Maria Júlia Coutinho em ação no “Jornal Nacional” (Foto: reprodução/Globo)
Leio
hoje na coluna de televisão da “Folha de S. Paulo” uma pequena
entrevista com Maria Júlia Coutinho, a nova apresentadora da previsão do
tempo do “Jornal Nacional”. Saudada como a grande novidade do
telejornal, Maria Júlia foi notícia na semana ao corrigir William Bonner
no ar. Bonner havia perguntado se o tempo seria “bom” e ela o lembrou
que, segundo as regras do canal, o termo correto era “firme”.
Maju
é novidade no “JN”, mas já vem atuando em outros jornais da casa há
algum tempo. Sempre com o mesmo jeito descontraído. A tal correção virou
notícia nos sites especializados em TV, mas não só neles. Um amigo
enviou link do blog “Pragmatismo Político” com o seguinte título: “Nova
garota do tempo do Jornal Nacional é vítima de racismo”. Isso mesmo.
Afinal, independentemente de ser boa jornalista ou não, Maria Júlia é
negra. É o que basta para açular a corja que, nessas ocasiões, costuma
sair do esgoto para marcar presença nos comentários dos noticiários na
internet.
Curioso que os movimentos tão preocupados em vetar
peças teatrais e séries de TV não deem as caras como deveriam. Não vejo
ninguém elogiando a Globo por abrir espaço a uma jornalista negra em um
jornal de destaque. “Ah, mas levou anos para fazer isso”, dirão. Mas
pelo menos fez, digo eu.
Ao mesmo tempo, parece que deram certo
os protestos sobre o fato de a emissora “sempre mostrar o negro como
favelado”. Veja, por exemplo, a nova novela das sete, “I Love
Paraisópolis”. Apesar de se passar na maior favela de São Paulo, há
capítulos inteiros em que você não vê um negro sequer. O mesmo se pode
dizer da série “Chapa Quente”, que tem como cenário um popularíssimo
bairro de São Gonçalo desprovido de negros. Parabéns aos envolvidos.
Provavelmente
a Globo deve ter ficado de saco cheio das polêmicas e protestos e
resolveu optar pelo elenco estilo publicidade brasileira (com padrões
nórdicos de negritude). Como já disse aqui, apesar de não gostar da
série “Sexo e as Negas”, não o achava ofensivo e havia um lado positivo
em ter protagonistas negras. Também não vejo problemas em mostrar negros
como favelados – afinal, é uma realidade do país. Triste, porém real.
A maioria dos torcedores pelo menos imagina que há mais critérios para a
convocação de atletas à Seleção Brasileira do que simplesmente seu
desempenho dentro de campo. Destaque internacional dos jogadores,
marketing e outras variáveis fazem parte da realidade do futebol. Mas,
neste sábado, foram revelados contratos da Confederação Brasileira de
Futebol (CBF) com empresas que podem penalizar financeiramente a
entidade caso os nomes de maior destaque, como Neymar, não sejam
chamados para amistosos do time canarinho.
Conforme informou o jornal O Estado de S. Paulo,
a CBF tem vínculos com as empresas International Sports Events (ISE) e
Pitch International, que pagam à entidade para organizar amistosos da
Seleção, mas, como contrapartida, exigem que as convocações sejam
enviadas a elas com 15 dias de antecedência. Caso os atletas do "Time A"
(com mais apelo de marketing, condições técnicas e reputação) não
estejam na relação e sua ausência não seja justificada por laudo médico,
os grupos podem multar a Confederação em 50% da cota paga por amistoso,
cujo valor total é de aproximadamente R$ 3,1 milhões.
Mesmo em caso de contusão de alguma das principais peças do grupo
verde e amarelo, a CBF é obrigada, por contrato, a substituí-lo por
algum atleta de nível similar nos critérios descritos acima.
O contrato com a ISE, que contém as cláusulas citadas, tem duração
estipulada até 2022, com prioridade de renovação de 90 dias. Sendo
assim, os amistosos de preparação para as Copas do Mundo de 2018, na
Rússia, e de 2022, no Catar, também serão explorados pelo grupo.
O presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, saiu em defesa do vínculo
firmado em 2006, na administração de Ricardo Teixeira, que precedeu seu
antecessor, José Maria Marin. Para o dirigente, o acordo evita que a
entidade máxima do futebol brasileiro tenha prejuízo em amistosos com
públicos baixos e garante que tais partidas sejam garantia de receita.
