segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Delcídio fala com exclusividade a este blog: Lula sabia de tudo

Delcídio rompe o silêncio: Lula participava de perto do que ocorria na Petrobras

Processado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que pede indenizações por danos morais, o ex-senador e delator da Lava Jato Delcídio do Amaral rompeu o silêncio de meses e disse em entrevista exclusiva à este blog que Lula acompanhava de perto o que ocorria na Petrobras durante seu governo.se “Lula é o pai do mensalão e do petrolão”, o ex-parlamentar do PT que presidiu a CPMI do mensalão em 2005 ironiza: “Lula nunca sabe de nada, no petrolão também”. E ressalta: “Mas, claro, ele era um presidente protagonista, atuante. Tinha um perfil diferente”. “No caso do mensalão, efetivamente, as provas são contundentes, tanto é que foram reconhecidas (…). Ficou muito claro quem era quem nesse processo (do mensalão)”, declarou Delcídio.
“Agora, em relação à Petrobras é inegável. A Petrobras sempre teve influência política. Dizer que isso começou agora não é verdade. Como também corrupção e caixa dois não são privilégio do PT, do PMDB, isso já existe, existia”, ressaltou Delcídio, que também foi ministro de Minas e Energia entre 1994 e 1995. “No caso do governo Lula, a Petrobras teve uma participação muito mais ampla do governo. Era uma política de Estado, (de ter) a Petrobras como alavancadora do desenvolvimento e do crescimento do País”, lembrou o ex-petista, que sempre teve bom trânsito no Planalto.

“Então isso naturalmente exigia um acompanhamento claro e um posicionamento muito mais próximo de um presidente da República e de seus ministros do que em outros governos”, afirmou Delcídio do Amaral. “Ou seja, Lula acompanhava de perto?”, perguntei. “Acompanhava. Isso é claro, isso eu vi bem”, reiterou.

“Pós-mensalão”
Delcídio disse acreditar que a derrocada da Petrobras e do governo lulopetista se deu “pós-mensalão”. “Quando vem o mensalão, o governo Lula teve que se rearrumar internamente, começa a compartilhar o seu governo e escolhe o PMDB como seu parceiro principal”, lembrou. “Consequentemente a Petrobras passa a ter um papel do ponto de vista político, sob o ponto de vista do azeitamento da máquina política e de sustentação do governo”.

“Ação ampla”
Delcídio comentou também, durante a entrevista, outra acusação que fez ao ex-presidente em sua delação premiada à Operação Lava Jato.

O ex-senador falou em seu depoimento à força-tarefa que partiu de Lula a ordem “expressa” para oferecer dinheiro à família do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, a fim de que este não fizesse delação premiada nem citasse o suposto esquema de compra de sondas superfaturadas pela estatal com o amigo do ex-presidente, o pecuarista José Carlos Bumlai. Bernardo Cerveró, filho de Nestor, gravou a conversa com Delcídio que levou à prisão do ex-senador em novembro do ano passado por tentar obstruir a justiça.

“Na verdade era uma grande articulação, não era só com relação ao Lula e Bumlai”, disse Delcídio, sobre o suposto plano do então governo Dilma de abafar a operação que atingia o núcleo do governo. “(Era um) pedido específico do Lula, mas também era uma ação de governo, muito mais ampla”, afirmou.
Esta é específica da resposta sobre o processo do Lula. As outras duas (geral falando de ‘romper o silêncio’ e outra sobre a Lava Jato) mando em breve.

https://br.noticias.yahoo.com/delc%C3%ADdio-fala-com-exclusividade-a-este-blog-lula-100124666.html

Delações à vista: seis meses após troca de governo, Lava Jato e TSE mantêm instabilidade sobre Planalto

"O Cunha vai falaaar, o Moro vai te pegaaar"; com esse canto uma pequena banda de manifestantes recepcionava no aeroporto os políticos que voltavam para Brasília em uma terça-feira, no final de outubro.
Posse do presidente Michel Temer completa seis meses, mas sua administração continua ameaçada
Posse do presidente Michel Temer completa seis meses, mas sua administração continua ameaçada

A "ameaça" era uma referência a possibilidade de que o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, agora preso, feche um acordo de delação premiada e entregue possíveis provas contra seus ex-colegas para a Operação Lava Jato e o juiz Sergio Moro. 

