quarta-feira, 22 de abril de 2015

Médicos do Exército vão ajudar Prefeitura no combate à dengue

SÃO PAULO - A Prefeitura de São Paulo vai receber ajuda de médicos do Exército para combater a dengue na capital paulista. A informação foi confirmada pelo prefeito Fernando Haddad (PT), em entrevista à Rádio Estadão na manhã desta quarta-feira, 22. Há uma semana, a administração municipal já havia solicitado auxílio de 50 soldados para acompanhar equipes de saúde em visitas nas residências paulistanas.

"O Exército vai ceder dez médicos para o combate específico contra a dengue", informou Haddad. Em nota, o Comando Militar do Sudeste afirmou que os profissionais devem atuar em unidades de pronto atendimento e que vai ceder para a Prefeitura 15 barracas para atendimento de urgência à população atingida pela dengue, devendo "a Secretaria Municipal de Saúde informar os locais da capital a serem apoiados".

Atualmente, a cidade dispõe de sete tendas da Prefeitura voltadas para pacientes com dengue. A estimativa do município, segundo Haddad, é aumentar esse número para nove - tendo em vista que ainda falta um mês para o período crítico da doença passar.

'Aqui não estamos em uma situação epidêmica, mas estamos lutando contra o tempo para evitar que chegue à capital', disse o prefeito Haddad nesta quarta-feira, 22, na 'Rádio Estadão'Nilton Fukuda/Estadão
Médicos do Exército vão ajudar Prefeitura no combate à dengue: 'Aqui não estamos em uma situação epidêmica, mas estamos lutando contra o tempo para evitar que chegue à capital', disse o prefeito Haddad nesta quarta-feira, 22, na 'Rádio Estadão' © Fornecido por Estadão 'Aqui não estamos em uma situação epidêmica, mas estamos lutando contra o tempo para evitar que chegue à capital', disse o prefeito Haddad nesta quarta-feira, 22, na 'Rádio Estadão' 
 
Para Haddad, a principal atuação do Exército vai continuar sendo o acompanhamento nas casas dos moradores, especialmente nos bairros com maiores índices de violência, onde há resistência dos moradores em abrir a porta para os agentes. Segundo o prefeito, as residências representam 80% dos focos de dengue na capital.

"A capital está totalmente cercada de epidemias. Há epidemia em Campinas, epidemia em Sorocaba, epidemia em Santos. Aqui não estamos em uma situação epidêmica, mas estamos lutando contra o tempo para evitar que chegue à capital", disse Haddad. "Não sabemos se daqui a duas semanas estaremos nessa condição."

Dados mais recentes do Ministério da Saúde indicam que São Paulo registra 12 casos da doença por hora. No primeiro trimestre de 2015, a cidade atingiu o triplo de casos do ano passado: 8.063, ante 3.183 no mesmo período de 2014.

 http://www.msn.com/pt-br/noticias/brasil/m%C3%A9dicos-do-ex%C3%A9rcito-v%C3%A3o-ajudar-prefeitura-no-combate-%C3%A0-dengue/ar-AAbuSkR

Americano é preso após ‘matar’ computador a tiros

Um homem foi detido pela polícia dos Estados Unidos depois de atirar oito vezes em seu computador. Ele ficou enfurecido porque o aparelho não funcionava, segundo os policiais.

"Ele estava tendo problemas tecnológicos, então ele levou o computador para um beco e o destruiu", disse o porta-voz da polícia Jeff Strossner. O episódio ocorreu na cidade de Colorado Springs.

Lucas Hinch foi detido por fazer disparos de arma de fogo na rua. Ao dar uma de "caubói do Velho Oeste" - como foi descrito por jornais locais - ele não teria se dado conta de que estava desrespeitando a lei.

A Justiça ainda decidirá sobre sua punição.
"Ele se cansou de brigar contra o computador nos últimos meses", disse Strossner ao jornal americano Colorado Springs Gazette.

A publicação diz que Hinch "atirou na maldita coisa" quando o commando ctrl+alt+delete – o método tradicional para reiniciar computadores – novamente deixou de funcionar na manhã de segunda-feira. O computador em questão seria da marca Dell.

"Ele conseguiu ter o tipo de vingança com o qual todos nós sonhamos", disse o jornal. "O computador não deve se recuperar".

 http://www.msn.com/pt-br/noticias/curiosidades/americano-%C3%A9-preso-ap%C3%B3s-%E2%80%98matar%E2%80%99-computador-a-tiros/ar-AAbukgh

Mulher na Índia fica sem marido e é condenada a viver com vizinho


Mulheres na Índia têm uma posição frágil na sociedade
Mulheres na Índia têm uma posição frágil na sociedade

O conselho de uma aldeia no norte da Índia ordenou a uma cidadã, cujo marido fugiu com a esposa de um vizinho, que passe a viver com o morador abandonado ou que lhe pague uma compensação. A polícia investiga o pedido de ajuda que Rajendra Meghwal fez ao conselho da aldeia, situada no Estado de Rajasthan (norte da índia), depois da fuga da sua esposa, acompanhada das duas crianças de ambos, com o vizinho Kalulal Meghwal.

