Jihadistas britânicos estariam planejando um atentado contra a Rainha Elizabeth II.
O
ataque estaria previsto para a próxima semana, em um evento que tem
como objetivo a celebração do fim da Segunda Guerra Mundial e seria de
responsabilidade do grupo extremista Estado Islâmico (EI).
Os
britânicos acreditam que o ataque, marcado para o próximo domingo,
aconteceria com a explosão de uma bomba, no centro de Londres.
O
jornal Sunday Mail diz que a ameaça já foi feita contra a rainha e que é
necessário reforçar a segurança para os próximos eventos.
As
autoridades desconfiam que a bomba que pode ser usada seria semelhante à
da Maratona de Boston, em 2013, que matou três pessoas e feriu 260.
"Eu não conseguia me mexer, não conseguia gritar e nem olhar. Foi horrível", diz vizinha da mãe que matou bebê
Um
bebê recém-nascido morreu depois que sua mãe o jogou de uma janela do
quarto andar de um apartamento em Nova Iorque, Estados Unidos. A criança
caiu em um pátio 12 metros abaixo, disse um promotor ao anunciar a
prisão da mãe acusada de assassinato.
Rashida Chowdhury, de 21
anos, está aguardando o julgamento depois que o bebê de três semanas foi
encontrado morto em um pátio no bairro de Queens, em Nova Iorque.
"Esse
é um caso verdadeiramente horrível e preocupante", disse Richard Brown,
promotor da região. "As supostas ações da réu são totalmente
incompreensíveis".
Médicos legistas disseram que a morte do bebê
configura um homicídio, já que ele morreu em decorrência de ferimentos
causados pelo impacto brusco, sofrendo fraturas no crânio e lacerações
no cérebro, no fígado e no baço.
Mazol IIyayeva, vizinha de
Rashida, disse a jornalistas que ouviu alguma coisa cair por volta das
quatro horas da sexta-feira e, em seguida, avistou no pátio o corpo
ensanguentado e sem vida do bebê.
"Eu não conseguia me mexer, não conseguia gritar", disse ela. "Eu não conseguia nem olhar. Foi horrível".
Mazol
disse que os pais pareciam chocados quando estavam no pátio depois. "A
mãe estava segurando o marido", disse Iiyayeva. "O rosto deles estava
branco".
Calcula-se que serão necessários milhares de anos até que a zona de exclusão no território da Ucrânia volte a ser habitável
Há 70 anos, as cidades japonesas de Hiroshima e
Nagasaki protagonizaram duas das maiores tragédias mundiais com as
bombas lançadas pelos Estados Unidos, que causaram uma devastação e
destruição sem tamanho.
Em Hiroshima viviam cerca de 350 mil
pessoas. Calcula-se que a bomba que caiu no dia 6 de agosto de 1945
matou por volta de 80 mil. Quase 80% dos edifícios foram destruídos ou
sofreram danos irreparáveis.
Ainda
é incerto o número de mortes na cidade em decorrência das feridas
sofridas depois da explosão e dos efeitos da radiação – estima-se que o
número varie entre 90 mil e 166 mil pessoas. Hoje, a cidade tem um total
de 1,17 milhão de habitantes.
Em Nagasaki viviam cerca de 263
mil pessoas no dia da explosão nuclear, em 9 de agosto de
1945. Calcula-se que entre 39 mil e 80 mil pessoas tenham morrido menos
de um segundo após a bomba. Atualmente, a população da cidade é de 450
mil pessoas.
Pior desastre nuclear Agora
avancemos 41 anos no tempo. Na madrugada de 26 de abril de 1986, ocorreu
o que foi classificado como "pior desastre nuclear da história".
Um
dos quatro reatores da planta de Chernobyl, na Ucrânia (então parte da
União Soviética), explodiu e causou um incêndio que liberou enormes
quantidades de partículas radioativas na atmosfera.
Como
consequência direta do acidente, morreram 31 pessoas. Mas as
investigações sobre os efeitos da radiação a longo prazo – como câncer –
continuam até hoje.
Depois do acidente, foi decretada uma zona de
exclusão de 30 km ao redor da planta nuclear, que cobre uma área de
aproximadamente 2.600 km² na Ucrânia. Ainda há restos de contaminação
radioativa na atmosfera.
Reconstrução e exclusãoComo
foi possível, então, Hiroshima e Nagasaki, que sofreram explosões
nucleares tão devastadoras e com tantas vítimas fatais, se
tornarem cidades prósperas e habitáveis, enquanto Chernobyl virou um
lugar completamente inabitado – e assim seguirá por muitos anos?
