BRASÍLIA - O deputado Alberto Fraga (DEM-DF), presidente da Frente
Parlamentar de Segurança Pública, mais conhecida como bancada da bala,
apresentará nesta terça-feira um projeto de lei que concede porte de
armas para deputados federais. Com 240 deputados, o grupo representa o
maior lobby do Congresso.
Coronel da reserva da Polícia Militar,
Fraga se diz motivado pela agressão sofrida pelo deputado Lincoln
Portela (PR-MG) durante a manifestação da CUT contra a terceirização na
terça-feira. Ao Estado, Fraga afirmou que a proposta conta com total
apoio da Frente, que é a maior do Congresso Nacional e domina a Comissão
de Constituição de Justiça (CCJ).
"Por ser policial militar,
tenho meu porte. Quando cheguei aqui fui levantar se utilizava o meu ou
da Câmara. Para minha surpresa, os parlamentares não têm esse direito",
diz o deputado Capitão Augusto Rosa (PR-SP). "Eu já tinha pedido para
minha assessoria estudar um projeto como esse do Fraga. A bancada da
segurança vai apresentar projetos endurecendo o Código de Processo Penal
e o Estatuto da Criança e Adolescente. Pode ser que venha algum tipo de
ameaça", justifica o deputado, que usa uma farda da PM nas sessões do
plenário.
Brasília - O servidor que soltou cinco roedores - dois ratos, dois
hamsters e um esquilo da Mongólia - no plenário onde ocorre a CPI da
Petrobrás nesta manhã será exonerado, segundo informou a assessoria da
segunda vice-presidência da Câmara dos Deputados, departamento no qual o
servidor, que exercia cargo de confiança, estava lotado desde o último
dia 9 de março. Hoje a CPI ouve depoimento do tesoureiro do PT, João
Vaccari Neto.
A assessoria informou ainda que o segundo
vice-presidente da Casa, deputado Giacobo (PR-PR), não tinha
conhecimento do acontecido, afirmou não poder se responsabilizar pelos
atos dos outros e que o servidor será exonerado.
Animais foram
soltos durante sessão da CPI da Petrobrás para ouvir o tesoureiro do PT,
João Vaccari Neto Daniel Carvalho/Estadão
A deputada
Professora Marcivania (PT-AP)conversou com o servidor no Departamento
de Polícia Legislativa. Segundo a deputada, ele diz não se lembrar por
qual portaria entrou na Casa, foi muito evasivo nas respostas às
perguntas dela e estava um pouco nervoso. Ainda de acordo com a
deputada, uma policial que estava na porta do plenário chegou a ser
agredida pelo servidor quando tentou impedi-lo de entrar com caixa em
que estava os animais. "Não posso afirmar que o alvo era o PT, mas, no
mínimo, houve um interesse de perturbar a sessão", afirmou a deputada,
que disse não saber se ele agiu a mando de algum partido. "Disse a ele
que a corda sempre arrebenta do lado do mais fraco", afirmou Marcivania.
O
advogado da bancada do PT na Câmara, Adilson José Barbosa, disse que o
partido vai registrar ocorrência por constrangimento e pedir abertura de
processo administrativo. Barbosa não descartou a abertura também de
processo criminal e cível. Segundo ele, é possível pedir indenização por
danos morais.
O ministro Dias Toffoli, do
Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou hoje (9) pedido de liminar para
suspender a tramitação da emenda à Constituição (PEC) que reduz a
maioridade penal de 18 para 16 anos. Toffoli entendeu que não há
motivos para concessão de medida cautelar para uma matéria que ainda
está em fase de discussão. A questão da constitucionalidade será
julgada no mérito da ação.
O mandado de segurança foi impetrado
pelo deputado federal Cabuçu Borges (PMDB-AP). O parlamentar considera a
PEC inconstitucional antes mesmo da aprovação, por entender que o
Artigo 228, da Constituição, prevê que menores de 18 anos são
inimputáveis.
Ontem (8), a Câmara dos Deputados instalou uma
comissão especial para discutir a redução da maioridade. Os trabalhos
serão presididos pelo deputado André Moura (PSC-SE). A comissão
instalada terá até 40 sessões para debater o assunto e produzir um
relatório que será votado pelo colegiado e, posteriormente, pelo
plenário da Câmara, em dois turnos de votação. Se aprovada pelos
deputados, a proposta será encaminhada ao Senado para apreciação. Para
aprovação de uma PEC, são necessários os votos de pelos menos 308
deputados.
