sábado, 3 de abril de 2021

Brasil tem um quarto das mortes entre as 5 nações com mais óbitos

No ranking de vítimas por covid, país está atrás só dos EUA. Em proporção, é o 18º, aponta monitor da Universidade de Oxford.

A escalada de mortes em razão da covid-19 colocou o Brasil no epicentro da pandemia mundial. Praticamente uma em cada quatro vidas perdidas no planeta pela doença aconteceu no país da América do Sul, revelam os dados do Our World in Data, site administrado por pesquisadores da Universidade de Oxford, do Reino Unido.

Conforme a plataforma, que analisa a evolução da doença em todo o mundo, 23,7% dos óbitos em decorrência do novo coronavírus foram registrados no Brasil até quinta-feira (1º). Os dados de sexta-feira (2) do Ministério da Saúde não haviam sido contabilizados pelo monitor britânico até o fechamento desta matéria.

Pobreza causada pela pandemia deve persistir pelos próximos anos

 Quase 27 milhões de brasileiros vivem com menos de R$ 246 ao mês e auxílio emergencial menor não deve amenizar situação 

A pandemia do novo coronavírus evidenciou as desigualdades da população brasileira e fez o número de pessoas vivendo na extrema pobreza disparar. A situação, que deve persistir pelos próximos anos, não tende a ser amenizada pelas parcelas menores do auxílio emergencial a ser pago a partir da próxima terça-feira (6).

De acordo com estudo da FGV Social, o número de brasileiros que tinham uma renda inferior a R$ 246 saltou de 9,5 milhões para quase 27 milhões em menos de um ano. O valor é 160% inferior ao necessário para comprar uma cesta básica na cidade de São Paulo, cujo custo estimado é de R$ 639,47, segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).

"A perda do controle da pandemia leva ao aumento das dificuldades econômicas do país em geral. Mas, se a gente comparar com março do ano passado, temos um problema muito mais grave, porque os hospitais estão lotados, o número de mortes é muito maior e as ferramentas criadas para lidar com a pandemia foram descontinuadas", avalia Fausto Augusto Junior, diretor técnico do Dieese.