sábado, 5 de outubro de 2013

Delegado diz estar convencido de que Amarildo foi torturado



A investigação sobre a morte de Amarildo de Souza, realizada pela Polícia Civil do Rio, reuniu 22 depoimentos de pessoas que teriam sido torturadas nos últimos seis meses pelos policiais da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) localizada na Rocinha, favela da zona sul carioca. 

De acordo com o delegado Rivaldo Barbosa, titular da Divisão de Homicídios, apesar de não haver no inquérito uma testemunha que tenha visto Amarildo sendo torturado, os 22 relatos traduziriam como procediam os policiais sob o comando do major Edson Santos ao interrogar as pessoas consideradas por eles como suspeitas de ligação com o tráfico. 

Entre as agressões, informou o delegado, choques elétricos e asfixias com uso de sacos plásticos eram recorrentes nos depoimentos. 

"Estamos convencidos de que Amarildo sofreu este mesmo tipo de tortura", afirmou o delegado.

A equipe da Divisão de Homicídios também grampeou, com autorização judicial, os telefones de todos os indiciados pelo desaparecimento do morador da Rocinha. 

Em uma das ligações interceptadas, o policial Marlon Campos Reis em conversa com sua namorada mencionou a investigação em curso: "Eles já sabem o que aconteceu. Só não têm como provar". 

A RECONSTITUIÇÃO DA PRISÃO
Durante uma entrevista coletiva que se estendeu por mais de uma hora, o delegado Rivaldo Barbosa reconstituiu em detalhes os últimos momentos de Amarildo, baseado nos 133 depoimentos que resultaram em um inquérito de 2000 páginas. 

No domingo, 14 de julho, data do desaparecimento de Amarildo, havia uma operação da Polícia Militar em curso na Rocinha com o objetivo de prender traficantes dentro da comunidade. 

Um informante teria relatado a Douglas Vital, um dos policiais da UPP na favela, uma conversa entre Amarildo e um traficante. 

"Nós chegamos a esse informante. Ele ouviu o Amarildo dizer a um traficante que não queria mais ficar com a chave do paiol de armas". 

REGISTROS DE TELEFONE
De acordo com o delegado, o informante revelou detalhes das conversas telefônicas que teve com Vital, onde indicou o localização de Amarildo para que os policiais da UPP pudessem prendê-lo. Os policiais têm os registros com os horários exatos das ligações entre o informante e Vital naquele dia 14 de julho. 

"Às 18h59m, o soldado Douglas Vital já estava posicionado no bar (próximo à casa de Amarildo) e ligou para o informante para saber onde ele estava. O informante disse que Amarildo já estava a caminho", relatou a delegada Ellen Souto, da Divisão de Homicídios, que também participou da investigação. 

O informante que passou a colaborar com os investigadores foi incluído no Programa de Proteção à Vítimas e Testemunhas. 

"BOI, PERDEU. CHEGOU A TUA HORA!"
Ao se aproximar do bar, Amarildo foi o único a ser abordado. Ao vê-lo, Vital teria dito: "Boi, documento!" 

Boi era o apelido de Amarildo. Do bar, ele seguiu em direção ao Centro de Comando e Controle (CCC) da UPP. No caminho, segundo a investigação, uma outra testemunha teria ouvido o soldado Douglas Vital dizer ao morador: "Boi, perdeu. Chegou a tua hora." 

Do CCC, Amarildo foi levado pelo policiais ao encontro do major Edson Santos na sede da UPP, situada na parte mais elevada da Rocinha. Foi o lugar onde Amarildo teria sido torturado, segundo concluíram os investigadores da Divisão de Homicídios. 

A CÂMERA DO ESCADÃO
Nos depoimentos, os policiais indiciados apresentaram a mesma versão: na sede da UPP, eles perceberam que não havia razão para deter o morador, que acabou liberado e seguiu para casa descendo por um escadão existente perto do posto policial. 

Uma das 84 câmeras de monitoramento espalhadas pela Rocinha estava direcionada para este mesmo escadão, e não houve registro da passagem de Amarildo pelo local. 

"Descobrimos que os policiais indiciados não sabiam da existência desta câmera no escadão. Por isso, eles criaram a tese de que Amarildo teria usado este caminho para voltar para casa", acrescentou Ellen Souto. 

MORTE EM SEDE DA UPP
A divisão de homicídios também ouviu o depoimento de um policial que teria passado pela UPP no momento em que Amarildo estaria sendo interrogado pela equipe do major Edson Santos. 