O episódio ilustra um pouco do clima na capital federal, seis meses após a queda da ex-presidente Dilma Rousseff e a posse de Michel Temer, em 12 de maio. 

A troca de governo, definitivamente confirmada no final de agosto, por um lado melhorou sensivelmente a relação entre Planalto e Congresso, o que permitiu ao presidente avançar com sua principal proposta - a criação de um teto de vinte anos para conter a expansão dos gastos públicos, que já passou na Câmara e deve receber o aval do Senado em dezembro. 

Por outro lado, não foi capaz de encerrar a instabilidade política, já que a incerteza quanto aos próximos capítulos da Lava Jato continua a rondar a Praça dos Três Poderes. Além disso, a pendência de uma ação movida pelo PSDB no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que pede a cassação da chapa eleita em 2014 (Dilma-Temer) por supostas irregularidades na campanha é outro foco de risco para o governo.
Operação Lava Jato pode causar mais insegurança para o governo de Michel Temer
Operação Lava Jato pode causar mais insegurança para o governo de Michel Temer
Diante disso, têm aumentado nas últimas semanas as especulações sobre uma possível interrupção da administração Temer. Mas, embora essa possibilidade não possa ser totalmente descartada, não parece o cenário mais provável, acredita o cientista político Rafael Cortez, da consultoria Tendências. 

Isso porque, explica ele, a Constituição prevê que o presidente não pode sofrer impeachment por fatos anteriores ao seu mandato, o que reduziria os riscos relacionados às delações. Quanto ao TSE, Cortez avalia que o alto custo político de uma nova troca presidencial tende a suspender o desfecho da ação. 

Se a chapa for cassada ainda neste ano, teria que ser convocada uma nova eleição direta. Já se for derrubada a partir de janeiro, o Congresso escolheria o próximo presidente. Em ambos os casos, o novo mandatário governaria até 2018. 

"O que evita a eventual cassação da chapa é justamente essa dimensão informal das relações da Justiça eleitoral com o mundo político. Porque em boa medida o que vai prevalecer é o custo político muito elevado de uma eventual nova transição presidencial em meio a um cenário de crise econômica e de incerteza em relação a quem vai assumir", observa Cortez. 

"Acho que o efeito principal dessas duas agendas (Lava Jato e TSE) é um pouco limitar o capital político do Temer e, por consequência, limitar a governabilidade, especialmente aos olhos da agenda econômica", acrescenta Cortez, destacando os desafios que o governo ainda pode enfrentar para aprovar propostas polêmicas, como a reforma da Previdência. 

Avaliação semelhante tem a cientista política Andréa Freitas, professora da Unicamp. Ele observa que a negociação com o Congresso envolve promessas (políticas e eleitorais) por parte do presidente - eventuais incertezas sobre a estabilidade do governo dificultam esse processo.
Especialistas apontam que, mesmo ameaçado, govero Temer corre pouco risco de ser cassado
Especialistas apontam que, mesmo ameaçado, govero Temer corre pouco risco de ser cassado
"Quando você tem um governo ameaçado do ponto de vista de legitimidade, por várias frentes, pela Lava Jato, pelo TSE, as propostas dele ficam menos críveis e isso dificulta os processos de negociação", afirma.
Mesmo que pareça improvável hoje a cassação da chapa pela Justiça eleitoral, "enquanto a ameaça estiver pairando, ela pode ser efetivada, e isso torna o presidente um ator mais fraco", ressalta ainda a professora. 

Nesta semana, o caso voltou aos holofotes devido a uma matéria do jornal Estado de S. Paulo com a imagem de um cheque de R$ 1 milhão da Andrade Gutierrez, destinado ao diretório nacional do PMDB e nominal à campanha do então candidato a vice-presidente Temer, em 10 de julho de 2014. 

Originalmente, Otávio Azevedo, ex-presidente da empreiteira, havia dito que o valor fora destinado ao PT e que era acerto de propina, o que foi questionado pela defesa de Dilma. 

O PMDB negou qualquer irregularidade e disse que a doação foi legal.
O ministro do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) Herman Benjamin, relator do processo de cassação, afirmou, no início desse mês, que está dando encaminhamento "estritamente técnico" ao caso. 

