quarta-feira, 23 de dezembro de 2015
“Posso até dar uma envergadinha, mas não quebro”, diz Dilma
Após um ano marcado por crises política e econômica, presidente diz esperar chegada de "tempos melhores" em 2016
A presidente Dilma Rousseff
disse nesta terça-feira (22) que espera a chegada de “tempos melhores”
em 2016, após um ano marcado por crises política e econômica. “A gente
pode até dar uma envergadinha, mas não quebra”, afirmou a presidente
durante visita às obras de transposição do Rio São Francisco, em
Floresta, no Pernambuco.
“O meu compromisso é vencer a crise, continuar
garantindo trabalho e emprego de qualidade e renda. Nada vai me demover
deste caminho. Eu tenho orgulho de ter um patrimônio só: Meu nome, o meu
passado e o meu presente. Sou daquele tipo, muito característico aqui
do Nordeste: A gente pode até dar uma envergadinha, mas não quebra, não.
Nós vislumbramos neste ano de 2016 a chegada de tempos melhores”, disse
ela.
Sobre as obras de transposição do São Francisco, a
presidente garantiu que, “com a dificuldade que for”, o governo não
deixará de concluir esse empreendimento no ano que vem. “Considero essa
obra prioritária pelo efeito que terá na vida de milhões de pessoas no
semiárido. Estamos enfrentando o quinto ano de seca. Esse país é grande o
suficiente para, ao mesmo tempo que faz equilíbrio fiscal nas contas do
governo, investir em obras como essa”, informou.
Mais cedo,
Dilma disse ter coragem para enfrentar “todos aqueles que acham que o
melhor jeito para chegar à Presidência da República é atropelar a
democracia”. A presidente fez a declaração ao entregar unidades
habitacionais do Programa Minha Casa, Minha Vida, em Camaçari, na Bahia,
referindo-se ao processo de impeachment contra ela iniciado na Câmara
dos Deputados.
No primeiro compromisso do dia, durante a entrega
da Estação Pirajá e do trecho Bom Juá-Pirajá, do Sistema Metroviário de
Salvador, Dilma destacou que a Constituição Federal é clara ao prever o
impeachment em caso de crime de responsabilidade do chefe de Estado.
“Não há fundamento legal, porque eu tenho uma vida ilibada. No meu
passado e no meu presente, não há nenhuma acusação fundada contra mim”,
afirmou a presidente.
http://ultimosegundo.ig.com.br/politica/2015-12-22/posso-ate-dar-uma-envergadinha-mas-nao-quebro-diz-dilma.html
Cunha se encontra com presidente do STF para discutir rito do impeachment
Presidente da Câmara dos Deputados pedirá a Lewandowski agilidade na publicação do acórdão sobre ação contra Dilma
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo
Cunha (PMDB-RJ), se reunirá com o presidente do Supremo Tribunal Federal
(STF), Ricardo Lewandowski, nesta quarta-feira (23), para
pedir agilidade na publicação do acórdão sobre o rito do impeachment. O
encontro será às 14h, na sede do STF, em Brasília.
Ele
já adiantou que, independentemente de uma publicação antecipada do
acórdão do Supremo, na primeira semana de fevereiro entrará com embargo
de declaração – instrumento previsto no Regimento Interno do Supremo
para as partes pedirem esclarecimentos sobre a decisão tomada pelos
ministros.
Vice decorativo? Diferenças entre Temer e seus antecessores
"Passei os quatro primeiros anos de governo como vice
decorativo. A Senhora sabe disso. Perdi todo protagonismo político que
tivera no passado e que poderia ter sido usado pelo governo. Só era
chamado para resolver as votações do PMDB e as crises políticas."
No trecho acima, parte de sua carta enviada à presidente Dilma Rousseff
poucos dias após o processo de impeachment ser deflagrado no Congresso,
o vice Michel Temer demonstrou desconforto com seu papel (ou com a
falta de um) no primeiro mandato da petista.
O ato foi interpretado por muitos como um sinal verde para que os
integrantes de seu partido, o PMDB, votem a favor do afastamento da
presidente – o que consequentemente o levaria ao poder. Dias depois,
ambos anunciaram que manteriam uma "relação institucional".
Mas, afinal, a rotina de um "vice decorativo", como definiu Temer, difere muito da realidade esperada para o cargo?
Segundo a Constituição, o vice tem como função substituir o presidente
em caso de viagem, doença e situações extremas como morte e impeachment,
além de ajudar o titular do cargo "sempre que por ele convocado para
missões especiais" – o peemedebista, por exemplo, preside fóruns
internacionais de discussões com os governos da Rússia e da China.
