sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Cerveró revelou "grande aporte de recursos" para campanha de Wagner

De acordo com Cerveró, o dinheiro teria sido desviado da Petrobras 

Em sua delação, Cerveró falou de Delcídio e também do ministro da Casa Civil
Foto: Laycer Tomaz/Agência Câmara
Em sua delação, Cerveró falou de Delcídio e também do ministro da Casa Civil
Documento apreendido no gabinete do senador Delcídio Amaral (PT/MS), ex-líder do governo no Senado, atribui ao ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró a revelação de que o ministro-chefe da Casa Civil do governo Dilma, Jaques Wagner (PT), recebeu "um grande aporte de recursos" para sua campanha ao governo da Bahia em 2006.

De acordo com Cerveró, o dinheiro teria sido desviado da Petrobras e "dirigido" pelo então presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli. Wagner foi eleito governador baiano naquele ano e reeleito em 2010. Em outubro de 2015, assumiu a chefia da Casa Civil de Dilma, deixando o Ministério da Defesa.

O documento é um resumo das informações que Cerveró prestou à Procuradoria-Geral da República antes de fechar seu acordo de delação premiada. Segundo o jornal Valor Econômico, os papéis foram apreendidos no dia 25 de novembro, quando Delcídio foi preso sob acusação de tramar contra a Operação Lava Jato. O senador, que continua detido em Brasília, temia a delação de Cerveró.

Os investigadores querem saber como o petista teve acesso ao conteúdo da colaboração do ex-diretor da Petrobras. Em sua delação, Cerveró falou de Delcídio e também do ministro da Casa Civil.

"Na campanha para o governo do Estado da Bahia, em 2006, houve um grande aporte de recursos para o candidato do PT, Jaques Wagner, dirigida por Gabrielli. Nessa época, o presidente Gabrielli decidiu realocar a parte operacional da parte financeira para Salvador, sem haver nenhuma justificativa, pois havia espaço para referida área no Rio de Janeiro", informou o ex-diretor. "Para tanto, foi construído um grande prédio em Salvador, onde atualmente é o setor financeiro da Petrobras."

Ouvido pela reportagem, o ex-presidente da Petrobras afirmou categoricamente. "Nunca soube de utilização de recursos ilegais dos fornecedores da Petrobras para a campanha do governador Jaques Wagner em 2006 ou em 2010."

Cerveró relatou como teve conhecimento da questão. Segundo ele, "tal fato era de conhecimento notório de todos os diretores da Petrobras". O ex-diretor disse que não sabe qual foi a empreiteira que construiu o prédio da estatal, "sendo que muito provavelmente foi essa construtora que fez a doação para a campanha de Jaques Wagner".

"As informações sobre o dinheiro enviado para a campanha de Jaques Wagner em 2006 foram da Ouvidoria Geral Maria Augusta (falecida) e de Armando Tripodi, que foi chefe de gabinete de Gabrielli e do qual me tornei amigo". Maria Augusta Carneiro Ribeiro morreu em 2009 após um acidente de carro no Rio.

As assessorias de Jaques Wagner e da Petrobras ainda não retornaram ao contato da reportagem para comentar o caso.

Em nota, Gabrielli se defendeu. "Repudio, mais uma vez, o método utilizado para obtenção e o conteúdo das acusações levantadas através de vazamentos seletivos de delações premiadas. Em primeiro lugar, o trecho citado no vazamento da delação, de posse do jornal e sem que eu tenha tido acesso a ela, fala de pessoas já falecidas", afirmou.

