Policiais militares empregados no patrulhamento de ruas e avenidas do centro do Rio de Janeiro afirmaram ao UOL, nesta quinta-feira (10), que a apreensão de menores suspeitos de roubos e assaltos na região é como "enxugar gelo", já que a maioria é liberada e volta a cometer os mesmos delitos.
Os menores costumam circular em grupo, quase sempre desarmados, e são protagonistas uma onda de assaltos na área e no entorno da Central do Brasil, em especial na avenida Presidente Vargas, uma das principais vias no coração da cidade.
No local, uma mulher sofreu uma tentativa de assalta no momento em que era entrevistada pela "TV Globo" sobre o clima de insegurança na região, na quarta-feira (9). As imagens provocaram uma reação por parte da Polícia Militar, que reforçou o patrulhamento no centro com mais 50 PMs.
"Quem rouba aqui é menor de idade. Eles sabem que a lei favorece eles, e por isso continuam a cometer esses delitos. Quando a gente leva para a delegacia, eles até riem, debocham, porque sabem que depois de um ou dois dias vão estar de volta às ruas", disse um PM, que pediu para não ter a identidade revelada.
"Até tem policiamento nas ruas, mas a ousadia e a falta de respeito deles é que faz com que a situação fique do jeito que está", disse outro policial militar, que também pediu anonimato.
Um policial civil da DPCA (Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente), que recebe os menores apreendidos pela prática de delitos na região, disse que muitos dos infratores conduzidos a unidade são reincidentes. "Alguns já passaram umas cinco, seis, até oito vezes por aqui", afirmou o agente. "Tem até alguns que chegam aqui chorando, mas a maioria é dissimulada", completou.
"Quem rouba aqui é menor de idade. Eles sabem que a lei favorece eles, e por isso continuam a cometer esses delitos. Quando a gente leva para a delegacia, eles até riem, debocham, porque sabem que depois de um ou dois dias vão estar de volta às ruas", disse um PM, que pediu para não ter a identidade revelada.
"Até tem policiamento nas ruas, mas a ousadia e a falta de respeito deles é que faz com que a situação fique do jeito que está", disse outro policial militar, que também pediu anonimato.
Um policial civil da DPCA (Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente), que recebe os menores apreendidos pela prática de delitos na região, disse que muitos dos infratores conduzidos a unidade são reincidentes. "Alguns já passaram umas cinco, seis, até oito vezes por aqui", afirmou o agente. "Tem até alguns que chegam aqui chorando, mas a maioria é dissimulada", completou.
Violência no Rio de Janeiro em 2014
Mulher é assaltada na avenida Presidente Vargas, no centro do Rio, no momento em que dava uma entrevista para a "TV Globo"
"Quem rouba aqui é menor de idade. Eles sabem que a lei favorece eles, e por isso continuam a cometer esses delitos. Quando a gente leva para a delegacia, eles até riem, debocham, porque sabem que depois de um ou dois dias vão estar de volta às ruas", disse um PM, que pediu para não ter a identidade revelada.
"Até tem policiamento nas ruas, mas a ousadia e a falta de respeito deles é que faz com que a situação fique do jeito que está", disse outro policial militar, que também pediu anonimato.
Um policial civil da DPCA (Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente), que recebe os menores apreendidos pela prática de delitos na região, disse que muitos dos infratores conduzidos a unidade são reincidentes. "Alguns já passaram umas cinco, seis, até oito vezes por aqui", afirmou o agente. "Tem até alguns que chegam aqui chorando, mas a maioria é dissimulada", completou.
De acordo com o policial, os menores que são levados à delegacia "nunca saem pela porta da frente". "Sempre encaminhamos estes jovens ou para a Justiça, ou para os responsáveis. Infelizmente, eles acabam voltando", declarou. "Eles não querem ficar nos abrigos. A maioria quer ficar na rua mesmo. (...) Acho que isso ajuda a explicar por que a situação está como está", finalizou.
