Consumidores brindam à mesa: ameaça de venda fraca pressionou Fazenda a recuar.
Para evitar corte de investimentos e demissões de
trabalhadores, o governo federal recuou e adiou nesta terça-feira o
aumento de impostos sobre as chamadas bebidas frias, que começaria em 1º
de junho, às vésperas da Copa do Mundo, período promissor de vendas
para o mercado.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que a maior
tributação de refrigerantes, cervejas, energéticos, isotônicos e
refrescos entrará em vigor somente no início de setembro e ocorrerá de
maneira escalonada.
“Havia alguns pontos de divergência na tabela quanto aos preços
que foram capturados e vamos, nesse período, daqui a três meses, ter um
aumento que será diferido ao longo do tempo”, disse.
Mantega ressaltou que, ao longo dos últimos dois anos, o
governo tem “reduzido o tributo para bebidas”. “ Quando a gente demora
para fazer a atualização da tabela, isso significa que o tributo está
diminuindo em relação ao preço do tributo. Então, nesses últimos dois
anos, nós temos colaborado com o setor”, afirmou.
O governo reconheceu a preocupação com a pressão da possível
elevação de preços das bebidas sobre a inflação. “Temos uma grande
preocupação que a inflação permaneça sob controle, e esse setor pode dar
uma contribuição importante. Fizemos aqui um pacto de que não haveria
aumento de preços durante a Copa e, de preferência também, depois da
Copa. Será uma Copa sem aumento”, acrescentou o ministro.
De acordo com Mantega, há um compromisso também para que não
haja demissões. Na semana passada, a Associação Brasileira de Bares e
Restaurantes (Abrasel) afirmou que a alta ameaçava 200 mil empregos no
setor.
“Há também o compromisso de continuar os investimentos,
continuar expandido os setores, de modo que é um compromisso que nós já
temos há algum tempo”, disse o titular da Fazenda.
Segundo ele, ainda não está decidida a forma de escalonamento
do reajuste. “Isso vamos discutir com o setor depois que fizermos a
recomposição da tabela. Não ficou definido em quanto tempo
escalonaríamos essa correção, que está nessa nova tabela. Ou seja, a
aplicação plena da tabela se dará ao longo do tempo”.
O ministro não explicou de que forma o governo compensará a arrecadação que teria com a elevação do imposto.
Repasses
Em 29 de abril, a Receita Federal anunciou que o governo faria
um novo aumento de tributação de bebidas frias, o que aconteceria a
partir de 1º de junho. O setor pediu a Mantega que aguardasse pelo menos
até outubro e fizesse o aumento de forma escalonada.
Ao anunciar a alta de imposto, no mês passado, o governo
informou que a medida teria um impacto de 1,3% sobre o preço final dos
produtos.
No entanto, nas contas da Abrasel, o aumento deve provocar
reajuste médio de 10% a 12% nos preços das bebidas nos bares,
restaurantes, lanchonetes e afins do país e pode causar a demissão de
200 mil trabalhadores do setor após a Copa do Mundo.
Reajuste gradual é insuficiente, diz Sindibares
Para o Sindicato dos Bares e Restaurantes do Espírito Santo
(Sindibares), mesmo com o aumento escalonado dos impostos da cervejas,
os efeitos da medida serão desastrosos para os bares e restaurantes,
que, desde o ano passado, contabilizam mais de 30% de elevação
tributária nas bebidas.
A situação se complica ainda mais
porque, juntos, cerveja, refrigerante, água e suco representam entre 40 e
60% do faturamento dos negócios.
“É lamentável que um segmento
que gera 90 mil empregos só no Espírito Santo e tanto contribui com o
desenvolvimento do turismo tenha que arcar com o desajuste fiscal do
governo”, disse a entidade em nota.
O sindicato acrescentou que
no Estado, o setor espera um crescimento acentuado do movimento no
período da Copa, o que contribuirá para a recuperação dos constantes
prejuízos dos últimos anos.
Se o aumento dos impostos fosse mantido, os bares seriam obrigados a repassar a elevação para o consumidor.
Por outro lado...
O
presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel),
Paulo Solmucci, deixou a reunião com o ministro da Fazenda, Guido
Mantega, nesta terça-feira (13), comemorando a decisão do governo.
