quinta-feira, 4 de setembro de 2014

MSF diz que mundo está perdendo batalha contra Ebola

A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) afirmou nesta terça-feira que o mundo está perdendo a batalha contra a epidemia de Ebola, no mesmo dia em que as Nações Unidas alertaram para a escassez de alimentos nos países mais afetados pelo vírus.

"Após seis meses com a pior epidemia de Ebola da história, o mundo está perdendo a batalha. Os líderes não conseguiram tomar as medidas adequadas contra esta ameaça transnacional", afirmou a presidente da MSF, Joanne Liu, em uma sessão de informações na sede da ONU em Nova York.

Segundo a OMS, os Estados não reagiram ao apelo da Organização Mundial de Saúde (OMS) de 8 de agosto declarando a epidemia uma emergência de saúde pública mundial e "se limitaram a se unir a uma coalizão global da inação".

A presidente da ONG também pediu que a comunidade internacional financie mais camas nos hospitais de Guiné, Serra Leoa e Libéria, os três principais países afetados, e envie mais funcionários e laboratórios móveis.
 
O surto de Ebola deixou até agora 1.552 vítimas fatais e infectou outras 3.062 pessoas, segundo os últimos números da Organização Mundial de Saúde (OMS).

A MSF denuncia, em particular, a situação na Monróvia, a capital da Libéria, onde "a cada dia temos que rejeitar doentes porque estamos lotados", segundo Stefan Liljegren, o coordenador do centro médico ElWA 3, administrado pela ONG.

Ainda na Libéria, a organização cristã de caridade SIM informou que um segundo missionário médico, de nacionalidade americana, foi infectado pelo Ebola.

O médico, cujo nome não foi revelado, trabalhava no setor de ginecologia do hospital financiado pelo SIM/USA em Monróvia.

Se o ritmo atual de infecção prosseguir, a OMS prevê que em um período de entre seis e nove meses podem existir cerca de 20.000 infectados.

"Em Serra Leoa, corpos altamente infecciosos estão apodrecendo nas ruas", indicou a MSF em seu relatório.

Em entrevista coletiva concedida nesta terça-feira, o diretor do centro americano para o Controle e Prevenção de Enfermidades (CDC), Tom Frieden, advertiu que os casos de Ebola crescem rapidamente na África ocidental e, provavelmente, seguirão aumentando nas próximas semanas.

Segundo Frieden, o período no qual é possível deter esta epidemia antes que se estenda a outros países e seja ainda mais difícil de controlar "está próximo de chegar ao fim".

"É preciso agir agora (...) Sabemos o que fazer para deter o Ebola", afirmou Frieden, citando a quarentena dos infectados e o acompanhamento dos pacientes curados.

Neste sentido, o presidente Barack Obama disse em mensagem de vídeo que "deter esta doença não será fácil, mas sabemos como fazê-lo".

"Podemos salvar vidas e nossos países podem trabalhar juntos para melhorar a saúde pública e para que este tipo de epidemia não aconteça novamente", acrescentou Obama no vídeo destinado principalmente a Libéria, Nigéria e Guiné.

Escassez de alimentos e preços em alta
O Ebola também tem outras consequências e nesta terça-feira a ONU alertou para o risco de escassez de alimentos devido à restrição do comércio transfronteiriço.

"O acesso à comida se converteu em uma preocupação urgente para muitas pessoas em três dos países afetados e seus vizinhos", disse Bukar Tijani, representante regional da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) para a África.

As restrições dos deslocamentos provocaram compras motivadas pelo pânico, com a consequente escassez de alimentos, assim como um forte aumento dos preços, sobretudo nos centros urbanos, disse a FAO.

"A insegurança alimentar se intensificará nas próximas semanas e meses", disse o representante da organização.

A advertência da FAO coincide com o anúncio da OMS de um novo surto na República Democrática do Congo, embora esteja confinado em uma zona situada a 800 km de Kinshasa, a capital. O vírus matou 31 pessoas neste país.

Na Libéria, um dos países mais afetados pelo Ebola, que registrou até agora 694 mortos, o preço da mandioca nos mercados de Monróvia, a capital, subiu 150% nas primeiras semanas de agosto, indicou a FAO.

Para enfrentar a situação, o Programa Mundial de Alimentos (PAM) lançou uma operação regional de emergência para reunir 65.000 toneladas de comida para 1,3 milhão de pessoas nas áreas mais afetadas.