Gabrielli diz, ainda, que "não há uma acusação explícita, até pelo próprio delator, segundo a parte do material a que o jornal se refere, sobre minha participação direta nos pretensos fatos delatados". Ela afirma que "nunca soube de utilização de recursos ilegais dos fornecedores da Petrobras para a campanha do governador Jaques Wagner em 2006 ou em 2010".

http://bahia.ig.com.br/2016/01/08/cervero-revelou-grande-aporte-de-recursos-para-campanha-de-wagner

Dilma defende reforma da previdência: "Não é possível aposentadoria de 55 anos"

Para presidente, que pretende criar Casa de Governo e reunir serviços de ministérios nos Estados, Brasil "vai ter de encarar" o assunto com o aumento da expectativa de vida dos brasileiros

A presidente Dilma Rousseff disse que pretende buscar o reequilíbrio fiscal nos próximos meses por meio de ações que vão exigir diálogo com o Congresso Nacional. Segundo ela, a aprovação de medidas tributárias como o retorno da CPMF serão o esforço do governo nos próximos três meses, mas confirmou que não haverá um "coelho da cartola" para salvar a economia.

"Enfrentar o reequilíbrio fiscal impacta na melhoria nas condições da inflação", disse Dilma durante café da manhã com jornalistas nesta quinta-feira (7). Para ela, o objetivo do governo é que a inflação retorne "o mais rápido possível" para o centro da meta, de 4,5%.

Dilma Rousseff durante café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto nesta quinta-feira
Ichiro Guerra/ PR
Dilma Rousseff durante café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto nesta quinta-feira

Em uma sinalização ao PT e aos movimentos de base que apoiam o seu mandato, ela disse que é preciso voltar a discutir reformas como a previdência. "Nós vamos encarar a reforma da previdência, sempre considerando que ela tem a ver com uma modificação na idade e no comportamento etário da população brasileira. Nós estamos envelhecendo mais e morrendo menos. Não é possível que a idade média de aposentadoria no Brasil seja 55 anos. Para as mulheres um pouco menos", declarou.

De acordo com a presidente, no futuro vai haver menos pessoas trabalhando para sustentar mais gente, seja os mais velhos, que têm uma expectativa de vida maior, seja os mais novos, que ainda estão nascendo. Ela ponderou, porém, que não se pode afetar direitos adquiridos no passado e a expectativa dos que já estão no mercado de trabalho, e que pretende discutir com a sociedade o assunto.

A presidente comentou, durante a conversa, a relação entre ela e o vice-presidente Michel Temer, que tensionou em dezembro após a aceitação do pedido de impeachment pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). De acordo com a presidente, Temer não conspira para que ela seja afastada do cargo, e a relação entre eles "está ótima".

Sobre os desdobramentos da Operação Lava Jato, a presidente negou que possa dar mais incentivos ao processo de impeachment contra ela. "Eu tenho clareza que devo ter sido revirada dos avessos. Sobre a minha conduta não paira nenhuma questão pouco clara. Entendo a importância das diferentes operações que ocorreram no País e que vão permitir que, ao médio e longo prazo, vamos ter uma relação dos agentes públicos e privados mais correta com os recursos do governo e que a impunidade hoje no Brasil começou a ser de fato ameaçada", afirmou.

http://ultimosegundo.ig.com.br/politica/2016-01-07/dilma-defende-reforma-da-previdencia-nao-e-possivel-aposentadoria-de-55-anos.html

No Rio, detentas grávidas não podem mais ser algemadas durante parto

Decreto sancionado pelo governador proíbe o uso de qualquer tipo de contenção durante trabalho de parto e internação


O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, sancionou hoje (8) decreto que proíbe o uso de algemas, calcetas ou outro meio de contenção física de presas ou internas durante o trabalho de parto e no período de internação.
Em 2014, um estudo da Fundação Oswaldo Cruz constatou violações de direitos humanos cometidas contra mães e gestantes em prisões de todo o país
Divulgação/Agência CNJ
Em 2014, um estudo da Fundação Oswaldo Cruz constatou violações de direitos humanos cometidas contra mães e gestantes em prisões de todo o país
De acordo com o decreto publicado no Diário Oficial do estado, a única exceção é no caso de haver orientação médica para contenção da detenta. “Eventuais situações de perigo à integridade física da própria presa ou interna, ou de terceiros, deverão ser abordadas mediante meios de contenção não coercitivos, a critério da respectiva equipe médica”, diz o decreto.