O
site Gizmodo, especializado em tecnologia, é um dos poucos meios de
comunicação que fez essa pergunta. E, aqui, a BBC reproduz as razões
principais.
1. Quantidade de combustível nuclear A
bomba "Little Boy" (que caiu em Hiroshima) transportava 63 kg de urânio
enriquecido. "Fat Man" (a bomba de Nagasaki) continha cerca de 6,2 kg
de plutônio.
O reator número quatro de Chernobyl tinha 180 toneladas de combustível nuclear, dos quais 2% (3,6 mil kg) eram urânio puro.
Quando
o reator explodiu, calcula-se que foram liberadas sete toneladas de
combustível nuclear. No total, o desastre emitiu 100 vezes mais radiação
que as bombas que caíram sobre Hiroshima e Nagasaki. Veja fotos raras do bombardeio em Hiroshima:
Mãe segura filho ferido nos braços logo após bomba nuclear atingir Hiroshima. Foto: Reprodução/Youtube
2. Diferenças na reação nuclear Na
bomba de Hiroshima, a reação aconteceu com 900 gramas de urânio. Da
mesma forma, 900 gramas de plutônio foram submetidas a uma fissão
nuclear em Nagasaki.
Em Chernobyl, porém, cerca de sete toneladas
de combustível nuclear – com enormes quantidades de partículas
radioativas – escaparam para a atmosfera.
Quando o combustível nuclear se fundiu, foram liberados isótopos radioativos que incluíam xenônio, iodo radioativo e césio.
3. Localização As
bombas que caíram em Hiroshima e Nagasaki foram detonadas no ar,
centenas de metros acima da superfície da Terra. Como resultado, os
depósitos radioativos se dispersaram como efeito da nuvem criada pela
explosão.
Em
Chernobyl, no entanto, o reator quatro se fundiu na superfície,
produzindo uma ativação de nêutrons que fez com que a terra se tornasse
radioativa.
Outra explicação A
página Physics Stack Exchange (um site de intercâmbio de conhecimento
para investigadores acadêmicos e estudantes de física) tem outra
explicação: "Ainda que funcionem na base dos mesmos princípios, a
detonação de uma bomba atômica e o colapso de uma planta nuclear são
processos muito diferentes".
Segundo a publicação, uma bomba
atômica está baseada na ideia de liberar a maior energia possível da
reação de uma fissão nuclear no menor tempo possível. A ideia é criar o
maior dano e devastação possíveis para anular as forças inimigas.
Assim, os isótopos radioativos que se criam em uma explosão atômica têm um período de vida relativamente curto.
Mas,
como um reator nuclear está desenhado para produzir energia em um
processo de reação lento, isso resulta na criação de materiais de
resíduos nucleares que possuem uma vida mais longa.
Ou seja, a
radiação inicial de um acidente nuclear pode ser muito mais baixa que a
de uma bomba, mas seu tempo de vida será muito mais longo.
Calcula-se
que milhares de anos se passarão – estimativas citam até 20 mil – para
que a zona de exclusão de Chernobyl volte a ser habitável.
A ostentação era uma marca de Playboy, que gostava de posar com muitos cordões de ouro e armas também banhadas a ouro
Com
a morte do traficante mais procurado do Rio, Celso Pinheiro Pimenta, o
Playboy, de 33 anos, no Complexo da Pedreira, Zona Norte do Rio, neste
sábado, a maior preocupação da polícia, agora, é evitar possíveis
reações dos comparsas do criminoso e que outra facção tente invadir o
conjunto de favelas nos próximos dias. A região já está ocupada pelo
Comando de Operações Especiais (COE) da PM. “As forças especiais da PM
(entre elas, o Bope e o Batalhão de Choque) já estão ocupando o
complexo”, disse o coordenador de Inteligência da PM, coronel Antônio
Goulart.
Em uma operação cirúrgica, as polícias Civil,
Federal e Militar acabaram com o reinado do traficante mais procurado do
Rio. Playboy foi emboscado na casa de dois cômodos da namorada, entre a
Pedreira e o Morro da Lagartixa, na Zona Norte, na manhã deste sábado. O
homem que cresceu na Zona Sul e ostentava colares de ouro e poder de
chefão estava apenas com quatro seguranças que fugiram após tiroteio com
os policiais. Ao receber voz de prisão, Playboy reagiu a tiros de
pistola, foi baleado no tórax e abdômen e morreu a caminho do Hospital
de Bonsucesso.
“O traficante tinha uma ampla rede de informantes e
proteção. Com cem policiais envolvidos, sempre há perigo de não se
manter o sigilo, mas não houve vazamento, o que foi fundamental para o
sucesso”, comentou o coronel.
