quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Vereadora que só teve o próprio voto assumiu

Veridiana Bassotto Pasini não fez campanha; abertas as urnas, obteve apenas um voto - o que deu a si mesma
  • Veridiana Bassotto Pasini não fez campanha; abertas as urnas, obteve apenas um voto - o que deu a si mesma
Um candidato a mandato eletivo, como se sabe, é sempre um pretensioso que faz merchandising do próprio umbigo. Diz coisas definitivas sem definir as coisas, para que o eleitor possa distinguir o lamentável do impensável, optando pelo menos pior. Na pequena cidade gaúcha de Coronel Pilar, que abriga 1,7 mil habitantes, sucedeu algo diferente.

Mulher do presidente do PTB municipal, Veridiana Bassotto Pasini, 39 anos, foi registrada como postulante a uma cadeira de vereadora. O repórter Rodrigo Chernhak (do Zero Hora) conta que ela virou candidata apenas para preencher a cota de candidaturas femininas que a legislação obriga o partido a apresentar. Veridiana não fez campanha. Abertas as urnas, obteve apenas um voto —o voto que deu a si mesma. Nem o marido, Luiz Carlos Pasini, votou nela.
 
A despeito disso, Veridiana Pasini tomou posse como vereadora de Coronel Pilar. Deu-se há uma semana. Ela assumiu como sétima suplente da coligação PTB-PP-PMDB. O titular da cadeira, Luciano Contini (PMDB), tirou licença médica por 60 dias. A suplente Iraci Moresco Zanatta assumiu. Mas só ficou na cadeira por 30 dias. Por razões distintas, os demais suplentes abstiveram-se de reivindicar o posto. Que acabou caindo no colo de Veridiana.
 
Supondo-se que o titular retorne no final da licença médica, Veridiana, a candidata eleita por si mesma, será vereadora pelo menos até o início de outubro. Uma experiência que nem ela, secretária de um consultório odontológico, imaginava viver. "Eu não esperava. Mesmo sem querer acabei entrando. Concorri para preencher a cota de mulheres candidatas na coligação. E optei por não fazer campanha."

http://noticias.bol.uol.com.br/ultimas-noticias/brasil/2014/09/10/vereadora-que-so-teve-o-proprio-voto-assumiu.htm

Na posse no STF, Lewandowski defende salário maior para juízes






Em seu discurso de posse na presidência do STF (Supremo Tribunal Federal), o ministro Ricardo Lewandowski defendeu nesta quarta-feira (10) aumento de salário para os magistrados e servidores do Judiciário para, segundo ele, "restaurar a autoestima" deles.

"Deveremos restaurar a autoestima dos honrados magistrados e operosos servidores do Poder Judiciário, cuja importância, no tocante à relevante tarefa de pacificação social, que realizam diuturna e anonimamente, não tem sido adequadamente reconhecida pela sociedade e autoridades em geral", disse, diante da presidente Dilma Rousseff, que cortou o Orçamento do Supremo e enviou para o Congresso uma previsão de salário de R$ 30,9 mil para os ministros, que pediam R$ 35,9 mil.
Atualmente, os ministros recebem R$ 29,4 mil mensais. O reajuste proposto pela presidente deve entrar em vigor a partir de janeiro e terá efeito cascata sobre os salários de todos os servidores do Judiciário, que também receberão aumento.

E continuou: "Particular atenção será dada à recuperação de suas perdas salariais, de modo a garantir-lhes uma remuneração condigna com o significativo múnus público que exercem, bem como assegurar-lhes adequadas condições materiais de trabalho, além de proporcionar-lhes a oportunidade de permanente aperfeiçoamento profissional mediante cursos e estágios aqui e no exterior".

Lewandowski citou ainda as críticas as constantes embates entre o Judiciário e os demais Poderes da República, mas lembrou que o Supremo a passou "a interferir em situações limítrofes, nas quais nem o Legislativo, nem o Executivo, lograram alcançar os necessários consensos para resolvê-las".

"A Suprema Corte, não raro provocada pelos próprios agentes políticos, começou decidir questões controvertidas ou de difícil solução", afirmou, exemplificando com casos em que a Corte atuou, como o "da fidelidade partidária, do financiamento de campanhas eleitorais, da greve dos servidores públicos, da pesquisa com células-tronco embrionárias humanas, da demarcação de terras indígenas, dos direitos decorrentes das relações homoafetivas, das cotas raciais nas universidades e do aborto de fetos anencéfalos".