Por sua vez, um grupo de pesquisadores japoneses anunciou nesta terça-feira ter desenvolvido um novo método para detectar a presença do Ebola em 30 minutos, muito mais rápido que os sistemas atuais de diagnóstico.

O surto de Ebola, um vírus que se transmite por contato com fluidos corporais infectados, colocou em estado de alerta o oeste da África e todo o mundo, e levou algumas companhias aéreas a restringir os voos aos países afetados.

 https://br.noticias.yahoo.com/msf-diz-mundo-est%C3%A1-perdendo-batalha-ebola-154357166.html

Gigante americana de autopeças abre loja em SP

Depois da formação de grandes redes de varejo focadas em materiais de construção, brinquedos ou produtos para animais de estimação no Brasil, a próxima onda do comércio de nicho deve ser a venda de autopeças. A americana Autozone, dona de 5 mil lojas e faturamento global de US$ 9 bilhões, vai inaugurar na sexta-feira, 05, a sua primeira loja em São Paulo. O plano da companhia é levar seus serviços para todo o País e formar uma gigante do varejo especializado em autopeças.

A Autozone chegou ao Brasil em 2012, com uma loja piloto na cidade de Sorocaba. Até o momento, a companhia tem quatro unidades no Estado de São Paulo. Segundo o diretor-geral da empresa no Brasil, Mauricio Braz, a companhia testou o mercado nos primeiros anos e agora deve partir para um plano de expansão mais agressivo. 

As próximas três unidades serão abertas na capital paulista este ano. "Nossos planos para o Brasil são ambiciosos. O modelo depende de escala", explica Braz.

Ele não revela quantas lojas a companhia pretende abrir no Brasil. Braz, no entanto, destaca que o mercado brasileiro é maior que o mexicano e lá a Autozone tem 400 unidades. 

A existência da quarta maior frota de veículos do mundo no Brasil, estimada em 35 milhões de carros e comerciais leves pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), torna elevado o potencial de vendas de autopeças no País, explica Eugenio Foganholo, diretor da consultoria Mixxer, especializada em varejo e bens de consumo. "O varejo de autopeças é extremamente pulverizado. Há espaço para uma grande rede no setor."

Ele lembra que a tendência no varejo brasileiro é se especializar e ganhar escala. De olho no potencial de crescimento do varejo de nichos, diversos fundos de private equity compraram recentemente fatias de empresas como Ri Happy, de brinquedos, e Pet Center Marginal, de produtos para animais. 

Concorrência
Em São Paulo, a Autozone vai disputar o mercado com empresas familiares que já tem megalojas especializadas na venda de autopeças, como a Voli, que tem quatro unidades, e a Mercadocar, com cinco lojas. Ambas se denominam "shoppings de autopeças" e apostam em um modelo de lojas com uma média de 8.000 m² e venda consultiva.

Tanto a Voli quanto a Mercadocar nasceram como pequenas lojas de autopeças e depois expandiram o formato para megalojas. A Voli, por exemplo, abriu sua primeira lojinha há 45 anos, com uma marca que misturava os nomes das montadoras que atuavam no Brasil na época - o "Vo" é de Volkswagen e o "li" é de Willys. A loja se tornou um "hipermercado" de produtos para o carro depois que o seu fundador voltou de uma viagem ao Japão, onde foi visitar familiares. "Meu pai viu que lá existiam grandes lojas de autopeças e voltou com a ideia de fazer um supermercado", conta Elizabeth Sato, diretora da Voli. 

Elizabeth diz que a Voli também tem planos de expansão para 2015, quando deve estrear um novo formato de lojas, cujos detalhes ela não revela.

Já a Mercadocar está no varejo há 41 anos, mas se tornou uma rede a partir de 2002, quando abriu sua segunda unidade. Hoje são cinco lojas. A maior delas fica no bairro Barra Funda, de São Paulo, tem 15 mil metros quadrados, 100 mil itens e funciona 24 horas. Segundo o diretor comercial da empresa, André Gandra, a Mercadocar pretende abrir sua sexta loja na cidade em 2015 e lançar um e-commerce.

Gandra e Elizabeth dizem não se preocupar com a chegada da Autozone em São Paulo, justificando que o modelo de lojas é diferente. Enquanto Voli e Mercadocar apostam em lojas maiores, similares aos hipermercados no varejo de alimentos, a Autozone tem lojas com 700 m² de aérea construída, um formato que lembra os mercados de bairro e aposta na conveniência. 