Pesquisadores estudam há anos
o poder medicinal da maconha, mas um grupo de pesquisa financiado pelo
governo americano reconheceu pela primeira vez que a erva pode ajudar no
combate a alguns tipos de células cancerígenas e reduzir o tamanho de
outros.
O Instituto Nacional sobre Abuso de Drogas (NIDA, na sigla em inglês) atualizou, sem alarde, uma página em
seu site oficial na qual fala sobre os efeitos medicinais da droga.
Evidencias de um estudo com cultura de células sugerem que elementos
purificados da maconha podem desacelerar o crescimento de células
cancerígenas de alguns dos tipos mais sérios de tumores cerebrais.
A atualização legitima uma pesquisa publicada por cientistas da Universidade de Londres em novembro, na revista científica Molecular Cancer Therapies. Os
pesquisadores descobriram que o THC, o principal ingrediente psicoativo
da erva, e o canabidiol, um extrato da maconha, foram responsáveis por
reduções drásticas no crescimento de gliomas em ratos. Cerca de 80%
dos tumores cerebrais malignos em seres humanos são gliomas.
Mostramos
que os canabinóides podem ter um papel no tratamento de um dos canceres
mais agressivos em adultos, escreveu Wai Lu, o autor do estudo, em um
artigo no site Huffington Post. Estudos anteriores sugeriam que o THC pode ter efeitos contra tumores, mas a dosagem errada pode até aumentar os tumores.
Em âmbito federal, a maconha
ainda é considerada um entorpecente ilegal nos Estados Unidos. A droga,
porém, é legalizada em 23 estados americanos, para uso medicinal e/ou
recreativo.
O órgão americano
responsável pela regulamentação dos remédios no país (FDA, na sigla em
inglês) ainda não aprovou o uso da maconha medicinal para tratar
qualquer tipo de doença, mas já aprovou medicações que contenham
canabidiol, como aconteceu no Brasil no começo de 2015.
Processo é um dos mais importantes até hoje contra a rede americana
Viena, Áustria. Um grupo de 25 mil
usuários que acusam o Facebook de utilizar ilegalmente seus dados
pessoais apresentou ontem uma ação coletiva contra a rede social no
Tribunal Civil de Viena, que precisará determinar agora se ela é
procedente. Max Schrems, o jurista austríaco à frente do recurso,
depositou formalmente, na manhã de ontem, a demanda, acompanhada de
perto pelos gigantes da internet.
O processo é um dos mais importantes
até hoje contra a rede social americana, que conta com quase 1,4 bilhão
de usuários ativos. O recurso foi lançado em agosto por usuários de
vários países diferentes da Europa, assim como da Ásia, América Latina e
Austrália. Os 25 mil demandantes exigem que o Facebook pague 500 euros
(US$ 540) a cada um e acusam a rede social de participar do programa de
vigilância Prism da Agência de Segurança Nacional (NSA) americana.
“Exigimos que o Facebook termine com sua vigilância em massa, que tenha
uma política de proteção da vida privada compreensível e que pare de
recolher dados de pessoas que nem mesmo têm contas do Facebook”, disse
Schrems.
Para o Facebook, “esse assunto é improcedente, tanto pela forma
quanto pelo conteúdo”, afirmaram os advogados da rede social. “Não há
nenhuma base legal na Áustria para um recurso coletivo do tipo
americano”, declararam. “O Facebook não quer ser processado em lugar
nenhum, nem na Irlanda (onde a empresa tem sua sede europeia), nem na
Áustria”, responderam os advogados de Max Schrems. “A realidade é que,
graças às leis europeias, os consumidores não precisam ir até a
Califórnia para abrir um processo contra os gigantes das tecnologias.
Podem fazê-lo em seus países de residência”, explicou. Em 2011, Schrems
apresentou a título pessoal um recurso ante a autoridade irlandesa de
proteção da vida privada. Essa autoridade lhe deu razão e solicitou ao
Facebook que esclarecesse sua política em matéria de proteção de dados.
Lubitz pode ter forçado a saída do comandante da cabine
Berlin, Alemanha. O copiloto Andreas
Lubitz teria colocado laxante na bebida do piloto Patrick Sodenheimer,
que deixou a cabine durante o voo para ir ao banheiro do avião. A saída
de Sodenheimer teria possibilitado a queda do avião da Germanwings em 24
de março, segundo a reportagem do jornal alemão “Kolner Express”.
