Presidente planeja enviar ao Congresso uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para antecipar as eleições
A presidente Dilma Rousseff planeja enviar ao
Congresso, nos próximos dias, uma Proposta de Emenda à Constituição
(PEC) para antecipar as eleições ao Palácio do Planalto. Antes de bater o
martelo, porém, ela precisa convencer os movimentos sociais que foram
às ruas defender o seu mandato e são contrários à proposta.
Dilma
escalou os ministros Jaques Wagner (Gabinete Pessoal) e Ricardo Berzoini
(Governo) para sondar os movimentos. O governo avalia que, sem uma
grande pressão popular capaz de influenciar os parlamentares, a medida
não teria chance alguma de ser aprovada pelo Congresso.
Sem os
votos necessários para virar o jogo, o governo já está convencido de que
será derrotado na votação da Comissão Especial do Impeachment, na
sexta-feira, e também no primeiro julgamento no plenário do Senado,
previsto para o dia 11. Com a confirmação deste cenário, Dilma será
afastada por até 180 dias e o vice Michel Temer vai assumir a
Presidência.
Na semana passada a Frente
Brasil Popular fechou posição contra a antecipação das eleições. A
Frente Povo Sem Medo não tem posição fechada sobre assunto, e alguns
grupos, como a Intersindical, são contra, mas Guilherme Boulos, do
Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) é a favor.
Depois da
conversa com os ministros, os movimentos contrários à antecipação das
eleições passaram a admitir que podem mudar de posição. "Depois da
decisão do Senado pode até haver novas eleições", disse João Paulo
Rodrigues, do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST).
A
reunião de sexta-feira contou com a participação do ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva, cotado para ser candidato do PT. "Não acredito que
Lula seja candidato a um mandato-tampão", disse o presidente da Central
Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas.
Lula tem dado sinais contraditórios sobre o apoio à
proposta de abreviar o mandato de Dilma, mas a CUT classifica a ideia
como uma "capitulação". "Eu conversei com a presidenta ontem (domingo) e
disse claramente a ela que isso seria homologar o golpe. Não está dado
que, no julgamento final, daqui a seis meses, haverá impeachment. Quando
perceberem quem é Temer na Presidência será outra coisa", disse
Freitas.
Mesmo que a proposta seja enviada ao Congresso, no
entanto, sua aprovação é considerada dificílima. Uma PEC precisa ser
votada em dois turnos tanto na Câmara como no Senado e só é aprovada se
obtiver apoio de três quintos dos deputados (308) e dos senadores (49).
O
governo, os movimentos e o PT estão cientes dos percalços, mas avaliam
que, mesmo que sejam derrotados no Congresso, podem usar o tema para
desgastar Temer e manter acesas as mobilizações contra o impeachment que
marcaram a reaproximação entre partido e sua base. Em outra frente,
senadores petistas vão buscar o diálogo com a ex-ministra Marina Silva
(Rede), defensora da realização de novas eleições.
Nessa segunda-feira, o serviço de mensagens instantâneas foi bloqueado em todo o País após decisão da Justiça de Sergipe
O WhatsApp entrou com recurso na segunda-feira (2)
contra a decisão da Justiça de Sergipe que determinou o bloqueio do
serviço de mensagens instantâneas em todo o País. Em entrevista, o
diretor global de comunicação do WhatsApp, Matt Steinfeld, afirmou que o
objetivo é colocar o serviço no ar antes do prazo do bloqueio, que
termina às 14h da próxima quinta-feira (5). Por coincidência, o
executivo acompanha um grupo de funcionários da companhia
norte-americana que está no Brasil para explicar como o serviço funciona
para autoridades.
O WhatsApp diz que não tem as informações que a Justiça pede. O sr. pode explicar por quê?
Matt Steinfeld -
Recentemente, o WhatsApp anunciou a criptografia de ponta a ponta por
padrão em todas as mensagens. Isso significa que, quando uma pessoa
envia uma mensagem, somente ela e o destinatário podem ler essa
mensagem. Quando a mensagem é enviada, ela é embaralhada em um código de
letras e números. Assim, mesmo que seja interceptada, ninguém consegue
entendê-la. Ninguém pode ter acesso ao conteúdo daquela mensagem e isso
inclui o WhatsApp. Nós não temos como decodificar a mensagem.
