A Volkswagen (VOWG_p.DE)
concedeu férias coletivas a 4.200 funcionários dos 5 mil trabalhadores
de sua fábrica de veículos compactos em Taubaté (SP) até 18 de abril,
informou o sindicato local nesta segunda-feira, em meio à queda nas
vendas de automóveis no país.
A
decisão paralisa a unidade que produz os modelos Voyage e up!, afirmou o
Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e Região. Procurada, a Volkswagen
disse em breve comunicado que "tem feito uso de ferramentas de
flexibilização para adequar o volume de produção à demanda do mercado",
mas não confirmou o número de funcionários em férias coletivas.
Segundo
a entidade, a decisão da montadora ocorreu diante da suspensão do
terceiro turno, que emprega cerca de 970 funcionários que serão
remanejados para os dois outros turnos.
Essa
alteração vai demandar mudanças no sistema de produção, o que exigirá a
paralisação da fábrica e por isso foram concedidas as férias coletivas,
disse o sindicato. Outros 500 funcionários da fábrica estão afastados e
250 com contratos de trabalho suspensos (layoff).
A
Volkswagen anunciou em fevereiro do ano passado investimento de 1,2
bilhão de reais na fábrica de Taubaté para a implantação da linha de
produção do up!. Segundo o sindicato, a empresa havia planejado produzir
1.400 carros por dia na fábrica, mas a produção atual está em 850
unidades.
O analista do
mercado de veículos Raphael Galante, da Oikonomia Consultoria, afirmou
que a decisão da Volkswagen de encerrar o terceiro turno ocorreu diante
da difícil conjuntura do mercado brasileiro este ano. Segundo ele, as
vendas de veículos leves no país devem despencar 17 por cento em 2015.
"Se
o up! estivesse bem de vendas, a Volkswagen sofreria só um pouco menos,
seria um atenuante de uma situação crítica do setor este ano", disse
Galante, citando que a média mensal de vendas do up! em 2014 foi de
4.905 unidades ante 15.225 do Gol, modelo mais antigo, também da
Volkswagen.
Ele acrescentou
que a montadora alemã registra queda de cerca de 22,5 por cento nas
vendas de veículos leves no acumulado do ano até o último final de
semana no Brasil, a 101,6 mil unidades, enquanto o mercado como um todo
tem baixa de 17 por cento, a 618,3 mil.
Segundo
a associação de montadoras, Anfavea, o setor terminou fevereiro com
queda de cerca de 9 por cento no total de funcionários ocupados sobre um
ano antes, a 142,3 mil.
Ainda
segundo o sindicato, a fábrica de componentes para motores da Ford,
também em Taubaté, mantém 137 trabalhadores em suspensão de contrato de
trabalho (layoff).
"Eles
deveriam voltar amanhã ao trabalho, mas ainda dependem de decisão da
empresa, que iniciou o layoff em julho passado", disse a assessoria de
imprensa da entidade. A fábrica da montadora norte-americana emprega
cerca de 1.500 trabalhadores.
Na
semana passada, a Ford anunciou acordo com funcionários de sua fábrica
em São Bernardo do Campo (SP) para abertura de um programa de demissão
voluntária para redução de 400 a 600 vagas excedentes, informou o
Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.
A
montadora norte-americana fechou um acordo com sindicatos do ABC e em
Taubaté que prevê congelamento de salários este ano em troca de abono de
8 mil reais e reajuste de salários, para repor inflação, e abono de 1,7
mil reais em 2016.
http://www.msn.com/pt-br/dinheiro/economiaenegocios/volkswagen-encerra-3%C2%BA-turno-em-taubat%C3%A9-e-concede-f%C3%A9rias-coletivas-a-4200/ar-AAaetr7