quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Oposição lança na quinta-feira movimento pelo impeachment

O movimento também terá um site com uma petição eletrônica para buscar mais apoiadores. Líderes dos partidos de oposição (PSC, PSDB, DEM, PPS e SD) anunciaram, hoje (8), que vão lançar na próxima quinta-feira (10), às 11h, no Salão Verde da Câmara, um movimento suprapartidário pró-impeachment da presidenta Dilma Rousseff. De acordo com o líder do PSDB, deputado Carlos Sampaio (SP), o movimento também terá um site com uma petição eletrônica para buscar mais apoiadores.
O movimento também terá um site com uma petição eletrônica para buscar mais apoiadores.
Foto: Wilson Dias/Ag. Brasil)
“Buscaremos não só o convencimento dos parlamentares de que o Brasil não suporta mais três anos e meio de governo da presidente Dilma, mas, também, vamos envolver os movimentos sociais e a sociedade civil organizada para dar mais força ao movimento pró-impeachment. A partir de agora vamos conversar com todos os parlamentares da Casa”, disse Sampaio. 

O tucano disse ainda que, a partir de agora, os integrantes do movimento vão analisar os pedidos de impeachment protocolados na Câmara para verificar qual deles “tem o formato mais adequado”. Na avaliação de Sampaio, o pedido apresentado pelo ex-deputado Hélio Bicudo, devido a sua formação como membro do Ministério Público e como alguém que ajudou a fundar o PT, “tem bastante relevância e bastante força nessa Casa”. 

De acordo com o líder do SD, deputado Arthur Oliveira Maia (BA), havendo a negativa dos pedidos de impeachment pelo presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), será apresentado um recurso para que a decisão seja do plenário da Casa. “Se a posição do presidente Eduardo Cunha for contra, vamos recorrer ao plenário. Já decidimos que faremos o recurso. É no plenário que vai se decidir pela instalação ou não do processo de impeachment”, disse Maia. 

Eduardo Cunha informou que começará a decidir sobre os pedidos apresentados na Casa, e que aguardam seu parecer, nos próximos dias. Ele avisou que fará a análise pela ordem que foram protocolados. “Vou começar a decidir os que estão aí pela ordem que entraram, provavelmente esta semana eu devo decidir. Estou lendo alguma coisa, estou reunindo com a consultoria. Alguma coisa vou decidir já. Vou decidir no meu tempo, no tempo da [técnica legislativa], não no tempo da pressão, no tempo da efetividade que eu possa fazer”, afirmou. 

O líder do governo, deputado José Guimarães (PT-CE), disse que a oposição deveria apresentar propostas alternativas. Segundo ele, desde a eleição a oposição só fala em impeachment. “Não há a menor consistência e muito menos fato [que justifique o pedido]. Essa estratégia da oposição é de quem não tem compromisso com a estabilidade política do país”. Segundo Guimarães, o Brasil vai voltar a crescer e a oposição deveria oferecer propostas alternativas ao país. 

http://noticias.terra.com.br/brasil/politica/oposicao-lanca-na-quinta-feira-movimento-pelo-impeachment,6ccffefeb96550bdb80e0809229297ac9tyzRCRD.html

Pobreza e abusos estimulam casamentos infantis no Brasil

Imagine que sua filha vai se casar. Engravidou do primeiro namorado, um rapaz mais velho que ela conheceu na vizinhança. Vai deixar de estudar por causa da gravidez e do marido. O jovem casal vai morar na casa dos pais dele. No entanto, ela só tem 12 anos.
Cerca de 90 mil crianças de 10 a 14 anos são casados no Brasil, segundo Censo 2010 O casamento de crianças e adolescentes brasileiros, como na situação narrada acima, é o tema da pesquisa , realizada pelo Instituto Promundo, ONG que desde 1997 estuda questões de gênero. 