Vocês armazenam metadados sobre os usuários?
Matt Steinfeld -
Nós tipicamente não coletamos muitos dados sobre os usuários. Quando
você se cadastra no WhatsApp, você informa o número do seu telefone e
nós temos essa informação. Quando falamos em metadados, nós não
armazenamos essas informações em nossos servidores.
metadados?
Matt Steinfeld -
Nós sempre procuramos manter o serviço o mais simples possível e o fato
de não armazenarmos essas informações nos permite oferecer um
aplicativo mais rápido e confiável. É a forma como oferecemos o serviço
em todo o mundo.
De que maneira o WhatsApp tem colaborado com a Justiça brasileira para evitar bloqueios?
Matt Steinfeld -
Um grupo de pessoas do WhatsApp está no Brasil nesta semana para se
reunir com oficiais, autoridades e promotores de Justiça para adotar uma
política mais aberta de comunicação com as autoridades. Queremos ajudar
a esclarecer mal entendidos ou dúvidas sobre o serviço. Nossa esperança
é que uma comunicação mais clara permita que possamos trabalhar juntos
para resolver os problemas de forma colaborativa.
Vocês recorreram da decisão?
Matt Steinfeld -
Sim. Não estou certo de quando teremos uma resposta da Justiça, mas
nós entramos com um recurso ontem, e a ordem de bloqueio é de 72 horas.
Nós esperamos reverter essa decisão antes disso( na madrugada o recurso
foi negado pela Justiça e o bloqueio segue).
O WhatsApp já enfrentou situação similar em outros países?
Matt Steinfeld -
Alguns recursos foram bloqueados por um período de tempo, mas o Brasil é
muito importante para nós, com mais de 100 milhões de usuários. Nós
realmente queremos que isso não se repita.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, decidiu enviar ao
Supremo Tribunal Federal (STF) pedido de abertura de inquérito para
investigar a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva no âmbito da operação Lava Jato, segundo reportagem do
jornal Folha de S.Paulo desta terça-feira.
O pedido de Janot terá como base a delação premiada do senador Delcídio
do Amaral (sem partido-MS), que foi preso em novembro do ano passado
acusado de tentar obstruir as investigações da Lava Jato. Em sua
delação, Delcídio acusou Dilma e Lula de tentarem interferir na
operação.
Segundo a Folha, também está no alvo da Procuradoria-Geral da República
o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, que é suspeito de ter
trabalhado para tentar evitar a delação de Delcídio, que foi solto da
prisão em fevereiro.
Em encontro com o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles, o
vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), começou a definir
hoje (2) as linhas gerais da área econômica do possível governo dele,
caso o Senado aceite a admissibilidade do pedido de impeachment contra a
presidente Dilma Rousseff.
Ex-ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha confirmou que a reunião
com Meirelles servirá para discutir as diretrizes econômicas do futuro
governo. “Temos que saber que rumo vamos dar ao país. Então, temos que
começar a pensar”, disse.
“Se o Senado confirmar o afastamento, não haverá tempo para pensar
depois”, disse Padilha, um dos principais articuladores de Temer. O
senador Romero Jucá (RR) participou da reunião. Perguntado sobre as
medidas de aumento de gastos anunciadas ontem (1º) pela
presidente Dilma, Padilha afirmou que elas são “absolutamente
impossíveis”.
O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Vital do Rêgo disse
hoje (2) que repudia as ilações associadas a seu nome na delação
premiada do senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS) na Operação Lava
Jato.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao Supremo
Tribunal Federal (STF) autorização para iniciar as investigações contra
pessoas citadas no acordo de delação premiada do senador, incluindo o
ministro.