O Estado de S. Paulo.

Soldado iraquiano se finge de morto e sobrevive à execução do Estado Islâmico

(Foto: AP)(Foto: AP)

Um soldado iraquiano sobreviveu a uma execução em massa realizada por jihadistas do Estado Islâmico (EI), após se jogar no chão e se fingir de morto. Segundo a organização internacional Human Rights Watch (HRW), o grupo extremista, já matou até 770 homens em execuções em massa em cinco locais de Tikrit, uma cidade no Norte do Iraque que foi tomada pelos insurgentes em junho.

Ali, um soldado de 23 anos, foi capturado em 12 de junho com milhares de outros homens, quando tentava fugir pela estrada principal de uma base militar. O jovem contou que ficou preso em um contêiner no palácio na cidade, antes de ser levado com outros dez homens para um local, onde eles ficaram enfileirados para serem mortos por pistolas, um após o outro.

O soldado disse que caiu no chão e se fingiu, sem ser atingido pelos tiros. Depois disso, ele esperou por horas, antes de fugir na escuridão. Um porta-voz da HRW ressaltou que ele se escondeu por dias antes de entrar em contato com o grupo. No momento, ele está seguro fora das áreas ocupadas pelos jihadistas.

Na época da execução em massa que poderia ter matado Ali, a HRW identificou duas trincheiras perto de palácio da cidade, onde entre 160 e 190 homens foram massacrados. A organização internacionais já identificou três novos locais que teriam sido usados para a realização de execuções em massa.

Um deles é uma laje de concreto no complexo do palácio presidencial de Tikrit. Imagens de vídeo e de satélite indicam que entre 250 e 400 homens foram mortos em 12 ou 13 de junho. Apesar de não mostrarem sinais de corpos mortos, manchas de sangue eram visíveis, assim como rastros de pneus em um campo vizinho.

O diretor emergências da HRW, Peter Bouckaert, disse que a "barbárie" dos extremistas do EI "viola a lei e ofende a consciência".

 https://br.noticias.yahoo.com/soldado-iraquiano-se-finge-morto-sobrevive-execu%C3%A7%C3%A3o-massa-191719816.html

Jardineiro faz descoberta importantíssima sobre os mistérios de Stonehenge


Stonehenge ainda é cercado de muitos mistériosStonehenge ainda é cercado de muitos mistérios

Um jardineiro e uma mangueira curta foram responsáveis por uma descoberta das mais importantes dos últimos anos na arqueologia. Tim Daw, que cuida da irrigação de Stonehenge, foi responsável por descobrir que o semicírculo neolítico já foi um círculo completo.

Para chegar à descoberta, ele utilizou apenas uma mangueira. Ao perceber que ela era curta demais, ele observou padrões na grama ressecada por conta da falta de água. Eles indicavam que ali já havia existido pedras iguais às que formam o semicírculo.

"Eu estava olhando para a grama perto das pedras e pensando que deveríamos arranjar uma mangueira mais comprida, para que as partes secas ficassem mais verdes. Lembrei que aquelas marcas de grama seca estavam onde os arqueologistas tinham procurado, sem sucesso, sinais de que ali havia buracos de pedras", afirmou ele à BBC.

As informações obtidas por Daw foram averiguadas e confirmadas por um grupo de cientistas, que publicou estudo sobre o tema na revista científica Antiquity. Agora, restam os mistérios que rondam os autores das estruturas e as motivações que os levaram a erguer Stonehenge.

 https://br.noticias.yahoo.com/blogs/eita/jardineiro-faz-descoberta-important%C3%ADssima-sobre-os-mist%C3%A9rios-de-stonehenge-132309511.html

Brasileiro que nasceu com cabeça virada para baixo vira exemplo pelo mundo

Reprodução/FacebookReprodução/Facebook

Quando Claudio Vieira de Oliveira nasceu, os médicos indicaram para sua mãe que era melhor deixar o bebê morrer. Ele havia nascido com o pescoço dobrado para si mesmo, cabeça virada para baixo, pernas atrofiadas e sem movimento nos braços. Maria José, a mãe, não seguiu as indicações médicas e 37 anos depois seu filho virou exemplo mundial.

Superando todas as graves deficiências com as quais nasceu, Claudio tem mais de 1,4 mil seguidores no Facebook, todos interessados em sua história de vida. Histórias essas que foram reproduzidas internacionalmente através de matéria no diário britânico Mirror.