O novo presidente também ressaltou a importância de a Justiça agir com rapidez para conseguir dar respostas à sociedade. "Assegurar a fruição desses direitos, hoje, de forma eficaz, significa oferecer uma prestação jurisdicional célere, pois, como de há muito se sabe, justiça que tarda é justiça que falha."

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Lewandowski toma posse como presidente do STF

O ministro Ricardo Lewandowski tomou posse na tarde desta quarta-feira (10) como presidente do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele já ocupava o cargo interinamente desde o fim de julho, após o ministro Joaquim Barbosa se aposentar. Na mesma cerimônia, a ministra Cármen Lúcia assumiu a vice-presidência do tribunal. Ambos ficarão no comando da mais alta Corte do país pelos próximos dois anos. A cerimônia conta com a presença da presidente Dilma Rousseff

Leia a íntegra do seu discurso de posse:
"Nos dias de hoje, não são poucas as críticas veiculadas nos meios acadêmicos e na mídia em geral contra aquilo que é visto como um protagonismo mais acentuado - ou até mesmo exagerado - do Poder Judiciário, em particular do Supremo Tribunal Federal, quanto à tomada de decisões relativas a temas de maior impacto sobre a sociedade.  Alguns falam numa "judicialização da política", enquanto outros mencionam uma "politização da justiça". Ambas as expressões traduzem uma avaliação negativa acerca da atuação do Judiciário, ao qual se imputa um extravasamento indevido de suas competências constitucionais. Outra censura assacada contra o Judiciário diz respeito à morosidade na prestação jurisdicional, reclamação que, de resto, aparenta ser universal, tantas são as queixas registradas em outros países com relação à demora na solução dos processos.
Para melhor entendermos essas instigantes questões, faremos menção a um livro publicado no passado recente - mas que já se tornou clássico - denominado "Era dos Direitos". Esse livro, pequeno em tamanho, porém denso em conteúdo, abriga artigos e depoimentos do jusfilósofo italiano Norberto Bobbio, há pouco falecido. Nele consta uma entrevista na qual Bobbio enunciava três problemas que, no seu entender, ameaçariam a sobrevivência da humanidade: o crescimento acelerado da população mundial, a destruição gradativa do meio ambiente e a disseminação generalizada das armas de destruição em massa.
Indagado se, em meio a tal cenário sombrio, ele divisava algo de positivo, Bobbio respondeu que via com otimismo a crescente importância atribuída aos direitos fundamentais, tanto no plano interno quanto no âmbito internacional. Para Bobbio, isso seria revelador de um progresso moral da humanidade, e de que estaríamos ingressando na "Era dos Direitos", na qual o grande desafio consistiria em abandonarmos a habitual teorização acerca deles para, agora, colocá-los efetivamente em prática.
Nesse contexto, o Judiciário confinado, desde o século 18, à função de simples 'bouche de la loi", ou seja, ao papel de mero intérprete mecânico das leis, foi pouco a pouco compelido a potencializar ao máximo sua atividade hermenêutica de maneira a dar concreção aos direitos fundamentais, compreendidos em suas várias gerações. Ocorre que, assegurar a fruição desses direitos, hoje, de forma eficaz, significa oferecer uma prestação jurisdicional célere, pois, como de há muito se sabe, justiça que tarda é justiça que falha. Entre nós, inclusive, incluiu-se, recentemente, na atual Constituição um novo direito do cidadão: o direito à "razoável do processo".
Mas inúmeras dificuldades emergem quando se busca colocar em prática esse novo direito. De início, vivemos, atualmente, no mundo todo, o fenômeno que o sociólogo português Boaventura Souza Santos classificou de 'explosão de litigiosidade'. Tal evento, mais do que um signo dos múltiplos conflitos característicos da sociedade moderna, representa, em verdade, uma busca do homem comum, do homem do povo, por seus direitos, que descobriu que pode alcançá-los pela via judicial.
Entre nós, a Constituição de 1988, na prática, 'escancarou' as portas do Judiciário, não apenas porque continuou a dar guarida ao consagrado princípio da inafastabilidade da jurisdição, segundo o qual nenhuma lesão ou ameaça de lesão a direito pode ser subtraída à apreciação do Judiciário, como também porque colocou à disposição dos cidadãos vários novos instrumentos de acesso à Justiça, em especial as ações de natureza coletiva.  
Não bastasse isso, o Judiciário, superando uma postura hermenêutica mais ortodoxa, que desvendava o direito apenas a partir de regras jurídicas positivadas na Constituição e nas leis, passou a fazê-lo também com base em princípios, superando a visão tradicional que se tinha deles, considerados preceitos de caráter meramente indicativo ou programático. Os juízes começaram a extrair consequências práticas dos princípios republicano, democrático e federativo, bem assim dos postulados da isonomia, da razoabilidade, da proporcionalidade, da moralidade, da impessoalidade, da eficiência e da dignidade da pessoa humana, ampliando assim o espectro de suas decisões.
