segunda-feira, 6 de maio de 2013

Morre menina baleada ao defender o pai após briga por pizza, em Goiás

Equipe médica anunciou a morte cerebral na manhã desta segunda-feira.
Garota de 11 anos abraçou o pai para defendê-lo e foi atingida na cabeça.


Morre menina baleada ao tentar defender o pai em Aparecida de Goiânia, Goiás (Foto: Reprodução/ TV Anhanguera)Kerolly Alves Lopes, de 11 anos, teve morte cerebral (Foto: Reprodução/ TV Anhanguera)
 
A menina Kerolly Alves Lopes, de 11 anos, baleada ao tentar defender o pai durante uma briga em uma pizzaria de Aparecida de Goiânia, morreu no Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo). A equipe médica da unidade de saúde fez o anúncio na manhã desta segunda-feira (6), quando foi concluído o protocolo de morte cerebral, que foi constatada às 20 horas de domingo (5). Ela estava internada na Unidade de Tratamento Intensiva (UTI) desde o dia 27, quando foi atingida por dois disparos.
O  crime teria acontecido após uma discussão por causa de uma pizza entre o dono de uma pizzaria e o pai da menina, o serralheiro Sinomar Lopes, que era cliente do estabelecimento. A vítima e a irmã Pérola Alves Lopes, de 14 anos, abraçaram o pai quando viram a arma apontada para ele. O suspeito então atirou três vezes. Dois disparos atingiram a adolescente, na perna e na cabeça. O atirador fugiu do local. Ele teve a prisão preventiva decretada e está foragido.

Os médicos tinham explicado que a bala atravessou a cabeça dela e, por isso, o estado de saúde da garota era considerado gravíssimo. A equipe médica informou na semana passada que menos de 10% de pessoas sobrevivem a este tipo de lesão. "É bastante grave a lesão em si. E ela também está correspondendo à lesão. Ela também tem um quadro clínico bastante grave", explica Nasser Tannús, diretor técnico do Hugo.

A câmera de segurança do estabelecimento registrou o momento em que o serralheiro entra na pizzaria. Do lado de trás do balcão está o proprietário. Há dois meses, os dois tinham discutido porque Sinomar não quis pagar por uma pizza que havia demorado muito. Armado, George manda Sinomar sair. Do lado de fora, as duas filhas de Sinomar tentam tirá-lo dali.

"Eu cruzei os braços e falei pra ele, sabe: Você quer atirar? Você atira, pode atirar. Virei as costas ainda pra ele atirar, ele não atirou em mim, você entendeu?", relata o serralheiro.

Pérola Lopes relata os minutos de tensão: "Quando eu vi o homem já tava apontando a arma pra ele. Eu falei assim: 'Solta a arma, por favor'. Nisso minha irmã já saiu do carro correndo, aí abraçou meu pai e eu também, puxando ele pra ir pro carro. Aí o homem falou: 'Vocês saem da frente, saem da frente'. Aí a Kerolly falou: 'Moço, por favor, abaixa essa arma'".

Pai de menina baleada se sente culpado por filha ter sido atingida, em Aparecida de Goiânia, Goiás (Foto: Reprodução/ TV Anhanguera)Pai de Kerolly, Sinomar Lopes: 'Me sinto culpado' (Foto: Reprodução/ TV Anhanguera)
O vídeo mostra quando as meninas cercam o pai, puxam, mas Sinomar insiste em ficar. Uma delas pede ajuda para um homem que passa pela rua, mas ele foge.

Pelas imagens do vídeo, é possível ver quando Kerolly deixou o pai e a irmã mais velha na calçada e correu em direção a uma farmácia, em busca de ajuda. Nesse momento, George se aproxima de Sinomar e de Pérola e faz o primeiro disparo. Pai e filha recuam. Ao ouvir o tiro, Karolly volta. A partir desse momento, o vídeo não mostra mais o que acontece, mas o suspeito acerta um tiro na cabeça de Kerolly.

Dernorteado, o atirador corre, mas antes de entrar no carro e fugir ele volta até a esquina com o revólver na mão. A fuga de George foi filmada por pessoas que passavam pelo local. As testemunhas se revoltam, mas ele aponta a arma contra elas.

Culpa e dor
Em entrevista ao Fantástico, o pai de Kerolly, Sinomar Lopes declarou se sentir culpado pelo que aconteceu. “Eu me sinto culpado. O que eu estou sentindo é dor demais, é sofrimento pra caramba e mágoa, culpa demais da conta”, declarou.

Ele se emocionou e falou da angústia ao ver a filha hospitalizada. "Hoje eu queria estar no lugar dela. Queria! Eu queria ser naquela hora lá. Porque o pai mesmo é pai e herói do filho, né? Eu estou sentindo no meu coração que, naquela hora, eu não fui ninguém. Uma culpa imensa vendo aquela menina lá", desabafou o pai.