O Projeto de Lei 504/2015, proposto pela bancada do PSOL, foi aprovado pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) no início de dezembro do ano passado. Em outubro, uma detenta deu à luz sozinha em uma solitária na Penitenciária Talavera Bruce, em Bangu, zona oeste da cidade. Em novembro, um estudo da Fundação Oswaldo Cruz constatou violações de direitos humanos cometidas contra mães e gestantes em prisões de todo o país.

http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/2016-01-08/no-rio-detentas-gravidas-nao-podem-mais-ser-algemadas-durante-parto.html

Ex-deputado Roberto Jefferson é internado no Rio de Janeiro

Condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, Roberto Jefferson deixou a prisão no dia 16 de maio deste ano, para cumprir o restante da pena em regime domiciliar


O ex-deputado federal Roberto Jefferson, 62 anos está internado desde ontem (7) no Hospital Samaritano, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, onde foi submetido a uma cirurgia para reconstrução do trânsito gástrico. O estado de saúde do paciente é estável. Em boletim divulgado nesta sexta-feira (8), o hospital informa que o estado de Jefferson permanece inalterado.
Roberto Jefferson (09/12/13)
Fábio Teixeira/Futura Press
Roberto Jefferson (09/12/13)
Em julho do ano passado, o ex-deputado, delator do mensalão, foi internado no mesmo hospital para a realização de exames após ter sido acometido por uma febre.

Condenado a sete anos e 14 dias de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, Roberto Jefferson deixou a prisão no dia 16 de maio deste ano, autorizado pela Justiça a cumprir o restante da pena em regime domiciliar.

 http://ultimosegundo.ig.com.br/politica/2016-01-08/ex-deputado-roberto-jefferson-e-internado-no-rio.html

Menino de 8 anos atacado por chimpanzés vai ganhar novos lábios


Ataque ocorreu no Congo; garoto teve os lábios superior e inferior arrancados pelos chimpanzés , irmão dele morreu


Um garoto de oito anos de idade que foi atacado por um grupo de chimpanzés enquanto brincava com o irmão ganhou a chance de ter seus lábios reconstruídos em um hospital dos EUA.

Os lábios de Dunia Sibomana foram reconstruídos em um hospital dos EUA
Reprodução
Os lábios de Dunia Sibomana foram reconstruídos em um hospital dos EUA

Dunia Sibomana sobreviveu ao ataque, ocorrido perto de um rio na República Democrática do Congo, mas teve seus lábios superior e inferior arrancados pelos chimpanzés e também perdeu um dedo. O irmão dele não resistiu aos ferimentos e morreu.

Médicos do Hospital Stony Brook, em Long Island, vão tentar restaurar seus lábios para melhorar sua fala e mastigação. Ele terá de passar por pelo menos três cirurgias para isso.

A ideia é tirar parte do tecido de seu antebraço e usá-lo para refazer os lábios. Depois, em uma nova cirurgia, os médicos irão usar o músculo da bochecha do garoto para fazer com que ele consiga mover a boca normalmente.

Segundo médicos, serão provavelmente três cirurgias e depois algumas complementares
Reprodução
Segundo médicos, serão provavelmente três cirurgias e depois algumas complementares

"Nós esperamos conseguir colocar lábios funcionais nele. Não será o lábio dele de verdade, mas esperamos que sejam lábios que pareçam normais e que permitam que ele coma normalmente e fale normalmente. Serão provavelmente três cirurgias e depois algumas complementares", disse Alex Degum, um dos cirurgiões plásticos que irá operá-lo.

O médico Leon Kempner, fundador da Smile Rescue Fund for Kids, explica que a reconstrução será provavelmente inédita no mundo e importante para que o garoto consiga se ressocializar - os médicos dizem que ele se isolou muito desde o incidente.

