terça-feira, 13 de maio de 2014

Brasil lidera ranking de medo de tortura policial

 

Questionados se estariam seguros ao serem detidos, 80% dos brasileiros discordaram fortemente
 
Levantamento da ONG ouviu 21 mil pessoas em todo o mundoAFP
 
Trinta anos depois da assinatura da Convenção Internacional Contra Tortura da ONU por 155 países, entre eles o Brasil, a grande maioria dos brasileiros ainda teme por sua segurança ao serem detidos por autoridades, revela um relatório divulgado nesta segunda-feira pela ONG de defesa de direitos humanos Anistia Internacional.
 
Quando questionados se estariam seguros ao serem detidos, 80% dos brasileiros ouvidos pela ONG no levantamento discordaram fortemente.
 
Trata-se do maior índice dentre os 21 países analisados no estudo e quase o dobro da média mundial, de 44%.
 
'É um índice chocante que revela a percepção social em torno da tortura', diz Erika Rosas, diretora para Américas da Anistia Internacional, à BBC Brasil.
 
'Não podemos dizer que a tortura é uma prática sistemática no Brasil como em outros países, mas temos documentado diversos casos preocupantes.'
 
Impunidade
No levantamento, que ouviu 21 mil pessoas em todo o mundo, o México ficou num distante segundo lugar, com 64% dos participantes respondendo temer a tortura por autoridades. Turquia e Paquistão empataram na terceira posição, com 58%.
 
O Reino Unido (15%), a Austrália (16%) e o Canadá (21%) foram os países onde este medo é menor.
O presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB, Wadih Damous, diz não se surpreender com a posição do Brasil no ranking.
 
'A tortura persiste porque houve a impunidade com a anistia dos agentes da ditadura que a praticaram. Isso gera um salvo conduto para as autoridades atuais', afirma Damous.
 
'A violência policial é perceptível e está enraizada nas políticas de segurança pública do país.'
 
Nos últimos três anos, o número de denúncias dos atos cometidos por agentes do governo no país cresceu 129%.
 
Entre 2011 e 2013, foram relatados 816 casos por meio do Disque 100, da Secretaria Nacional de Direitos Humanos, envolvendo 1.162 agentes do Estado.
 
Avanço
Damous aponta como avanço nesta questão a aprovação no Congresso Nacional do Sistema Nacional de Prevenção e Combate à Tortura, que prevê entre outras medidas a permissão para que peritos independentes tenham acesso a prisões e hospitais psiquiátricos para avaliar o tratamento dado a detentos e pacientes.
 
'Hoje, os peritos policiais se sentem coagidos por colegas a mudarem seus laudos', afirma Damous.
Rosas, da Anistia Internacional, diz que o sistema aprovado no país é louvável, mas que é agora preciso colocar essa política em prática.
 
Atualmente, o comitê de peritos ainda precisa ser nomeado pela presidente Dilma Rousseff.
'É preciso treinar as forças de segurança e criar leis secundárias para dar apoio a este sistema', afirma Rosas.
 
'Isso deve ser feito especialmente em relação às manifestações que ocorreram e ainda estão por vir com a Copa do Mundo, para garantir que os protestos não sejam criminalizados e não colocar os manifestantes numa posição em que possibilite que eles sejam detidos e talvez torturados. O mundo estará de olho no Brasil neste período e a forma como o país lidar com isso servirá de exemplo.'
 
Ao mesmo tempo, de acordo com a pesquisa da Anistia Internacional, a maioria dos brasileiros condena a tortura: 83% concordam que é preciso haver regras claras contra esta prática e que elas violam leis internacionais e 80% discordam que ela pode ser necessária em alguns casos para obter informações para proteger a população.
 
'Isso é como o racismo: ninguém declara abertamente apoio à tortura. Mas percebemos que, em segmentos importantes da sociedade, bate-se palmas à tortura ou ela é ignorada porque foi praticada contra criminosos. Isso ocorre principalmente nas redes sociais, onde as pessoas costumam ser mais honestas', afirma Damous.
 
'A sociedade precisa fazer sua parte e colaborar, porque os policiais sentem-se legitimados por esta parte da população.'
 
Campanha
Juntamente com a pesquisa, a Anistia Internacional lançou uma campanha contra a tortura.
Em seu relatório, a ONG afirma que, apesar de muitos países terem aceito a proibição universal da tortura e vêm combatendo-a com sucesso, diversos governos ainda usam tortura para extrair informação, obter confissões forçadas, silenciar dissidentes ou simplesmente como uma punição cruel.
 
Segundo Rosas, da Anistia Internacional, é preciso dar fim à noção de que a tortura é necessária para controlar os níveis de criminalidade.
 
'Falta vontade política dos governos para punir quem pratica a tortura porque ela é vista como uma prática aceitável para combater o crime', afirma Rosas.
 