Segundo o periódico, Lubitz teria feito pesquisas na internet sobre os
efeitos de diuréticos e laxantes dias antes do acidente. Investigadores
acreditam que Lubitz derrubou deliberadamente o avião da Germanwings nos
Alpes franceses.
Dados da caixa-preta mostram
que o piloto tentou abrir a porta de acesso à cabine com o código
eletrônico e depois bateu com força para que Lubitz abrisse, sem
sucesso.
Fraude. A polícia
alemã investiga se uma mulher alegou ser parente de uma vítima do
acidente para conseguir voar de graça para o sul da França. A Lufthansa
organizou voos especiais para os parentes das vítimas.
Segundo o jornal alemão “Halterner Zeitung”, uma mulher viajou para a
região do acidente por duas vezes alegando ser prima de uma das
professoras.
Markus Tewes, um porta-voz da
polícia na cidade Hoexter, disse que a mulher será interrogada e, se for
constatada uma fraude, ela será denunciada.
Maioria
entendeu que benefício criou privilégios injustificados; mesmo
entendimento poderá ser aplicado em outras ações que contestam o
pagamento a ex-governadores de outros Estados
O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta quinta-feira (9)
suspender o pagamento de pensões vitalícias a ex-governadores do Pará.
Por 6 votos a 1, a maioria dos ministros entendeu que o benefício criou
privilégio injustificado aos ex-agentes públicos. O mesmo entendimento
poderá ser aplicado em outras ações que contestam o pagamento a
ex-governadores de outros Estados.
O Supremo finalizou nesta
quinta-feira o julgamento de uma liminar impetrada pela Ordem dos
Advogados do Brasil (OAB) em 2011. A OAB questionou um artigo da
Constituição do Pará, de 1989, que permite o pagamento de pensões
vitalícias a ex-governadores que cumpriram todo o mandato. O valor é o
mesmo recebido pelos desembargadores do Tribunal de Justiça do estado,
cerca de R$ 24 mil.
Atualmente tramitam no Supremo dez ações
diretas de inconstitucionalidade que tentam derrubar normas estaduais
que também garantem pensões vitalícias a ex-governadores. As ações são
contra os estados do Acre, Rondônia, Mato Grosso, Rondônia, Rio de
Janeiro, Paraíba, Rio Grande do Sul, Piauí, Sergipe e Paraná.
Ainda segundo a PM, na casa de
Alessandro foram encontrados mais dois veículos roubados e clonados,
além de celulares e tablets com fotos de adolescentes nus
O diretor de uma escola foi detido ao chegar a um motel, em Ceilândia
Norte, acompanhado de um jovem de 19 anos, em um carro clonado. Por
volta das 19h30 dessa quarta (9), Alessandro da Silva Santos, de 42
anos, que dirigia um Chevrolet Spin, foi surpreendido pela polícia e
encaminhado para a 23ª Delegacia de Polícia, no Setor P Sul.
De acordo com a Polícia Militar, o acompanhante de Alessandro da
Silva tem várias passagens pela polícia. Ainda segundo a PM, na casa de
Alessandro foram encontrados mais dois veículos roubados e clonados,
além de celulares e tablets com fotos de adolescentes nus.
Os três carros encontrados são: um Ford EcoSPort preto, um Honda
Civic prata e um Chevrolet Spin prata. O jovem de 19 anos também é
suspeito de ter participação no esquema de clonagem dos veículos.
Segundo a proprietária do EcoSport, a servidora pública Artemis
Mendes Cavalcanti, 34 anos, o carro foi roubado em outubro do ano
passado, no Setor "O". A vítima conta que, na ocasião, cinco jovens
abordaram ao namorado e a ela na porta de casa e apontaram uma arma para
eles. “A polícia me ligou para confirmar se eu era a proprietária e ir
até a delegacia fazer o reconhecimento do veículo. Já estava até
pensando em comprar outro carro”, afirmou Artemis.
Arma
De acordo com a Polícia Militar, no interior do Civic, que pertence a
um agente da penitenciário, apreendido havia uma arma, mas ela ainda
não tinha sido encontrada até o fechamento desta edição. Assim que foi
configurado o flagrante, os suspeitos foram para a carceragem da DPE.
A Iriel, empresa do Grupo Siemens, apresenta uma
nova tomada com entrada USB da Linha BRAVA!. Segundo a fabricante, o
dispositivo tem um desempenho 75% mais rápido do que os meios antigos,
como computador, e conta com um sistema interno de proteção contra
variações de tensão, protegendo os equipamentos durante o processo de
carregamento.
