Uma das consultorias mais respeitadas do mundo na avaliação de sistemas
de ensino colocou o Brasil no penúltimo lugar em um ranking da
qualidade da educação.
O estudo analisou dados de 40 países. Finlândia e Coreia do Sul
aparecem no topo. A pesquisa da Economist Intelligence Unit levou em
conta vários critérios. Entre eles, a qualidade dos professores, o
desempenho escolar no ensino fundamental e índices de alfabetização.
O Brasil ficou em penúltimo lugar em um ranking
global de educação que comparou 40 países levando em conta notas de
testes e qualidade de professores, dentre outros fatores.
A pesquisa foi encomendada à consultoria
britânica Economist Intelligence Unit (EIU), pela Pearson, empresa que
fabrica sistemas de aprendizado e vende seus produtos a vários países.
Ele diz que no passado muitos países temiam os rankings
internacionais de comparação e que alguns líderes se preocupavam mais
com o impacto negativo das pesquisas na mídia, deixando de lado a
oportunidade de introduzir novas políticas a partir dos resultados.
Dez anos atrás, no entanto, quando pesquisas do
tipo começaram a ser divulgadas sistematicamente, esta cultura mudou,
avalia Barber.
"A Alemanha, por exemplo, se viu muito mais
abaixo nos primeiros rankings Pisa [sistema de avaliação europeu] do que
esperava. O resultado foi um profundo debate nacional sobre o sistema
educacional, sérias análises das falhas e aí políticas novas em resposta
aos desafios que foram identificados. Uma década depois, o progresso da
Alemanha rumo ao topo dos rankings é visível para todos".
No ranking da EIU-Person, por exemplo, os
alemães figuram em 15º lugar. Em comparação, a Grã-Bretanha fica em 6º,
seguida da Holanda, Nova Zelândia, Suíça, Canadá, Irlanda, Dinamarca,
Austrália e Polônia.
Cultura e impactos econômicos
Tidas como "super potências" da educação, a
Finlândia e a Coreia do Sul dominam o ranking, e na sequência figura uma
lista de destaques asiáticos, como Hong Kong, Japão e Cingapura.
Alemanha, Estados Unidso e França estão em grupo intermediário, e Brasil, México e Indonésia integram os mais baixos.
O ranking é baseado em testes efetuados em áreas
como matemática, ciências e habilidades linguísticas a cada três ou
quatro anos, e por isso apresentam um cenário com um atraso estatístico
frente à realidade atual.
Mas o objetivo é fornecer uma visão
multidimensional do desempenho escolar nessas nações, e criar um banco
de dados que a Pearson chama de "Curva do Aprendizado".
Ao analisar os sistemas educacionais
bem-sucedidos, o estudo concluiu que investimentos são importantes, mas
não tanto quanto manter uma verdadeira "cultura" nacional de
aprendizado, que valoriza professores, escolas e a educação como um
todo.
Daí o alto desempenho das nações asiáticas no ranking.
Nesses países o estudo tem um distinto grau de
importância na sociedade e as expectativas que os pais têm dos filhos
são muito altas.
Comparando a Finlândia e a Coreia do Sul, por
exemplo, vê-se enormes diferenças entre os dois países, mas um "valor
moral" concedido à educação muito parecido.
O relatório destaca ainda a importância de
empregar professores de alta qualidade, a necessidade de encontrar
maneiras de recrutá-los e o pagamento de bons salários.
Há ainda menções às consequências econômicas
diretas dos sistemas educacionais de alto e baixo desempenho, sobretudo
em uma economia globalizada baseada em habilidades profissionais.
- Finlândia
- Coreia do Sul
- Hong Kong
- Japão
- Cingapura
- Grã-Bretanha
- Holanda
- Nova Zelândia
- Suíça
- Canadá
- Irlanda
- Dinamarca
- Austrália
- Polônia
- Alemanha
- Bélgica
- Estados Unidos
- Hungria
- Eslováquia
- Rússia
- Suécia
- República Tcheca
- Áustria
- Itália
- França
- Noruega
- Portugal
- Espanha
- Israel
- Bulgária
- Grécia
- Romênia
- Chile
- Turquia
- Argentina
- Colômbia
- Tailândia
- México
- Brasil
- Indonésia