Reconstrução será importante para que o garoto consiga se ressocializar
Reprodução
Reconstrução será importante para que o garoto consiga se ressocializar

Há também planos de arrecadar dinheiro para colocá-lo em um colégio integral quando ele voltar para casa. Assista ao vídeo de Dunia Sibomana junto aos médicos:

http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/2016-01-08/menino-de-8-anos-atacado-por-chimpanzes-vai-ganhar-novos-labios.html

Militante do Estado Islâmico executa a própria mãe na Síria

Um militante do Estado Islâmico executou a própria mãe publicamente em Raqqa, reduto rebelde na Síria, após ela pedir que deixasse o grupo jihadista. Ativistas do Observatório Sírio para os Direitos Humanos (Ondus) denunciaram, citando testemunhas oculares, que o homem, identificado como Ali Saqr, de 21 anos, matou a própria mãe, Lena al-Qasem, 45.
Homem, identificado como Ali Saqr, de 21 anos, matou a própria mãe, Lena al-Qasem, 45
Reprodução/Twitter
Homem, identificado como Ali Saqr, de 21 anos, matou a própria mãe, Lena al-Qasem, 45
Lena teria advertido ao filho que o Estado Islâmico vai ser dizimado pelos Estados Unidos e pedido que os dois fugissem da cidade. Ali teria informado seus superiores, que ordenaram a execução.

Os militantes do grupo jihadista são conhecidos por seu extremismo. O próprio grupo nasceu após ser    expulso do Al Qaeda por ser considerado muito violento.

Eles não toleram dissidentes que, em geral são executados de forma pública para servir de exemplo aos demais.

http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/2016-01-08/militante-do-estado-islamico-executa-a-propria-mae-na-siria.html

Inflação em 2015 acumula a maior alta desde 2002, aponta IBGE

Acumulado da inflação registrou 10,67% no ano; taxa atingida em dezembro também foi a mais alta para o mês em 13 anos

Habitação foi o grupo com a maior variação em 2015 na comparação com 2014: alta de 18,31%
Rogério Melo/ Presidência da República - 16.9.2015
Habitação foi o grupo com a maior variação em 2015 na comparação com 2014: alta de 18,31%
A inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apresentou uma variação de 0,96% no mês de dezembro do ano passado. No acumulado do ano, o IPCA teve alta de 10,67%, contra 6,41% em 2014. A taxa acumulada no ano foi a maior registrada desde 2002 (12,53%).

Embora tenha ficado abaixo da taxa registrada em novembro (1,01%), a taxa mensal foi a mais alta para o mês desde 2002, quando registrou 2,10%. O indicador também ficou acima do resultado de dezembro de 2014, quando a variação foi de 0,78%.

Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com esse resultado, a inflação estourou o teto da meta do governo, que é 6,5% no período de janeiro a dezembro. A meta oficial é 4,5%, mas existe uma banda permitida para oscilação, de 2 pontos percentuais para baixo e para cima.

O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980, se refere às famílias com rendimento monetário de 1 a 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte, e abrange dez regiões metropolitanas, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande e Brasília. No cálculo do índice de dezembro foram comparados os preços coletados de 28 de novembro a 29 de dezembro de 2015 (referência) com os preços vigentes de 28 de outubro a 27 de novembro de 2015 (base).

No acumulado do ano, o indicador apresentou forte aceleração ao passar de 6,41%, em 2014, para 10,67% em 2015. Oito dos nove grupos pressionaram o indicador geral, com variações expressivas em habitação (18,31%, ante 8,8%, em 2014), seguido por alimentação e bebidas (12,03%, ante 8,03%), transportes (10,16%, ante 3,75%), despesas pessoais (9,5%, ante 8,31%), educação (9,25%, ante 8,45%), saúde e cuidados pessoais (9,23%, ante 6,97%), vestuário (4,46%, ante 3,63%) e comunicação (2,11%, ante -1,52%). Na comparação anual, o único grupo que registrou desaceleração foi artigo de residência, que baixou de 5,49%, em 2014, para 5,36% em 2015.