"Vocês podem ver no meu gabinete no TSE, hoje deve haver 29 processos. Não estou com um oceano de processos e neste estou dando uma agilidade maior. Eu acho que processos eleitorais, por natureza, têm que ser rápidos", disse a jornalistas, no VI Enaje, Encontro Nacional de Juízes Estaduais, realizado em Porto Seguro (BA). 

Quando Benjamin liberar seu voto, ainda dependerá da decisão do ministro Gilmar Mendes, atual presidente do TSE, marcar uma data para levar o caso a julgamento.

Odebrecht

A negociação do acordo de delação premiada de dezenas de executivos da Odebrecht está bastante avançado, segundo notícias vinculadas na imprensa brasileira. Vazamentos indicam que as revelações podem atingir a cúpula dos principais partidos - PT, PSDB e PMDB. 

As consequências para o governo são imprevisíveis. O jornal Folha de S.Paulo , por exemplo, diz que a campanha presidencial de 2010 do hoje ministro das Relações Exteriores, José Serra, teria recebido da empreiteira R$ 23 milhões via caixa dois. 

Já revista Veja diz que a Odebrecht teria repassado em 2014 R$ 10 milhões em dinheiro vivo ao PMDB, sendo R$ 4 milhões para o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, e R$ 6 milhões para Paulo Skaf, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), que concorreu ao governo de São Paulo naquele ano. Os recursos seriam provenientes de propina e não teriam sido declarados nas contas de campanha. 

Serra, Padilha e Skaf negam qualquer irregularidade. Revelações da Lava Jato já derrubaram importantes ministros de Temer, como o senador Roméro Jucá (Planejamento) e Henrique Eduardo Alves (Turismo), ambos do PMDB.
Jornal aponta que o ministro das Relações Exteriores, José Serra, teria recebido da Odebrecht R$ 23 milhões via caixa dois
Jornal aponta que o ministro das Relações Exteriores, José Serra, teria recebido da Odebrecht R$ 23 milhões via caixa dois
Foto: Getty Images
O próprio presidente foi acusado pelo delator Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, de ter pedido ajuda para obter recursos ilícitos como doação eleitoral para a campanha de Gabriel Chalita à prefeitura de São Paulo em 2012. Machado também prestou depoimento ao TSE, dentro da ação que pede a cassação da chapa presidencial eleita em 2014. 

No Congresso, lideranças dos principais partidos tentam articular uma nova lei que criminalize o caixa 2 (doação não registrada de campanha), com uma redação que anistie práticas passadas. A primeira tentativa, em setembro, foi barrada pela repercussão negativa. Embora não haja previsão de crime específico hoje, os agentes da Lava Jato dizem que essas operações hoje podem ser punidas dentro da legislação eleitoral ou como crimes de lavagem de dinheiro e corrupção. 

Para Antonio Lavareda, professor de ciência política da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), não é possível prever quais serão os impactos da delação da Odebrecht sobre o Planalto. 

"O que a gente pode chamar de estabilidade política tem uma dimensão objetiva e subjetiva. Na dimensão objetiva, o governo tem conseguido marcar sua estabilidade, com uma base forte no Congresso", destaca.
"Agora, na dimensão subjetiva, a Lava Jato continua a alimentar bastante receio, insegurança e incerteza sobre o futuro e o que poderá ser o ano de 2017", ressaltou. 

https://noticias.terra.com.br/brasil/politica/lava-jato/delacoes-a-vista-seis-meses-apos-troca-de-governo-lava-jato-e-tse-mantem-instabilidade-sobre-planalto,960765c53e78f58477879e5c2fdef628h0ecf8ta.html

RS: adolescentes são executados por engano em Canoas

Conforme testemunhas, os meninos organizavam uma partida de futebol quando foram atingidos

Dois adolescentes, de 14 e 17 anos, foram executados por engano na noite desse domingo (13) em Canoas, região Metropolitana de Porto Alegre. A confirmação de que a garota e o rapaz foram mortos ao acaso foi confirmada nesta manhã pela Polícia Civil. O alvo dos atiradores, que também atingiram um casal e uma criança de dez anos, seria um vizinho das vítimas.
O crime foi registrado por volta das 20h no bairro Guajuviras. Os criminosos estavam em um veículo de cor branca e chegaram atirando no local, frequentado por um grande número de pessoas. Conforme testemunhas, os meninos organizavam uma partida de futebol quando foram atingidos pelas rajadas disparas de uma pistola 9 milímetros. 