"Nós fazemos o possível para
cumprir os contratos. Quando nós chegamos já tinha esse contrato, então
temos de cumprir. Eu não chego a dizer que esse contrato é ruim. Porque
quando a gente jogava no Brasil não chegava a tirar esse valor (de R$
3,1 milhões). Se analisarmos, hoje o contrato é bom", declarou Del Nero,
em entrevista ao jornal. O presidente garantiu, entretanto, que todas
as cotas de transmissão dos amistosos são embolsadas pela CBF.
No jantar desta quinta-feira, o ex-presidente Lula aproveitou a
ocasião para recomendar que a presidente Dilma Rousseff reflita muito
antes de vetar a emenda que muda o fator previdenciário, já aprovada na
Câmara.
Lula afirmou que vetar a alteração causaria desgaste
enorme da presidente nas bases do PT. Em conversa com Renan Calheiros
(PMDB-AL), horas antes, o ex-presidente afirmou que Dilma perdeu a
chance de agradar esse mesmo eleitorado ao não se posicionar claramente
contra o projeto que regulamenta as terceirizações.
De acordo com
as informações publicadas na coluna Painel da Folha de São Paulo, o
encontro de Lula com os senadores foi um "show de lamentações". Além do
ex-presidente, que voltou a se queixar de não ser ouvido, Renan afirmou
que Dilma “optou” por Michel Temer e pelo PMDB da Câmara, quando o
interlocutor do governo no partido sempre fora ele.
Lula chegou a
afirmar que tem um patrimônio político sólido e que não irá arriscá-lo
se candidatando ao Planalto em 2018 se, até lá, o governo não melhorar.
As informações dizem que o núcleo do Planalto avalia que pode ser
necessário “frear” parte do contingenciamento orçamentário que será
anunciado na próxima semana para evitar a “paralisia” do governo. Caso o
bloqueio dos investimentos seja mesmo atenuado, a adoção de outras
medidas de aumento de arrecadação ou corte de custeio estão no radar.
BRASÍLIA - O senador e ex-ministro de Minas e Energia
Edison Lobão (PMDB-MA) é suspeito de ser sócio oculto de um grupo de
empresas sediado nas Ilhas Cayman, conhecido paraíso fiscal caribenho.
Inquérito aberto em fevereiro deste ano no Supremo Tribunal Federal
apura sua participação na holding Diamond Mountain (em português,
Montanha de Diamante), voltada, no Brasil, para a captação de recursos
de fundos de pensão de estatais, fornecedores da Petrobrás e empresas
privadas que recebem recursos de bancos públicos, como o BNDES, áreas de
influência do PMDB.
Lobão, que comandou a pasta de Minas e
Energia nos governos Lula (2008 a 2010) e Dilma (2011 a 2014), é
investigado sob suspeita de lavagem de dinheiro e ocultação de bens,
conforme consta do documento de instauração do inquérito, que foi
autorizado pelo ministro Luiz Roberto Barroso. O ex-ministro também é
alvo da Operação Lava Jato, sob suspeita de ter recebido propina do
esquema de corrupção na Petrobrás, empresa vinculada à pasta de Minas e
Energia.
O inquérito Diamond Mountain foi aberto a partir de
declarações de um ex-sócio que se diz lesado por outros dirigentes do
grupo. Aos investigadores ele contou que Lobão se associou à holding de
forma oculta entre 2011 e 2012. O ex-ministro seria representado nas
empresas pelo advogado maranhense Marcio Coutinho, que foi secretário de
articulação política da campanha derrotada de Lobão Filho (PMDB) ao
governo do Maranhão em 2014 e advoga para ele no Supremo.
Num dos
depoimentos, o ex-dirigente da Diamond Mountain diz que Coutinho e seu
colega de escritório, Vinícius Peixoto Gonçalves, tinham reuniões
semanais com sócios do grupo em São Paulo para “acompanhar o negócio em
nome do ministro Lobão.” A banca de Coutinho chegou a ter uma sala no
mesmo prédio da Diamond.
A holding está registrada em Cayman e no
Brasil em nome do advogado Marcos Costa e do empresário Luiz Alberto
Meiches. Os dois são alvos de inquérito aberto em São Paulo que trata do
mesmo assunto. No caso de Lobão, a investigação foi remetida ao Supremo
porque, como senador, ele tem prerrogativa de foro.