De acordo com o Censo 2010, pelo menos 88 mil meninos e meninas com idades de 10 a 14 anos estavam casados em todo o Brasil. Na faixa etária de 15 a 17 anos, são 567 mil.
Cerca de 90 mil crianças de 10 a 14 anos são casados no Brasil, segundo Censo 2010
Foto: BBC
A partir dos dados do Censo, a equipe de pesquisadores - financiada pela Fundação Ford, com apoio da Plan International e da Universidade Federal do Pará (UFPA) - foi ao Pará e ao Maranhão, Estados onde o fenômeno do casamento infanto-juvenil é mais comum, e mergulhou no universo das adolescentes que tão cedo têm que se transformar em adultas. 

Numa pesquisa qualitativa, foram entrevistadas 60 pessoas, entre garotas de 12 a 18 anos, seus maridos (todos com mais de 20 anos), seus parentes e funcionários da rede de proteção à infância e adolescência no Brasil. 

A idade média das jovens entrevistadas foi de 15 anos; seus maridos são, em média, nove anos mais velhos.
Mas os pesquisadores descobriram que, no Brasil, o casamento de crianças e adolescentes é bem diferente dos arranjos ritualísticos existentes em países africanos e asiáticos, com jovens noivas prometidas pelas famílias em casamentos arranjados pelos parentes ou até mesmo forçados. 

O que acontece no Brasil, por outro lado, é um fenômeno marcado pela informalidade, pela pobreza e pela repressão da sexualidade e da vontade femininas. 

Normalmente os casamentos de jovens são informais (sem registro em cartório) e considerados consensuais, ou seja, de livre e espontânea vontade.

Naturalização

Entre os motivos para os casamentos, a coordenadora do levantamento, Alice Taylor, pesquisadora do Instituto Promundo, destaca a falta de perspectiva das jovens e o desejo de deixar a casa dos pais como forma de encontrar uma vida melhor. 

Muitas fogem de abusos, escapam de ter de se prostituir e convivem de perto com a miséria e o uso de drogas. As entrevistas das jovens, transcritas no relatório final da pesquisa sob condição de anonimato, mostram um pouco do que elas enfrentam, como esta que diz ter saído de casa por causa do padrasto, que a maltratava. 

"Porque eu tava entrando na minha adolescência, eu queria sair, eu queria curtir, queria andar (…). Eu me relacionei com ele, namorei com ele três meses, ele me convidou pra morar na casa dele, aí eu fui pra casa dele. Não gostava muito dele, eu só fui mesmo pelo fato de o meu padrasto (me maltratar), aí na convivência nossa ele (o marido) me fez aprender a gostar dele, e hoje eu sou louca por ele", conta uma das garotas. 

A jovem casou-se aos 12 anos, grávida, com um homem de 19. No relatório, os pesquisadores afirmam que ela relatou ser abusada pelo padrasto, mas não fica claro o tipo de abuso. 

Também em Belém, outra jovem entrevistada, que casou grávida aos 15 anos, diz que a mãe "achou por bem a gente se casar logo, pra não haver esses falatórios que ia haver realmente". O rapaz era cinco anos mais velho. 

Em São Luís, uma das meninas mais novas entrevistadas relata que se casou aos 13 com um homem de 36 anos. E mostra a falta de perspectiva como fator fundamental para a decisão, ao dizer o que poderia acontecer caso não estivesse casada: "Acho que eu estaria quase no mesmo caminho que a minha irmã, que a minha irmã tá quase no caminho da prostituição". 

A coordenadora da pesquisa de campo em Belém, Maria Lúcia Chaves Lima, professora da UFPA, disse que as entrevistadas falaram de modo natural sobre suas uniões conjugais, mesmo sendo tão precoces.
"É uma realidade naturalizada e pouco problematizada na nossa região", afirma. 

Segundo Lima, a gravidez ainda é a grande motivadora do casamento na adolescência, e a união é vista como uma forma de controlar a sexualidade das meninas. 

"A lógica é: 'melhor ser de só um do que de vários'. O casamento também aparece como forma de escapar de uma vida de limitações, seja econômica ou de liberdade", diz.

Legislação atrasada

O casamento infantil, reconhecido internacionalmente como uma violação aos direitos humanos, é definido pela Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos da Criança (CRC) – que o Brasil assinou e ratificou em 1990 – como uma união envolvendo pelo menos um cônjuge abaixo dos 18 anos. 

No Brasil, acontece mais frequentemente a partir dos 12 anos, o que faz com que os pesquisadores definam o fenômeno como casamento na infância e na adolescência. 

