População não deve "entrar em pânico" afirmam autoridades e especialistas norte-americanos
O
primeiro caso de ebola diagnosticado nos Estados Unidos
foi confirmado pelo CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças) na
terça-feira (30). Apesar do susto inicial, especialistas
norte-americanos acreditam que a doença não se espalhará pelo país e que
a população não tem motivos para entrar em pânico.
De acordo com o jornal Business Insider, autoridades e
especialistas dos EUA garantem que sabem como controlar o vírus e quais
são as precauções necessárias para tratar pessoas infectadas.
Ainda que mais pacientes sejam levados para receber tratamento no país e
que haja a possibilidade de eles infectarem outras pessoas, todos os
casos serão acompanhados de perto pelos EUA.
Segundo autoridades norte-americanas, o sistema de saúde do país é
forte e eficiente para evitar uma epidemia no país e tratar os casos que
apareçam.
“A verdade é que nós podemos parar o ebola”, declarou o doutor Tom
Frieden, diretos do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA.
— Nós sabemos como controlá-lo.
Uma das principais razões pelas quais o ebola se alastrou e matou mais
de 3.000 pessoas na África Ocidental é a falta de infraestrutura na
região.
Os hospitais, quando existem, não têm funcionários e médicos
suficientes para tratar os pacientes. Além disso, muitas das técnicas
usadas em unidades médicas modernas (como as dos EUA) não podem ser
utilizadas na região devido à falta de equipamentos para monitorar e
isolar os infectados.
O especialista em doenças contagiosas da Universidade de Pittsburgh,
doutor Amesh Adalja, lembra que o vírus não se espalha de forma
eficiente entre humanos, quando os pacientes infectados são
adequadamente tratados.
Diferente da gripe comum, que se espalha pelo ar, o ebola só pode ser
transmitido por meio do contato direto com fluídos de pessoas
infectadas, como sangue e vômito.
— O ebola (...) não tem o mesmo peso de outras doenças como a malária, tuberculose e o HIV [Aids].
Diante disso, o pânico causado pelos sintomas e pela alta taxa de
mortalidade da doença, cerca de 70%, é infundado para países
desenvolvidos e com sistemas de saúde bem estruturados, como EUA, Canadá
e países europeus, pois o vírus pode ser isolado, contendo qualquer
ameaça de epidemia.
1º caso nos EUA
O CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças) dos EUA confirmaram
na terça-feira o primeiro caso de ebola diagnosticado no país.
Homem, que não foi identificado, apresentou todos os sintomas da febre
hemorrágica após viajar recentemente para Libéria, um dos epicentros do
surto.
As autoridades sanitárias anunciaram durante uma entrevista coletiva
que o teste que confirmou o diagnóstico é bastante "seguro". O CDC
também ressaltou que o paciente está isolado.
O Dr. Thomas Frieden, diretor do CDC, afirmou que a informação apenas demonstra que a doença está se espalhando na África.
De acordo com o CDC, o paciente infectado teria deixado a Libéria no
dia 19 de setembro desembarcando nos EUA no dia seguinte. O homem só
apresentou os sintomas da doença na quarta-feira (24).
Frieden afirmou que as pessoas que tiveram contato com o paciente
infectado deverão passar por testes. O diretor do CDC deixou claro que
todas as medidas estão sendo tomadas para evitar a propagação do ebola.
— Não há dúvidas de que a situação continuará sob controle e que o
ebola não irá se propagar. [...] Agora a prioridade é curar o paciente e
identificar todas as pessoas que tiveram contato com ele.
O Hospital Presbiterano de Dallas anunciou na segunda-feira (29) que um de seus pacientes estava sendo testado para o ebola.
O homem, que deu entrada no hospital no domingo (28), ficou isolado.
Oficias do CDC foram até o local para encontrar os médicos que estavam
tratando do caso.
Hospitais americanos têm tratado vários pacientes que foram
diagnosticados com ebola na África Ocidental. Até o momento o vírus já
causou a morte de mais de três mil pessoas em países como Serra Leoa,
Libéria, Nigéria, Guiné e Senegal, segundo números oficiais da OMS
(Organização Mundial da Saúde).
Segundo a OMS, os principais sintomas da doença são: febre, fraqueza
extrema, dores musculares e dor de garganta. Com o decorrer do tempo, o
paciente pode ainda apresentar um quadro de vômitos, diarreias e
hemorragia interna e externa.
O ebola é uma doença causada por um vírus. A contaminação pode
acontecer por meio de contato direto com sangue contaminado, fluidos
corporais ou órgãos do doente, ou mesmo do contato com ambientes
contaminados.
Obama
Na terça, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, discutiu
"protocolos de isolamento" com o chefe do CDC. Segundo a Casa Branca,
Obama e Frieden "discutiram protocolos rigorosos de isolamento em que o
paciente está sendo tratado, bem como os esforços em curso para rastrear
os contatos do paciente para reduzir o risco de casos adicionais".
"O Dr. Frieden observou que o CDC tinha se preparado para um caso de
Ebola nos Estados Unidos, e que temos a infraestrutura para responder de
forma segura e eficaz", prosseguiu o comunicado.
http://noticias.r7.com/internacional/eua-garantem-que-podem-controlar-ebola-apos-primeiro-caso-no-pais-01102014