A partir dessa nova postura, o Judiciário começou a intervir em questões que antes estavam reservadas exclusivamente aos demais Poderes, participando, de maneira mais ativa, da formulação de políticas públicas, especialmente nas áreas da saúde, do meio ambiente, do consumo, da proteção de idosos, crianças, adolescentes e pessoas com deficiência. O Supremo Tribunal Federal, de modo particular, passou a interferir em situações limítrofes, nas quais nem o Legislativo, nem o Executivo, lograram alcançar os necessários consensos para resolvê-las.
A Suprema Corte, não raro provocada pelos próprios agentes políticos, começou decidir questões controvertidas ou de difícil solução, a exemplo da fidelidade partidária, do financiamento de campanhas eleitorais, da greve dos servidores públicos, da pesquisa com células-tronco embrionárias humanas, da demarcação de terras indígenas, dos direitos decorrentes das relações homoafetivas, das cotas raciais nas universidades e do aborto de fetos anencéfalos.
Esse novo papel desempenhado pelo Poder Judiciário fez com que os casos submetidos à sua apreciação crescessem de forma exponencial. Em 2013, segundo o último levantamento do Conselho Nacional de Justiça, tramitaram no Judiciário brasileiro cerca de 95 milhões processos.  Naquele ano, foram ajuizados aproximadamente 28 milhões de casos novos, sem contar os feitos que ingressaram no Supremo Tribunal Federal.
Mediante um esforço quase sobre-humano os magistrados brasileiros - cujo número correspondia a aproximadamente 16.500 juízes - proferiram mais de 25 milhões sentenças, o que resultou numa média de cerca de 1.600 para cada um deles. Não obstante esse excepcional desempenho, a taxa de congestionamento processual continuou elevadíssima, chegando a quase 71% das ações em trâmite. Isso, em grande parte, porque temos hoje quase 6.500 cargos em aberto, correspondendo a mais de 39% do total de nosso efetivo de juízes, por motivos que vão desde a falta de verbas para preenchê-los até a carência de candidatos motivados ou qualificados.
O Supremo Tribunal Federal, à semelhança do que ocorreu com o Judiciário como um todo, também foi contemplado com uma extraordinária sobrecarga de trabalho no ano passado. Ao longo de 2013 foram distribuídos 44.170 processos aos seus onze ministros, que proferiram 85.000 decisões, das quais 72.167 monocráticas e 12.833 colegiadas.
Diante desse quadro, há quem diga que o Judiciário vive uma crise institucional ou, no mínimo, está diante de um impasse de difícil superação. Assumindo - apenas para argumentar – que isso corresponde à verdade, seja-nos lícito recordar uma conhecida imagem: quando escrita em chinês, a palavra "crise" decompõe-se em dois ideogramas – um representando "perigo" e o outro  "oportunidade". Valendo-nos dessa janela de oportunidade que o destino aparenta descerrar, buscaremos atingir, na Presidência do Supremo Tribunal Federal e do Conselho Nacional de Justiça, algumas metas, a seguir explicitadas.
Primeiramente, procuraremos acelerar a prestação jurisdicional intensificando o uso de meios eletrônicos para a tomada de decisões, ao mesmo tempo em que desestimularemos as ações de índole temerária ou protelatória, mediante os meios legais disponíveis.
Depois, daremos prioridade ao julgamento de recursos extraordinários com repercussão geral, mecanismo criado pela EC 45/2004, que permite que a Suprema Corte deixe de apreciar feitos que se resumam à discussão de interesses intersubjetivos, ou seja, aqueles que não tenham um impacto maior do ponto de vista político, social, econômico ou jurídico. Desde a adoção desse instrumento, o número de processos admitidos na Suprema Corte caiu pela metade, eis que, antes dele, eram aparelhados, em média, mais de 100 mil processos por ano. A racionalização e intensificação do emprego da repercussão geral será prestigiada não apenas porque reduzirá substancialmente o trabalho dos integrantes do Tribunal. Ela merecerá especial destaque sobretudo porque a solução de um recurso extraordinário qualquer, qualificado com esse rótulo, permitirá que sejam decididas centenas ou até milhares de ações sobrestadas nos tribunais de origem. Atualmente, tramitam na Corte 333 recursos extraordinários com repercussão geral reconhecida e apreciação de mérito pendente, os quais mantém em suspenso, nas instâncias inferiores, enquanto não forem julgados, cerca de 700 mil processos.
Pretendemos, ademais, facilitar e ampliar a edição de súmulas vinculantes, que fornecem diretrizes seguras e permanentes aos operadores do direito sobre pontos controvertidos da interpretação constitucional, por meio de enunciados sintéticos e objetivos. Nessa linha, buscaremos transformar as súmulas tradicionais já editadas em verbetes vinculantes, sempre que tecnicamente viável, de modo a ampliar a celeridade da prestação jurisdicional em todas as instâncias.