"Existe a ideia de que o vice é um conselheiro importante do
presidente. Agora, o quanto de fato isso acontece, vai depender de
governo para governo", afirma Thomaz Pereira, professor da FGV Direito
Rio.
Na história recente, as duplas Fernando Henrique Cardoso/Marco Maciel e
Luiz Inácio Lula da Silva/José Alencar são exemplos de casos em que
presidente e vice mantiveram uma relação próxima, lembram analistas
ouvidos pela BBC Brasil.
O último caso de rompimento oficial, não por acaso, ocorreu entre
Itamar Franco e Fernando Collor de Mello, que mais tarde foi alvo de um
processo de impeachment e teve de deixar o cargo.
O fator passaporte
Sendo a substituição do presidente a função principal de um vice,
Michel Temer foi, dos três ocupantes mais recentes do cargo, o que menos
a exerceu, recorda o cientista político David Verge Fleischer,
professor da UnB (Universidade de Brasília).
mostrou que, em seu primeiro mandato, Dilma Rousseff passou 144 dias em
viagens internacionais, número bem inferior aos de Lula (216 no
primeiro mandato e 269 no segundo) e pouco menor que os de FHC (165 e
159).
Além de ser uma presidente menos ausente do país, a petista mantém com
Temer uma relação bastante diferente da cultivada por seus antecessores
com seus respectivos vices, afirma o professor.
"Marco Maciel foi fiel, leal. E ajudou muito o FHC a governar.
Informalmente, fazia muito a articulação política", diz. "Lula
aproveitou bem o José Alencar, com quem sabia entrosar. Ele desempenhou
funções importantes."
E Dilma? "Com ela, o PT desprezou totalmente o PMDB, não chamou para
conversar, integrar o governo. O PT queria tomar conta de tudo", avalia
Fleischer, que vê nessa decisão petista – e na personalidade
centralizadora da presidente – um complicador da relação com o vice.
Quando o vice brilha
Se é fato que as menções à palavra impeachment foram aumentando nos
jornais, revistas e sites brasileiros conforme a crise política foi
avançando neste ano, é justo dizer que o mesmo ocorreu com o nome de
Michel Temer, herdeiro do cargo caso Dilma seja afastada pelo Congresso.
Porém, como lembra Thomaz Pereira, da FGV, a figura do vice também é
muito importante em outros momentos – entre eles, o processo eleitoral,
fase em que o então candidato a presidente e seu parceiro de chapa selam
o "casamento".
Em 2002, a escolha de Alencar - empresário do setor têxtil - como vice
serviu para sinalizar ao mercado que Lula seria mais moderado nas
questões econômicas, recordam os especialistas.
"Se a função dele era essa, foi bem-sucedida. O governo Lula não teve
problemas, de maneira geral, na relação com o empresariado", afirma
Pereira.
Em meio à coligação gigantesca que o líder petista articulou para
eleger Dilma sua sucessora, Temer simbolizava a pacificação do PMDB,
partido que preside e que tradicionalmente tem uma das maiores bancadas
no Congresso.
Essa aliança garantiria a ela, na teoria, certa tranquilidade na
relação com o Legislativo. Tranquilidade que, paulatinamente, foi dando
lugar a um ambiente de animosidade crescente – e que levou ao
protagonismo o desafeto Eduardo Cunha, peemedebista que se transformou
no maior algoz do Planalto na tramitação de projetos na Câmara e, no
ápice da crise, abriu o processo de impeachment.
"Se a escolha do vice-presidente foi para solidificar essa aliança, por
algum motivo aparentemente ficou faltando alguma coisa", avalia
Pereira.
De "vice decorativo" no primeiro mandato, como ele mesmo definiu em sua
já histórica e polêmica carta, Temer foi acionado para tentar melhorar
esse clima com o Congresso neste ano.
Alçado a articulador, assumiu a função antes desempenhada pelo ministro
de Relações Institucionais e se saiu bem na tarefa, na opinião de
Fleischer.
"O problema é que o (Aloizio) Mercadante não cumpriu com as promessas
que Temer fez no Congresso", afirmou o cientista político, em referência
ao então ministro-chefe da Casa Civil, hoje titular da Educação.
Segundo relatos na imprensa em meados deste ano, parlamentares culpavam
Mercadante pela demora na liberação de verbas para emendas
parlamentares e cargos. A Casa Civil, por sua vez, afirmava que a conta
era da falta de entendimento entre os partidos.
