Trajeto em linha reta após fim das comunicações sugere que piloto podia não estar no controle
Detritos encontrados no Oceano Índico podem pertencer ao avião da Malaysia Airlines Reuters
Especialistas em aviação continuam a tentar desvendar o mistério do voo MH-370, agora com a nova possibilidade de que detritos encontrados na quinta-feira (20) no Oceano Índico possam pertencer ao avião desaparecido.
O piloto comercial Robert Mark, que é editor da revista Aviation International News Safety, disse que na ausência de qualquer evidência que comprove o desvio de caminho da aeronave, para norte ou sul do Oceano Índico, ganha força a teoria de que uma emergência a bordo pode ter deixado a tripulação sem condições de trabalho e que o avião teria seguido no piloto automático até ficar sem combustível.
"O que eu acho que é interessante é que se você olhar para onde o avião foi visto pela última vez no radar e onde os destroços foram encontrados, é quase uma linha reta”, diz Mark, segundo informações do tabloide britânico Daily Mail.
— Eu diria que isso significa que uma vez que a aeronave deu meia-volta, uma falha mecânica ou uma emergência parece mais plausível para mim.
Segundo o piloto, é possível que o avião tenha voado no piloto automático por mais cinco ou seis horas desde a sua última localização conhecida na costa oeste da Malásia antes de ficar sem combustível.
Na quinta-feira, as autoridades da Malásia afirmaram que os dois objetos detectados por satélite no oceano Índico representam um "indício crível" na busca pelo avião desaparecido da Malaysia Airlines.
"Agora temos um indício crível", disse o ministro dos Transportes, Hishammuddin Hussein, em uma entrevista no aeroporto de Kuala Lumpur.
Mas ele disse que a informação ainda precisa ser corroborada e verificada.
Atualmente a busca conta com a participação de 18 navios, 29 aviões e seis helicópteros, ao longo de dois grandes corredores, um no oceano Índico sul e outro na Ásia central e do sul.
"Até que tenhamos a certeza de que localizamos o MH-370, as operações continuarão nos dois corredores", declarou Hishammuddin.
— Para os familiares, em todo o mundo, a única parte de informação que desejam é a que simplesmente não temos: a localização do MH-370.