Procuraremos, igualmente, estimular formas alternativas de solução de conflitos, compartilhando, na medida do possível, com a própria sociedade, a responsabilidade pela recomposição da ordem jurídica rompida, que, afinal, é de todos os seus integrantes. Referimo-nos à intensificação do uso da conciliação, da mediação e da arbitragem, procedimentos que se mostram particularmente apropriados para a resolução de litígios que envolvam direitos disponíveis, empregáveis, com vantagem, no âmbito extrajudicial.
Pensamos também na denominada "justiça restaurativa", que já vem sendo praticada, com êxito, no âmbito criminal, onde a atenção do Estado e da sociedade não se dirige, mais, exclusivamente, à punição do infrator, mas lança um olhar especial à mitigação das lesões físicas, morais, psicológicas e materiais sofridas pelas vítimas. Esse instituto poderá ser empregado, com igual sucesso, em outras áreas do direito, em especial nos conflitos familiares.
Do ponto de vista normativo, enviaremos, na próxima Legislatura, ao Congresso Nacional, depois da aprovação pelos nossos pares, o novo Estatuto da Magistratura, assim como projetos de lei que possam superar topicamente certos entraves na prestação jurisdicional, sem prejuízo da impostergável tarefa de atualizar e consolidar o regimento interno da Casa.
Propomo-nos, ademais, a respeitar e fazer respeitar a independência e harmonia entre os Poderes, estimulando nos juízes a adoção da salutar atitude de self restraint, de autocontenção, praticada pelas cortes constitucionais dos países democráticos.  Com isso queremos dizer que o Judiciário só deve atuar, para suprir eventual lacuna normativa ou inércia administrativa, em caráter excepcional e provisório, e apenas quando a decisão pretoriana se mostrar necessária e inadiável, permitindo, como regra, que o Legislativo ou o Executivo – representantes diretos da soberania popular – possam concluir as suas deliberações no tempo que considerem politicamente mais adequado para o País.
Pretendemos, ainda, entreter um permanente diálogo com as instituições essenciais à administração da Justiça, a exemplo do Ministério Público e da advocacia, cujos objetivos convergem integralmente conosco no tocante ao aperfeiçoamento da jurisdição.  Desejamos, igualmente, ampliar a colaboração de especialistas e membros da comunidade no controle de constitucionalidade, incentivando a atuação dos amici curiae e a realização de audiências públicas, de forma consentânea com a Democracia Participativa instaurada pela nova Carta Magna.
Entendemos, por outro lado, que o Judiciário deve assumir um protagonismo maior na área externa, empregando, com mais habitualidade, os institutos do direito comunitário e do direito internacional, à semelhança do que ocorre no Velho Continente, onde os juízes foram e continuam sendo os grandes responsáveis pela integração europeia, sobretudo ao garantirem a igualdade de direitos aos seus cidadãos. É preciso, também, que os nossos magistrados tenham uma interlocução maior com os organismos internacionais, como a ONU e a OEA, por exemplo, especialmente com os tribunais supranacionais quanto à aplicação dos tratados de proteção dos direitos fundamentais, inclusive com a observância da jurisprudência dessas cortes.
Pretendemos, mais, redirecionar a atuação do Conselho Nacional de Justiça, resgatando a sua concepção original de órgão central de planejamento estratégico, fazendo com que passe a atuar a partir de uma visão sistêmica dos problemas que afetam o Judiciário, sem prejuízo de sua competência correicional supletiva. Isso demandará a implantação de um modelo eficiente de informação e comunicação, que não poderá prescindir de uma permanente interlocução com os juízes de todos os graus de jurisdição e com os distintos tribunais do país.
Por fim, deveremos restaurar a autoestima dos honrados magistrados e operosos servidores do Poder Judiciário, cuja importância, no tocante à relevante tarefa de pacificação social, que realizam diuturna e anonimamente, não tem sido adequadamente reconhecida pela sociedade e autoridades em geral.  Haveremos de fazê-lo mediante a correta divulgação dos serviços essenciais que prestam ao Brasil, não raro com risco para a própria vida e integridade física. 
Particular atenção será dada à recuperação de suas perdas salariais, de modo a garantir-lhes uma remuneração condigna com o significativo múnus público que exercem, bem como assegurar-lhes adequadas condições materiais de trabalho, além de proporcionar-lhes a oportunidade de permanente aperfeiçoamento profissional mediante cursos e estágios aqui e no exterior.
Permitimo-nos concluir com uma frase de Martin Luther King pronunciada em 1963, no Lincoln Memorial, em Washington: I have a dream; 'Eu tenho um sonho". Era um sonho de igualdade e de fraternidade para todos os americanos indistintamente.
Nós também temos um sonho: o sonho de ver um Judiciário forte, unido e prestigiado, que possa ocupar o lugar que merece no cenário social e político deste país. Um Judiciário que esteja à altura de seus valorosos integrantes, e que possa colaborar efetivamente na construção de uma sociedade mais livre, mais justa e mais solidária, como determina a Constituição da República, a qual todos os magistrados brasileiros, de forma uníssona, juraram respeitar e defender."