Até agora, não há suspeitos para o crime. O real alvo dos bandidos seria um homem com vasta ficha criminal, incluindo passagens por tráfico de drogas. Os três moradores do bairro que ficaram feridos estão internados e não correm risco de morte. 

https://noticias.terra.com.br/brasil/policia/rs-adolescentes-sao-executados-por-engano-em-canoas,02e55b2f38795ef598ea9d985f949f76w06wg87g.html

 

Assange é interrogado na embaixada do Equador em Londres

O fundador do site Wikileaks, Julian Assange, começou a ser interrogado nesta segunda-feira (14) na embaixada do Equador em Londres, onde se encontra asilado há mais de quatro anos. O ativista australiano, que usou seu portal para revelar informações confidenciais do governo americano, responde agora às acusações de crime sexual que pesam sobre ele.


O australiano Julian Assange, fundador do Wikileaks
O australiano Julian Assange, fundador do Wikileaks

A procuradora Ingrid Isgren deixa a embaixada do Equador após primeiro dia de interrogatório
 
O interrogatório deve "durar vários dias", informou o advogado do réu, Per Samuelsson, à agência de notícias AFP. Ele disse ainda ter "grandes esperanças" de que o caso seja encerrado após a série de entrevistas. 

Samuelsson, que não participa do interrogatório, concluiu que ainda é cedo para se tecer estimativas, ou mesmo para saber o que disso tudo poderá ou não vir a público. 

A representante da procuradoria sueca, Ingrid Isgren, foi recebida na embaixada equatoriana por um grande grupo de jornalistas, câmeras e fotógrafos, mas não fez qualquer declaração. 

Também presentes nas comissões, que estão sendo desenvolvidas em espanhol com a assistência de tradutores especializados, está a inspetora da polícia sueca Cecilia Redell e o embaixador do Equador Carlos Ortiz. Este último será responsável pela condução do interrogatório. Um exame de DNA também está previsto. 

A defesa de Assange espera que o ativista de 45 anos possa agora apresentar sua versão dos fatos. O interrogatório na embaixada estava inicialmente agendado para 17 de outubro, mas foi adiado a pedido do próprio Assange, que alegou na ocasião "razões de garantias de proteção e defesa de sua pessoa". 

https://noticias.terra.com.br/mundo/europa/assange-e-interrogado-na-embaixada-do-equador-em-londres,e53482a376d5c2324ecbbcd1a29d2b502y6xnr6l.html

Mulher de Cunha será interrogada por Moro na quinta-feira

A jornalista Cláudia Cruz, mulher do ex-deputado Eduardo Cunha, será interrogada pelo juiz federal Sérgio Moro na quinta-feira (16), às 14h, na sede da Justiça Federal em Curitiba. Cláudia prestará depoimento na ação penal a que responde pelos crimes de lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Ela é acusada de ser beneficiária das contas atribuídas ao ex-deputado na Suíça. 

Eduardo Cunha e sua mulher, a jornalista Cláudia Cruz
Eduardo Cunha e sua mulher, a jornalista Cláudia Cruz
Foto: Agência Brasil
Na audiência, Cláudia Cruz poderá ficar em silêncio e optar por não responder às perguntas do juiz e do representante do Ministério Público. De acordo com a Constituição, um investigado não é obrigado a produzir provas orais ou materiais contra si. 

Em junho, Moro recebeu denúncia apresentada pela força-tarefa de procuradores da Operação Lava Jato contra Cláudia Cruz e outros investigados que viraram réus. A denúncia é vinculada à ação penal a que Cunha responde por não ter declarado contas no exterior, que também será julgada por Sérgio Moro. 

Cunha está preso na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba desde o dia 19 de outubro. 

https://noticias.terra.com.br/brasil/politica/lava-jato/mulher-de-cunha-sera-interrogada-por-moro-na-quinta-feira,6a180cae9f51dbf6c5f139b2aa3a889fbhrrcq3w.html