A forte variação na habitação ocorreu por influência dos preços da energia elétrica e de água e esgoto. Segundo o IBGE, esses itens tiveram uma série de reajustes esperados e extraordinários. "Ademais, o primeiro trimestre refletiu o efeito de acréscimo nas tarifas de energia elétrica por instituição do Sistema de Bandeiras Tarifárias, modelo de cobrança dos gastos com usinas térmicas", ressalta o órgão.

O maior impacto do ano (1,50 p.p.) ficou com a energia elétrica que, juntamente com os combustíveis (1,04 p.p.), representa 24% do índice do ano. As contas de energia elétrica aumentaram, em média, 51%, cabendo a São Paulo (70,97%) e a Curitiba (69,22%) as maiores variações. Nos combustíveis (21,43%), o litro dagasolina subiu 20,10% em média, chegando a 27,13% na região metropolitana de Recife. O etanol teve um aumento médio de 29,63%, atingindo 33,75% na região metropolitana de Curitiba, próximo dos 33,65% de São Paulo. 

Eulina Nunes, coordenadora de índices de preços ao consumidor, explicou em coletiva na sede do IBGE, no Rio de Janeiro, o que pressionou os preços em 2015. "Os reajustes no primeiro trimestre, como energia elétrica, água e esgoto e combustíveis se alastraram por todo o ano. A alta do câmbio também provocou aumentos fortes nos itens de limpeza e consumo das famílias."

Inflação em dezembro
No mês de dezembro, comparado a novembro, a maior alta nos grupos pesquisados de alimentação e bebidas (1,50%), seguido pelo de transportes (1,36%). Os dois grupos foram os responsáveis por 66% do IPCA no mês de dezembro. O grupo de alimentação e bebidas, porém, apresentou uma variação menor do que a registrada em novembro, quando atingiu 1,83%. Já o grupo de transportes havia tido uma variação de 1,08% em novembro. 

No grupo alimentação e bebidas (1,50%) a alta chegou a 2,32% na região metropolitana de Fortaleza e 2,04% em Recife. Observa-se que os preços dos produtos consumidos em casa subiram 1,96%, em média, bem mais do que a alimentação fora de casa, cuja variação foi de 0,65%. Alguns itens apresentaram aumentos expressivos, a exemplo da cebola (13,71%) e do tomate (11,45%), açúcar refinado (10,20%) ecristal (7,14%), feijão-fradinho (7,24%) e carioca (7,02%).
Eulina Nunes, coordenadora de índices de preços ao consumidor
 
Eulina Nunes, coordenadora de índices de preços ao consumidor
Nos transportes, a alta de 1,36% foi influenciada por passagens aéreas, pois as tarifas dos voos ofertados em dezembro ficaram 37,07% acima das tarifas de novembro, quando foi registrada a variação de -5,18%. Com 0,14 p.p. na formação do IPCA do mês, as passagens aéreas lideraram a lista das principais contribuições individuais. Além disso, os combustíveis, que nos dois meses anteriores se mantiveram na dianteira das contribuições, continuaram com seus preços em elevação, ainda que em menor intensidade. A alta ficou em 1,50%, sendo 1,26% o aumento do litro da gasolina e 2,80% o litro do etanol.

Ainda no grupo transportes (1,36%), destacam-se o item automóvel usado (0,78%) e as tarifas dos ônibus interestaduais (2,35%), refletindo aumentos ocorridos em Goiânia (13,17%), Brasília (9,70%), São Paulo (3,50%), Fortaleza (1,66%) e Curitiba (1,47%).

Os artigos de vestuário, com 1,15%, também mostraram alta expressiva, destacando-se as roupasfemininas (1,65%) e masculinas (1,23%).

