Tese da defesa
O advogado Thiago Anastácio disse que a acusação tentou criar a imagem de Gil como um psicopata. “Construíram um psicopata. O caso Richthofen não é o caso do Gil”. A afirmação foi feita durante a argumentação da defesa na fase de debates do julgamento.
O advogado Thiago Anastácio disse que a acusação tentou criar a imagem de Gil como um psicopata. “Construíram um psicopata. O caso Richthofen não é o caso do Gil”. A afirmação foi feita durante a argumentação da defesa na fase de debates do julgamento.
Durante o debate, os advogados de Gil Rugai apresentaram a linha do
tempo que colocaria o réu fora da cena do crime e desqualificaram os
depoimentos das testemunhas. “Um analfabeto fala que viu Gil Rugai sair
de capa caramelo”, disse Anastácio tentando descredenciar o depoimento
do vigia que afirmou ter visto Gil na casa onde ocorreram os crimes.
Durante uma hora e meia, os defensores tentaram plantar dúvidas no
júri. “Temos telefonemas que confirmam que Gil não estava na cena do
crime. Às 21h54, um vizinho ligou para o motorista no dia do crime para
relatar ter ouvido disparos. Às 22h12, Gil no telefone fixo da produtora
dele, ligando para ele. Estava a 4 km de distância. Pergunto: Gil
estava na cena do crime?”, afirmou o outro advogado de Gil Rugai,
Marcelo Feller.
“E às 22h13, o vizinho liga novamente para o vigia perguntando sobre o
barulho. E às 22h14, uma mulher chama a PM. Por que os vizinhos só
chamaram a PM 44 minutos depois?”, contou tentando provar que seu
cliente não estava presente na casa onde Luis Carlos Rugai e Alessandra
Troitino.
Acusação
Durante sua fala, o promotor Rogério Leão Zagallo afirmou que o réu “tem dupla personalidade”. “Tangencia entre a normalidade e psicopatia”, disse o representante do Ministério Público (MP). A Promotoria afirmou ainda que Gil Rugai mentiu no júri ao dizer que não sabia que o pai havia trocado as chaves da produtora Referência Filmes. “À Polícia Civil, Gil havia dito no passado que soube dessa troca. Outras testemunhas, funcionários da empresa confirmaram isso”, disse Zagallo.
Durante sua fala, o promotor Rogério Leão Zagallo afirmou que o réu “tem dupla personalidade”. “Tangencia entre a normalidade e psicopatia”, disse o representante do Ministério Público (MP). A Promotoria afirmou ainda que Gil Rugai mentiu no júri ao dizer que não sabia que o pai havia trocado as chaves da produtora Referência Filmes. “À Polícia Civil, Gil havia dito no passado que soube dessa troca. Outras testemunhas, funcionários da empresa confirmaram isso”, disse Zagallo.
A tese do promotor é que a troca ocorreu porque o pai de Gil descobriu
que o filho fraudou a empresa e não queria ele mais trabalhando nela e
morando na mesma casa. Para o MP, Gil matou o casal porque teve medo de
seu pai levar adiante a ameaça de denunciá-lo à polícia pelo desvio de
dinheiro.
O promotor também questionou os álibis de Gil. O réu afirma que não
estaria na cena do crime. “Se assim fosse, a amiga que o viu no Shopping
Frei Caneca e a outra pessoa que falou que consertaria o telefone
celular dele teriam sido arroladas como testemunhas, mas não foram”.
Outro depoimento apresentado foi o de um funcionário da Referência
Filmes, que disse que Gil lhe teria afirmado que gostaria de o pai
morto. “Uma funcionária ouviu Gil dizer: ‘eu seria mais feliz se meu pai
morresse’”, relatou Zagallo. “Ele também se referiu ao pai como
‘fedido’”.
O objetivo do promotor foi o de tentar traçar o perfil psicológico de
Gil. Após isso, começou a comentar as provas do crime, como a arma.
Ele poderá cursar faculdade na Universidade Federal de Ciências da Saúde.
Rugai conquistou a vaga pela nota do Enem, constando na lista do Sisu.
Condenado a mais de 33 anos de prisão pela morte do pai e da madrasta,
em março de 2004, Gil Rugai se matriculou em Biomedicina na Universidade
Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA).
