Empresário Abílio Diniz anuncia saída do Grupo Pão de Açucar

O empresário Abílio Diniz renunciou à presidência do Conselho de Administração do Grupo Pão de Açúcar. O varejista encerra um longo período de brigas com o Casino, rival do Carrefour, e acerta um aparente entendimento que garantiu sua saída.

Em entrevista, ele começou lendo uma carta que escreveu aos funcionários. No documento, relatou que em 7 de setembro de 1948, o pai dele, Valentim dos Santos Diniz, fundou o Pão de Açúcar e, depois de 65 anos, o filho encerra “a história de sucesso da empresa”.

“Na véspera do dia que simboliza a liberdade do Brasil, eu também abraço a minha liberdade para continuar perseguindo os meus sonhos”.

Abílio também cita que é “preciso ter sabedoria para aceitar as mudanças”, em alusão à tomada de controle da varejista pelo grupo francês Casino. “Quero ser hoje melhor do que ontem, amanhã melhor que hoje. E vai ser assim sempre, é assim que eu vivo”.

Entrada dos franceses
Entretanto, seus últimos anos no Pão de Açúcar foram marcados por uma briga violenta com os franceses do Casino, que em agosto de 1999 se tornaram sócios minoritários com 25% do total das ações.

O Pão de Açúcar continuou crescendo com a injeção de recursos do novo sócio e adquiriu grupos grandes como o Sendas, do Rio de Janeiro, onde os supermercados de Diniz até então tinham pouca presença.

Em 2005, surgiu uma nova holding e o controle do Pão de Açúcar passou a ser compartilhado meio a meio por Abilio Diniz e o Casino.

Casas Bahia
Quatro anos depois o Pão de Açúcar dá salto gigantesco e entra para o setor de eletrodomésticos: compra o Ponto Frio e se une às Casas Bahia – atritos com a família Klein, da Bahia, logo começariam.

Em 2011, Diniz tentou se associar ao Carrefour, rival do Casino, que vetou o negócio. Em agosto do ano passado, como esperado o francês Jean-Charles Naouri, do Casino, assumiu o controle do Pão de Açúcar. Diniz adiou sua saída, mas acabou renunciando. Mas o empresário não se aposentou. Em abril, assumiu o comando do Conselho de Administração da BRF (Perdigão e Sadia).

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