O grupo saúde e cuidados pessoais (0,70%) foi influenciado pelos itens plano de saúde (1,06%), serviços laboratoriais e hospitalares (0,95%) e artigos de higiene pessoal (0,90%), enquanto no grupo despesas pessoais (0,57%) sofreu pressão de excursão (5,76%), manicure (1,16%), cabeleireiro (1,09%) eempregado doméstico (0,43%).

http://economia.ig.com.br/2016-01-08/inflacao-oficial-em-2015-acumula-a-maior-alta-desde-2002.html

USP exige nota de 450 pontos para aluno entrar pelo Enem

A Universidade de São Paulo (USP) divulgou hoje (8) as notas mínimas para ingresso dos alunos  pelo Exame Nacional de Ensino Médio (Enem). Esta é a primeira vez que a universidade utilizará a nota do exame como forma de entrada na instituição. A medida foi aprovada em junho de 2015 pelo conselho universitário. A pontuação mínima exigida chega a 700 pontos para alguns cursos. As notas do Enem serão divulgadas ainda hoje.
As notas do Enem serão divulgadas ainda hoje
As notas do Enem serão divulgadas ainda hoje
Foto: Agência Brasil
Ao todo, 13,5% das 11.057 oferecidas pela instituição serão disputadas pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu). São 1.489 vagas em 105 cursos. Sendo que 1.038 das colocações serão preenchidas por alunos que cursaram o ensino médio em escolas públicas e 123 por candidatos pretos, pardos ou indígenas. 

As notas de corte variam de 450 pontos para cursos como sistemas da informação, têxtil e moda e gestão de políticas públicas a 700 pontos para engenharia florestal e engenharia agronômica. Para o curso de ciências contábeis e engenharia de materiais são exigidos 600 pontos em todas as provas do Enem (redação, matemática, linguagens e códigos, ciências humanas e ciências da natureza). Algumas carreiras, como engenharia química pedem nota diferencial em determinadas provas. No caso, 650 em matemática e 600 nas demais. 

Segundo o Ministério da Educação, no Enem de 2014, última análise disponível, a média nacional em ciências humanas foi 546,5; em ciências da natureza foi 482,2; em linguagens e códigos, 507,9; e, em matemática, 473,5. Mais da metade dos candidatos tirou nota igual ou menor a 500 na redação. 

As notas do Enem são calculadas com base na teoria de resposta ao item (TRI), ou seja, o valor de cada item varia de acordo com o número de candidatos que acertaram ou erraram a resposta. Quanto mais candidatos acertarem, mais fácil é considerado o item e menos vale. Ao contrário, se menos candidatos acertarem, o item é considerado difícil e vale mais. Dessa forma não é possível dizer quantos itens é preciso acertar para obter determinada nota. 

http://noticias.terra.com.br/educacao/vestibular/usp-exige-nota-de-450-a-700-pontos-para-aluno-entrar-na-instituicao-pelo-enem,bcb550d4b0d698192a4c1166351cbb31quze962j.html

Livro de Hitler volta às livrarias alemãs após 70 anos

Uma edição crítica de "Mein Kampf" ("Minha luta"), obra em que Adolf Hitler resumiu seu pensamento político, está desde esta sexta-feira nas livrarias alemãs, pela primera vez em 70 anos, após prescrever seus direitos autorais. 
 