“Ao tempo que reitera o repúdio às ilações associadas a seu nome na
referida delação premiada, desprovidas de qualquer verossimilhança, o
ministro Vital do Rêgo informa que está à disposição das instituições
para qualquer esclarecimento”, acrescentou nota divulgada pelo TCU.
Além de Vital do Rêgo, Janot pretende investigar o senador Aécio Neves
(PSDB-MG), o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha
(PMDB-RJ), o ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência
da República, Edinho Silva, e o deputado federal Marco Maia (PT-RS).
Caberá ao ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo, decidir pela autorização.
Os internautas brasileiros foram pegos de surpresa nesta segunda-feira
pelo anúncio de bloqueio do aplicativo WhatsApp durante 72 horas. Alguns
usuários prejudicados pelo veto foram cobrar a volta imediata do
aplicativo diretamente com o responsável: o juiz Marcel Montalvão, de
Lagarto (SE).
A página pessoal de Montalvão recebeu uma enxurrada de mensagens
pedindo a volta do aplicativo de mensagens instantâneas. “Migo seu loko,
devolve o Whats” e “Liga o whatsapp aí rapidão” são alguns exemplos.
Montalvão é seguido por 279 pessoas na rede social - muitas delas
conquistadas após o bloqueio. O juiz, porém, não respondeu a nenhum dos
pedidos pela liberação do aplicativo. A página pessoal do juiz é privada
e é necessário ser seu amigo para publicar na sua linha do tempo.
Entre as páginas curtidas pelo magistrado está a do humorista Claudinho
Castro Ahnao, que também deixou um apelo pelo desbloqueio do
aplicativo. “Liga o Zap zap de novo migo”, comentou o humorista na
página do juiz.
Motivo
O motivo é o mesmo que levou à prisão do vice-presidente do Facebook
para a América Latina, Diego Dzodan, em março. E Montalvão é justamente
quem havia determinado a detenção do executivo, solto 24 horas depois.
A decisão desta segunda-feira exigiu que as operadoras suspendessem o serviço imediatamente após a intimação.
O Tribunal de Justiça local informou que o magistrado atendeu a uma
medida cautelar da Polícia Federal por conta do não cumprimento da
determinação judicial de quebra de sigilo de mensagens do aplicativo
para uma investigação sobre tráfico de drogas em Lagarto. Isso ocorreu,
segundo a decisão, "mesmo após o pedido de prisão do representante do
Facebook do Brasil". As investigações começaram em 2013. O processo
tramita em segredo de Justiça.
A Justiça brasileira e empresas estrangeiras de tecnologia travaram ao menos .
Desde 2007, quando o YouTube ficou fora do ar após se recusar a retirar
um vídeo da modelo Daniela Cicarelli em momento íntimo com o então
namorado em uma praia da Espanha, políticos e a polícia fizeram diversos
pedidos para bloquear empresas de tecnologia no Brasil.
Em um artigo para marcar o início do período de 100 dias que antecede os Jogos Olímpicos, o jornal britânico
The Guardian
afirmou nesta semana que o Rio de Janeiro “entra na reta final olímpica
parecendo mais uma clássica república de bananas do que uma economia
emergente moderna a ponto de assumir seu lugar entre as principais do
mundo".
A publicação enumera no texto alguns problemas do Brasil, como a queda
drástica do PIB, o processo de impeachment e os escândalos de corrupção,
e locais, como a poluição na Baía da Guanabara, a morte de 11
trabalhadores nas construções olímpicas e a queda de parte da ciclovia
Tim Maia.
Mas, de onde veio a expressão “república de bananas” – trocada na
versão online do artigo por "república latino-americana" –, usada de
forma pejorativa para se referir a países da América Latina e Caribe? A
resposta passa pelo histórico de violência da região.
Ficção que virou realidade
O termo foi cunhado pelo escritor americano William Sydney Porter, conhecido como O. Henry, no conto
O Almirante
, de 1904
A história do conto se passa na Anchuria, país fictício descrito pelo
autor como “uma pequena república de bananas”. Acredita-se, porém, que
Porter tenha se inspirado em Honduras, onde morava quando escreveu a
história.