O lançamento já está disponível no mercado com preço sugerido de R$ 71.
Criada
para se adaptar aos mais distintos ambientes, o lançamento está
disponível para o consumidor em até três formatos: apenas o módulo, em
conjunto montado com USB e em conjunto montado com carregador USB+
tomada. A linha BRAVA! conta com sistema de fixação que permite que a
instalação seja simples e rápida. O suporte garante alinhamento, e o
espelho encobre pequenas imperfeições na parede.
Jovem foi atingida na barriga e bebê morreu quatro dias após nascer; cabo ainda matou avó da criança durante discussão
Uma das maiores dores da vida de Gabriela Rocha
Leite, de 18 anos, foi não ter tido a oportunidade de segurar no colo a
recém-nascida Cristiane Sofia enquanto ela estava viva. A bebê morreu
quatro dias após o nascimento prematuro, com apenas seis meses de
gestação.
“Só
segurei minha bebê quando ela já estava morta. Só a vi através da
incubadora, só cheguei a segurar a mão dela rapidamente. Ela tinha muita
dificuldade para respirar e eu não pude nem amamentar”, conta Gabriela
sobre o breve contato com a filha.
A oportunidade foi
tirada de Gabriela pelo cabo da Polícia Militar Gilson de Souza
Teixeira, de 31 anos que, após uma discussão entre vizinhos, atirou duas
vezes na jovem, que estava grávida de seis meses, e matou a sogra da
moça, Jurema Cristiane Bezerra da Silva, de 39 anos, bacharel em direito
e farmacêutica.
O crime aconteceu no dia 22 de março deste ano,
por volta das 18h, quando a família estava reunida na casa de Gercina
Maria da Silva, de 65 anos, mãe de Jurema, no bairro Jova Rural, na zona
norte de São Paulo.
Após uma discussão, o PM, que estava de
folga, sacou o revólver e atirou ao menos seis vezes contra a família.
Um dos tiros acertou a barriga e o outro, o rosto de Gabriela. Jurema
foi ferida três vezes no peito e morreu a caminho do hospital. Outro
projétil atingiu de raspão um dos cinco filhos da farmacêutica.
A
pequena Cristiane Sofia nasceu depois de os médicos do hospital São Luiz
Gonzaga, no Jaçanã, realizarem uma cesárea de emergência. A mãe estava
desacordada durante a cirurgia e disse que só conheceu a filha horas
após o parto. A menina nasceu por volta das 19h30 pesando 1.045 kg e com
37 cm.
“Ela era muito pequenininha. Eu só a via pelo vidro da
incubadora. Eu tinha esperança de que ela sobrevivesse. Rezava por ela,
conversava com ela. Os médicos falavam que o estado dela era muito
grave”, diz Gabriela, que incluiu o Cristiane no nome da filha em
homenagem à sogra.
Gabriela mostra a cicatriz no rosto . Foto: Ana Flavia Oliveira/iG (09.04.15)
Quatro
dias após o nascimento, a bebê teve três paradas cardíacas. Nas duas
primeiras, os médicos conseguiram reanimá-la, mas a terceira foi fatal.
“Eu tinha ido à Santa Casa fazer exames. Quando cheguei, não fui vê-la
porque estava suja e fui dormir. Às 2h, a enfermeira me acordou e disse
que a pediatra queria conversar comigo”. Foi quando soube da morte da
filha caçula – Gabriela também é mãe de um menino de 1 ano e dois meses.
Quase
três semanas depois do crime, Gabriela ainda não se conforma com a
perda da filha. A vontade de ser mãe novamente, no entanto, vai ter de
esperar ao menos três anos, até que o ferimento na barriga cicatrize por
completo. Ao todo, a jovem tomou 45 anos pontos na barriga e sete no
rosto. O próximo passo do tratamento é operar o maxilar, quebrado por
causa do tiro, nesta sexta-feira (10).
Tragédia anunciada
No
dia do crime, Jurema, que morava em um apartamento na Vila Clementino,
na zona sul de São Paulo, estava na casa da mãe, Gercina, e preparava
ovo de Páscoa para a nora, que estava com desejo de comer o doce. As
mulheres ouviram o PM discutir com o marido de Gabriela, o entregador
Danilo da Silva Agostinho, de 20 anos. O motivo da briga, segundo
Gercina, era o mesmo desde 2013: a disputa por uma casa do CDHU
(Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano).