Uma edição crítica de "Mein Kampf" ("Minha luta"), obra em que Adolf Hitler resumiu seu pensamento político, está desde esta sexta-feira nas livrarias alemãs, pela primera vez em 70 anos, após prescrever seus direitos autorais.
Foto: EFE
A edição, preparada por uma equipe dirigida pelo historiador Christian Hartmann do Instituto de História Contemporânea de Munique (IfZ), foi lançado apenas uma semana depois de o estado alemão da Baviera, que tinha proibido até agora novas edições, perdesse o direito da obra.
"A edição desmascara as mentiras de Hitler e denuncia suas meias verdades, que buscavam um efeito propagandístico", disse hoje o diretor do IfZ, Andreas Wirsching, ao apresentar a edição.
Os dois volumes da obra, com 1.948 páginas, e a um preço de 59 euros (cerca de R$ 255), despertaram, segundo Wirsching, um grande interesse, e já há cerca de 15 mil pedidos, e que por isso aumentaram a tiragem inicial de quatro mil exemplares.
Durante os 70 anos que se passaram desde a morte de Hitler (em 30 de abril de 1945), todos os governos bávaros tinham impedido novas edições do livro para evitar uma instrumentalização dele por grupos de extrema-direita.
No entanto, a obra era acessível em edições estrangeiras, já que os direitos para o inglês foram vendidos por Hitler nos anos 30, e além disso sempre tinha sido possível adquiri-lo em sebos, já que nunca esteve estritamente proibida. Só se impedia a publicação de novas edições.
Foto: EFE
Durante a era nazista, foram impressos 12 milhões de exemplares e muitos deles ainda estão em circulação.
O livro, escrito durante o tempo em que Hitler esteve na prisão pela tentativa de um golpe de estado fracassado, é uma mistura de dados autobiográficos estilizados e de alegações políticas, que apresenta as linhas mestras da propaganda e da ideologia nazista.
A ideia que os judeus e os eslavos são inimigos naturais do povo alemão e que, além disso, foram os responsáveis pela derrota na Primeira Guerra Mundial, atravessa boa parte do livro, da mesma forma que o mito do espaço vital, de que a Alemanha deveria conquistar com a expansão rumo ao leste.
A edição do IfZ foi definida por Hartmann como uma tentativa de desmontar a argumentação de Hitler a partir de um exame minucioso dessas afirmações.
Foto: EFE
Nas páginas da direita está o texto de "Mein Kampf", com a paginação da edição original, e nas da esquerda, os comentários que questionam e contextualizan o livro e seu autor. 

Hartmann se permitiu em repetidas ocasiões utilizar uma metáfora militar para explicar que, com seus comentários, sua equipe tinha como objetivo "sitiar" o texto de Hitler e desfazer a típica argumentação demagógica de misturar verdades, mentiras e meias verdades. 

A edição crítica é a conclusão de um trabalho de várias décadas do IfZ, fundado em 1949 com o propósito inicial de investigar as origens e os fatores que tornaram possível a ascensão e o auge do nacional-socialismo. 

Nesse contexto, já haviam feito edições das fontes fundamentais do nacional-socialismo, incluídos outros textos de Hitler, como seus discursos, mas ficava o vazio de "Minha luta".
Foto: EFE
"Mein Kampf" é, para muitos, um dos últimos mitos do nacional-socialismo e, em parte, a impossibilidade de reeditar a obra em alemão contribuía para dar a ele uma aura de mistério. 

Diante da expectativa por esta obra, Hartmann lembrou como há alguns anos, quando publicou uma edição dos discursos de Hitler, o interesse da opinião pública foi pequeno, o que mostra que "Minha luta" exerce um magnetismo especial. 

O presidente do Conselho Central dos Judeus na Alemanha, Josef Schuster, celebrou a publicação da edição crítica e, em entrevista à rádio "NDR", estimou que pode ajudar a desmontar o mito que rodeia o livro, e chegou a dizer que pode imaginar que acabe sendo estudado nos colégios. 