Três helicópteros e três blindados
chegaram ao Complexo da Pedreira por volta do meio-dia de ontem. A
Polícia Federal monitorava os passos do traficante há um ano. “Toda vez
que as polícias se unem, o resultado é excelente. Ele era um criminoso
violento, beligerante, que procurava expandir seus domínios e a eficácia
da investigação e do planejamento nos permitiu chegar a ele”, avaliou o
delegado da Polícia Federal João Luiz Caetano.
Playboy era
considerado o maior ladrão de cargas do estado e líder da facção Amigos
dos Amigos (ADA). O Disque-Denúncia estabelecera recompensa de R$ 50 mil
por informações sobre ele.
Segundo o delegado Fabrício Pereira,
da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) da Polícia Civil, a
surpresa da ação impediu que o traficante pudesse arregimentar mais
homens para se defender. “Já realizamos outras operações para prendê-lo,
e sempre houve uma reação violenta. Desta vez, ele foi surpreendido e
praticamente não encontramos resistência”.
As investigações sobre a
quadrilha de Playboy continuam, segundo a PF. Os delegados não
descartam que, conforme o próprio Playboy confessou há cerca de um ano,
pagamentos de propina a policiais tenham dificultado a prisão dele
anteriormente. “Vamos em busca de prender os comparsas e, se houver,
algum agente público envolvido, também será preso”, garantiu João Luiz.
Playboy
se preparava, segundo a PM, para tomar, no Complexo da Maré, bocas de
fumo da facção Terceiro Comando Puro. Ele estaria fazendo acordo com o
Comando Vermelho para dividir o território, deixado recentemente pelo
Exército. Antes de comandar mais uma vitória do terror, Playboy perdeu.
Traficante era cria de Laranjeiras e entrou cedo para o mundo do crime
Último
remanescente da quadrilha de Pedro Machado Lomba Neto, o Pedro Dom,
Celso Pinheiro Pimenta, o Playboy, era nascido e criado em Laranjeiras,
filho de um jornaleiro e uma dona de casa, e pai de seis filhos. O jovem
de classe média entrou cedo para o mundo do crime e aterrorizava a Zona
Sul no início da década passada. Por volta dos 14 anos, era conhecido
como ‘Mamadeira’ e praticava roubo de casas e carros na região. Foi
preso duas vezes antes de completar 18 anos.
Por intermédio de um
padrinho, foi parar na Aeronáutica, de onde acabou sendo expulso após
ser preso num assalto. Aos 22 anos, começou sua especialização na
criminalidade ao roubar 11 fuzis de um quartel e vender a um traficante
do Morro do Dendê, na Ilha do Governador.
Em entrevista à revista
‘Veja’ no início deste ano, Playboy contou ter tomado os fuzis de volta
por falta de pagamento e levado para o Complexo da Maré, onde
reencontrou Pedro Dom, antigo parceiro de infância em Laranjeiras.
Após
sua facção perder força dentro do Complexo da Maré, Playboy se refugiou
no Complexo da Pedreira, onde comandava uma das maiores facções do
estado, com poderia bélico estimado em mais de 300 fuzis.
Na
comunidade, “governava” de dentro de um bunker com mão de ferro. Os
inimigos eram tratados sem perdão. Playboy ordenava que fossem
esquartejados e queimados na localidade conhecida como Mangueira.
Sua
liberdade, até ontem, era comprada com muito dinheiro dado a policiais
corruptos, cujas identidades ele nunca revelou. No ano passado, foi
preso e acabou “perdendo” mais de R$ 1 milhão para os “vermes” — como
ele chamava os policiais para quem dava o “arrego” (propina), que girava
em torno de R$ 100 mil mensais, entregues pessoalmente.
Playboy
gostava de ações ousadas. Uma das mais famosas atribuídas a ele foi o
roubo de quase 200 motos do pátio do Detro (Departamento de Transportes
Rodoviários) no fim do ano passado. Playboy nega que tenha ordenado a
ação e garante ter mandado os traficantes da comunidade devolverem as
motocicletas.
Outra imagem que correu o mundo e ficou ligada a
Playboy foi a de traficantes da sua quadrilha armados de fuzil dentro da
piscina da Vila Olímpica de Honório Gurgel.
Celso Pinheiro
Pimenta estava foragido do sistema penitenciário desde agosto de 2009,
quando recebeu o benefício do regime semi-aberto. Atualmente, Playboy
estava condenado a 15 anos e oito meses de prisão em regime fechado.