Mensagens.
No inquérito constam e-mails dos dois, nos quais citam reuniões com o
então ministro em Brasília, em 2011, para tratar de negócios das
empresas. Recebi uma ligação do ministro Lobão me pedindo para que eu me
reúna com ele amanhã no ministério. (ele pediu para que eu fosse
sozinho), disse em mensagem a funcionários da Diamond em 1º de junho de
2011.
Lobão nega participar da sociedade e diz desconhecer a
investigação no Supremo. Ele confirmou ter recebido Costa e Coutinho uma
única vez no ministério para tratar de “assuntos relacionados ao setor
energético”. A audiência, contudo, não constou da agenda oficial.Os
e-mails indicam, porém, que houve outros encontros.
Ex-funcionários
da holding no Brasil disseram ao Estado, sob a condição de anonimato,
que eram frequentes as conversas dos sócios com Lobão, quando ele ainda
chefiava a área de energia do governo federal. No dia a dia do grupo, o
então ministro era tratado por “Big Wolf” e “Tio”. O grupo Diamond
também atua na compra e venda de empresas, operações de seguros e no
mercado imobiliário.
A Diamond Mountain Cayman Holding tem cinco
subsidiárias no Brasil, entre elas a Diamond Mountain Investimentos e
Gestão de Recursos. A empresa é gestora de fundos de investimento e
prospecta recursos de fornecedores da Petrobrás e entidades de
previdência como Petros (Petrobrás), Previ (Banco do Brasil), Funcef
(Caixa) e Núcleos (Eletronuclear). O Postalis, de funcionários dos
Correios, tem R$ 67,5 milhões no Fundo de Investimento em Participações
Mezanino Diamond Mountain Marine Infraestrutura, gerido pela Diamond
desde 2014. Lobão tem indicados em duas diretorias da entidade.
COLABOROU MURILO RODRIGUES ALVES
Ao ser libertado, às 11 horas,
depois de 14 meses preso por seu envolvimento no mensalão, o ex-deputado
Roberto Jefferson disse que tem informações sobre o esquema investigado
pela operação Lava Jato, mas não pode dar declarações sobre o assunto,
sob risco de voltar para a prisão. Ele vai cumprir o restante de sua
pena, que foi de 7 anos, em casa.
"Está aqui (entalado), mas
eu não posso falar. Se eu disser, o Barroso me prende", afirmou, rindo,
em referência ao ministro Luis Roberto Barroso, do Supremo Tribunal
Federal, que autorizou a saída do ex-deputado.
Ex-deputado Roberto Jefferson deixa o Instituto Penal Francisco Spargoli Rocha, em Niterói Fabio Motta/Estadão
Na saída do prisão, em Niterói, Jefferson disse que não poderia
comentar questões políticas, por conta das restrições impostas pela
decisão judicial - que serão cumpridas com tranquilidade, segundo ele.
Abraçado à mulher, Ana Lúcia Novaes, com quem pretende oficializar o
casamento no fim do mês, brincou que agora quer "namorar muito".
O
ex-deputado contou que vai trabalhar de segunda a sexta-feira num
escritório de advocacia, como auxiliar de escritório, e que pretende
voltar a advogar. "Quero colocar em prática o que sei fazer. A política
já parei, quem fala é a Cris", disse, apontando para a filha, a deputada
Cristiane Brasil (PTB-RJ).
Com semblante sereno e acenando para
jornalistas e curiosos, Jefferson saiu dirigindo seu carro em direção à
residência em que vai morar com a mulher, um apartamento na Barra da
Tijuca, zona nobre do Rio.
As imagens divulgadas semana passada que mostram o líder
norte-coreano, Kim Jong-un, acompanhando o lançamento de um míssil a
partir de um submarino causaram uma nova onda de dúvidas e especulações
sobre o poderio militar do país comunista.
O
suposto teste não pôde ser verificado de forma independente. Mas, se de
fato ele atesta que o país possui tecnologia de lançamentos de mísseis
nucleares de submarinos, há boas razões para preocupar a comunidade
internacional.
Veja abaixo uma série de respostas a perguntas sobre o poderio militar norte-coreano.
Quão reais são as ameaças nucleares da Coreia do Norte?