Para ele, exatamente no momento em que surgem novos movimentos de extrema-direita, a edição pode contribuir para afinar a sensibilidade e desmontar argumentações populistas.
 
http://noticias.terra.com.br/mundo/europa/apos-70-anos-livro-escrito-por-hitler-volta-as-livrarias-alemas,64fdc2647ba8c4cc05f56a57c02ea87bdm8y03eh.html

Foto: EFE

STF determina quebra de sigilo bancário de Cunha e família

Além de Cunha, sua esposa e sua filha, a medida também atinge três empresas ligadas ao deputado

 O presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), sua mulher, a jornalista Claudia Cruz, e a filha do casal, Daniela Cunha, tiveram o sigilo bancário e fiscal quebrados por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF). A decisão foi tomada em outubro pelo ministro Teori Zavascki, mas só foi revelada nesta sexta-feira (8/1).  

Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil
Além de Cunha e seus parentes, a medida também atinge três empresas ligadas ao deputado, entre elas a Jesus.com, que tem registrada entre seus bens um veículo da marca Porsche avaliado em mais de 400 mil reais. As outras empresas são a C3 Produções Artísticas e Jornalísticas, que tem Claudia Cruz como sócia, e a Rádio Satélite Ltda., que o deputado afirma ter vendido em 2007. 

A abertura dos dados foi pedida pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que investiga, no âmbito da Operação Lava Jato, a suspeita de que o deputado possui quatro contas bancárias na Suíça, as quais teriam sido abastecidas com verbas oriundas de propinas de negócios envolvendo a Petrobras. Os dados bancários e fiscais pedidos pela PGR abrangem o período entre 2005 e 2014, segundo a decisão. 

Em outubro, a PGR já havia pedido ao STF que autorizasse a abertura de um inquérito para investigar as contas. Nos últimos meses, foram divulgados vários documentos, entre cópias de passaportes, gastos de cartões de crédito e extratos que apontam a ligação de Cunha e sua mulher com as contas não declaradas na Suíça. As autoridades do país europeu bloquearam mais de 9 milhões de reais depositados nessas contas.
Foto: Lula Marques/Agência PT
Segundo o jornal Folha de S.Paulo , que revelou nesta sexta-feira pela primeira vez a quebra do sigilos, a Receita Federal já enviou à PGR parte dos dados fiscais. Ainda segundo o jornal, foram essas informações que possibilitaram a autorização pelo STF do pedido de busca e apreensão cumprido em dezembro na residência oficial da Câmara e outros endereços do deputado. 

Uma reportagem do jornal publicada na quinta-feira já havia revelado que a Receita identificou indícios de um crescimento no patrimônio do deputado incompatível com os rendimentos da família de Cunha. Segundo o jornal, um relatório da Receita apontou "indício de variação patrimonial a descoberto" que alcançou pelo menos 1,8 milhão de reais entre 2011 e 2014.
Foto: Alex Ferreira / Câmara dos Deputados
Denúncias
Cunha foi denunciado em agosto pela PGR por causa do seu suposto envolvimento na Lava Jato – o lobista Julio Camargo, um dos delatores que está colaborando com o MPF, afirmou que Cunha cobrou propina de 5 milhões de reais num negócio da Petrobras com a Samsung que envolvia o aluguel de sondas marítimas. 

Apesar das denúncias, Cunha vem se mantendo no cargo desde então. Além dos inquéritos no STF e de um pedido de afastamento do cargo de presidente por parte da PGR, o deputado também é alvo de um processo de cassação que tramita no Conselho de Ética da Câmara por quebra de decoro parlamentar. Os deputados que protocolaram o pedido argumentam que Cunha mentiu durante uma audiência da CPI da Petrobras quando declarou não possuir contas no exterior. 

O processo vem se arrastando há meses por causa de manobras de aliados de Cunha que compõem o conselho, e qualquer decisão sobre o futuro do deputado só deve ser tomada a partir de fevereiro. Cunha nega qualquer irregularidade e afirmou repetidas vezes que não pretende deixar a presidência da Câmara. 

Cunha sempre negou qualquer participação nos esquemas investigados pela Lava Jato. Seu nome surgiu pela primeira vez nas investigações em um depoimento do doleiro Alberto Youssef, um dos principais operadores do esquema de corrupção. 

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