O promotor de Justiça Henry Wagner Vasconcelos Castro e Ércio
Quaresma, advogado do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola,
voltaram se atacar durante os debates entre promotoria e defesa no júri
popular que acontece no Fórum de Contagem, na região metropolitana de
Belo Horizonte. Castro chamou novamente Ércio Quaresma de "canalha" a
afirmou que o defensor "não é homem, é um crápula, mentiroso". O
interrogatório de Bola neste sexto dia de julgamento começou às 10h50.
Castro
se referia à estratégia da defesa que tenta desqualificar a tese da
acusação, afirmando que não há provas no processo e que "Bola é vítima
de armação do delegado Edson Moreira e do Ministério Público", segundo
afirmou mais cedo Quaresma, dizendo ironicamente ainda que o promotor
seria "aquele moço garboso". "Covarde, canalha, estúpido e vagabundo.
Quem não é homem é você, seu crápula", repetiu. "Eu nunca vi drogado ser
herói. Eu nunca vi mentiroso crápula ser herói", completou.
As
declarações aconteceram durante a réplica do promotor, que apresentou
aos jurados provas da participação de Bola na morte e ocultação do
cadáver de Eliza Samudio, dizendo ainda que a tese da defesa de que o
primo de Bruno, Jorge Luiz Lisboa Rosa, se referia a outro policial
investigado no caso, José Lauriano de Assis, o Zezé. "O Jorge
presenciou, sim. As provas são simplesmete múltiplas, vastas, inúmeras
(...) Jorge disse (em novo depoimento para a polícia) que o assassino
não era negro e alto. 'Eu menti só para desbaratinar'", citou Castro,
lendo o depoimento de Rosa.
Após a réplica do promotor será a vez
dos defensores de Bola fazerem a tréplica, que durará uma hora. Em
seguida os jurados se reúnem para decidir se o réu é ou não culpado pelo
crime. A sentença, em caso de condenação, será redigida e lida em
plenário pela juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues. O resultado deverá
sair por volta de 21h.
O caso Bruno
Eliza
Samudio desapareceu no dia 4 de junho de 2010 após ter saído do Rio de
Janeiro para ir a Minas Gerais a convite de Bruno. Vinte dias depois a
polícia recebeu denúncias anônimas de que Eliza havia sido espancada por
Bruno e dois amigos dele até a morte no sítio de propriedade do
jogador, localizado em Esmeraldas, na Grande Belo Horizonte. O filho de
Eliza, então com quatro meses, teria sido levado pela mulher de Bruno,
Dayanne Rodrigues. O menino foi achado posteriormente na casa de uma
adolescente no bairro Liberdade, em Ribeirão das Neves.
No dia
seguinte, a mulher de Bruno foi presa. Após serem considerados
foragidos, o goleiro e seu amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão,
acusado de participar do crime, se entregaram à polícia. Pouco depois,
Flávio Caetano de Araújo, Wemerson Marques de Souza, o Coxinha Elenilson
Vitor da Silva e Sérgio Rosa Sales, outro primo de Bruno, também foram
presos por envolvimento no crime. Enquanto a polícia fazia buscas ao
corpo de Eliza, um motorista de ônibus denunciou o primo do goleiro como
participante do crime. Apreendido, jovem de 17 anos relatou à polícia
que a ex-amante de Bruno foi mantida em cativeiro e executada pelo
ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Bola, que a
estrangulou e esquartejou seu corpo. Ainda segundo o relato, o
ex-policial jogou os restos mortais para seus cães.
http://www.jb.com.br/pais/noticias/2013/04/27/promotor-chama-advogado-de-bola-de-canalha/