A fila anda: Arafat herda o poderio de Playboy e está na mira da polícia
Com
a morte de Playboy quem assume o posto de chefão do tráfico do Complexo
da Pedreira é Carlos José da Silva Fernandes, o Arafat, de 37 anos,
foragido do sistema penitenciário desde 2012, após receber o benefício
da Visita Periódica ao Lar (VPL). Ele cumpria pena por tráfico de
drogas. O Disque-Denúncia (2253-1177) oferece R$ 1 mil de recompensa por
quem der informações que leve à prisão do traficante.
Gilberto
Mendes Dias, o Betinho, também está na linha de sucessão da quadrilha e é
foragido do sistema penitenciário desde 2010. “Embora saibamos que
Playboy será substituído, a morte dele nesse momento causa um grande
baque no tráfico na região”, afirmou o delegado da DRE da PF, João Luiz
Caetano.
Além de todo o Complexo da Lagartixa, Playboy tinha o
domínio do tráfico também dos morros do Juramento, o Jorge Turco,
Mundial, Proença Rosa, todos próximos a sua região. Mas ele queria
ampliar seus territórios e seu próximo alvo era o Complexo da Maré.
Segundo
as investigações, Playboy já estava em negociação com traficantes do
Comando Vermelho (CV) para expulsar os integrantes do Terceiro Comando
Puro (TCP) da região e tomar o controle do tráfico nas favelas Vila do
João, Esperança, Salsa e Merengue Vila dos Pinheiros. Como aliado nessa
transação, Playboy tinha o traficante e líder da facção Amigos dos
Amigos, Edmílson Ferreira dos Santos, o Sassá, preso em 2005. Ele
permanece na Penitenciária Federal do Rio Grande do Norte, em Mossoró.
Playboy
foi emboscado na casa da namorada, onde funciona também um terreiro de
umbanda. Segundo informações que chegaram à Polícia Federal, ele dormiu
no local já se preparando para passar por um ritual no qual tomaria
banho de sangue de bode. O encontro com o pai de santo foi monitorado
pela polícia, que chegou ao traficante antes do ritual, que estava
marcado para ser realizado na madrugada de hoje.
“Se ele queria
fazer isso para ficar com o corpo fechado, a Core (Coordenadoria de
Recursos Especiais) chegou antes”, comentou o delegado Fabrício Pereira.
Os
policiais foram ao Complexo com informações sobre três possíveis
esconderijos de Playboy na tarde de ontem. “Nosso objetivo específico
era capturá-lo, mas infelizmente ele reagiu, atirando na equipe com a
pistola. Dentro da casa, encontramos ainda um fuzil, que foi
apreendido”, detalhou o delegado.
Pezão elogia polícia e especialistas condenam morte
O
governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, lamentou ontem a morte do
traficante Celso Pinheiro Pimenta, o Playboy. “Lamento muito (a morte do
Playboy). Mas mostra que a polícia está trabalhando”, comentou Pezão.
Em seguida, o governador lembrou que a polícia tem feito diversas
prisões, como a que ocorreu na semana passada, em Araruama, de Ipojucan
Soares de Andrade, o Velho, chefe do tráfico em Japeri, na Baixada
Fluminense.
“Isso tudo mostra que a inteligência da polícia está
funcionando”, disse o governador, que destacou ainda a importância da
integração das polícias do estado.
Na avaliação do doutor em
Sociologia e membro do Laboratório de Análise de Violência da Uerj,
Ignacio Cano, a operação na Pedreira foi um fracasso porque resultou na
morte de Playboy e não em sua prisão.
“Qualquer operação que
resulte em morte não pode ser comemorada como um sucesso porque ela é um
fracasso. Tem que prender, não matar. Uma operação bem sucedida nem
troca de tiros tem. Essa história de que capturando bandidos famosos
vamos acabar com a violência é velha. O que tem que ser atacado é essa
forma de controle territorial”, disse Cano.
Para sociólogo e
cientista político Paulo Baía, a morte de Playboy não vai mudar o
cenário violento no Complexo da Pedreira e nem no Rio. Ele lembrou que
outros criminosos do peso de Playboy também foram mortos em ações
policiais no passado e que a história só se repete, ano após ano.
“No
primeiro momento pode até diminuir um pouco a violência, mas a lógica
da guerra é essa: sai um, entra outro. Daqui a pouco teremos outro nome
para substitui-lo. Foi assim com o Bem-Te-Vi, na Rocinha (morto em 2005
por policiais civis) e outras centenas de histórias iguais a essas que
conhecemos muito bem. Essa guerra só ajuda a aumentar a violência”,
analisou Baía.