Segundo a pesquisa, estimativa do Unicef com dados de 2011 aponta que o Brasil ocupa o quarto lugar no mundo em números absolutos de mulheres casadas antes dos 15 anos: seriam 877 mil mulheres com idades entre 20 e 24 anos que disseram ter se casado antes dos 15 anos. 

Mas essa estimativa exclui, por falta de dados, países como China, Bahrein, Irã, Israel, Kuait, Líbia, Omã, Catar, Arábia Saudita, Tunísia e os Emirados Árabes Unidos, entre outros. 

De qualquer modo, os pesquisadores alertam para a falta de discussão sobre o tema no Brasil e a necessidade de mudanças na legislação. No Brasil, a idade legal para o casamento é estabelecida como 18 anos para homens e mulheres, com várias exceções listadas no Código Civil. 

A primeira exceção — compartilhada por quase todos os países do mundo — permite o casamento com o consentimento de ambos os pais (ou com a autorização dos representantes legais) a partir dos 16 anos. 

Outra exceção é que a menor pode se casar antes dos 16 anos em caso de gravidez. E a última, prevista no Código Civil, é que o casamento antes dos 16 anos também é permitido a fim de evitar a "imposição de pena criminal" em casos de estupro. 

Na prática, essa exceção permite que um estuprador evite a punição ao se casar com a vítima.

Sonhos que envelhecem cedo

De acordo com as entrevistas e a análise dos pesquisadores, o que acontece, na maioria das vezes, é que, em vez de serem controladas pelos pais, as garotas passam a ser controladas pelos maridos. Qualquer sonho de escola ou trabalho envelhece cedo, na rotina de criar os filhos e se adequar às exigências do cônjuge. 

O título da pesquisa, , vem de uma frase de um dos maridos entrevistados, de 19 anos, afirmando que a jovem mulher, de 14 anos, grávida à época do casamento, tinha de seguir sua orientação. 

"Ela vai no sonho que eu pretendo pra mim, né? Ela vai seguindo… Acho que é uma desvantagem de a pessoa não ser bem estruturada, né? Geralmente cada um leva as suas escolhas, né? Mas por ela ser mais nova e eu ser mais velho, tipo assim, ela vai no meu barco", resume ele. 

Casadas, as jovens muitas vezes enfraquecem seus laços de amizade, sua vida social e passam a se dedicar apenas ao marido e aos filhos. São alvo do controle e do ciúme dos maridos, e algumas relataram casos de violência. 

"Queremos alertar que essa situação não é apenas restrita aos rincões do país. As entrevistas foram feitas em Belém e São Luís, o que mostra que é uma questão que ocorre nos centros urbanos", afirma Alice Taylor. 

http://noticias.terra.com.br/brasil/pobreza-e-abusos-estimulam-casamentos-infantis-no-brasil,f2b725c87347109fa5bebd48d140c702suofRCRD.html

Como a Alemanha vai se beneficiar ao receber 800 mil refugiados



Quando a chanceler alemã, Angela Merkel, anunciou na semana passada que a Alemanha concederia asilo a 800 mil refugiados neste ano, muitos afirmaram que outros países da União Europeia deveriam seguir o exemplo da maior economia do bloco. 
 
Desde que dezenas de milhares de imigrantes de Síria, África e Oriente Médio começaram a chegar às fronteiras da Europa, a narrativa política na Alemanha tem sido distinta.
Em seus discursos, Merkel vem destacando "o ideal europeu comum". Segundo ela, o continente como um todo tem de se envolver com o problema da crise humanitária na Síria. 

"Se a Europa fracassar no assunto dos refugiados, sua estreita relação com os direitos civis universais serão destruídos", disse a chanceler alemã.
"Como um país financeiramente saudável e forte, temos a força para fazer o que é necessário", acrescentou.
Surpreendentemente, o posicionamento de Merkel quanto à crise humanitária na Síria gerou um inédito consenso no país. Tanto a maioria dos políticos de direita quanto de esquerda apoiam a iniciativa da chanceler. 

Para muitos deles, aceitar refugiados é uma questão de solidariedade com aqueles que fogem de perseguições e guerras. 

