Relator das famigeradas contas de 2014 do ex-governador Agnelo
Queiroz no Tribunal de Contas do Distrito Federal, o conselheiro Paulo
Tadeu tem dado mostras de que não será influenciado pelo antigo partido -
o PT - ou será sensibilizado por ter participado da administração do
petista, como secretário de Governo, no início da gestão passada.
Recentemente, Tadeu relatou processos que apontaram indícios de
irregularidades na gestão do ex-companheiro, a exemplo da locação de
painéis pelo Detran-DF, cujos pagamentos foram suspensos, por indícios
de superfaturamento e direcionamento da licitação.
“Quando há, claramente, a intenção de desviar dinheiro público, somos
implacáveis. Doa a quem doer, vai ter que responder. Eu sempre espero
que não ocorra desvio e nem mesmo erros na gestão pública, porém,
quando ocorre, temos que exercer nossas funções”, afirmou Tadeu,
enquanto ouviu a Hora do Angelus, pelo rádio de seu gabinete.
Contas de 2014
A expectativa sobre a chegada das contas de 2014 é grande no gabinete
do conselheiro. “É claro que o corpo técnico do Tribunal, em conjunto
com nosso gabinete, já vem acompanhando as contas de 2014. Agora, os
números que estão chegando ao Tribunal de Contas serão fundamentais para
que tenhamos um posicionamento claro e transparente”, explicou,
lembrando que os relatórios com os números ainda estão na Câmara
Legislativa.
A expectativa das pessoas em relação ao julgamento das contas do
ex-governador petista é natural, conforme conselheiro: “As pessoas
querem saber se o governo deixou ou não recursos no caixa, se cumpriu
com a legislação, principalmente a Lei de Responsabilidade Fiscal”.
ano eleitoral
Pelo fato de 2014 ter sido um ano eleitoral, Tadeu explica que há um
série de elementos que precisam ser analisados. “Evidente que o parecer
que vamos emitir será técnico, sem qualquer elemento político”,
garantiu.
Se o governo cumpriu com o que determina a legislação, “evidentemente
que o parecer será no sentido de aprovação”. Por outro lado, diz o
conselheiro, “se o governo descumpriu elementos fundamentais, não há o
que fazer a não ser propor, no parecer, a reprovação das contas”.
O que não é legal, alerta o conselheiro, “é a tentativa de aprovar ou
reprovar as contas antes de conhecer o que de fato aconteceu no âmbito
do governo”.
Fonte: Da redação do Jornal de Brasília