Crime é o principal cometido por brasileiros fora do País; para especialistas, descriminalizar as drogas solucionará o problema
Principal
crime cometido pelos 2.787 brasileiros presos no exterior em 2014, o
tráfico internacional de drogas mandou 864 cidadãos do Brasil, ou 31% do
total, para a cadeia, principalmente na Europa. Há detidos também na
América do Norte, do Sul e Central, Ásia, África, Oriente Médio e
Oceania, de acordo com o Ministério de Relações Exteriores.
Em comparação com 2013, quando houve 3.209 prisões
– 963 delas por tráfico ou porte de drogas –, o número reduziu 13,1%, a
primeira queda registrada desde 2011, quando os índices passaram a ser
medidos. Ainda assim, esses contingente pode voltar a crescer, caso a
política de criminalização das drogas continue vigente do jeito que
está.
"Não acho que penas severas reduzem a
criminalidade. O que diminui esses índices é a descriminalização da
droga. Quando o Estado legaliza o consumo, ele controla o consumo e a
produção. E, com isso, faz diminuir o dinheiro e o poder dos
traficantes", explica o professor de direito penal da Universidade
Presbiteriana Mackenzie e advogado criminalista Humberto Barrionuevo
Fabretti.
Para Fabretti, é a criminalização da droga que torna o
tráfico internacional tão lucrativo. Ele afirma que ao recrutar
traficantes para as viagens, aliciadores garantem quantias milionárias,
promessa que faz com que o risco de prisão e até de fuzilamento sejam
relevados.
Segundo
o professor de direito internacional da PUC-SP Claudio Finkelstein,
esse tipo de pena capital consegue afastar momentaneamente traficantes
internacionais do país, mas não resolve o problema do tráfico e do
consumo de drogas.
Veja os brasileiros procurados pela Interpol
Imagens
divulgada pela Interpol de Henrique Pizzolato, procurado no exterior.
Ele foi preso nesta quarta-feira, (05/02/2014), na Itália. Foto:
Divulgação/Interpol
1/40
"Penas
mais severas desviam o foco dos traficantes. Mas esse impeditivo
funciona apenas por um tempo. O traficante pode até evitar o país, mas
com certeza vai procurar outra rota para a sua droga", pondera.
Problemas com drogas
É
na Europa que estão a maior parte dos brasileiros presos por tráfico no
exterior . Depois vem a América do Sul, Ásia, África, Oceania, América
do Norte, Oriente Médio e América Central e Caribe. O Itamaraty afirma
prestar assistência psicológica e jurídica aos presos, o que não inclui
pagamento de honorários dos advogados.
Enquanto
quase 40% dos presos respondem por posse de drogas e narcotráfico,
outros 60% acabaram presos por crimes que incluem roubo, fraudes,
homicídio, porte de droga, abuso sexual, estupro, lesão corporal, porte
ilegal de arma, tráfico de pessoas, assalto, tentativa de homicídio,
prostituição e falsidade ideológica.
Direitos e deveres
Após
as prisões, cabe ao detento decidir se quer ou não ter acesso aos
serviços consulares, dependendo da legislação vigente do país. De acordo
com o Itamaraty, 1.982 brasileiros presos foram visitados por essas
autoridades no ano passado. Sobre a qualidade das casas de detenção
espalhadas pelo mundo, as da Bolívia, Cabo Verde, Egito, França, Guiana,
Honduras, Índia, Marrocos, Moçambique, Nicarágua, Paraguai e Venezuela
tiveram avaliações negativas.
A Indonésia e a Venezuela
registraram casos de corrupção por parte de autoridades carcerárias com
os presos. Também na Venezuela e em territórios palestinos foram
relatados ainda casos de tortura e maus tratos contra os detentos
brasileiros.
Situação dos presos
Cumprem pena atualmente por diversos crimes no
exterior 1.430 brasileiros. Já 1.086 deles, ou 39%, estão em prisão
preventiva, aguardando julgamento ou deportação. Como estão em países
onde o direito à privacidade é preservado, cerca de 10% não tiveram a
situação jurídica informada. Além disso, esse grupo não pediu ajuda ao
governo brasileiro.
"O Itamaraty também garante o direito à
privacidade das informações do brasileiro preso no exterior", explica
a diretora do Departamento Consular e de Brasileiros no Exterior do
ministério, ministra Luiza Lopes da Silva.
Do total de 2.787
presos presos por tráfico, 2.208 presos (79,23%) são homens, 480
(17,22%) são mulheres, 50 (1,79%) são transgêneros e sete (0,25%) são
menores de idade.