No entanto, há razões pragmáticas por trás do autopropalado altruísmo.

Motivos

Efetivamente, a Alemanha possui uma das populações que envelhecem e diminuem mais rapidamente na Europa. 

Segundo estimativas da Comissão Europeia, calcula-se que em 2060 a população do país encolherá em 10 milhões de pessoas, passando de 81,3 milhões em 2013 para 70,8 milhões. 

Por essa razão, o país poderia beneficiar-se de um influxo de jovens trabalhadores.
Por outro lado, acredita-se que o Reino Unido se tornará o país mais populoso da União Europeia. Segundo o relatório da entidade, a população do país vai aumentar das atuais 64,1 milhões para 80,1 milhões de pessoas em 2060. 

O crescimento da população britânica é resultado da taxa de fertilidade relativamente alta e de um dos maiores saldos líquidos de imigração entre todos os países que pertencem ao bloco comum.
Essa diferença pode ajudar a explicar por que Alemanha e Reino Unido mantêm posições diferentes sobre imigração.

Carga

No caso alemão, a crescente proporção de cidadãos dependentes antecipa um enorme fardo para os contribuintes. 

Estima-se que a proporção de pessoas com 65 anos ou mais sobre a população entre 15 e 64 anos aumentará de 32% em 2013 para 59% em 2060. 

Em outras palavras, isso significa que daqui a 45 anos haverá dois alemães com menos de 65 anos trabalhando e gerando impostos para cada alemão aposentado. 

Segundo explica o editor de economia da BBC, Robert Peston, "considerando essas circunstâncias, seria particularmente útil para a Alemanha receber um influxo de famílias jovens da Síria ou de outras partes, que estão dispostas a trabalhar duro e se esforçar para reconstruir suas vidas e demonstrar a seus anfitriões que não são um fardo". 

Mas nem tudo é boa notícia para a Alemanha.
A entrada maciça de imigrantes, como está acontecendo agora, cria enormes desafios para a sociedade.
Governos de muitas cidades dizem estar sobrecarregados pois não têm onde abrigar os refugiados, que chegam a dezenas de milhares de pessoas. 

E os sistemas de segurança social e os orçamentos regionais vão ter de enfrentar crescentes custos adicionais. 

Mas, como observou em sua edição internacional a revista , a entrada sem precedentes de imigrantes na Alemanha "vai mudar fundamentalmente o país." 

"(Os refugiados) representam um fardo, mas são também uma oportunidade para criar uma nova Alemanha, mais cosmopolita e generosa". 

E a onda de imigração também é bem recebida pelos empresários. "Embora a taxa oficial de desemprego seja de quase 2,8 milhões no país, diz a , a comunidade empresarial precisa urgentemente de trabalhadores."
"A economia alemã depende da imigração, tanto da Europa quanto de pessoas que entram no país devido aos direitos de asilo." 

"Com uma população em queda, as empresas não podem preencher todos os postos de trabalho e trabalhadores qualificados são cada vez mais raros. Essa tendência será agravada nos próximos anos. Trata-se de uma realidade que ameaça a prosperidade do país", afirma a publicação. 

Especialistas dizem que a Alemanha não vai conseguir satisfazer suas necessidades somente com o mercado de trabalho europeu, onde é permitida a livre circulação de trabalhadores na União Europeia. 

Em meio ao acalorado debate sobre imigração, o governo alemão não está isento de críticas, muitas das quais partem de setores à extrema-direita tradicionalmente contrários a entrada de estrangeiros no país. 

http://noticias.terra.com.br/mundo/como-a-alemanha-vai-se-beneficiar-ao-receber-800-mil-refugiados,883e412136cffca20392961d3e02f17bq640RCRD.html

Aécio diz que é inconstitucional aumentar impostos por decreto

O presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), afirmou nesta terça-feira, 8, que considera "inconstitucional" um eventual aumento de impostos pelo governo por meio de decretos presidenciais. Segundo o tucano, a oposição é absolutamente contrária a qualquer tentativa de aumento de impostos e vai reagir no Congresso contra "qualquer artifício" para se aprovar uma elevação da carga tributária.