"As afirmações sobre as
capacidades militares da Coreia do Norte devem ser sempre tomadas com
ceticismo", afirma o correspondente da BBC na Coreia do Sul, Stephen
Evans.
"As fotografias
publicadas na imprensa estatal podem ou não ser alteradas, chegando,
inclusive, a adicionar a imagem de Kim Jong-un em um proeminente
lançamento de um míssil, por exemplo."
No entanto, Evans acrescenta que a Coreia do Sul está tratando os acontecimentos com seriedade.
De
acordo com analistas do Instituto da Coreia do Sul da Universidade
Johns Hopkins, nos EUA, imagens de satélite mostraram que "o novo
submarino norte-coreano, que foi visto pela primeira vez em julho de
2014, abriga possivelmente um ou dois sistemas de lançamento vertical
para mísseis balísticos ou de cruzeiro".
Os
especialistas também assinalaram que as imagens de satélite indicaram
que "a Coreia do Norte vem atualizando suas instalações no Estaleiro do
Sul de Sinpo, em preparação para um grande programa de construção naval,
possivelmente ligado ao desenvolvimento de submarinos".
Nome social passou a ser adotado oficialmente no ano passado, mas era preciso solicitar o uso pelo telefone
Travestis
e transexuais poderão solicitar este ano o uso do nome social no Exame
Nacional do Ensino Médio (Enem) após a inscrição pela internet. O nome
social passou a ser adotado oficialmente na aplicação do exame no ano
passado, mas era preciso solicitar o uso por telefone. No dia do exame,
as pessoas trans deverão ser tratadas pelo nome com o qual se
identificam e não pelo nome que consta no documento de identidade. Além
disso, usarão o banheiro do gênero com o qual se identificam.
"Isso
quer dizer que ninguém da equipe do Enem poderá se dirigir à pessoa por
um nome que não seja o da sua condição, o que se inscreveu. O nome que
essa pessoa usa é com o qual deve ser chamado", afirmou o ministro da
Educação, Renato Janine Ribeiro. "As pessoas têm o direito de ser
tratadas com o respeito que merecem. Portanto, ninguém deve submetê-las a
situação vexatória", acrescentou o ministro.
Ano passado, foram feitos 95 requerimentos por telefone para o uso do nome social.
Nesta
edição, os participantes que desejarem esse atendimento deverão enviar
cópia do documento de identificação, formulário preenchido e foto
recente pelo sistema de inscrição de 15 a 26 de junho, após o período de
inscrição, que é de 25 de maio a 5 de junho.
Para o cantor e
ativista trans Erick Barbi, a medida foi bem recebida. "O simples fato
de o MEC autorizar o nome social já na inscrição tira o peso de termos
que nos explicar para as demais pessoas. Alivia muito o processo e, com
certeza, levará mais jovens ao exame. Todos ficarão mais tranquilos e
poderão melhorar até o desempenho na prova."
Ele destaca ainda a
importância do uso do banheiro de acordo com a identidade de gênero: "A
maioria das pessoas trans tem problemas ao frequentar o banheiro. Muitos
evitam ir ao banheiro", acrescenta.
Coordenadora colegiada do
Fórum de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (Fórum
LGBT) do Espírito Santo, Deborah Sabará fez o Enem em 2014 e vai se
inscrever novamente este ano. Ela quer cursar serviço social. "Sabemos
que é difícil ingressar em uma escola com um gênero diferente do que o
sexo designa, mas com o direito de usar o nome social a gente constroi
esse espaço", destacou.
Deborah informou que, desde a prova do ano
passado, recebe mensagens de outras travestis e transexuais pedindo
informações e mostrando interesse no exame. "Vou participar de novo e
usar isso como instrumento de militância, de modo a incentivar outras a
participarem e voltarem a estudar."
Para a pedagoga Janaina
Lima, integrante do Grupo Identidade, de Campinas, a iniciativa é
positiva, na medida que atrai travestis e transsexuais para os estudos.
Ela ficou quase 20 anos afastada da escola e disse que voltou a estudar
"graças ao Enem". Ela conseguiu ingresssar na graduação pelo Programa
Universidade para Todos (ProUni).
Segundo Janaina, a
possibilidade de ser chamada pelo nome da identidade afastava as pessoas
trans. "Quando a pessoa ia fazer o Enem tinha a questão do nome, uma
barreira, podia ser colocada em uma situação vexatória. Agora, se tiver,
é uma pessoa ou outra que vai querer praticar ato discriminatório, vai
ser menor e é uma pessoa, e não a instituição."