Prisão preventiva
Quinze horas depois da confusão o suspeito de atirar em Kerolly se apresentou em uma delegacia. Ele prestou depoimento alegando ter disparado em legítima defesa, mas não foi preso. A lei determina que alguém seja preso em flagrante apenas se for detido no momento do crime, depois de uma perseguição ou se ainda estiver com a arma usada. Como não havia pedido de prisão, ele acabou liberado.

O suspeito teve a prisão temporária decretada pela Justiça na noite de terça-feira (30). Como a polícia não conseguiu encontrá-lo e o comerciante não se entregou, ele é considerado foragido. O advogado que o acompanhou no depoimento desistiu da defesa.

 http://g1.globo.com/goias/noticia/2013/05/morre-menina-baleada-ao-defender-o-pai-apos-briga-por-pizza-em-goias.html

Arma feita por impressora 3D já deu seu primeiro tiro

De acordo com uma reportagem da “BBC”, um grupo criou a primeira arma feita em uma impressora 3D
De acordo com uma reportagem da “BBC”, um grupo criou a primeira arma feita em uma impressora 3D. O grupo, denominado “Defense Distributed”, disponibilizou no domingo (5) desenhos em 3D da arma na internet. 
 
"Muitas pessoas não esperavam que isso poderia ser feito”, disse Cody Wilson, de 25 anos, líder do grupo. Conforme o grupo, a arma foi testada com sucesso no sábado (4).

 O grupo passou um ano tentando desenvolver a arma em uma impressora 3D. A “Liberator”, como foi nomeada a arma, foi confeccionada em uma impressora 3D de US$ 8 mil e montada através de 16 peças de plástico ABS impressas de forma individual.

Ao que tudo indica, mais um perigo para a sociedade, ou seja, armas podendo ser confeccionadas na própria casa sem qualquer registro de posse. De acordo com Wilson à “BBC”, a demanda por este tipo de material é muito grande. "Eu vejo um mundo onde a tecnologia diz que você será capaz de ter o que quiser. Não cabe mais aos políticos".

Wilson recebeu a licença de fabricação da arma de fogo da Agência Federal de Explosivos e armas dos EUA, a ATF. De acordo com Donna Sellers, da ATF, a arma confeccionada através da impressora 3D é legal no EUA.  “Nos EUA, uma pessoa pode fabricar uma arma de fogo para uso próprio. Porém, se ela começar a fabricar armas para a venda, pode precisar de uma licença”, disse.

Nos Estados Unidos a comercialização de armas de fogo é legal. No entanto, no Brasil, como em outros países, há uma série de requisitos para ter uma arma em casa. Assim, se essa moda chegar ao país, a situação poderá ficar ainda mais complicada para a população, já que ficará difícil manter um rígido controle sobre a fabricação como também a distribuição desse tipo de material.

 http://www.oficinadanet.com.br/post/10584-arma-feita-por-impressora-3d-ja-deu-seu-primeiro-tiro

Silêncio marca primeiro julgamento de neonazistas alemães como terroristas

A sobrevivente do grupo Clandestinidade Nacional-Socialista (NSU), Beate Zschäpe, optou pelo silêncio e pela manobra dilatória (de adiar as audiências) no julgamento iniciado nesta segunda-feira por homicídio múltiplo - a primeira vez que a Alemanha julga neonazistas por terrorismo.

Beate, de 38 anos e há 18 meses em prisão preventiva, compareceu em meio a inúmeros jornalistas e cinegrafistas no Tribunal Regional de Munique aparentando tranquilidade, no processo em que é acusada do assassinato de nove imigrantes e uma policial.

Se durante esse período foram publicadas dezenas de imagens da neonazista, sozinha ou com os dois companheiros, Uwe Böhnhard e Uwe Mundlos, de férias ou andando com o braço erguido, hoje a acusada era o bom comportamento em pessoa, custodiada pelos três jovens advogados que a defendem.

Foram alguns minutos, já que na Alemanha a presença das câmeras só é autorizada até o início do julgamento. Vestida com roupa escura, a acusada ficou de costas para as câmeras, que só conseguiram captar seu rosto quando entrou na sala.

Assim que a imprensa foi retirada, a defesa fez sua primeira extravagância: pedir a suspensão do julgamento por parcialidade do juiz, Manfred Götzl, já que o trio de advogados foi revistado em busca de armas, mas a promotoria e os funcionários do Tribunal, não.

A sessão foi retomada 20 minutos depois, mas seguiu uma segunda solicitação de suspensão do julgamento, que o juiz deu por suspenso até 14 de maio, à espera da decisão.

Beate era acompanhada no banco dos réus por quatro outros neonazistas, acusados de cumplicidade da NSU, entre eles o suposto autor do macabro vídeo divulgado após ficar desmantelado do grupo.

Isso foi em 8 de novembro de 2011, quatro dias depois que Mundlos e Böhnhard se mataram em sua caminhonete, perseguidos pela polícia e após assaltar um banco.

Beate se entregou no mesmo dia, mas antes ateou fogo à casa onde os três viviam e divulgou o vídeo em que uma Pantera Cor-de-Rosa comemorava os nove assassinatos de imigrantes cometidos pelo grupo, entre 2000 e 2007, e se gabava da "façanha".