"Nós obstruiremos qualquer tentativa que o governo queira fazer nessa direção e inclusive se quiser aumentar impostos por decreto, nós iremos reagir no Congresso Nacional buscando esse decreto", criticou. Para Aécio, a intenção do governo é mais uma "demonstração de desespero" que, mesmo diante da gravidade, não sabe apontar o caminho para superar a crise que não a "forma rudimentar" de supressão de direitos e aumento de impostos. Ele disse que não topa um aumento de impostos nem se for por prazo determinado. "Nem se for temporário, nós já passamos da idade de acreditar em conto da carochinha", disse ele, ao destacar que impostos temporários posteriormente se tornaram permanentes.

Repatriação
O tucano afirmou ver com "muita preocupação" a proposta do governo de aprovar uma repatriação de recursos de brasileiros ou empresas nacionais que mantém recursos no exterior sem declará-los ao Fisco. Segundo ele, até o momento não foram apresentadas as salvaguardas para impedir que recursos de corrupção e narcotráfico possam retornar ao País de forma legal.

Diante da resistência do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de votar um texto oriundo do Senado, o governo deve editar uma medida provisória com a proposta de repatriação. Aécio disse que não considera que os recursos da repatriação são suficientes para financiar o fundo de compensação previsto para acabar com a guerra fiscal entre os Estados.

http://www.istoedinheiro.com.br/noticias/economia/20150908/aecio-diz-que-inconstitucional-aumentar-impostos-por-decreto/296890

Demissões chegam ao comércio e aos serviços

Após quase um ano e meio atendendo no balcão de uma loja de importados no Rio, Geraldo Junior Carneiro, de 25 anos, ficou desempregado em julho, quando ele e outros três funcionários viram o negócio fechar as suas portas. A escalada do dólar em 2015 encareceu os produtos, que não couberam mais no orçamento dos consumidores, cada vez mais cautelosos nas compras. A saída dos donos foi encerrar as atividades para evitar prejuízo maior.

"Os proprietários foram sinalizando que o quadro estava ruim nos últimos meses e chegou ao ponto em que precisaram fechar", conta Carneiro, que agora revê alguns hábitos. "Já no começo do ano diminuí o valor do meu pacote de internet e da TV a cabo e mudei meu celular de pós para pré-pago. Estou em busca de outro emprego, porque a situação está preocupante."

O comércio e os serviços são os setores que mais empregam no Brasil e adiaram por um bom tempo o ajuste no pessoal ocupado. Mas nem eles suportaram a pressão da inflação elevada, do aumento dos juros e, principalmente, da queda na renda das famílias. Com a recuperação ainda distante, os dois segmentos caminham para ter, neste ano, o primeiro corte de vagas formais após mais de uma década sustentando o crescimento do mercado de trabalho do País.

Só o comércio vai fechar quase 181,3 mil postos com carteira assinada, prevê o economista Fabio Bentes, da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A entidade leva em conta a evolução do varejo ampliado (que inclui veículos e materiais de construção) e do atacado no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Nos serviços, as demissões de trabalhadores formais devem totalizar 106 mil.

Nos dados do IBGE, que incluem empregos com e sem carteira assinada, os dois setores cortaram 62 mil vagas em julho na comparação com igual período de 2014, segundo a Pesquisa Mensal de Emprego, que investiga as seis principais regiões metropolitanas do País (São Paulo, Rio, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife e Salvador). Um mês antes, as demissões haviam atingido mais de 208 mil no mesmo tipo de comparação.

Lojas fechadas
Em muitos casos, a situação é tão dramática que inviabiliza o negócio. Na cidade do Rio, 1.280 lojas fecharam nos primeiros cinco meses deste ano, alta de 33% em relação a igual período de 2014, segundo levantamento do Sindilojas Rio. "Considerando a média de funcionários, isso significa entre 13 mil e 20 mil demissões", afirma o presidente da entidade, Aldo Gonçalves.

Nem o comércio popular escapa do mau momento. No Saara, tradicional centro de compras no centro carioca, pelo menos 100 lojas estão à venda, algo incomum para a região. "A economia do Rio tem um agravante, é muito voltada para o petróleo, e o preço está em queda. E ainda tem a corrupção na Petrobrás", diz Gonçalves.