 http://noticias.bol.uol.com.br/ultimas-noticias/brasil/2014/09/10/na-posse-no-stf-lewandowski-defende-aumento-de-salario-para-juizes.htm

A vítima perdeu massa encefálica e está em estado grave no Hospital de Base

Homem perde o olho depois de ser agredido por causa de um assento de ônibus no DF

 
Alessandro Pires ( à direita) veio a Brasília para ver o filho, Patrick Pires (à esquerda) no desfile militar do 7 de setembro Arquivo Pessoal
 
Um homem perdeu o olho depois de ser agredido com um objeto perfurante dentro de um ônibus de viagem, no terminal de Taguatinga, no Distrito Federal.

O pastor Alessandro Veloso Pires, de 40 anos, saiu de Goiânia com dois filhos, de 12 e 5 anos, na manhã de domingo (7), para assistir ao desfile militar em comemoração à Independência do Brasil, em Brasília.

Ao entrar no ônibus da Viação Goiânia, uma das poltronas reservadas por ele na compra das passagens estava ocupada por outra pessoa, que disse que não sairia do local. Sem discutir, a vítima teria ocupado outro assento, segundo relatos do filhos.

Quando o veículo parou no Terminal de Taguatinga, perto de destino final, o homem que ocupou a poltrona de Alessandro Pires disse que “estava com raiva”, o agrediu no olho com um objeto perfurante e fugiu.

— Os meus irmãos disseram que não houve nenhuma discussão, nenhuma briga que motivasse o ataque, conta Patrick Pires, filho da vítima.

Alessandro Pires perdeu o olho direito e parte da massa encefálica. Segundo a família, ele está internado no Hospital de Base em estado grave e aguarda em leito de UTI. No domingo, ele passou por uma cirurgia de 12 horas, mas permanece em coma induzido. 