Com o direito de responder em liberdade garantido pelo Supremo Tribunal
Federal (STF), Rugai, de 29 anos, conquistou a vaga por meio do Exame
Nacional do Ensino Médio (Enem) e consta na lista do Sistema de Seleção
Unificada (Sisu), divulgada em janeiro.
Em contato com o G1 nesta terça-feira (26), a
universidade confirmou a matrícula do aluno, mas disse que não há
registro de presença de Rugai nesta segunda-feira (25), primeiro dia do
ano letivo. Ele já morou no Rio Grande do Sul em 2008 e chegou a ser preso no mesmo ano por mudar de endereço sem comunicar à Justiça.
A reportagem tentou entrar em contato com os advogados de Rugai, mas eles não foram localizados.
A reportagem tentou entrar em contato com os advogados de Rugai, mas eles não foram localizados.
Entenda
Gil Rugai foi condenado a 33 anos e nove meses pelo assassinato do pai, Luis Carlos Rugai, e da madrasta, Alessandra Troitino, em março de 2004. Como Rugai tem uma liminar do STF que lhe garante liberdade, não tem antecedentes criminais e não pode mais interferir no processo (que já foi encerrado), o juiz permitiu que ele recorra em liberdade. A defesa disse que irá recorrer e tem até sexta-feira (1º) para isso.
Gil Rugai foi condenado a 33 anos e nove meses pelo assassinato do pai, Luis Carlos Rugai, e da madrasta, Alessandra Troitino, em março de 2004. Como Rugai tem uma liminar do STF que lhe garante liberdade, não tem antecedentes criminais e não pode mais interferir no processo (que já foi encerrado), o juiz permitiu que ele recorra em liberdade. A defesa disse que irá recorrer e tem até sexta-feira (1º) para isso.
O primeiro passo deverá ser pedir a anulação do julgamento ao Tribunal
de Justiça de São Paulo. Se ganhar, haverá novo júri popular. Se perder,
ainda pode levar o caso ao Superior Tribunal de Justiça e ao Supremo
Tribunal Federal. Com isso, deve levar um bom tempo para que o condenado
Gil Rugai comece a cumprir a pena.
A sentença é o resultado de cinco dias de julgamento, encerrado na
última sexta-feira (22) no Fórum da Barra Funda, em São Paulo. Neste
período, foram ouvidas 15 testemunhas (sendo cinco de acusação, sete de
defesa e três do juízo), além do réu, que foi interrogado pelo juiz, por
seus advogados e pelo promotor.
Na sentença, o juiz Adilson Paukoski Simoni chamou o condenado de
dissimulado e "extremamente perigoso". Entretanto, determinou que ele
poderá recorrer em liberdade. Segundo o juiz, Rugai pode pedir
progressão para o regime semiaberto com o cumprimento de 5 anos, 7 meses
e 15 dias de pena. Ele já cumpriu cerca de dois anos.
Gil Rugai negou o crime. "Não fui eu [quem matou]. Agora quem foi eu
não sei", disse. As principais provas apresentadas contra o réu foram a
pegada de Gil Rugai em uma porta arrombada no local do crime e a
localização da arma que matou o casal. Ela pertencia ao jovem.
Tese da acusação
Os jurados acreditaram na tese do promotor do caso de que Gil matou o casal porque teve medo de que seu pai levasse adiante a ameaça de denunciá-lo à polícia por causa de um desvio de dinheiro ocorrido na produtora da vítima, a Referência Filmes.
Os jurados acreditaram na tese do promotor do caso de que Gil matou o casal porque teve medo de que seu pai levasse adiante a ameaça de denunciá-lo à polícia por causa de um desvio de dinheiro ocorrido na produtora da vítima, a Referência Filmes.
O promotor também apontou o que chamou de outras contradições no
interrogatório de Gil. Uma delas é sobre o local onde ocorreu uma
discussão entre pai e filho dias antes do assassinato. Gil disse que não
esteve na produtora do pai. Já em interrogatório prestado
anteriormente, afirmou que após jantar com Luis em um restaurante,
concluiu a conversa na sede da Referência Filmes.
No mesmo processo pelo homicídio, Gil responde ainda à acusação de ter
dado um desfalque de mais de R$ 25 mil, em valores da época, à empresa
do pai, razão pela qual havia sido expulso do imóvel cinco dias antes do
crime. Ele cuidava da contabilidade da ‘Referência Filmes’.
http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2013/02/rugai-se-matricula-em-biomedicina-em-universidade-federal-do-rs.html