatar a decisão da Câmara e dar prosseguimento aos trabalhos. Foi o bastante para que seus antigos admiradores o vissem como um novo Joaquim Barbosa (de quem, aliás, herdou a vaga). Indicado pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva e festejado como o primeiro ministro negro da corte, Barbosa foi o algoz dos petistas no mensalão. 

É verdade que a maioria dos ministros do STF não seguiu seu voto, e o PCdoB conseguiu uma vitória significativa, ao zerar o processo e obrigar Cunha a aceitar apenas uma chapa, indicada pelos líderes partidários; a promover uma votação aberta; e a dar liberdade para o Senado decidir, por maioria simples, acata o pedido encaminhado pelos deputados ou não. 

Tira-teima
Agora, Fachin partirá para o tira-teima: por sorteio eletrônico, foi escolhido para analisar o mandado de segurança apresentado pelo governo, com o objetivo de anular todo o processo de impeachment. Elaborado pela Advocacia Geral da União (AGU), comandada pelo ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo, o documento alega que o processo inteiro foi viciado, servindo apenas para satisfazer o desejo de vingança de Cunha, que culpa Dilma por cair nas garras da Lava Jato. 

Seu parecer será a referência para seus colegas de corte decidam o futuro do impeachment e, por tabela, o de Dilma. Se se posicionar contra o mandado de segurança, será visto para sempre como um traidor pelos petistas, mesmo que o restante do STF o contrarie e enterre o processo. Se votar a favor da anulação, será visto como o homem que traiu os interesses da maioria dos brasileiros (até onde as pesquisas mostram), que defendem a queda da presidente. Por qual dos lados, Fachin preferirá ser chamado de Judas? 

http://noticias.terra.com.br/brasil/politica/impeachment/quem-e-fachin-um-ministro-entre-o-impeachment-e-a-presidente-dilma,de3bb11dfcbae186aa7e6426095c3daa70octenx.html