sábado, 22 de fevereiro de 2014

Roberto Jefferson abre conta para receber doações e pagar multa do mensalão

 

A exemplo do que fizeram os petistas condenados, delator do esquema pede ajuda na internet    
 
Do R7
Jefferson é um dos poucos condenados que ainda está solto .
 
A exemplo dos petistas condenados no processo do mensalão, o ex-deputado Roberto Jefferson, delator do esquema de corrupção, anunciou nesta sexta-feira (21) que abriu uma conta para receber doações que o ajudem a pagar a multa que a Justiça irá lhe impor por seu envolvimento e condenação no processo.
 
O valor a ser pago por Jefferson, bem como quando ele deve quitar a dívida, ainda não foi definido. Mas o petebista resolveu se antecipar e já recolhe contribuições desde agora.
 
Porém, diferente do que fizeram José Genoino, Delúbio Soares, José Dirceu e João Paulo Cunha, Jefferson não criou um site específico para a empreitada. Ele está usando para isso o blog que mantém há anos e no qual escreve artigos e tece comentários sobre a vida política do Brasil.
 
Em post publicado nesta sexta, Jefferson diz ainda que está vendendo seu escritório de advocacia para arrecadar parte dos recursos necessários.
 
Leia a íntegra da nota:
"Como já disse aqui no blog, estou vendendo o escritório de advocacia que há anos mantenho no Rio de Janeiro, no Centro, como forma de arrecadar parte dos recursos necessários para pagar a multa que me foi imposta pelo STF. Para complementar o total necessário, reativei conta pessoal que tinha no Banco do Brasil, e que está a partir de agora disponível para os amigos, correligionários e demais interessados em oferecer sua contribuição. Lembro que, para garantir o caráter de transparência e lisura neste processo, enviarei ao STF a lista com o nome e o CPF dos que contribuírem, por isso, peço que os depósitos sejam identificados. Estaremos recebendo contribuições na seguinte conta: Banco do Brasil, agência 1003-0, conta corrente 36343-X, em nome de Roberto Jefferson Monteiro Francisco. Agradeço desde já pelo apoio e compreensão de todos".
 
 

Vaquinha virtual para multa de Dirceu já tem R$ 932 mil

 

Faltam menos de R$ 40 mil para ex-ministro da Casa Civil acertar dívida imposta pelo Supremo
Do R7
Apoiadores de Dirceu já doaram 96% do total necessário para multa.
 
A página eletrônica que contabiliza as doações para o pagamento da multa do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu já arrecadou R$ 932.894,32 até esta sexta-feira (21). Calculada pela VEP (Vara de Execuções Penais) do Distrito Federal, a multa de Dirceu foi estipulada em R$ 971.128,92.
 
De acordo com balanço divulgado no início da noite, o total de doadores chegou a 2.993. O volume de recursos arrecadado representa 96% do total necessário. Em valor absoluto, Dirceu ainda precisa convencer seus apoiadores a doar R$ 38.234,60.
 
Ontem, a VEP notificou o ex-ministro sobre a necessidade do pagamento da multa. A Justiça, porém, não estipulou um prazo para o acerto.
 
O site, criado na última semana, exibe uma carta assinada por “Amigos do Zé” que diz: “Ainda que queiram impor o 'ostracismo' aos réus condenados, José Dirceu não está e nunca esteve só, apesar de todo linchamento público que sofreu”. A carta segue.
 
— Amigos, militantes partidários e dos movimentos sociais e, sobretudo, cidadãos brasileiros conscientes da perseguição implacável contra aqueles que ousaram construir um Brasil melhor estão ao seu lado. São muitos os companheiros que nestes últimos oito anos se mostraram solidários a Dirceu e conscientes da verdade.
 
Segundos os organizadores da vaquinha, "notícias veiculadas pela imprensa dão conta de que os prazos [para pagar as multas] foram reduzidos ou mesmo de que não haverá prazo para o pagamento da multa após o recebimento da notificação".
 
— Tomamos a decisão de não mais esperar e iniciar a campanha já. É chegada a hora de reparar injustiças e mostrar que a solidariedade é capaz de mudar a história. A ajuda para pagar a multa quase milionária imposta pelo Supremo é um protesto coletivo contra as arbitrariedades e violações do julgamento da AP 470. A contribuição de cada um representa muito mais do que um gesto financeiro. Representa antes de tudo um gesto humano e político.
 
Dirceu foi condenado a dez anos e dez meses de prisão e, no momento, cumpre pena de sete anos e 11 meses em regime semiaberto, pelo crime de corrupção ativa. Pelo crime de formação de quadrilha, que completaria o tamanho de sua pena, Dirceu ainda aguarda julgamento de recurso no STF.
 
Estadão Conteúdo
 
 
 

“Apanhei mais que bati”, diz filho de Luciano suspeito de agressão contra a tia

 

Delegada decidiu mantê-lo preso sem direito a fiança; prima também alegou que apanhou
     

 
Wesley chegou na delegacia machucado e negou as agressões
 
O filho cantor Luciano Wesley Camargo rebateu a acusação de que agrediu uma tia e uma prima em Goiânia (GO), na última sexta-feira (21). No momento em que estava sendo preso, ele conversou com uma equipe de reportagem da Rede Record e afirmou que “apanhou mais que bateu”.
 