A ocorrência do caso foi registrada na 12ª DP, em Taguatinga. O delegado que conduz as investigações, Moisés Martins, disse que ainda não há pista do agressor. A Viação Goiânia informou à polícia que, no momento do ataque, o circuito de imagens do ônibus estava quebrado.

— A gente ainda depende de algumas diligências no estado de Goiás e estamos trabalhando com outras linhas de investigação para identificar o criminosos.

http://noticias.r7.com/distrito-federal/homem-perde-o-olho-depois-de-ser-agredido-por-causa-de-um-assento-de-onibus-no-df-11092014

Centro acadêmico da faculdade de direito do Mackenzie é dirigido por aluna negra pela 1ª vez

Tamires Sampaio conquistou uma bolsa do ProUni e sempre estudou em escolas públicas 


Tamires é quinta mulher a presidir o diretório estudantil e a primeira pessoa negra a alcançar o posto Arquivo pessoal
 
Tamires Gomes Sampaio, de 20 anos, estudou em escolas públicas dos três meses de vida até o fim do ensino médio. Ela frequentou uma creche desde muito nova porque sua mãe, Rosimary, precisava trabalhar para pagar e terminar a faculdade de psicologia.

Apesar das dificuldades, hoje ela está no quarto ano do curso de direito na Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo, e acaba de ser nomeada a primeira presidente negra do centro acadêmico de seu curso em 69 anos.

A atuação de Tamires à frente do Centro Acadêmico João Gomes Jr. também representa outros marcos. Ela é quinta mulher a presidir o diretório estudantil, e a primeira pessoa negra de maneira geral a alcançar o posto.

— Para mim isso é algo muito simbólico, porque na minha sala tem três estudantes negros num total de 80 alunos. Algumas salas aqui [no Mackenzie] não têm alunos negros.

Tamires conta que o curso de direito tem com mais de 100 docentes, mas apenas um deles é afrodescendente.

— Ainda hoje você quase não vê negros nas salas de aula das universidades. Onde você vê muitos negros aqui na faculdade? Na segurança, fazendo faxina.

Para a aluna, ser eleita a primeira negra presidente do centro acadêmico vai mostrar que a universidade é lugar para todos.
A vitória da chapa sobre outras duas concorrentes aconteceu no início deste mês, e Tamires tomou posse no último dia 9 Arquivo Pessoal
 
— Minha história indica que qualquer um pode ser uma liderança no movimento estudantil, mesmo em uma faculdade de direito que é tradicionalista, elitista e por vezes até conservadora.

Tamires também citou que ela, como outros jovens, já se beneficiou de políticas públicas como as cotas raciais e o ProUni (Programa Universidade para Todos), que estão mudando o cenário de acesso dos negros ao ensino superior.

Nos tempos da escola
Durante o último ano do ensino médio, a estudante fez cursinho pré-vestibular. Em 2009, fez provas para tentar ingressar em universidades públicas e também prestou o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). Não passou nas instituições públicas, mas a nota que obteve no Enem lhe rendeu uma bolsa integral no Mackenzie pelo ProUni. Ela ingressou na universidade com apenas 17 anos de idade.

— Escolhi direito porque sempre gostei muito de humanas e nunca me dei bem com matemática. Além disso, sempre participei dos debates filosóficos e políticos na escola.

Militância universitária
A veia política fez com a presidente do centro acadêmico se aproximasse do movimento estudantil desde o início da faculdade. Em 2013, participou da construção da Frente Coletiva, grupo estudantil que se propunha a debater o combate às opressões na universidade.

Após a saída de parte dos membros da última gestão do centro acadêmico do curso de direito, que aconteceu no meio deste ano, uma nova eleição foi convocada: “Como já tínhamos o coletivo [Frente Coletiva], resolvemos disputar as eleições como chapa Catarse, que é um termo utilizado na ciência política como um movimento de transição rumo a uma representação coletiva de fato”.

A vitória da chapa sobre outras duas concorrentes aconteceu no início deste mês, e Tamires tomou posse no último dia 9. O feito lhe rendeu dez dias de férias para se preparar para a nova jornada política num período próximo do fim de sua graduação, de cinco anos.