Em São Paulo, a situação também é ruim, com o fechamento de 57 mil postos ao longo dos último meses. "Nunca tivemos um início de ano tão ruim para o mercado de trabalho do comércio como em 2015", conta o economista Jaime Vasconcellos, assessor econômico da FecomercioSP.

As grandes empresas não ficam fora desse cenário. A Via Varejo, dona das Casas Bahia e do Ponto Frio, informou que demitiu 4,8 mil pessoas no segundo trimestre deste ano. "Para manter a estrutura da companhia adequada ao atual cenário econômico, a empresa está gerenciando as reposições de forma mais seletiva", disse em nota. Já o Grupo Pão de Açúcar, dono das bandeiras Pão de Açúcar e Extra, informou que dispensou 7 mil trabalhadores entre abril e junho.

Serviços
O quadro nos serviços tampouco é alentador. Segundo a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), estabelecimentos com preço médio entre R$ 30 e R$ 70 são os mais afetados, com queda de 20% a 30% do faturamento nos últimos meses. Os únicos que crescem têm preço médio abaixo de R$ 20.
"As pessoas estão buscando lugares mais baratos para comer. O serviço de alimentação fora do lar é essencial hoje para muitos brasileiros, que não têm como cortar esse custo, mas estão buscando readequá-lo", explica Paulo Solmucci Júnior, presidente da entidade.

O comércio e os serviços geralmente são os últimos a demitir, mas o ajuste no mercado de trabalho desses setores tende a ser mais rápido e profundo, segundo economistas. "Não há perspectiva de recuperação em 2015 e 2016, até 2017. Enquanto houver retração de vagas formais, o ciclo vai piorar", aponta Vasconcellos.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Bradesco, BB e HSBC elevam juros do cheque especial em setembro, diz Procon

Bancos elevam juros do cheque especial mês a mês A taxa de juros cobrada pelos bancos continua subindo no mês de setembro. Dados divulgados nesta terça-feira (8) pela Fundação Procon mostram que das sete instituições financeiras avaliadas. O Banco do Brasil, Bradesco e HSBC elevaram as taxas do cheque especial e apenas a Caixa Econômica Federal elevou a do empréstimo pessoal. 

A pesquisa foi realizada no dia 2 de setembro no Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, HSBC, Itaú, Safra e Santander. Os dados se referem às taxas máximas pré-fixadas para clientes não preferenciais.

No dia da pesquisa do Procon, a taxa média cobrada pelos bancos no cheque especial era 11,9% ao mês, superior à de agosto, quando a média era 11,67%. A maior alta ocorreu no Banco do Brasil, que alterou a taxa do cheque especial em setembro de 10,53% para 11,38% ao mês. Também elevaram os juros do cheque especial o Bradesco (de 11,3% para 11,64% ao mês) e o HSBC (de 13,21% para 13,67%  ao mês). Os demais bancos mantiveram a taxa do cheque especial.

Já no empréstimo pessoal, a taxa média de juros cobrada pelos bancos foi 6,26% ao mês. O valor é superior ao de agosto, quando a taxa média cobrada era 6,23% ao mês. O único banco que elevou os juros do empréstimo pessoal foi a Caixa, que passou de 4,6% ao mês para 4,8% ao mês.

Com as taxas de juros elevadas e sem perspectiva de redução, o Procon alerta o consumidor para que esteja atento e não ceda a impulsos, principalmente com as facilidades que são oferecidas pelos bancos. O Procon também alerta o consumidor para que adie certas compras que impliquem em aquisição de crédito, para um momento em que a conjuntura esteja mais favorável.

http://economia.ig.com.br/financas/meubolso/2015-09-08/bradesco-bb-e-hsbc-elevam-juros-do-cheque-especial-em-setembro-diz-procon.html

Temer vai propor aumento de tributo sobre gasolina para ajustar contas

O tema será debatido em jantar agendado para a noite desta terça no Palácio do Jaburu, residência oficial da vice-presidência