— Eu estou muito mais machucado que elas. Bati mais que apanhei e ainda eu que vou ficar preso.
 
Wesley foi detido nesta sexta-feira (21). A delegada informou que exames feitos nas duas vítimas no IML (Instituto Médico Legal) comprovaram as marcas de agressão. Os familiares disseram em depoimento que Wesley tem problemas com drogas e álcool e que chegou em casa agredindo.
 
A delegada Ana Elisa Faria decidiu mantê-lo preso sem direito a fiança. A briga na família teria começado porque a mulher de Wesley discutiu com a tia dele. A jovem ficou o dia inteiro na delegacia e também foi ouvida. Ela afirmou que contratou um advogado e entrará com um pedido de habeas corpus.
 
Wesley é estudante de engenharia e atualmente está desempregado.
 
 

Alto nível educacional e econômico não impede mulheres de apanhar caladas

 

A tragédia de Osasco mostra como a violência doméstica não vê diploma nem classe social 
 
    
Célia sofria agressões há anos e já havia registrado boletim.
 
Edemir de Mattos, 52 anos, era professor de inglês e faixa preta de judô. Célia Regina Pesquero, 49 anos, é professora da Faculdade de Saúde Pública da USP, onde se formou em Química, fez mestrado e doutorado.
 
 Depois de mais uma briga, na noite da última segunda-feira (17), Célia teve o maxilar fraturado pelo marido, que logo depois se jogou do 13º andar do prédio onde moravam, em Osasco, com filho do casal, Ivan, de 6 anos, no colo. À polícia, Celia confirmou que o marido era agressivo e disse que “sempre apanhava”.
 
O caso, que chocou a opinião pública esta semana, expõe outro drama que nem sempre ganha os holofotes: a violência doméstica contra mulheres com alta escolaridade e nível socioeconômico que, no imaginário social, estariam fora do “grupo de risco” das agredidas, formado por mulheres que dependem financeiramente dos maridos e não teriam para onde ir após uma agressão.

Lidia Aratangy, terapeuta familiar com mais de 20 livros publicados sobre casamento (entre eles “O Anel que Tu Me Deste: O Casamento no Divã”), alerta que as relações amorosas fazem desabrochar o melhor e o pior das pessoas, e suportar agressões faz parte de uma “loucura” que se instaura no casal. Independente de escolaridade ou saldo bancário. 
 
— O que elas são é afetivamente menos favorecidas. A mulher que não se separa e continua vivendo com o agressor se sustenta na esperança de que tudo vai mudar. Quando acaba aquele momento de pavor, ela se apega nas outras coisas boas que a relação possui.

A pesquisa 'Mulheres Brasileiras e Gênero nos Espaços Público e Privado" da Fundação Perseu Abramo, lançada no final de 2013, comprova a tese. O estudo investigou 20 diferentes modalidades de violência, agrupadas por controle ou cerceamento, violência física, psíquico-verbal, sexual e assédio.

Os números mostram que há uma variação muito pequena entre os segmentos. A violência física atinge 19% das mulheres com curso superior ou mais, contra 25% das que têm só o ensino fundamental. No entanto, as formas de controle ou cerceamento atingem 19% das mulheres com menor escolaridade, contra 27% das que possuem diploma superior. Já a violência psíquico-verbal é igual para todas, com 21%, e a sexual aponta uma diferença irrisória: 11% para quem tem ensino fundamental e 8% das diplomadas.

Segundo Lidia, quando há momentos de ruptura interna no relacionamento, que escapam a qualquer lógica, o diploma e o conhecimento não valem de nada. Para ela, é enlouquecedor ver a pessoa amada perder completamente o controle, como ocorre com os maridos e companheiros agressores.
 
— Esses monstros todos moram dentro da gente, e a maioria de nós, por sorte, desenvolve canais para controlá-los. Quem tem estudo possui uma visão de mundo mais ampla, o que dá mais recursos emocionais para poder desenvolver esses canais. No entanto, diante desse tipo de patologia afetiva, as pessoas perdem o acesso à sua parte mais sofisticada. Podemos ficar todos muito primários. A questão não é dar um conselho para a mulher que sofre agressão. O conselho é para todas as mulheres. Quando ultrapassa a barreira física, não tem um tapinha que mereça desculpa. O conselho é violência zero.

Rihanna, MC Sexy e Maria da Penha

Quem não se lembra do caso da Rihanna, que tomou a maior surra do namorado, Chris Brown, deu queixa, fez B.O, exame de corpo de delito, e acabou voltando para ele? Depois, a cantora disse que se envergonhou de ter perdoado. “Isso aconteceu comigo e eu sou uma pessoa forte. Pode acontecer com qualquer um", declarou na época, dizendo ter se arrependido de dar um mau exemplo para suas fãs. A cantora ainda justificou sua decisão dizendo que agiu por amor. "É normal voltar depois que algo assim acontece. Você começa a mentir para si mesma. Eu preciso dizer às garotas que passaram por violência doméstica que não reajam por amor", declarou.