Futuro
Militante do movimento negro em São Paulo e reconhecendo os problemas raciais e sociais no Brasil, Tamires afirma que a intenção de sua gestão no centro acadêmico é promover debates sobre estes assuntos.

Quanto ao que irá fazer após o término da faculdade, a jovem conta que deseja ser procuradora do Ministério Público Federal e trabalhar nas áreas do direito penal, direitos humanos e segurança pública.

Tamires também  pretende lutar contra a desigualdade social e racial. Ao R7 ela disse que irá fazer seu trabalho de conclusão de curso sobre o assassinato de jovens negros nas periferias.


 http://noticias.r7.com/educacao/centro-academico-da-faculdade-de-direito-do-mackenzie-e-dirigido-por-aluna-negra-pela-1-vez-11092014

Rússia realiza com sucesso teste de míssil nuclear intercontinental

Governo acredita que modelo poderá manter paridade militar com os EUA

O presidente russo prometeu investir pesado no rearmamento militar do país AP
O submarino nuclear russo Vladimir Monomaj efetuou nesta quarta-feira (10) com sucesso um lançamento de teste do foguete intercontinental Bulava (Maza), informou o Ministério da Defesa da Rússia.

"O lançamento foi realizado em posição de imersão dentro do programa de testes estatais do armamento e dos sistemas vitais do submarino nuclear Vladimir Monomaj", declarou o porta-voz de Defesa, general Igor Konashenkov, citado pelas agências russas.

O míssil foi disparado das águas do mar Blanco. As cargas atingiram o polígono de Kura, na península de Kamchatka, a milhares de quilômetros de distância de onde estava o submarino.
Os Bulava são capazes de levar até dez ogivas nucleares de guia individual, têm oito mil quilômetros de alcance e, segundo Moscou, podem burlar qualquer escudos antimísseis, incluindo o americano.

O míssil R30 3M30 Bulava-30 (SS-NX-30, segundo a classificação da Otan, e RSM-56 nos tratados internacionais) é uma versão naval do míssil balístico intercontinental em terra Topol.

A Rússia acredita que os Topol e os Bulava permitirão ao país manter a paridade nuclear com os Estados Unidos pelo menos durante o próximo meio século.

No entanto, os frequentes fracassos nos testes do Bulava (8 dos 19 lançamentos realizados foram considerados fracassados) suscitaram dúvidas sobre sua confiabilidade.

Os submarinos nucleares, a aviação estratégica e os mísseis intercontinentais formam a tríade nuclear russa no programa de rearmamento russo, que tem orçamento de R$ 1,6 trilhão (US$ 700 bilhões) em armamento até 2020.

http://noticias.r7.com/internacional/russia-realiza-com-sucesso-teste-de-missil-nuclear-intercontinental-10092014

Obama anuncia plano de ataque aéreo para destruir Estado Islâmico

Às vésperas do aniversário de 11 de Setembro, presidente fez pronunciamento de 15 minutos


O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou, na noite desta quarta-feira (10), o plano de empreender uma campanha aérea para destruir o grupo extremista Estado Islâmico, que atua na Síria e no Iraque.

— Esta campanha contra o terrorismo vai ser travada por meio de um esforço incansável para tirar o Estado Islâmico de onde quer que ele esteja, utilizando nosso poder aéreo e o apoio terrestres de forças aliadas — afirmou Obama, em pronunciamento de 15 minutos à nação às vésperas do aniversário de 13 anos dos atentados de 11 de Setembro.

O presidente dos Estados Unidos ressaltou que o objetivo da missão é “destruir” o Estado Islâmico.
— Nosso objetivo é claro: vamos reduzir e, finalmente, destruir o Estado Islâmico por meio de uma estratégia abrangente e sustentada de contraterrorismo.

O presidente americano ressaltou que o grupo não é reconhecido por nenhum governo. E afirmou que enviará mais 475 estrategistas para atuar em conjunto com as forças de defesa do Iraque.

Obama, porém, tentou diferenciar a ação das últimas guerras em que o país se envolveu (os Estados Unidos deixaram o país há cerca de três anos).

— Não haverá tropas americanas combatendo em solo estrangeiro.