“Só haveria demissão no setor se houvesse aumento de imposto”,
afirmou ele, que, antes da reunião, havia dito que 200 mil
trabalhadores poderiam ser demitidos após a Copa se o governo mantivesse
a decisão de aumentar os tributos.
http://gazetaonline.globo.com/_conteudo/2014/05/noticias/dinheiro/1486790-governo-adia-o-aumento-de-impostos-para-bebidas-para-depois-da-copa.html
Consumidores brindam à mesa: ameaça de venda fraca pressionou Fazenda a recuar.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que a maior tributação de refrigerantes, cervejas, energéticos, isotônicos e refrescos entrará em vigor somente no início de setembro e ocorrerá de maneira escalonada.
“Havia alguns pontos de divergência na tabela quanto aos preços que foram capturados e vamos, nesse período, daqui a três meses, ter um aumento que será diferido ao longo do tempo”, disse.
Mantega ressaltou que, ao longo dos últimos dois anos, o governo tem “reduzido o tributo para bebidas”. “ Quando a gente demora para fazer a atualização da tabela, isso significa que o tributo está diminuindo em relação ao preço do tributo. Então, nesses últimos dois anos, nós temos colaborado com o setor”, afirmou.
O governo reconheceu a preocupação com a pressão da possível elevação de preços das bebidas sobre a inflação. “Temos uma grande preocupação que a inflação permaneça sob controle, e esse setor pode dar uma contribuição importante. Fizemos aqui um pacto de que não haveria aumento de preços durante a Copa e, de preferência também, depois da Copa. Será uma Copa sem aumento”, acrescentou o ministro.
De acordo com Mantega, há um compromisso também para que não haja demissões. Na semana passada, a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) afirmou que a alta ameaçava 200 mil empregos no setor.
“Há também o compromisso de continuar os investimentos, continuar expandido os setores, de modo que é um compromisso que nós já temos há algum tempo”, disse o titular da Fazenda.
Segundo ele, ainda não está decidida a forma de escalonamento do reajuste. “Isso vamos discutir com o setor depois que fizermos a recomposição da tabela. Não ficou definido em quanto tempo escalonaríamos essa correção, que está nessa nova tabela. Ou seja, a aplicação plena da tabela se dará ao longo do tempo”.
O ministro não explicou de que forma o governo compensará a arrecadação que teria com a elevação do imposto.
Repasses
Em 29 de abril, a Receita Federal anunciou que o governo faria um novo aumento de tributação de bebidas frias, o que aconteceria a partir de 1º de junho. O setor pediu a Mantega que aguardasse pelo menos até outubro e fizesse o aumento de forma escalonada.
Ao anunciar a alta de imposto, no mês passado, o governo informou que a medida teria um impacto de 1,3% sobre o preço final dos produtos.
No entanto, nas contas da Abrasel, o aumento deve provocar reajuste médio de 10% a 12% nos preços das bebidas nos bares, restaurantes, lanchonetes e afins do país e pode causar a demissão de 200 mil trabalhadores do setor após a Copa do Mundo.
Reajuste gradual é insuficiente, diz Sindibares
Para o Sindicato dos Bares e Restaurantes do Espírito Santo (Sindibares), mesmo com o aumento escalonado dos impostos da cervejas, os efeitos da medida serão desastrosos para os bares e restaurantes, que, desde o ano passado, contabilizam mais de 30% de elevação tributária nas bebidas.
A situação se complica ainda mais porque, juntos, cerveja, refrigerante, água e suco representam entre 40 e 60% do faturamento dos negócios.
“É lamentável que um segmento que gera 90 mil empregos só no Espírito Santo e tanto contribui com o desenvolvimento do turismo tenha que arcar com o desajuste fiscal do governo”, disse a entidade em nota.
O sindicato acrescentou que no Estado, o setor espera um crescimento acentuado do movimento no período da Copa, o que contribuirá para a recuperação dos constantes prejuízos dos últimos anos.
Se o aumento dos impostos fosse mantido, os bares seriam obrigados a repassar a elevação para o consumidor.
Por outro lado...
O presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Paulo Solmucci, deixou a reunião com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, nesta terça-feira (13), comemorando a decisão do governo.
“Só haveria demissão no setor se houvesse aumento de imposto”, afirmou ele, que, antes da reunião, havia dito que 200 mil trabalhadores poderiam ser demitidos após a Copa se o governo mantivesse a decisão de aumentar os tributos.