“Tenho uma
neta que tem um filho com paralisia cerebral. Ela foi contemplada pela
casa da CDHU. Só que a casa foi invadida pela irmã desse policial. Ela
já foi intimada várias vezes e nunca compareceu, foram várias ações de
despejo. Teve até reintegração de posse no final de 2013, mas ela não
saiu. A partir desse dia, começou nosso calvário”, explica Gercina.
O
cabo, segundo Gercina, passou a provocar todos os integrantes da
família Silva, principalmente Danilo, que teria sido agredido pelo PM
“duas vezes”. “Minha filha Jurema passou no batalhão onde ele
trabalhava, procurou a corregedoria, que mandou ela filmar para ter
prova da conduta dele”, relata Gercina.
No dia do crime, após ser
alertada por Gabriela de que o filho estaria discutindo novamente com o
policial, Jurema saiu com o celular em punho, seguindo a recomendação da
Corregedoria da PM.
“Ele disse que ela poderia filmar e a chamou
de biscate. Depois entrou no carro e a atropelou. Então, saiu e atirou.
Foram três tiros no peito dela”, relata Gercina
Apesar de
Gabriela estar com o filho de um ano e dois meses no colo quando a sogra
foi atingida, ela disse que nem pensou em entrar em casa. Foi quando
também foi atingida.
“Um tiro entrou atrás da orelha e saiu no
rosto. Não senti dor. Só senti o sangue escorrer na minha roupa.
Coloquei a mão e senti o buraco no meu rosto, fiquei tonta e caí com o
bebê no colo. A Gercina pegou o bebê e eu entrei no carro. Só então fui
perceber que tinha sido baleada na barriga também. Comecei a gritar
porque achei que meu filho também tivesse ficado ferido”, diz Gabriela.
Ela diz ainda que a tragédia poderia ter sido maior se não estivesse com
um celular no bolso do moletom. “Ele amorteceu a bala, senão eu também
teria morrido”.
Famílias eram amigas
Moradora
da mesma casa há 24 anos, Gercina diz que as duas famílias tinham boas
relações. “Quando, ele entrou na PM, a mãe dele, Leide, pediu para eu
dar informações sobre o filho e eu falei bem dele”. Ela ainda afirma que
os filhos dela e “Gilsinho”, como ainda se refere ao PM, iam para
baladas e festas juntos, e que e as famílias chegaram a alugar casas no
litoral juntas para passar feriados de final de ano.
As relações
mudaram, afirma, depois que ele se tornou policial, há cerca de nove
anos, e pioram em 2013, com a disputa pelo imóvel. “Depois que ele pôs a
farda, deu uma síndrome de poder. Ele humilhava meu neto. Mandava ele
olhar para o chão, que nem faz com bandido”. Gersina relata ainda que as
provocações eram constantes até mesmo com ela.
“Ele é um bandido
de farda e um ladrão de vidas. Tem policial que faz curso para trazer
criança ao mundo, ele impediu que um bebê viesse ao mundo de nove meses.
Não desejo o que estou passando para a mãe dele”, diz Gercina.
Mãe
de outros quatro filhos, Gercina diz que Jurema só dava orgulho. “Eu
agradeço a Deus por ter sido mãe dela. Ela era nossa sábia, sempre foi
muito estudiosa e era muito inteligente”. Formada em Direito, Jurema
nunca exerceu a profissão de advogada. Ela também fez faculdade de
Farmácia e tinha acabado de se formar em Odontologia. “Ela queria montar
uma ONG para ajudar as pessoas carentes”, diz a mãe. Além de Danilo,
Jurema era mãe Gabriel, 18 anos, Gabriele, 17 anos, Mateus, 12 anos, e
Júlia, 8 anos.
Da tragédia restaram muitas lembranças, um enxoval
que estava sendo preparado para receber a menina, duas cicatrizes e a
gana por Justiça.
“Espero que tenha Justiça e que a PM ouça mais a
população. A corregedoria tem que averiguar mais para que outras
famílias não passem pelo que estamos passando”, diz Gercina
O cabo
Gilson se entregou na delegacia no dia do crime e está detido no
presídio Romão Gomes. O advogado dele não foi encontrado pela
reportagem.