Relatos de vítimas
Segundo dados do ISP (Instituto de Segurança Pública), são registrados aproximadamente cem roubos a transeunte por mês na região central do Rio. A reportagem do UOL ouviu relatos de pessoas que trabalham ou estudam nos arredores da Central do Brasil --onde estão situadas a sede da 4ª DP, a Secretaria de Estado de Segurança Pública e o CML (Comando Militar do Leste)--, e que já foram vítimas de roubos e assaltos.
A maioria afirma que o policiamento na área é insuficiente, e diz esperar que o reforço seja ainda maior e permanente. Nenhuma das pessoas ouvidas pela reportagem registrou o roubo na Polícia Civil. Por conta das frequentes ações de ladrões, colares, celulares e outros acessórios se tornaram itens a serem evitados na região
A estudante de direito da FND (Faculdade Nacional de Direito) Mariana Landi, 18 anos, contou ter sido assaltada no fim do ano passado quando estava caminhando em direção ao metrô: "Puxaram o meu cordão e eu também já vi várias pessoas sendo assaltadas dessa forma aqui. Hoje em dia eu evito usar [acessórios], coloco o celular, dinheiro dentro da roupa porque, se eles puxarem minha bolsa, pelo menos não levam nada de muito valor".
O policiamento, segundo Mariana, é pontual. "Quando tem algum assalto, às vezes alguém pede e vem uma viatura de Polícia aqui, mas logo depois já vai embora. E os assaltos acontecem até mesmo na frente dos policiais e ninguém faz nada", afirmou.
Para um comerciante que trabalha no terminal rodoviário da Central do Brasil e pediu anonimato, não adianta prender os autores dos roubos porque eles sempre voltam no dia seguinte. "Tem que dar uma atividade pra ocupar eles", opinou.
"Esse policiamento é só porque vocês da imprensa estão aqui", disse uma cobradora de ônibus que também pediu para não se identificar, em referência à presença de equipes de reportagem no local. "Geralmente é muito menor", completou. "[A ocorrência de assaltos] é a coisa mais comum que tem por aqui. Por incrível que pareça, virou um fato normal", declarou ela.
O taxista Sebastião de Paula, 39, contou ter testemunhado dois assaltos praticados, nos últimos meses, na avenida Presidente Vargas, por "meninos que não aparentavam ter nem 15 anos". "Eram uns moleques franzinos, magros, de baixa estatura", descreveu o motorista.
Acostumado a levar e pegar passageiros nas imediações da Central do Brasil, o taxista recomenda atenção máxima para quem passar pela área. "Pra passar por ali, tem que ficar com um olho no padre e outro na missa. Eles [os ladrões] dão preferência a quem está distraído", afirmou Sebastião. "Tem muita gente circulando e quase não se vê polícia. Pra mim é o lugar no Rio com a maior concentração de furtos", opinou.
Em nota, a PM ressaltou que o "problema de menores e dependentes químicos que realizam furtos na região não é só uma questão de Segurança Pública". "Envolvem também aspectos sociais, como a questão dos menores abandonados e aspectos de saúde, como a dependência química além da grande reincidência de menores infratores, que após serem detidos pelos policiais, aproximadamente 40% deles volta a cometer crimes, segundo dados do ISP", diz a nota.
A Polícia Militar informou ainda que, no primeiro trimestre deste ano, policiais 5º BPM (Centro), responsável pelo policiamento na área, conduziram, por crimes diversos, 342 pessoas a delegacias, sendo 241 maiores e 101 menores. Segundo relatos dos PMs ouvidos pela reportagem, os menores são responsáveis por quase todos os roubos registrados na região.
Nos últimos levantamentos mensais divulgados pelo ISP, de novembro do ano passado a janeiro deste ano, a quantidade de roubos a transeuntes registrados na área onde fica a Central do Brasil variou de 98 a 100, média de aproximadamente 3,3 assaltos por dia.
http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2014/04/11/pms-dizem-enxugar-gelo-ao-apreender-menores-que-roubam-no-centro-do-rio.htm
http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2014/04/11/pms-dizem-enxugar-gelo-ao-apreender-menores-que-roubam-no-centro-do-rio.htm