Entre janeiro de 2009 e maio de 2013, a Anisitia Internacional teve conhecimento de torturas e maus tratos em 141 países.
 
Amarildo
Apesar de não fazer parte oficialmente desta estatística, o caso do pedreiro Amarildo de Souza é citado nominalmente no lançamento da nova campanha contra tortura.
 
Em 14 de julho de 2013, ele foi detido ilegalmente pela polícia militar na favela da Rocinha, no Rio de Janeiro. Uma investigação concluiu que ele foi morto por meio de tortura dentro de Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) instalada pela polícia na favela.
 
'Assim como outros países dos continente, o Brasil tem um legado de violência gerado pelas ditaduras, que usava a tortura como ferramenta de opressão. É muito preocupante que, em 2014, autoridades sigam torturando', afirma Rosas.
 
Vinte e cinco policiais acusados de terem envolvimento com sua tortura e morte estão atualmente em julgamento.
 
'O caso de Amarildo foi exatamente como ocorria na ditadura e mostra que a tortura não é coisa do passado', afirma Damous.
 
'Talvez por causa da repercussão na internet e internacionalmente, ele tenha virado uma exceção, porque houve punição. A regra ainda é a impunidade.'
 

Estádio Mané Garrincha custou 61% a mais do que moderna arena saudita

 

Apesar do investimento, futuro é incerto no local, que é grande candidato a elefante branco 
Arena na Arábia Saudita ganha em quase todos os quesitos do estádio Mané Garrincha, com exceção de um: a granaDjalma Vassão/Gazeta Press e Divulgação

Para quem vê as fotos dos estádios Mané Garrincha, em Brasília, e da arena King Abdullah, na Arábia Saudita, poucas diferenças são notadas de imediato. A princípio, ambos parecem igualmente modernos e confortáveis. Mas, as disparidades existem e não são poucas.
 
Enquanto o estádio saudita foi construído com R$ 1,18 bilhão, a arena brasileira, que é uma das sedes para a Copa do Mundo no País, tem valor estimado em R$ 1,9 bilhão pelo TC-DF (Tribunal de Contas do Distrito Federal). O gasto tem diferença de 60% a mais na construção de Brasília em relação ao King Abdullah. 
 
Se ambos tivessem estrutura igual, a diferença já seria questionável. No entanto, o fato fica ainda mais preocupante quando comparadas as infraestruturas dos dois locais.

Inaugurado em 1º de fevereiro deste ano, o Abdullah, localizado próximo à cidade saudita de Juddah, comporta, além do estádio com capacidade para 60 mil pessoas, um ginásio poliesportivo climatizado para 2.000 espectadores, uma pista de atletismo com arquibancadas para 1.000 fãs, quadras de tênis, campos de futebol, uma mesquita e estacionamento para 45 mil carros. Além de tudo isso, ainda existe uma exposição de quadros famosos e sistema de internet wi-fi dentro da construção.

 Apesar de pronto, o Mané Garrincha ainda não tem nada em seu entorno que justifique o investimento tão alto. As promessas de quadras de vôlei e basquete, dois ginásios, complexo aquático, um autódromo e até um cine drive-in, mesmo vendidas como feitas, não existem e podem ser facilmente confundidas com concretos velhos, cestas de basquete sem rede e muros pichados.
 
 

Homem mata crianças de 9 e 12 anos no DF por causa de dívida de R$ 40 com irmão das vítimas

 

Rômulo Souza, de 21 anos, amarrou as crianças e incendiou a casa em Ceilândia 
 
Segundo a polícia, Rômulo Souza não apresentou sinais de arrependimento na delegacia.
 
Uma dívida no valor de R$ 40 foi o principal motivo para o crime que provocou a morte de duas crianças durante um incêndio criminoso, nessa segunda-feira (12), em Ceilândia Sul, no Distrito Federal. Segundo o CBMDF (Corpo de Bombeiros do DF), as duas crianças, de 9 e 12 anos, chegaram a ser amarradas. 
 
Apontado como o  autor do  crime que chocou a cidade, Rômulo Sebastião Nascimento de Souza, de 21 anos, foi preso pela PCDF (Polícia Civil do Distrito Federal) duas horas depois de incendiar a casa onde estavam os dois irmãos, João e Driele. O acusado estava tomando banho na casa da namorada no momento da prisão, em Taguatinga Norte (DF).   
 
De acordo com a polícia, a dívida era do irmão das crianças, Marcos Paulo, com Rômulo Souza e teria o valor total de R$ 140. Segundo mensagens trocadas entre os dois  nas redes sociais, entende-se que Marcos Paulo já teria pago R$ 100 e faltariam outros R$ 40. 
 