Grandes empresas do setor de alimentos aproveitam
capacidade instalada para investir na aquisição de concorrentes e na
diversificação de seu portfólio de produtos
O mercado de alimentos, principalmente no setor da
indústria alimentícia, começou 2015 bastante movimento. Além do anúncio
de fusão da Kraft Foods, gigante do setor fabricante de produtos como o
queijo Philadelphia, com a empresa Heinz, controlada pelo fundo
brasileiro 3G Capital, números da Transactional Track Record (TTR), que
cobre transações financeiras do mercado Ibérico e América Latina,
mostram que as fusões e aquisições do setor no Brasil triplicaram –
foram 11 nos primeiros três meses deste ano, ante 4 no mesmo período do
ano passado.
A lista de transações inclui grandes empresas do
setor como a compra do Frigorífico Mercosul pela Marfrig por R$ 418
milhões e a conclusão do acordo da Vigor e da Arla Foods pela Dan Vigor,
estimado em R$ 156,2 milhões.
"O setor de alimentos sempre tem um
grande número de negócios. Isso tem lógica, porque conta com empresas
consolidadas e uma busca grande por ganho de escala, sinergia na
distribuição de produtos e poder de barganha no varejo", diz Luis
Augusto Motta, sócio da KPMG Corporate.
Segundo Motta, a busca por
escala é o principal motivo para o grande número de transações. Isso
acontece porque empresas consolidadas, que já tem grande capacidade
instalada, podem usá-la para novos produtos. É o que acontece também com
a diversificação do portfólio de produtos das marcas. "Você exonera seu
sistema de distribuição. Você já tem o sistema e investe em novos
produtos que usam a mesma logística", explica.
"As
marcas têm optado por estratégia de investimento, aquisição de outras
marcas e construção de novas marcas. Temos muitos grupos que operam mais
de uma marca. Esse movimento deve continuar. O cenário mais
desfavorável na economia pode ser oportuno para grandes redes em termos
de investimento, oportunidades aparecem", afirma Alexandre Guerra,
conselheiro do Instituto Foodservice Brasil (IFB).
Para Motta,
no entanto, o maior número de transações no primeiro trimestre deste
ano é resultado da conclusão de operações iniciadas ainda em 2014,
quando o cenário econômico é mais favorável. "Acredito que no segundo
semestre isso pode desacelerar."
Empresas investem na diversificação de produtos Além
dos investimentos na aquisição de outras empresas, companhias do setor
têm investido na diversificação de seus portfólios internos.
A
Perdigão, marca da BRF, por exemplo, anunciou na Páscoa sua entrada no
mercado de pescados com o lançamento de um filé de bacalhau pronto para
ir ao forno. Segundo a marca, dados do Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE) mostram que "este é um dos mercados mais
promissores do país e que cresceu cerca de 25% entre 2012 e 2013".
Já
a JBS anunciou recentemente um investimento de R$ 20 milhões na
ampliação de seu complexo de processamento de pratos prontos, lasanhas e
pizzas, em Lages (SC), o que deve aumentar em 82% a capacidade de
produção do produto.
"Vemos também empresas que tem
produtos de volume e querem ir pra outro mercado, menor, mas de margens
melhores. Em termos financeiros, é bem menor que o carro chefe, mas é
uma estratégia para ganhar volume e margem, além da maior exposição da
marca e participação no mercado", diz Motta. Mercado espera internacionalização do setor
Entre
as operações anunciadas em 2015, três envolvem empresas estrangeiras
japonesas e britânicas: a compra de parte da fabricante brasileira de
chocolates Harald pela processadora de óleos japonesa Fuji Oil (R$ 640
milhões), a aquisição de 50% das ações da Naturalle pela também japonesa
Itochu (R$ 54,7 milhões), e a aquisição da Grano alimentos pelo grupo
americano Arlon (valor não divulgado).
Para Luis Augusto
Motta, sócio da KPMG Corporate, esse é um movimento que deve continuar
intenso nos próximos anos. "Pelos nossos números do ano passado, de 52
negócios, 31% das aquisições foram estrangeiros comprando empresas
brasileiras, e 16% foram empresas brasileiras adquirindo estrangeiras.
Esse é um marco que deve continuar", afirma.
Setor de alimentação fora do lar quer ganhar abrangência nacional
Segundo
Guerra, o setor de alimentação fora do lar, que inclui os fabricantes
de pratos prontos, vislumbra ainda uma outra oportunidade: ganhar escala
nacional.
"Nosso mercado é mutio concentrado. Temos um espaço
territorial grande, esse movimento de consolidação e diversificação é
uma tendência que deve acontecer nos próximos anos porque ainda temos
muitas oportunidades", diz o consultor.