"O policial narrou que, quando chegou à sede da UPP, não havia ninguém no contêiner (adaptado como base para os policiais da unidade), mas ele enxergou um aglomerado de pessoas no parque ecológico", disse Elle Souto. 

O tal parque é um terreno rodeado pela mata, situado na área onde a sede do UPP está instalada. Em seu testemunho, o policial não especifica se eram policiais que estavam naquele grupo de pessoas reunido em torno de meia-noite perto da UPP. 

O inquérito não esclarece qual teria sido o destino do corpo de Amarildo. Os investigadores informaram que oito cadáveres encontrados em todo o Estado do Rio estão sendo periciados com o objetivo de checar se entre eles estaria o morador da Rocinha. 

 http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2013/10/1352360-delegado-diz-estar-convencido-de-que-amarildo-foi-torturado.shtml

Policial posta foto fazendo piada com manifestação de professores



Uma foto postada por um policial militar do Rio de Janeiro no Facebook vem causando polêmica dentro e fora da rede social. Reconhecido apenas como "Tiago Tiroteio", seu nome na web, o oficial divulgou imagem na qual mostra seu cacetete quebrado e faz menção aos professores da cidade, que protestavam no dia.

"Foi mal, fessor", é a legenda da foto na qual ele mostra o cacetete quebrado e que já foi retirada do ar de acordo com entrevista do tenente-coronel Claudio Costa, relações-públicas da Polícia Militar do Rio, ao portal G1.

Centenas de usuários "curtiram" a foto, enquanto outros aproveitaram o espaço dos comentários para criticar o ato do policial.

Anvisa aprova navios que passarão por Santos na próxima temporada

De A Tribuna On-line
 
Onze dos 16 navios de cruzeiros que passarão pelo Porto de Santos na próxima temporada, que tem início no dia 10 de novembro, foram considerados em boas condições sanitárias. As informações são relatório divulgado recentemente pelo governo federal, e publicado com exclusividade por A Tribuna, no último dia 26. Essa é a segunda temporada consecutiva que essas embarcações atracarão no complexo santista.

Os navios MSC Magnifica, da MSC Cruzeiros, Costa Fascinosa, da Costa Cruzeiros, Grand Celebration, da Ibero, Splendour of The Seas, da Royal Caribbean, Soberano, Imperatriz e Zenith, da Pullmantur, MS Marina, da Oceania Cruises, e Seven Seas Mariner, da Regent, receberam nota A, e foram considerados em "ótimas condições sanitárias" pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Já os navios Aidacara, da Aida, e Grand Mistral, da Ibero, foram classificados em "boas condições, superiores à média", e tiveram nota B. O Crystal Symphony, da Crystal Cruises, que também retorna à Santos, não foi avaliado.
MSC Magnifica foi recebeu nota A da Anvisa
MSC Magnifica foi recebeu nota A da Anvisa
O MSC Orchestra, que retorna em novembro, após o intervalo de uma temporada, também recebeu nota A. Na planilha de escalas divulgada pela Concais, empresa responsável pelo Terminal Marítimo de Passageiros Giusfredo Santini, constam também o Silver Spirit (Silver Sea), que veio à cidade em fevereiro de 2012, Island Sky (Noble Caledonia) e MSC Preziosa – os dois últimos estreiam na cidade e não foram avaliados pois não se encontravam na costa brasileira na última temporada.

As avaliações foram resultados de inspeções realizadas pela Anvisa na última temporada.

Ao todo, 16 navios (seis deles em trânsito) passarão pelo Porto de Santos até o dia 25 de abril do próximo ano, data em que será encerrada a temporada de cruzeiros 2013/2014 no complexo.
 

Contraf orienta bancários a rejeitarem proposta de aumento da Fenaban

De A Tribuna On-line

Em nota divulgada na noite desta sexta-feira, a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf) indicou a rejeição da proposta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban)  e a manutenção da greve, que completou 16 dias nesta sexta-feira. A nota informa que o Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT, vai orientar os sindicatos do País a rejeitar a proposta em assembleias.

De acordo com Carlos Cordeiro, presidente da Contraf e coordenador do Comando Nacional dos Bancários, os bancos podem fazer propostas mais vantajosas aos seus funcionários. “Até setores da economia muito menos lucrativos estão fazendo acordos com seus trabalhadores com reajustes salariais maiores. Os bancários estão fazendo a maior greve dos últimos 20 anos e os bancos têm condições de melhorar a proposta”.