O edital do exame
será publicado nesta segunda-feira (18) no Diário Oficial da União. As
provas serão nos dias 24 e 25 de outubro.
Ele estava com a esposa e foi abordado quando chegava em casa, na 208 Norte, por volta das 22h
O
coronel do Exército Sérgio Murilo Cerqueira Filho, foi assassinado na
noite desta sexta (15), após ser vítima de um sequestro relâmpago. Ele
estava com a esposa e foi abordado quando chegava em casa, na 208 Norte,
por volta das 22h. Os quatro criminosos que estavam no carro deixaram a
mulher na quadra seguinte, mas mantiveram o coronel como refém.
A Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) foi informada do crime e
após fazer uma busca, localizou o corpo do homem às 3h, a 26
quilômetros do local da abordagem, em São Sebastião. Um major do
Exército acompanhou a equipe e reconheceu a vítima.
Um menor de 17 anos e um adulto suspeitos de envolvimento no crime
foram detidos pouco depois. A equipe da PM achou o carro da vítima ao
lado de uma casa onde havia uma festa. Os policias esperaram a dupla
deixar a comemoração para então fazer a abordagem. De acordo com a
polícia, os homens tentaram fugir e houve perseguição. O caso está sendo
investigado pela Delegacia de Repressão a Sequestro (DRS) da Polícia
Civil.
Na manhã deste sábado, mais quatro suspeitos foram presos.
A Nartin Aircraft Company, da Nova Zelândia, desenvolverá o modelo com previsão de chegada ao mercado para 2016
Não
aguenta mais engarrafamentos e o trem lotado? Então, que tal ir para o
trabalho usando uma mochila-foguete? A empresa Nartin Aircraft Company,
da Nova Zelândia, está desenvolvendo um modelo com previsão de chegada
ao mercado em 2016. E ele realmente parece funcionar.
Apesar
de estar sendo criado para uso por serviços de emergência, não é
difícil imaginá-lo sendo usado por cidadãos comuns rumo ao escritório.
"Não
ficaríamos surpresos se, dentro de cinco a dez anos, as pessoas
estiverem voando por aí diariamente", afirma o presidente da companhia,
Peter Coker.
É claro que, ao menos até agora, essas máquinas de voo individuais ainda parecem distantes da maioria de nós.
E
enquanto isso, as populações das grandes cidades crescem a um ritmo
acelerado, e o congestionamento, a poluição e o estresse tendem a
aumentar, a menos que mudemos nossos sistemas de transporte urbano. Cidades mais sustentáveis
Algumas
cidades estão investindo em grandes projetos de infraestrutura.
Londres, por exemplo, está construindo uma linha de trem de 118
quilômetros, a Crossrail.
Outras apostam em alternativas de
transporte sustentáveis, como os ônibus elétricos e sistemas de
compartilhamento de bicicletas.
Copenhague, na Dinamarca,
estabeleceu a meta de se tornar a primeira capital do mundo "neutra" em
emissões de carbono até 2025 e investiu em uma rede de bicicletas
elétricas públicas - o que já havia sido feito por outras cidades, como
Paris, na França, Madri e Barcelona, na Espanha, e a Cidade do México.
As
bicicletas de Copenhague têm tablets com GPS instalados no guidão. Os
usuários podem reservar e pagar pelo serviço por celular.
Em
outras cidades ao redor do mundo, autoridades estão testando formas de
carregar a bateria de ônibus elétricos sem usar fios, por meio de
plataformas especiais em garagens.
No Reino Unido, a empresa Carbon Trust acredita que, em 2050, até 50% dos veículos leves serão movidos a hidrogênio.
Mudança de faixa
Mas, para muitos, a mudança radical não depende dos tipos de transporte - e sim da forma como os usamos.
"Em
uma ou duas décadas, as formas de transporte podem não ser tão
diferentes das que existem hoje - ainda teremos ônibus, metrô e trens",
afirma Paul Zanelli, diretor de tecnologia do Transport Systems
Catapult, um dos sete centros de tecnologia criados pelo governo
britânico nessa área.
"Mas, em vez de comprar um pedaço de papel
em uma estação de trem (a passagem) e, ao final da viagem, andar até o
lado de fora para pegar um táxi, tudo estará integrado."