A proposta de Temer, feita a partir de sugestão do ex-ministro Delfim Netto, pode gerar cerca de R$ 15 bilhões ao governo federal e R$ 5 bilhões para os Estados
A proposta de Temer, feita a partir de sugestão do ex-ministro Delfim Netto, pode gerar cerca de R$ 15 bilhões ao governo federal e R$ 5 bilhões para os Estados
Em sua estratégia de colocar seu partido, o PMDB, na linha de frente das negociações para encontrar saídas para a crise econômica, o vice-presidente Michel Temer vai propor nesta terça-feira (8) a governadores peemedebistas o aumento da Cide (tributado cobrado sobre a venda de combustíveis) sobre gasolina para gerar recursos para os cofres da União e dos Estados.

A proposta de Temer, feita a partir de sugestão do ex-ministro Delfim Netto, pode gerar cerca de R$ 15 bilhões ao governo federal e R$ 5 bilhões para os Estados. A expectativa do vice é encontrar formas de eliminar o deficit primário de R$ 30,5 bilhões previsto no Orçamento de 2016 enviado pelo governo ao Congresso.

O tema será debatido em jantar agendado para a noite desta terça no Palácio do Jaburu, residência oficial da vice-presidência, com a participação dos presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e dos governadores do PMDB.

A ideia já vinha sendo discutida internamente pelo Palácio do Planalto e o aumento da Cide recairia apenas sobre a gasolina, não sendo elevada no caso do diesel. Motivo: reduzir o impacto inflacionário da elevação do tributo. Atingindo apenas a gasolina, a medida elevaria a inflação em cerca de um ponto percentual.

Este é o principal entrave para a adoção da medida, que teria validade a partir do próximo ano. Ficaria mais difícil a meta do Banco Central de fazer a inflação convergir para o centro da meta, de 4,5%, em dezembro do próximo ano.

A atuação do vice-presidente diante de setores do PMDB, por sinal, tem preocupado o Palácio do Planalto que, nos últimos dias, viu crescer entre os principais auxiliares de Dilma Rousseff o temor de desembarque do governo do maior partido da base aliada.

Diante do clima de conspiração que tomou o Planalto desde que o vice foi a público dizer que era preciso "alguém com capacidade de reunificar a todos" para enfrentar a crise, ministros petistas e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva aconselharam Dilma a centrar esforços para "repactuar com o PMDB" e se reaproximar de Temer.

A avaliação é que, sem o partido aliado e o apoio do vice-presidente, Dilma entrará no pior cenário de isolamento político, o que deixará sua governabilidade "praticamente inviável".

Temer se afastou da articulação política do governo, recusou-se a retomá-la mesmo após apelo da presidente, e tem se reunido com diversos grupos e setores do PMDB para discutir saídas para a crise.

Depois do encontro com os presidentes do Legislativo e governadores peemedebistas, Temer fará, nesta quarta (9), uma reunião com cerca de cem dirigentes sindicais filiados à CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros), entidade ligada ao PMDB.

O Planalto acredita que é preciso investir no diálogo com peemedebistas mais simpáticos ao governo, isolando Cunha e os ex-ministros Moreira Franco e Geddel Vieira Lima, que pressionam Temer pelo desembarque oficial do PMDB.

Segundo a reportagem apurou, porém, não há nenhuma decisão fechada nesse sentido e, durante o jantar desta terça com governadores, Temer vai adotar um discurso conciliador para "resolver os problemas do governo", propondo saídas para o rombo fiscal de R$ 30,5 bilhões previsto para o ano que vem.

http://minasgerais.ig.com.br/?url_layer=2015-09-08/11108707.html

Ministros do STF decidem se porte de drogas deixa de ser crime no Brasil

O relator, ministro Gilmar Mendes, votou favorável à descriminalização, no mês passado

Brasília - O julgamento da descriminalização do porte de drogas volta hoje ao plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) e ainda é incerto se os ministros irão fazer o porte de entorpecentes deixar de ser crime no país. Em países como Espanha, Uruguai, Portugal e alguns estados dos Estados Unidos, a lei determina a quantidade de droga que difere o uso pessoal do tráfico.