O discurso foi ainda uma forma de buscar uma coalizão internacional com o intuito de combater o grupo extremista.

Poucas horas antes do anúncia da coalizão, o presidente norte-americano, Barack Obama, autorizou o envio de R$ 57 milhões (25 milhões de dólares) em "assistência militar imediata" nesta quarta-feira (10) para o governo iraquiano e para o governo regional do Curdistão para auxiliar com educação e treinamento militar, de acordo com um memorando postado no website da Casa Branca.

Obama recebeu na terça-feira (9) na Casa Branca os líderes do Congresso e comunicou que espera apoio, mas não necessita de autorização para implementar seu plano.

Forças aéreas americanas iniciaram em 8 de agosto bombardeios seletivos contra posições de EI em diversas zonas do Iraque para conter a ofensiva jihadista.

Desde então, os EUA efetuaram mais de 130 ataques perto das estratégicas represas de Haditha e Mossul, e nos arredores de Erbil, capital do Curdistão iraquiano.
 
França deve ser um dos aliados americanos
Como parte dos esforços para a construção de uma coalizão internacional, o presidente francês, François Hollande, e Fabius viajarão a Bagdá na sexta-feira (12), véspera de uma conferência de potências regionais e internacionais que se reunirão em Paris na próxima segunda-feira (15) para coordenar as iniciativas contra o Estado Islâmico.

“É necessária uma mobilização internacional para reagir a este perigo transnacional, que pode alcançar nosso território”, declarou Fabius. "No Iraque o governo e as minorias pediram ajuda, (e) respondemos com o envio de equipamento militar e ajuda humanitária”.

A França tem se mantido na retaguarda desde que ficou isolada no ano passado quando os EUA cancelaram ataques aéreos contra o governo do mandatário sírio, Bashar al Assad, poucas horas antes de aviões franceses se colocarem de prontidão para decolar.

Colaboração americana na Síria
Desde meados do ano passado, a CIA (agência de inteligência americana) está proporcionando armamento ligeiro e treino desde a Jordânia a facções opositoras ao governo do presidente sírio, Bashar al Assad, aliado do Irã e Rússia, de uma maneira muito discreta.

Além disso, a Administração Obama foi aumentando sua presença de maneira paulatina em seu colaboração com a oposição nos últimos meses, para a qual o presidente já solicitou há semanas R$ 1,15 bilhão (US$ 500 milhões) adicionais destinados a armamento.

Os opositores receberam sobretudo equipamento de defesa, mas o novo movimento contra o grupo jihadista poderia provê-los com um armamento mais pesado.

Secretário de Estado americano visita a região
O secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, visitou Bagdá nesta quarta-feira (10), iniciando uma viagem ao Oriente Médio para unir apoio militar, político e financeiro para derrotar os militantes do grupo Estado Islâmico, que controlam partes do Iraque e da Síria.

Kerry disse ter ficado impressionado com os planos do primeiro-ministro Haider al-Abadi para reconstruir as forças armadas iraquianas e pôr em prática reformas políticas mais amplas.

Abadi formou na segunda-feira um novo governo iraquiano, mais inclusivo, em um movimento que o governo norte-americano considera vital antes que os EUA adotem novas medidas para ajudar a expulsar os militantes que assumiram o controle de grande parte do norte do Iraque este ano.

Em meio à visita de Kerry, três carros-bomba explodiram em um bairro xiita no leste de Bagdá nesta quarta-feira, matando nove pessoas e ferindo outras 29, disse um policial. As explosões ocorreram em um intervalo de minutos de uma para outra no bairro Nova Bagdá.

Kerry disse a Abadi que se sente "encorajado" por seus planos para "reconstituir" o setor militar e "seu compromisso com a amplas reformas que são necessárias no Iraque para trazer todos os segmentos da sociedade iraquiana para a mesa (de negociações)".

Abadi fez um apelo à comunidade internacional para que ajude o Iraque a lutar contra o Estado Islâmico, instando-a a "agir imediatamente para impedir a disseminação desse tipo de câncer".

O giro de Kerry pelo Oriente Médio vai incluir a Arábia Saudita e, provavelmente, outras nações árabes.

 http://noticias.r7.com/internacional/obama-anuncia-plano-de-ataque-aereo-para-destruir-estado-islamico-11092014