Como era conhecido da família, o rapaz de 21 anos entrou na casa onde estavam as crianças, na QNM 7 conjunto M, e começou a pegar objetos como forma de pagamento. Assustados, João e Driele começaram a gritar, quando Rômulo teria amarrado as vítimas em quartos diferentes e ateado fogo na casa.    
 
Ao ser preso, Rômulo Souza, segundo a polícia, não apresentou qualquer sinal de arrependimento.
— Ele [Rômulo] é um homem extremamente frio e calculista e não apresentou qualquer sinal de arrependimento, afirmou o delegado da 15ª DP (Delegacia de Polícia), Johnson Kennedy Monteiro.
 

Manicure torturada pode ter sido enterrada com vida, diz polícia

 

A jovem foi encontrada em uma cova em um terreno baldio, em Barueri
O delegado Zacarias Tadros, que investiga o assassinato da manicure Ane Kelly Santos, de 26 anos, informou que ela pode ter sido enterrada viva. A jovem foi torturada durante mais de três horas após supostamente roubar dinheiro de seu vizinho em Barueri, na Grande São Paulo.
 
Segundo o delegado, a médica legista que examinou o corpo de Ane Kelly encontrou material em sua traqueia, o que pode indicar que ela ainda respirava quando foi enterrada. A polícia ainda investiga o caso, mas já prendeu os três suspeitos do crime - Jacson Nunes Pereira, de 21 anos, Renata Fonseca da Silva, de 27, e Valmir Lima de Oliveira, de 27.
 
Os suspeitos torturam a jovem durante mais de três horas em um barraco de uma comunidade em Barueri. Após as agressões, eles a enterraram em um terreno baldio, no dia 24 de abril. A motivação do crime seria o furto do dinheiro de Pereira, cerca de R$ 27 mil que ele juntou praticando crimes.
 

Em Guarujá, lei garante que mulheres desçam dos coletivos fora dos pontos


N/A

Mulheres poderão descer mais perto de suas casas
mulheres que usam ônibus municipais em Guarujá poderão descer dos coletivos fora dos pontos, após as 22 horas. A medida visa garantir mais segurança às passageiras em horários considerados perigosos. Assim, elas podem pedir ao motorista para descer em locais mais próximos das suas casas, desde que não interfira nos itinerários das linhas.

A novidade foi criada por força de lei e publicada na semana passada no Diário Oficial do Município. O texto “estabelece normas para desembarque de pessoas do sexo feminino no transporte coletivo urbano após as 22 horas em áreas consideradas de risco à integridade”. O projeto, aprovado pela Câmara e sancionado pela prefeita Maria Antonieta de Brito, (PMDB) é de autoria do vereador Luciano China (PMDB).

De acordo com a nova legislação, os motoristas de ônibus poderão fazer o desembarque das mulheres em qualquer local onde seja permitido estacionamento (se assim elas quiserem), mesmo que nele não haja ponto de parada regulamentado. A única condição imposta é que seja respeitado o trajeto original do coletivo.
 

Consumidora encontra besouro dentro de vidro de azeitona com caroço

 

N/A
Embalagem foi comprada há seis dias, em Santos
Uma consumidora de Cubatão encontrou um besouro dentro de um vidro de azeitonas verdes com caroço. O produto foi comprado no último dia 6 de maio, em um hipermercado de Santos, porém, a presença do inseto na embalagem só foi verificada neste domingo. O vidro do produto ainda está lacrado.

Segundo Sandra Beatriz Capra, de 47 anos, o alimento, da marca Campo Belo, estava guardado desde a data da compra para ser usado no almoço do Dia das Mães, no último domingo. “Sempre uso essa marca e nunca tive problema. Quando comprei o vidro, não vi o animal lá dentro. Ontem, eu tinha feito uma bacalhoada e planejava usar estas azeitonas na receita. Por sorte, vi o inseto dentro do vidro antes de violar a embalagem”, conta.

Nesta segunda-feira, logo no início do dia, a consumidora procurou o Procon e a Vigilância Sanitária de Cubatão. Mas foi informada que deveria registrar a queixa em Santos, já que o produto havia sido adquirido no Município.

”Como o vidro está lacrado, a Vigilância Sanitária confirmou que poderá fazer a perícia no produto. Vou na quarta-feira falar com um advogado das pequenas causas e ele ficará responsável por intermediar esse teste”.

Sandra faz ainda um alerta aos consumidores. “Estou fazendo esta denúncia porque trata-se de uma questão de saúde. Se eu tivesse aberto o vidro, poderia até achar que o animal entrou ali dentro sem eu perceber. Mas não foi isso que ocorreu. O besouro já estava lá dentro. Esse episódio deve servir de alerta para outros consumidores. As pessoas precisam ter cuidado com o que consomem”.

A Reportagem não conseguiu contatar os responsáveis pela fabricação do produto.
 
De A Tribuna On-line