O relator, ministro Gilmar Mendes, votou favorável à descriminalização, no mês passado. Ele sugeriu medidas alternativas para usuários com a ficha penal suja, e que eles sejam apresentados ao juiz para que ele decida se a quantidade de droga é tráfico ou consumo próprio.

O ministro Luiz Edson Fachin pediu vistas do processo e adiou a decisão. O caso que chegou à Corte e motivou a discussão no STF é resultado de um recurso, protocolado pela Defensoria Pública de São Paulo, sobre um ex-preso condenado a dois meses de prestação de serviços por ter sido flagrado portando três gramas de maconha.

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) foi uma das entidades que reagiram contra a possibilidade de descriminalização.

http://odia.ig.com.br/noticia/brasil/2015-09-09/ministros-do-stf-decidem-se-porte-de-drogas-deixa-de-ser-crime-no-brasil.html

Senado aprova cota mínima para mulheres nas Casas legislativas

Proposta que altera Ato das Disposições Constitucionais faz parte da série de sugestões da Comissão da Reforma Política

O Plenário do Senado aprovou em segundo turno a proposta de emenda à Constituição (PEC 98/2015) que reserva a cada gênero um percentual mínimo de cadeiras nas representações legislativas em todos os níveis federativos, nesta terça-feira (8). A medida abrange a Câmara dos Deputados, assembleias legislativas, Câmara Legislativa do Distrito Federal e câmaras municipais.
Senadoras debatem Proposta de Emenda Constitucional, aprovada com apenas 4 votos contrários
Marcos Oliveira/Agência Senado
Senadoras debatem Proposta de Emenda Constitucional, aprovada com apenas 4 votos contrários
Foram 53 votos a favor e apenas quatro contrários. A proposta já havia sido aprovada em primeiro turno no Senado, em 25 de agosto, e agora segue para análise da Câmara dos Deputados.

A PEC assegura a cada gênero percentual mínimo de representação nas três próximas legislaturas: 10% das cadeiras na primeira, 12% na segunda e 16% na terceira. Caso o percentual mínimo não seja atingido por um determinado gênero, as vagas necessárias serão preenchidas pelos candidatos do gênero com a maior votação nominal individual entre os partidos que atingiram o quociente eleitoral. 

A proposta altera o Ato das Disposições Constitucionais Transitórias e faz parte das sugestões da Comissão da Reforma Política.
GêneroA aprovação, no entanto, foi marcada por uma polêmica sobre a redação da PEC. O senador Magno Malta (PR-ES) se manifestou contrário à cota, argumentando que “quem vota é o povo”. Ele ainda questionou a expressão “cada gênero” no texto da proposta. Para o senador, seria uma “expressão subliminar” para permitir, no futuro, o pedido de cotas na política para transexuais e homossexuais.

A senadora Rose de Freitas (PMDB-ES) reagiu, dizendo que “nenhuma má interpretação pode conduzir uma luta tão intensa em uma hora que temos de convergir forças”. Lídice da Mata (PSB-BA) disse que, na verdade, só existem dois gêneros, o masculino e o feminino. 

Ela sugeriu colocar a expressão “gênero feminino” e “gênero masculino” como forma de superar o impasse — o que foi aceito pelo presidente do Senado, Renan Calheiros, e pelo relator da proposta, Romero Jucá (PMDB-RR). A senadora ainda negou que a proposta desqualifique o voto popular afirmando que ela ajuda a firmar a posição da mulher na sociedade.

"Não é possível que os senhores acreditem que as mulheres sejam minoria apenas porque não gostam de política! Ora, pelo amor de Deus!", criticou Lídice. Com a alteração no texto, o senador Magno Malta decidiu apoiar a PEC.

Avanço
Na avaliação da senadora Marta Suplicy (sem partido-SP), a proposta não é exatamente o que se queria, mas um primeiro passo e uma alavanca para muitas mulheres que querem ser candidatas. 

A senadora Lúcia Vânia (PSB-GO), por sua vez, definiu a medida como um avanço para a atividade da mulher na política, e Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) e Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) destacaram a importância PEC. 

O senador Humberto Costa (PT-PE) fez elogios ao texto, mas também o lamentou, dizendo ser ainda um “passo muito pequeno”. "As condições para que a mulher faça política ainda são muito adversas", ele criticou.

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