"Aprendi a ligar a televisão, pegar meu celular, ligar o rádio, usar a internet no meu computador... Não gosto de depender totalmente dos outros. E eu não vejo as coisas de cabeça para baixo. Cada vez mais está mais fácil de lidar com o público", contou o brasileiro ao diário.
 
 https://br.noticias.yahoo.com/brasileiro-que-nasceu-com-cabe%C3%A7a-virada-para-baixo-vira-exemplo-pelo-mundo-111238201.html

Ônibus de São Paulo terão 300 câmeras para multar veículos


N/A
Câmeras vão ajudar na fiscalização
A Secretaria Municipal de Transportes abriu uma consulta pública para definir a instalação de 300 radares dentro dos ônibus municipais da cidade, ao custo de pelo menos R$ 43.178.796,48 por um período de 48 meses. Os equipamentos fiscalizarão as invasões de carros nas faixas exclusivas e corredores, desrespeito ao rodízio municipal e também vão flagrar veículos procurados ou sob investigação da polícia.

Ainda não há prazo para que os ônibus "dedo-duro" comecem a circular e aplicar multas na capital. A consulta pública vai ainda definir o formato e as regras para a licitação do serviço. Apesar da medida já estar norteada pela secretaria, ainda é possível fazer mudanças. A novidade tecnológica foi anunciada em abril do ano passado. Na época não havia detalhes de custo, quantidade de radares e quais outros tipos de fiscalização os radares fariam.

O equipamento é uma espécie de radar móvel em movimento constante, pois será instalado em ônibus municipais que trafegam nos principais corredores de ônibus e faixas exclusivas do viário de São Paulo.

O termo de referência do edital prevê que os radares flagrem carros circulando sem o licenciamento ou a inspeção veicular - que ainda não foi definida pela Prefeitura -, caminhões circulando em áreas proibidas, além de ônibus do tipo fretado que também estiverem em áreas restrita.

Em 2013, quando o prefeito Fernando Haddad (PT) e o secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto, falaram sobre a medida, ainda não havia uma regulamentação específica do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) para a instalação de radares em ônibus. Agora, de acordo com o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), atuações desse tipo já são permitidas. A resolução 458 do Contran foi publicada em novembro de 2013, permitindo que os órgãos de fiscalização instalem radares em veículos em movimento.

Mobilidade

A Prefeitura defende que a medida deve ser implementada para melhorar a fluidez do transporte coletivo em faixas exclusivas de ônibus e corredores. A justificativa usada pela Secretaria Municipal de Transportes no lançamento da consulta pública, no Diário Oficial da Cidade de ontem, é justamente a política de implementação das áreas para coletivo.

De acordo com a pasta, 70% das autuações em faixas exclusivas à direita foram feitas por marronzinhos da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) e fiscais da SPTrans (São Paulo Transporte). Com isso, a Prefeitura pretende liberar os fiscais para organizar o trânsito, o que é defendido por especialistas de trânsito.

"O agente de trânsito vai poder fiscalizar outras infrações, organizar o trânsito na cidade", afirmou o engenheiro Horácio Augusto Figueira, especialista em Transportes pela Universidade de São Paulo (USP). Ele defende esse tipo de fiscalização que a Prefeitura quer colocar em prática na capital. A CET afirmou que a cidade será a primeira do Brasil a ter esse tipo de fiscalização com câmeras instaladas dentro de ônibus. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

 Estadão Conteúdo

Fifa diz apoiar exclusão do Grêmio na Copa do Brasil


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A Fifa, presidida por Blatter, deu apoio à punição
A Fifa apoia a medida adotada para punir o Grêmio na Copa do Brasil, enquanto a entidade que combate o racismo no futebol apela ao time gaúcho a abrir mão de um recurso para evitar a exclusão da competição nacional. "O Brasil mandou a mensagem certa", declarou Joseph Blatter, presidente da Fifa. "Eu disse que o futebol precisa ser duro ao lidar com os abusos racistas", insistiu.

O Grêmio deve aceitar a punição como forma de mandar uma mensagem clara a seus torcedores e ao mundo de que não aceitará um comportamento racista. O pedido é da principal entidade de combate ao racismo no futebol, a Fare, com sede em Londres. Em declarações à reportagem, Piara Powar, secretário-geral da entidade, elogiou a decisão sobre o time gaúcho e apontou que a medida pode se transformar em exemplo no mundo.