Começou a ser revelado, assim, o que até então havia sido arquivado e minimizado como "os assassinatos dos Döner (sanduíche turco popular na Alemanha)" - oito das vítimas eram turcas, mais o nono grego - acusados de crimes menores ou ajustes de contas entre estrangeiros.

A chanceler alemã, Angela Merkel, que classificou o fato como "vergonha para a Alemanha", ratificou hoje seu compromisso com o esclarecimento do caso, a partir do sistema político e paralelamente ao julgamento da sobrevivente da NSU.

Beate deve prestar contas perante a justiça e esse é o objetivo do julgamento, lembrou o promotor, Herbert Diemer, embora a pergunta recorrente sobre o caso seja como um trio de neonazistas de províncias pôde realizar os assassinatos, sempre com a mesma pistola Ceska 83, calibre 7,65 mm, sem que a polícia cruzasse os dados.

A resposta pode ser a confluência de duas descentralizações: a dos serviços secretos e policiais, divididos em 64 instituições, e a do neonazismo alemão, com cerca de 200 agrupamentos em todo o país.

Ou, segundo as suspeitas da acusação particular, que reúne 80 familiares das vítimas, na conivência policial com a extrema-direita, em cujas fileiras há tantos informantes que é difícil delimitar quais são infiltrados e quais "delatores".

Mundlos, que tinha 32 anos e era neonazista desde adolescente, esteve entre os ultradireitistas que, nos anos 1990, servindo ao exército, foram sondados pelos serviços secretos alemães.

Esses fatos, mais a destruição dos registros policiais pelo próprio serviço secreto sobre os neonazistas da região quando Beate estava presa, lançaram muitas dúvidas sobre o caso.

Beate permaneceu calada durante a primeira sessão do julgamento e a estratégia de seus advogados parece ser se concentrar nos adiamentos e no silêncio da acusada, que querem apresentar como "namorada" de um ou dos dois neonazistas mortos, não como coautora de seus assassinatos.

A ré agiu usando dez nomes diferentes e aparentemente possui poderes de camuflagem, já que paralelamente aos assassinatos de imigrantes, assaltos e atentados a bomba se apresentava como uma simpática jardineira que trocava mudas de plantas com as vizinhas.

Entre os números que impressionam no caso, para o julgamento foram previstas mais de 80 audiências, até janeiro de 2014, embora se espere que dure mais. O processo da acusação tem 488 páginas e foram convocadas 606 testemunhas. 

 http://noticias.terra.com.br/mundo/europa/silencio-marca-primeiro-julgamento-de-neonazistas-alemaes-como-terroristas,55ba5abb5c97e310VgnCLD2000000ec6eb0aRCRD.html

Alemanha prende suposto ex-guarda de campo de extermínio de Auschwitz


Entrada do campo de concentração de Auschwitz-Birkenau, em imagem de arauivo de 2009.
Entrada do campo de concentração de Auschwitz Birkenau, em imagem de arauivo de 2009.
REUTERS/Kacper Pempel

A polícia alemã prendeu nesta segunda-feira um homem de 93 anos suspeito de envolvimento em mortes quando teria sido guarda do campo de concentração nazista de Auschwitz, na Polônia ocupada, entre 1941 e 1945.

O homem, um lituano chamado Hans Lipschis, de acordo com a imprensa alemã, foi preso em Aalen, região sudoeste do país, a pedido do Ministério Público de Stuttgart. Ele será mantido em prisão provisória após um exame médico ter constatado que tem condições de saúde para ficar preso.

Uma porta-voz do Ministério Público disse que a atividade principal do homem não era de guarda do campo, mas que ele trabalhou na função. “Vamos procurar estabelecer o que ele fazia concretamente e por quanto tempo trabalhou em Auschwitz”, disse, completando que os investigadores concluíram que ele, “por seus atos, ajudou os criminosos”.

Em seu mais recente relatório anual, o Centro Simon Wiesenthal, que rastreia nazistas ainda vivos, pôs Hans Lipschis em quarto lugar na lista de criminosos mais procurados. O centro afirma que ele serviu em um batalhão da SS e “participou do massacre e da perseguição de civis inocentes, principalmente judeus”.

Reportagem recente de uma rede pública alemã diz que, em sua defesa, Lipschis afirmava que foi cozinheiro do campo de concentração e não guarda.

De acordo com o jornal “Die Welt”, ele se naturalizou alemão durante o regime nazista, mudou-se para os Estados Unidos em 1956 e viveu em Chicago até sua expulsão para a Alemanha em 1983.

Entre 1940 e 1945, cerca de 1,1 milhão de pessoas, na maioria judeus e naturais de países ocupados pela Alemanha morreram em Auschwitz, o maior campo de concentração da guerra.


 http://www.portugues.rfi.fr/europa/20130506-homem-suspeito-de-ser-guarda-de-auschwitz-e-preso-aos-93-anos