O chefe da Polícia Militar síria desertou e fez o anúncio em vídeo. O
general era um dos oficiais mais graduados do regime de Bashar
al-Assad. Considera que o Exército deixou de proteger o país,
convertendo-se num "grupo de assassinos" que destroem cidades e
protagonizam massacres.
Em quase dois anos de conflito já morreram mais de 44 mil pessoas.
O chefe da Polícia Militar da Síria, general Abdul-Aziz al Shalal,
renunciou ao cargo e confirmou sua deserção em um vídeo divulgado hoje
por grupos rebeldes. A saída do oficial militar é mais uma baixa para o
regime de Bashar Assad nos confrontos com os opositores.
Shalal aparece no vídeo com uniforme militar e lendo uma carta. Em
seu discurso, diz que decidiu sair do regime sírio por considerar que o
Exército se afastou de sua missão principal, que era proteger o país. "O
Exército sírio se transformou em nada mais que uma quadrilha armada que
mata e destrói cidades e vilarejos, fazendo massacres contra nossa
população civil nocente que saiu para pedir liberdade e dignidade",
disse.
O Conselho Nacional Sírio, uma das principais organizações de
oposição, confirmou a deserção e disse que o general está na Turquia. O
Exército Livre Sírio, no entanto, diz que ele está em local seguro, mas
sem dizer se o chefe da polícia saiu do país.
O vídeo foi exibido pela emissora saudita Al Arabiya na noite de
ontem. As informações sobre a deserção não podem ser confirmadas de
forma independente devido às restrições impostas por Assad ao trabalho
de jornalistas e organizações internacionais.
Caso confirmada, a saída de Shalal é mais uma renúncia do grupo
próximo ao ditador sírio. Em julho, o regime perdeu o general Manaf
Tlass, que buscou refúgio na França, e em agosto foi a vez do então
primeiro-ministro Riyad Hijab.
A nova baixa acontece em meio à perda de controle das tropas
governamentais e o aumento das forças dos rebeldes, após 21 meses de
conflito. Desde março de 2011, mais de 40 mil pessoas morreram no país,
segundo ativistas.
Acampamento
Hoje, rebeldes e milícias pró-Assad entraram em
combate no campo de refugiados palestinos de Yarmuk, em Damasco.
Segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos, sediado em Londres,
houve explosões durante toda a madrugada na região e tiroteio com armas
de grosso calibre.
O confronto quebra uma trégua estabelecida no acampamento na semana
passada, que pedia a saída de todos os homens armados. Com o conflito na
Síria, os palestinos de Yarmuk também se dividiram entre aliados e
opositores ao regime, o que gerou conflitos internos na cidade.
A área foi bombardeada diversas vezes pelo regime sírio e se tornou mais uma parte dos confrontos armados.
O chefe da polícia militar da Síria, o general Abdul-Aziz Jassem
al-Shallal, desertou e declarou lealdade à "revolução popular" contra o
presidente Bashar al-Assad, de acordo com um vídeo e uma fonte de
segurança.
"Sou o general Abdul-Aziz Jassem al-Shallal, chefe da polícia
militar. Desertei por causa do desvio do Exército de seu dever primário
de proteger o país e de sua transformação em gangues de assassinato e
destruição", disse o oficial em um vídeo publicado no YouTube e
veiculado pela estação de TV Al-Arabiya.
Uma fonte de segurança da Síria confirmou a deserção, mas
subestimou sua importância, dizendo que Shallal deveria se aposentar e
havia desertado para "brincar de herói".
Dezenas de generais desertaram desde o início da crise síria, em
março de 2011, mas Shallal é um dos mais graduados e detinha um posto de
alta hierarquia ao deixar o cargo. Em julho, o general
Manaf Tlass
foi o primeiro membro do círculo próximo de Assad a unir-se à oposição.
No vídeo, Shallal acusou o Exército de "destruir cidades e
vilas e cometer massacres contra nossa população inocente que saiu às
ruas para reivindicar liberdade". Nos últimos 21 meses, milhares de
soldados sírios desertaram para agora lutar do lado das forças
antigoverno. Muitos citaram os ataques contra civis como a razão para
mudar de lado.
Nesta quarta, de acordo com o Observatório Sírio dos Direitos Humanos
(OSDH), um bombardeio do regime sírio contra a localidade de
Qahtaniyeh, no norte do país, deixou ao menos 20 mortos, incluindo oito
crianças e três mulheres. Um vídeo amador mostrou os corpos de dezenas
de pessoas, incluindo crianças, deitadas em quarto. Alguns tinham sangue
em suas roupas, enquanto era possível ouvir choros no som de fundo.
Também nesta quarta, ativistas disseram que rebeldes
lançaram um ataque à base militar de Wadi Deif, na Província de Idlib,
norte. A base, que fica perto da cidade estratégica de Maaret al-Numan,
está sob certo há semanas.
A crise síria começou com protestos demandando reformas,
mas posteriormente se tornou uma guerra civil. Ativistas contrários ao
regime estimam que a violência dos últimos 21 meses deixou mais de 40
mil mortos.
http://diariodonordeste.globo.com/noticia.asp?codigo=351512&modulo=965
http://ultimosegundo.ig.com.br/revoltamundoarabe/2012-12-26/chefe-da-policia-militar-siria-deserta-e-une-se-a-revolucao-contra-assad.html