PM disse que produtos só serão pagos quando problema for solucionado.
Compra de capas de chuva levou à troca de comandante na última semana.
A Polícia Militar do Distrito Federal
anunciou a devolução de 3.453 pistolas elétricas e os respectivos
cartuchos, compradas com dispensa de licitação por R$ 10,8 milhões, por
falta de qualidade do material. De acordo com a corporação, elas seriam
usadas para inibir crimes nas copas das Confederações e do Mundo. Na
semana passada, a compra de capas de chuva para os mesmos eventos levou à
troca do comando da PM.
O tenente-coronel Zilfrank Araújo afirmou que as pistolas chegaram no
final do mês e foram avaliadas por uma comissão, que encontrou produtos
com mau funcionamento, frágeis e apresentando peças danificadas. Ele
disse que o procedimento de inspeção é padrão e que, como previsto no
contrato, a verba não vai ser repassada para a empresa até que o
problema seja solucionado. Enquanto isso, elas estão estocadas no
quartel-general da PM.
Os kits foram fabricados pela Condor Equipamentos Não Letais, do Rio de
Janeiro, que foi notificada da situação na segunda e tem 30 dias para
se manifestar. Araújo afirmou que ela foi contratada com dispensa de
licitação por ser a única empresa nacional que fabrica o produto.
A empresa negou ao G1 que foi notificada pela PM. A Condor disse que
foi informada apenas de problemas pontuais em acessórios e em uma
pequena parte do lote entregue. Também afirma que esses problemas já
foram ou estão sendo corrigidos.
O chefe da área de comunicação, coronel Edilson Rodrigues, afirmou que
os policiais estão sendo treinados há algum tempo para usar as armas,
que foram compradas pela corporação pela primeira vez.
“[Elas foram adquiridas] dentro da nossa política de buscar
equipamentos de menor letalidade na ação policial, era importante
comprar isso aí, sim. E até mesmo por conta dos grandes eventos e a
possível presença de um grande número de turistas estrangeiros.”
Troca de comando
O novo comandante-geral da Polícia Militar do DF, Jooziel Freire, tomou posse nesta terça-feira (7). Ele substituiu o coronel Suamy Santana, que foi exonerado do cargo na semana passada após o anúncio da compra de até 17 mil capas de chuva por R$ 5,3 milhões.
O novo comandante-geral da Polícia Militar do DF, Jooziel Freire, tomou posse nesta terça-feira (7). Ele substituiu o coronel Suamy Santana, que foi exonerado do cargo na semana passada após o anúncio da compra de até 17 mil capas de chuva por R$ 5,3 milhões.
A aquisição dos itens foi incluída na licitação de materiais
relacionados às copas das Confederações e do Mundo - junho e julho,
época de seca em Brasília - e culminou com a queda do comandante
anterior. O governador Agnelo Queiroz disse em nota considerar a compra
das capas um "ato desmedido".
Santana disse que a inclusão das capas de chuva na licitação para as
copas foi um "erro administrativo". "Burro eu não sou e seria incapaz de
comprar 17 mil capas de chuva para serem usadas no período de seca no
Distrito Federal na Copa do Mundo. Seria o cúmulo da idiotice", disse o
coronel durante coletiva.
O valor da licitação também levantou questionamentos. Pelo valor da
licitação, cada capa custaria mais de R$ 300. Capas semelhantes no
mercado custam entre R$ 50 e R$ 60, de acordo com levantamento feito
pela reportagem do DFTV.
Santana defendeu a compra de novas capas em substituição às antigas,
que têm anos de uso, e disse que as que seriam licitadas são diferentes
das convencionais e garantia de cinco anos dada pelo fabricante. Segundo
ele, as capas relacionadas para os dois eventos esportivos têm material
refletor, para serem enxergadas à distância, e dão mais mobilidade para
os policiais.
O coronel disse ainda que não assinou o documento autorizando a compra
do material, mas que tinha conhecimento da situação e que não poderia
responsabilizar um subordinado pelo suposto erro. “A culpa foi minha”,
afirmou.
http://g1.globo.com/distrito-federal/noticia/2013/05/pmdf-alega-defeito-e-devolve-34-mil-tasers-avaliadas-em-r-11-milhoes.html