À época, o uso dessa fruta em particular para rotular países inteiros tinha uma base real.
“Até o fim do século 19 e começo do século 20, as empresas americanas,
sendo que a mais simbólica era a United Foods (hoje Chiquita), começaram
a fazer plantações de bananas em série e criariam enclaves modernos em
repúblicas da América Central”, disse à BBC Mundo, serviço em espanhol
da BBC, o historiador Luis Ortega, professor da Universidade de Santiago
do Chile.
Segundo ele, as “repúblicas de bananas” eram literalmente os países
tropicais produtores de bananas e, com isso, dependentes da renda de
empresas americanas.
Mas, como explica Ortega, o termo acabou ganhando um significado mais amplo ao migrar para os estudos políticos.
A expressão passou a fazer referência a países marcados pela
monocultura e dotados de instituições governamentais fracas e corruptas,
nos quais uma ou várias empresas estrangeiras tem o poder de influir
nas decisões nacionais.
Para Ortega, que viveu por dez anos na Grã-Bretanha, o que chama a
atenção é que os anglo-saxões não aplicam a expressão a países que
estejam fora da América Latina e do Caribe.
Modernidade, violência e morte
Em seu livro
Cem Anos de Solidão
, o escritor colombiano Gabriel García Márquez descreveu a instalação
de companhias bananeiras na região como algo que trouxe modernidade, mas
também violência e morte.
Em seu livro
Bananas: How the United Fruit Company Shaped the World
(“Bananas: Como A United Fruit Company Moldou o Mundo”, em tradução
livre), o jornalista Peter Chapman afirma que, ao se instalar na região,
esta e outras empresas concordavam em construir estradas, ferrovias e
portos em troca de terras onde a banana seria produzida.
O truque era que, às vezes, os serviços instalados só beneficiavam as
próprias companhias e seus negócios de exportação de bananas.
Mas isso não é o pior. Para citar alguns exemplos, há também o “o
envolvimento da companhia em uma invasão em Honduras, um massacre na
Colômbia e um sangrento golpe de Estado na Guatemala”, segundo a editora
do livro, a Grove Atlantic.
Sobre a Guatemala, um executivo da United Fruit disse a Chapman que “a
Guatemala foi eleita como sede das primeiras atividades de
desenvolvimento da companhia porque, quando entramos na América Central,
o governo da Guatemala era o mais fraco, corrupto e flexível da
região”, de acordo com o jornal
The New York Times
.
Para Ortega, aplicar o termo “república de bananas” ao Brasil é incorreto e leviano.
“Por exemplo: uma pessoa pode estar a favor ou contra o impeachment,
uma pessoa pode acreditar ou não em toda a história de corrupção que
cerca o caso Petrobras. Mas, em qualquer caso, as instituições estão
funcionando”, afirmou o historiador chileno.
Ele acrescenta que, em uma "república de bananas", diante do “primeiro
sinal de instabilidade” já teriam matado o presidente ou teria ocorrido
um golpe de Estado.
“O que está acontecendo no Brasil é um caso de crise política, mas que estão tentando resolver de acordo com as instituições.”
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) de São Paulo desacelerou a alta a
0,46% em abril após subir 0,97% no mês anterior, com alívio nos preços
de alimentos e queda em transportes.
O resultado informado nesta terça-feira (3) pela Fundação Instituto de
Pesquisas Econômicas (Fipe) ficou abaixo da expectativa em pesquisa da
Reuters, de avanço de 0,50% no mês na mediana das projeções.
O maior impacto no índice de abril foi exercido pelo grupo Alimentação,
com 0,1791 ponto percentual e alta de 0,73%, ainda que tenha
desacelerando em relação ao avanço de 1,87% de março.
Por outro lado, os preços de Transportes registraram queda de 0,11% no
mês passado, contra alta de 0,37% em março, representando um impacto de
-0,0166 ponto percentual no índice do mês.
O IPC-Fipe mede as variações quadrissemanais dos preços às famílias paulistanas com renda mensal entre 1 e 10 salários mínimos.