Os bancários pedem índice de 11,93% (aumento real de 5%), piso salarial de R$ 2.860,21 e PLR de três salários base, mais parcela adicional fixa de R$ 5.553,15. Além disso, eles pedem a valorização dos vales refeição e alimentação (no valor de um salário mínimo, R$ 678,00) e melhores condições de trabalho, com o fim das metas individuais e abusivas.

A nova proposta de 7,1% de reajuste salarial feita pela Fenaban) ao Comando Nacional dos Bancários, na tarde desta sexta-feira, em São Paulo, foi recusada. A categoria considera que o valor oferecido é um insulto, mediante os ganhos dos banqueiros.

Para o presidente do Sindicato dos Bancários de Santos e região, Ricardo Saraiva Big, não é possível que outras classes profissionais recebam reajuste salarial maior do que o apresentado para eles.

“Os funcionários de bares e restaurantes tiveram aumento de 10% sem fazer greve. Os banqueiros ganham muito mais do que os donos desses estabelecimentos”, diz.

E acrescenta: “É um absurdo isso que eles estão fazendo com a categoria bancária. O lucro deles é de R$30 bilhões em seis meses”, comenta.

Big acredita que, em breve, uma nova rodada de negociações deva acontecer, inclusive já para a próxima semana. “Pelo que me parece essa não é uma proposta séria. Ela é provocativa e usada para tentar nos rebaixar”.

Na próxima segunda-feira, às 19 horas, a categoria se reúne em assembleia para oficializar a recusa da proposta oferecida pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) e reforçar a greve.
 

Médicos planejam paralisação nacional na próxima terça-feira

De A Tribuna On-line
 
Fenam convoca médicos a paralisarem atendimento
Fenam convoca médicos a paralisarem atendimento
Médicos de todo o País planejam uma paralisação nacional na próxima terça-feira. A data foi escolhida por ser o dia da primeira votação do texto final da MP dos Médicos na Câmara dos Deputados. O relatório precisa ser votado na Câmara e no Senado até 5 de novembro para não perder a validade.

A paralisação da categoria foi anunciada nesta sexta-feira pelo presidente da Federação Nacional dos Médicos (Fenam), Geraldo Ferreira, durante coletiva de imprensa, em São Paulo.

Segundo ele, a greve deve suspender os atendimentos ao Sistema Único de Saúde (SUS), aos convênios médicos e até mesmo a consultas particulares. Serão mantidos apenas atendimentos de urgência e emergência. No Dia Nacional de protesto também devem ser realizadas marchas e protestos em frente a hospitais.

"A medida é uma resposta de indignação da categoria contra o projeto que possuiu sucessivos equívocos, e coloca em risco a segurança do atendimento à população. A nossa resistência às agressões do governo federal, mais do que nunca, provam nosso compromisso com o cidadão", afirmou o presidente da Fenam.

PL tira atribuição de Conselhos

Os médicos são contrários ao texto final da medida provisória 621 (MP dos Médicos), aprovado na última terça-feira por uma comissão especial do Congresso. A nova redação retira dos Conselhos Regionais de Medicina a prerrogativa de emitir o registro provisório para os profissionais do programa. A atribuição, a partir de agora, é feita pelo próprio Ministério da Saúde.

Ainda de acordo com a Fenam, o projeto de lei também “configura simulação jurídica de ensino, ao ofertar bolsa ao médico formado, ao invés de salário e direitos trabalhistas”. A proposta da Fenam é a realização de concurso público e criação de carreira de estado para o médico, ponto essencial à interiorização permanente da assistência, fixação do profissional e a melhoria das infraestruturas de atendimento, propostas ignoradas pelo governo federal.

"Na condição de médicos e também de pacientes, expressamos nossa solidariedade aos cidadãos que sofrem com problemas da assistência no País. Reafirmamos que o enfrentamento dessas dificuldades não deve ser resumido à presença do médico nas unidades de saúde. Nós mantemos nossa disposição em contribuir com o melhor da nossa capacidade, mas sem compactuar com propostas improvisadas e eleitoreiras que não solucionarão os graves problemas do SUS".

A Reportagem não conseguiu confirmar se os atos convocados pela Fenam terão a adesão de médicos da Baixada Santista.