Simplesmente
decidiremos para onde queremos ir e um aplicativo descobrirá a forma
mais rápida e barata de chegar até lá, acredita Zanelli.
"As
opções serão baseadas no que o programa sabe de você, da situação do
trânsito e até mesmo da previsão do tempo. Então, ele poderá chegar à
conclusão que, como está um belo dia lá fora e sua rota normal está com
problemas, é melhor reservar uma bicicleta elétrica ou um táxi
automático."
Para Colin Divall, professor da Universidade York,
parte da solução para o problema do transporte público depende de um
melhor planejamento.
"A parte realmente difícil é nos organizarmos
de forma a, antes de mais nada, minimizar a necessidade das pessoas e
coisas se deslocarem", ele diz.
"Isso significa fazer cidades e áreas urbanas com um design melhor. Viajar sem pressa às vezes é melhor que viajar rapidamente."
Compartilhamento
Carlo
Ratti, diretor do Laboratório Senseable City, do Massachusetts
Institute of Technology (MIT), acredita que nossa relação com carros
está mudando.
"Estamos no começo de uma revolução. No futuro,
veremos cada vez mais carros compartilhados em nossas cidades. Prevemos
que quatro de cada cinco automóveis poderão sair das ruas em mais alguns
anos."
Análises feitas no laboratório do MIT chegaram à conclusão
de que, se as pessoas compartilhassem táxis na cidade de Nova York, a
demanda por este tipo de transporte cairia 40% e ainda assim todo mundo
chegaria aonde quer.
Uber, um aplicativo de táxi, já está mexendo
com a indústria de táxis tradicional. A empresa também lançou um sistema
de compartilhamento de corridas, o UberPool, em agosto do ano passado -
o que considerou um "ousado experimento social".
Muitas
fabricantes de carros, cientes de que o costume de ser dono de um carro
está em declínio, também estão começando a investir em seus próprios
sistemas de compartilhamento de veículos.
Sem as mãos do volante
Uma mudança ainda maior pode estar em curso com os carros que dispensam motoristas.
"A
tecnologia já existe. Esses carros autônomos começarão a ser vendidos
no próximo ano. Carros que se autodirigem têm o potencial de gerar um
impacto enorme na vida urbana, porque será mais difícil distinguir entre
as formas de transporte público e privado", afirma Ratti, do MIT.
"Seu
carro poderá levá-lo ao trabalho de manhã e, depois, em vez de ficar
parado no estacionamento, poderá transportar outra pessoa de sua família
- ou mesmo um vizinho, conhecido ou qualquer outro que viva na mesma
cidade."
É preciso destacar que muitos especialistas são céticos
quanto às perspectivas imediatas desses novos carros, dados os desafios
legais, de regulamentação e tecnológicos que eles ainda enfrentam.
Redes sociais
Um
mundo sem engarrafamentos pode parecer uma realidade distante ou até
mesmo uma utopia quando se está em uma plataforma de trem ouvindo que o
serviço foi interrompido por algum motivo.
Mas ao menos as mídias
sociais e as análises de grandes volumes de dados já estão nos ajudando a
criar alternativas de transporte mais inteligentes ou a gerenciar
nossos sistemas de transporte de forma mais eficiente.
No Brasil,
por exemplo, a análise de dados de veículos e de passageiros vem
identificando falhas no sistema de ônibus de São Paulo (leia no quadro
ao lado).
Muitos de nós usamos redes sociais para verificar
atrasos ou cancelamentos de sistemas de transporte em contas dos
provedores desses serviços e de conhecidos.
Mapear as mídias
sociais fornece dados valiosos para os operadores de sistemas de
transporte, segundo Mike Saunders, presidente da Commonplace, uma
empresa especializada nesse tipo de análise.
"Muita informação é gerada pelo Twitter e isso pode ser usado para entender problemas e atrasos", diz ele.
"O desafio mais difícil é garantir que os dados sejam precisos e à prova de falhas."
Diante
de todas essas inovações, podemos dizer que o transporte urbano do
amanhã promete ser mais sustentável, limpo, integrado e inteligente.
Mas,
para milhões de pessoas que estão frustradas ao redor do mundo com as
alternativas disponíveis hoje, o importante é que esse futuro vire mesmo
realidade - e logo.