Menos de 24 horas após deixar a Justiça Federal, em Curitiba,
o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu não resistiu. No café da manhã
desta quinta-feira, 4, com os filhos Joana e Zeca Dirceu, e com o amigo
Breno Altman, falou sobre o PT, o governo Temer, o ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva e o PSDB. “Temos de nos preparar para a guerra
política”, avisou.
O reencontro em liberdade foi em São Paulo, na casa de Joana,
antes da viagem rumo a Brasília, de carro. Bem mais magro, Dirceu não
reclamou nem mesmo da tornozeleira que agora tem de usar. O ex-ministro
não demonstrou abatimento. Afirmou, porém, que sentia muita falta da
filha de 5 anos, que mora em Brasília com a mãe, Simone.
Ex-presidente do PT, Dirceu afirmou que o partido precisa mudar
rapidamente, atrair a juventude e os movimentos sociais, apresentar um
novo projeto e ir para o “enfrentamento” contra o presidente Michel
Temer (PMDB) e o PSDB, na tentativa de eleger Lula para o Palácio do
Planalto.
Antes da parada em São Paulo, ele passou na casa do advogado
Daniel Godoy, em Curitiba. “Não teve uísque nem pizza. Ele passou ali
porque era hora do rush. Foi uma conversa entre amigos”, contou um dos
presentes.
Recebeu várias ligações e também fez telefonemas. Um deles foi
para cumprimentar José Genoino, o ex-presidente do PT que na
quarta-feira, 3, completou 71 anos.
Ao discorrer sobre o que chama de “fracasso do governo Temer”,
disse que a “direita” rompeu o pacto constitucional de 1988 que permitiu
a redemocratização do País. “Deram o golpe para impedir Lula de ser
candidato.”
Condenado a 32 anos e um mês, em duas ações penais da Lava Jato,
ganhou habeas corpus do STF na quarta. Disse ter sido bem tratado na
cadeia e revelou o medo – praticamente uma certeza – de não ficar muito
tempo em liberdade. Foi o único momento em que pareceu se emocionar.
http://istoe.com.br/dirceu-fala-em-guerra/