Os atos de injúria racial sofridos pelo goleiro Aranha, do Santos, decretaram a eliminação do Grêmio da Copa do Brasil. A decisão foi da 3ª Comissão Disciplinar do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) em julgamento na quarta-feira. O clube pode recorrer da decisão.

Mas, para a Fare, a renúncia desse direito seria a mensagem mais forte que o clube poderia dar. "Clubes precisam aceitar a punição. Entendo que existem considerações no que se refere à renda e esgotar os trâmites judiciais. Mas se a direção do Grêmio quer dar um recado, que aceite a decisão", declarou Powar.

Para ele, países em todo o mundo vão olhar a decisão com "interesse". "Muita gente vai ver a medida como uma mensagem de que devem copiar", disse. "Claro que é vergonhoso que um incidente ocorra. Mas é bom lidar com ele", insistiu. "Ações duras são necessárias e espero que essa decisão desperte o Brasil para o problema do racismo", declarou Powar.

Na sua avaliação, existe um estereótipo feito sobre o Brasil de que, no País, o racismo não existe e muito menos no futebol. "Existe a percepção de que o Brasil é uma cultura multiétnica e que, no futebol, samba e etc, não há racismo. Mas muita gente ficou surpresa ao ver o perfil dos torcedores que foram aos jogos da Copa do Mundo", disse. "O racismo no futebol reflete realidades sociais", completou.

 Estadão Conteúdo

Quase 80% dos eleitores são contra legalizar maconha e aborto


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      Pesquisa apontou rejeição pelo aborto
A pesquisa Ibope/Estado/TV Globo revela que 79% dos eleitores brasileiros são contra a descriminalização da maconha, e apenas 17% a favor. Um placar semelhante envolve a questão do aborto: 79% são contrários à legalização e 16%, favoráveis. A maioria - ainda que por margem não tão larga - também rejeita o casamento gay: 53% a 40%.

A população está dividida em relação à pena de morte: 46% defendem a medida, e 49% a rejeitam. Já a redução da maioridade penal tem o apoio de oito em cada dez brasileiros.

A pesquisa mostra ainda apoio significativo ao Bolsa Família, principal programa social do governo federal: 75% favoráveis e 22% contrários. Entre os que têm renda mensal de até um salário mínimo, a taxa de apoio chega a 90%.

A privatização da Petrobrás, bandeira levantada pelo candidato Pastor Everaldo (PSC), é rejeitada por 59% e aprovada por 22%.

Os homens são os que mais rejeitam o casamento entre pessoas do mesmo sexo: 58% deles são contra. Já entre as mulheres, são 49% contra e 44% a favor. Há faixas do eleitorado que são majoritariamente favoráveis à bandeira da comunidade gay: 51% entre os mais jovens, com idade entre 16 e 24 anos, e 55% entre os mais escolarizados, com curso superior. Já a legalização da maconha e do aborto não é defendida nem pelos mais jovens: 74% e 77%, respectivamente, são contrários. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
 
http://www.atribuna.com.br/elei%C3%A7%C3%B5es-2014/quase-80-dos-eleitores-s%C3%A3o-contra-legalizar-maconha-e-aborto-1.402355

Justiça pune taxista em Santos por ato racista cometido dentro do Poupatempo


N/A
O caso ocorreu no Poupatempo de Santos em 2010 
Na semana em que o goleiro santista Aranha foi chamado de “macaco” por torcedores do Grêmio e a questão do preconceito racial novamente tomou conta do noticiário e das redes sociais, outra vítima de racismo, mas anônima, teve a discriminação sofrida reconhecida pela 3ª Vara do Juizado Especial Cível (JEC) de Santos.
 
Aranha foi hostilizado na Arena do Grêmio na quarta-feira da semana passada. Na véspera, no JEC, o juiz Daniel Ribeiro de Paula condenou o taxista Carlos Alberto Valente, de 57 anos, ao pagamento de indenização de R$ 5 mil, a título de dano moral.
 
A condenação decorreu do fato de Valente chamar de “macaca” a funcionária pública municipal Marcela de Oliveira Fernandes. A ofensa com teor racista aconteceu em 31 de maio de 2010, na unidade santista do Poupatempo, onde a vítima trabalhava na época.
 
Sob o argumento de estar descontente com o atendimento prestado na repartição, o taxista ofendeu a servidora e ainda disparou, na frente de várias pessoas, o seguinte comentário: “Preto não tinha que trabalhar nesse lugar”.
 