Temer acabou deixando a função, poucos meses após assumi-la.
Vice com função é vice feliz?
Durante boa parte do primeiro governo Lula, José Alencar acumulou a
Vice-Presidência com o Ministério da Defesa, sinal claro de prestígio.
Como recorda Fleischer, "ajudou muito a consertar o estrago" na pasta –
a relação entre o ministro anterior, o diplomata José Viegas, e as
Forças Armadas foi bastante turbulenta.
Pereira, da FGV, vê na medida adotada por Lula – a de transformar um vice em ministro – algo "complicado" de se fazer.
"Se por um lado pode ser importante você dar uma função concreta e mais
substantiva para um vice", analisa, "por outro isso é arriscado do
ponto de vista de organização de governo".
Ele exemplifica: "Imagine um desastre econômico, ambiental, algo que
afete algum ministério diretamente e gere pressão para substituição do
ministro. É sempre mais complicado substituir um ministro que é também o
seu vice-presidente".
Fleischer lembra que o caso de Dilma foi bem diferente do de Lula – ela
só lançou mão do vice na articulação política por "desespero", diz.
E que é importante lembrar que o peemedebista aparenta ter ambições bem maiores que a de seus antecessores no Palácio Jaburu.
Trata-se agora, diz, de um embate entre um "político profissional" – Temer – e uma "política amadora" – Dilma.
"Essa é a única chance de o PMDB pegar a Presidência: se Dilma cair fora. O partido não tem candidato viável para 2018", opina.
http://noticias.terra.com.br/brasil/vice-decorativo-as-diferencas-entre-o-papel-de-temer-e-o-de-seus-antecessores,9140f5b3eb339032311e8b2a53220880nv3cdsqm.html
Inflação deve chegar a 10,8% este ano e a 6,2% em 2016
A inflação, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor
Amplo), este ano vai chegar a dois dígitos e passar longe do teto da
meta de 6,5%. A projeção do Banco Central (BC) é que a inflação feche
este ano em 10,8%. A estimativa divulgada em setembro era 9,5%. A última
vez que a inflação ultrapassou dois dígitos foi em 2002, quando chegou a
12,53%.
A previsão consta no Relatório de Inflação, divulgado trimestralmente
pelo BC. Para 2016, a estimativa para o IPCA subiu de 5,3% para 6,2%. Em
2017, a inflação deve ficar em 4,8%.
</div>
<div id='passback-wb4b809b309'></div>
Essas projeções são do cenário de referência, elaborado com base na
taxa básica de juros, a Selic, no atual patamar (14,25% ao ano), e o
dólar a R$ 3,90. O BC também divulga estimativas do cenário de mercado,
em que são usadas projeções de analistas de instituições financeiras
para a taxa Selic e câmbio. Neste caso, o IPCA também deve ficar em
10,8%, ante 9,5% previstos em setembro.
Para 2016, a estimativa de mercado foi ajustada de 5,4% para 6,3%. Em 2017, a inflação deve ficar em 4,9%.
O Conselho Monetário Nacional (CMN) definiu como meta de inflação 4,5%
para 2016 e 2017, sendo que o limite de tolerância é 2 pontos
percentuais no ano que vem e 1,5 ponto em 2017.
Quando a meta é ultrapassada, o presidente do BC tem de enviar carta
aberta ao ministro da Fazenda, com as explicações para o descumprimento.
A última vez que isso aconteceu foi em 2003, quando a inflação atingiu
9,3%.
Preços administrados
O BC projeta que o preço da gasolina vai subir 20,7%, este ano, e
estimativa para o preço da energia elétrica é 51,6%. A projeção para o
conjunto dos preços administrados é 18,2%, ante a estimativa anterior,
divulgada em setembro, de 15,4%.
Para os preços da energia, diz o BC, a projeção de 4,6% para 2016 leva
em conta redução da tarifa em dólar da usina de Itaipu e ausência de
mudanças no valor definido pelo sistema de bandeiras tarifárias em 2016,
muito embora os riscos hídricos tenham evoluído favoravelmente e tenha
ocorrido desligamento de usinas térmicas de maior custo.
A projeção de reajustes dos itens administrados, em 2017, é 5%.
http://economia.terra.com.br/inflacao-deve-chegar-a-108-este-ano-e-a-62-em-2016,21ee0ae6564a33dfd9cc2697d2622ccb0ap9npz4.html
Assinar:
Postagens (Atom)