Estresse psicológico - Policial Militar, a profissão de risco.
O Policial Militar para o governo é como material descartável.
Mais de 70% dos Policias Militares, relatam que
durante a sua história na Polícia Militar, sempre enfrentaram situações
difíceis, o contato direto com os dois lados da história, vítimas e suspeitos,
e além de outros serviços atribuídos ao policial, fez com que o nível de
estresse o deixasse doente.
Nos quartéis, o assunto ainda é um tabu, mas, mesmo com resistência, começa a
ser relatado pelos os próprios policiais e os resultados são preocupantes que a convivência com a violência crua tem reflexos sobre a saúde física e
mental do Policial.
Os sintomas se agravam a cada dia e não se ver uma preocupação, um estudo
para quantificar e qualificar este problema. Existem policiais que
precisariam até mesmo de avaliação psiquiátrica porque já apresentam transtorno
psicológico. Policiais com níveis de estresse altíssimos que a
grande maioria não tem ideia de que pode estar com depressão.
O depoimento que o blog irá publicar aqui é do Soldado Diego Paixão da
Associação de Bacabal-MA (ASPOMMEM), recentemente transferido do seu
local de trabalho para uma das cidades mais pobres e de difícil
acesso no Estado do Maranhão é o retrato do descaso por por parte do Governo.
Bom dia senhores, aqui quem vos fala é o Sd Diego Paixão da Associação de Bacabal-MA (ASPOMMEM).
Mais
uma vez é chegado a hora de lutarmos pelos nossos direitos. Hoje estão
tentando oprimir e calar a voz das Associação Militares, amanhã poderá
ser a sua vez. Levantem-se e vamos mostrar que a nossa Polícia Militar é
feita de homens e mulheres, honrados, corajosos, e determinados, disse
Diego.
Pelos menos quatro militares foram transferidos nas
últimas semanas, todos vítimas de perseguições por parte das autoridades
do governo. Diego foi transferido para a cidade de Marajá do Sena e
ainda como parte da punição terá que responder a vários procedimentos
disciplinares pelo simples fato de mostrar a cara e lutar por
melhores condições de trabalho e valorização da classe militar.
A
situação em que são obrigados a trabalhar no Destacamento da Policia
Militar de Marajá do Sena é humilhante. O local é totalmente insalubre,
sem água encanada, esgotos e fossa aberta passando no fundo do quintal,
odor insuportável, banheiros sem condições de uso, colchões em péssimas
condições, viatura quebrada há mais de três meses. E o mais grave: O
único meio de transporte usado pelos militares é uma motocicleta e
quando há a necessidade de conduzir envolvidos nas ocorrências, os PMs
são obrigados a se deslocar para a cidade de Paulo Ramos, distante há 43
quilômetros infringindo ainda as leis de trânsito, indo um Policial
pilotando o conduzido e mais um PM na moto , isso quando não há mais pessoas
envolvidas quando são obrigados a se deslocarem para a beira da rodovia em
busca de uma carona, situação de total humilhação. No local onde
funciona o destacamento há uma ordem de despejo na justiça há mais de
dois meses, além de que a alimentação, combustível e alojamento é tudo
arcado pela prefeitura.
Esta é a forma como o policial está sendo tratado tanto
pelo Governo e Chefes Militares gerando um desequilíbrio completo do
policial. É lamentável que na corporação militar e as
autoridades ainda usam a tortura psicológica, o medo e a opressão para impor
respeito e a obediência cega, quando se pode muito bem, com disciplina e hierarquia, impor
respeito, sem medo.
A máxima e verdadeira é: Para mudar tem que participar. Assim acontece
dentro de qualquer organização. As Praças parecem ser usados como massa de
manobra através de falsos benefícios por parte daqueles que através de uma
logística muito bem arquitetada com ideologias dominantes e injustas que
permitem ser enganados a fazer o que eles pensam como se fossem gado que os
vaqueiros conduzem para onde querem.
Infelizmente o que se vê hoje são grupos dentro de uma organização que
age de acordo com suas próprias noções de justiça, ignorando o Estado de
Direito. Conseguem fazer pressão com suas invasões arbitrárias no psicológico e
ego das pessoas obrigando-os a apoiar o sistema opressor.
É
lamentável que muitos assumem cargos e
responsabilidades que não são deles, mais pela satisfação pessoal, pelas
mentiras plantadas e pela vaidade exacerbada, se corrompem e viram oposição
contra seus pares sendo refém das ameaças veladas, quando deveriam estar
unidos, estimulando e nos fortalecendo, passam a ser vistos como
grupos criados dentro da própria instituição com objetivo de desestimular e
desmobilizar, vista como uma construção para desconstruir o que se deseja alcançar, seguindo uma linha auxiliar de direita para anular as ações em prol
da categoria. Infelizmente, para um pequeno grupo dentro da instituição
policial, As praças são tidos como iletrados, alienados, desprovido de
entendimento e passíveis de serem dobrados.
Os governos parecem considerar o policial como um
funcionário qualquer, deixando de observar que nenhuma função pública ou
privada reúne tantos fatores estressantes como o trabalho policial: Exposição
continuada às intempéries e à poluição ambiental, horários prolongados,
salários indignos e miseráveis, e ainda vivendo em permanente risco de vida.
Quando vejo muitos policiais que sofrem de alguma
sequela, cujas doenças são inúmeras e muitos já descartados pela própria
instituição, essas sequelas são partes do resultado da opressão e tratamento
que sofreram durante o tempo militar, mesmo que não queiram admitir. Alguma
coisa está errada em sua estrutura, mas as autoridades militares não querem
enxergar. Preferem que o mal continue.
Em seus discursos, os militares,
governos e as autoridades falam de uma instituição centenária que tem prestado
grandes serviços à nação, mas não refletem e analisam que essa corporação
precisa se alinhar e se renovar aos novos tempos, para melhor servir à
sociedade que a mantém com tantos sacrifícios.
O policial precisa ser respeitado
para respeitar, não com chibata.