Marcela registrou boletim de ocorrência no 1º DP de Santos, que deu origem a um processo criminal, e ajuizou a ação cível. Conforme o magistrado frisou na sentença do JEC, eventual insatisfação com o atendimento jamais poderia justificar a reação adotada pelo réu.
 
O juiz Daniel de Paula também destacou que a prova testemunhal produzida não deixou dúvida sobre a prática da injúria em razão da raça e da cor da vítima, sendo irrelevante suposto desentendimento prévio entre Valente e Marcela, que não ficou comprovado.
 
Em local público
 
Para o magistrado, a gravidade da conduta do réu ainda foi potencializada pelo fato de ela acontecer em local aberto ao público, com movimento diário, na época, de quase 7 mil pessoas.
 
A decisão da 3ª Vara do JEC não é definitiva: cabe recurso. Ao valor da indenização devem ser acrescidos juros legais desde a citação, além da correção monetária a partir da data da sentença.
 
Segunda condenação
 
Carlos Alberto Valente já havia sido condenado, na esfera penal, à prestação de serviços comunitários pelo mesmo episódio no Poupatempo.
Inconformado com a decisão de primeiro grau, ele apelou, mas o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) negou provimento ao recurso por unanimidade, tornando a pena definitiva.
A ação penal tramitou na 4ª Vara Criminal de Santos. Para a juíza Elizabeth Lopes de Freitas, a ofensa atribuída ao taxista ficou “fartamente comprovada”.
 
Além da vítima e do réu, duas testemunhas da acusação e três da defesa depuseram no processo. Segundo a juíza, foi produzido um “robusto contexto probatório” contra Valente, cuja versão ficou “amplamente desprestigiada”.
 
Apesar disso, em suas alegações finais, a defesa de Valente requereu a absolvição com base no Inciso V do Artigo 386 do Código de Processo Penal (não haver prova de que o réu tenha concorrido para a infração penal).
 
O Ministério Público, por sua vez, postulou a condenação pelo crime de injúria consistente na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência.
 
Esse crime é punível com reclusão de um a três anos. A magistrada fixou a pena em seu patamar mínimo, a ser cumprida em regime aberto, por se tratar de réu primário.
 
Em decorrência de outros requisitos legais favoráveis ao acusado, a juíza também converteu a pena privativa de liberdade pela restritiva de direito, consistente na prestação de serviços à comunidade por um ano.
 
"No Brasil, preconceito é mascarado"
 
“O valor da indenização e o tipo de pena aplicada na esfera penal são irrelevantes. No Brasil, o preconceito é mascarado, e o importante é que houve decisões reprovadoras da conduta do autor. Quem pratica esse tipo de crime, sobretudo em ambiente público, não pode sair incólume”.
 
A declaração é de Marcela de Oliveira Fernandes, de 40 anos, 14 dos quais como servidora na Prefeitura de Santos, onde atualmente exerce cargo de chefe de seção. 
 
Bacharel em Direito, a funcionária pública não hesitou em acionar o Judiciário para reparar, ou abrandar, a lesão que as ofensas racistas produziram em sua honra.
 
Segundo ela, após o episódio, ela pediu para ser transferida do Poupatempo, por causa do constrangimento que sofreu e por temer eventual retorno do acusado ao local para novas injúrias ou até mesmo algo mais grave. Essa decisão lhe custou prejuízo financeiro, porque o servidor municipal que exerce funções no Poupatempo faz jus a uma gratificação pecuniária.
 
O advogado Fabricio Sicchierolli Posocco representou Marcela nas duas ações. Segundo ele, “é absurdo que, no limiar do Século 21, pessoas ainda sejam discriminadas pela cor da pele. Não podemos mais tentar explicar o inexplicável, ou fazer de conta que situações como esta não existem. As regras mais simples de direito precisam ser respeitadas, independentemente de cor, raça, credo, time de futebol ou partido político”.
 
Outro lado
 
A Tribuna entrou em contato ontem com Carlos Alberto Valente e, sobre as decisões do JEC e da 4ª Vara Criminal, ele disse que nada tem a declarar. 
Nas duas ações, ele foi defendido pela advogada Estelina Mendes Terra, que também não quis se manifestar.
 
 http://www.atribuna.com.br/pol%C3%ADcia/justi%C3%A7a-pune-taxista-em-santos-por-ato-racista-cometido-dentro-do-poupatempo-1.402364