Por isso os especialistas aconselham que é importante não ter vergonha de contar para uma amiga, uma irmã. Normalmente, as pessoas em volta não acreditam, especialmente quando se trata de pessoas com bom nível cultural. A mulher tem de ter alguém de confiança a quem pedir socorro caso a agressão se concretize. 
As estatísticas, é bom lembrar, apontam para um quadro sinistro: a cada dois minutos, cinco mulheres são agredidas violentamente no Brasil. E o pior: nem o advento da Lei Maria da Penha, em 2006, que estabelece que todo o caso de violência doméstica em uma família é crime, que deve ser apurado por inquérito policial e remetido ao Ministério Público, foi capaz de reduzir os homicídios de mulheres no Brasil.

Estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e divulgado em setembro do ano passado, revelou que a proporção de feminicídios por 100 mil mulheres em 2011 (5,43) superou o patamar visto em 2001 (5,41). Comparando a taxa de mortes por agressão nos períodos anteriores e posteriores à lei, a pesquisa do Ipea também constatou um retrocesso.
 
De 2001 a 2006, foi verificada uma taxa de 5,28 feminicídios por 100 mil mulheres, semelhante à encontrada entre 2007 e 2011, de 5,22. Segundo o Ipea, os parceiros íntimos são os principais assassinos de mulheres, sendo responsáveis por aproximadamente 40% de todos os homicídios no mundo. Essa proporção é de 6% entre os homens assassinados pelas parceiras.
 
A MC Sexy após ser agredida pelo namorado.
 
Escapar por um triz das estatísticas deixa, por outro lado, vítimas fragilizadas. É o caso de Mc Sexy, que há uma semana foi violentamente agredida pelo então namorado, Lucas Luan Aguiar, de 24 anos, que foi preso nesta quarta-feira (19/2). Juntos há seis meses, os dois já faziam planos de casamento. Tudo foi interrompido pelo acesso de fúria do rapaz, que ao ter tido uma “visão de que estava sendo traído”, partiu com tudo para cima da parceira.  
 
— Ainda estou passada. Eu ainda tremo, tenho muito medo, a cabeça fica descontrolada. Ele tinha um comportamento estranho, quebrava porta, notebook, mas nunca tinha feito isso, me tratava como uma rainha. Eu tentei terminar com ele, por esse temperamento, mas ele não aceitou. Percebi que havia algo estranho com ele, tinha um pó branco dentro do nariz, peguei minha bolsa, fui indo pro meu carro na garagem. Foi quando ele me deu uma garrafada na cabeça. Eu ainda tentei arrancar com o carro, mas ele alcançou, entrou pela janela do passageiro e me agrediu. Ele me jogou pra fora com o carro andando. Acordei sendo puxada por um porteiro, que chamou a polícia. No hospital é que fui lembrar tudo o que aconteceu.  
 
MC Sexy acredita que muitas mulheres desistam da denúncia, pois a polícia exige testemunhas, provas, e nem todo mundo consegue, fica sem alternativa. Ela compreende as dificuldades que as vítimas devem enfrentar, mas, para ela, perdoar é impossível.  
 
— Perdoar é não ter amor próprio. Eu vou te falar... gosto muito do Lucas, mas nunca mais na vida ele vai ver a minha cara. Agora é esquecer, é bola pra frente. A carne tá sarando, mas a alma, o coração, ainda estão muito abalados.
 
R7

Presidente do STF decreta a prisão do ex-deputado Roberto Jefferson


Delator do escândalo do mensalão, o ex-presidente do PTB ficará detido em regime semiaberto, no Rio de Janeiro          
   
 
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, decretou nesta sexta-feira (21/2) a prisão do ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ).

Delator do escândalo do mensalão, o ex-presidente do PTB ficará detido em regime semiaberto, no Rio de Janeiro. Em decisão tomada no começo da noite, Barbosa rejeitou o pedido de prisão domiciliar apresentado pela defesa do ex-parlamentar, que foi condenado a 7 anos e 14 dias de cadeia no julgamento do mensalão.

Jefferson será o último dos condenados à penas restritivas de liberdade na Ação Penal 470 a ir para a cadeia. Ele havia pedido para cumprir prisão em casa, sob a alegação de que necessita de cuidados especiais com a saúde e com alimentação. O ex-deputado teve câncer no pâncreas e passou por cirurgia de retirada do tumor em julho de 2012, poucos dias antes do início do julgamento do mensalão.

Até as 19h, a Polícia Federal não havia recebido o mandado de prisão nem sido comunicado oficialmente sobre o decreto expedido pelo presidente da Suprema Corte. Roberto Jefferson passou os últimos meses, aguardando a decisão de Joaquim Barbosa, em casa, na cidade de Comendador Levy Gasparian (RJ).