Mamta, a mulher de Kalulal, disse à polícia que o conselho da aldeia, “khap panchayat“, a obrigou a escolher entre pagar uma compensação de US$ 4.775 (R$ 15.280) a Rajendra Meghwal por o seu marido ter fugido com a mulher deste ou viver com o homem “abandonado”.

– A mulher não esteve presente na reunião do conselho, mas veio queixar-se a nós de que fora solicitada para escolher entre pagar dinheiro ou viver com Rajendra Meghwal – disse o policial Sanjay Kumar à agência francesa de notícias AFP.

Na decisão do conselho da aldeia não ficou claro se ao viver com Rajendra desempenhará o papel de esposa ou de empregada doméstica. Os conselhos de aldeia, conhecidos como ‘panchayats‘, consistem em grupos de cidadãos não eleitos que são encarados como árbitros sociais e morais da respectiva aldeia.

Embora não tenham cobertura legal, os ‘panchayats’ são muito influentes e têm sido acusados de aplicar sanções a “crimes de honra” praticados por mulheres cujas ações são vistas como vergonhosas para as suas famílias.

Apelidados de “tribunais de canguru” pelos críticos, os conselhos de aldeia são conhecidos pelos espancamentos em público e por outras medidas de coação que aplicam àqueles que consideram criminosos.

http://correiodobrasil.com.br/destaque-do-dia/mulher-na-india-fica-sem-marido-e-e-condenada-a-viver-com-vizinho/759026/

Estudante negro da UEMG é preso por PMs sob a acusação de tentar ‘roubar o próprio carro'

PEDRO RACISMO












O estudante Pedro Henrique Afonso é o personagem central em um episódio absurdo registrado na Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG). O aluno foi preso no último dia 30 de março por uma suposta tentativa de roubo de um carro no estacionamento da Faculdade de Políticas Públicas da instituição. O problema é que o veículo era do próprio estudante.

“Ao trancar o meu carro, fui abordado por uma viatura da PM. ‘O que você está fazendo aí?’. Respondi que era trabalhador. Um sargento e um cabo, ambos da 124ª cia, do 22º BPM, saíram com armas em punho: ‘mão na cabeça, vagabundo, e cala a sua boca’. ‘Conheço meus direitos, não podem me abordar dessa forma e já vou fazer uma representação contra vocês na corregedoria’, argumentei. Foi o suficiente para que a truculência aumentasse”, escreveu Pedro em sua página no Facebook.

Segundo o estudante, colegas e professores protestaram contra a sua prisão, mas não obtiveram nenhum resultado. Ele ainda pediu para que os policiais militares averiguassem se o carro não era mesmo dele, porém não adiantou. “O tempo inteiro eu estava algemado, ainda que em nenhum momento tinha resistido fisicamente à prisão. Queriam me humilhar, constranger. Conseguiram”.

 http://www.brasilpost.com.br/2015/04/22/racismo-prisao-uemg_n_7109452.html?utm_hp_ref=brazil&ir=Brazil

Sargento morto em tentativa de roubo é enterrado em Sobradinho, no DF

  Sepultamento aconteceu às 11h; helicóptero da PM jogou rosas brancas.
Mulher dele e cunhada foram baleadas, mas não correm risco de morte.
 
Enterro do corpo do sargento da Polícia Militar do Distrito Federal Antônio Marcos de Araújo (Foto: Luciana Amaral/G1)
 
O sargento da Polícia Militar do Distrito Federal Antônio Marcos de Araújo, morto baleado na cabeça depois de reagir a um assalto na segunda-feira (20), em Sobradinho, foi enterrado na manhã desta quarta-feira (22) no cemitério da região.
Enterro do corpo do sargento da Polícia Militar do Distrito Federal Antônio Marcos de Araújo (Foto: Luciana Amaral/G1) O velório começou às 8h e o sepultamento, às 11h. Amigos, familiares e policiais de diversos batalhões estiveram presentes para prestar as últimas homenagens. Um helicóptero da corporação lançou pétalas de rosas brancas.

A professora Ivone Naves do CEF 08, onde Araújo trabalhava, disse que ele  era querido por alunos e funcionários do colégio. "Era uma pessoa muito trabalhadora. Vai fazer muita falta, tanto para os professores quanto para os estudantes. Lamentamos muito."

A mãe da vítima passou mal após o enterro e teve de ser atendida por uma equipe do Corpo de Bombeiros.
O tenente-coronel Júlio César, do Batalhão Escolar em que Araújo atuava, conhecia o policial há cerca de um ano. Ele classificou o crime de "tragédia". "Era excelente profissional, a própria comunidade escolar reconhece isso. O pior é que [os assaltantes envolveram a filha [do policial, de 7 anos], que estava dentro de casa. Fizeram menção de levá-la. Ela então entrou em casa e tentou pegar o colete à prova de balas para se proteger."

O policial aposentado Belchior Ferreira era amigo de Araújo desde 1996, desde quando ambos eram soldados. "Considero ele um irmão. Sempre tivemos uns planos de trabalhar no Proed e ajudar as pessoas, os dependentes químicos. O destino profissional nos separou, mas era um amigão. Foi uma pessoa carismática, íntegra e um dos ícones da PM. Ele teve interesse em ampliar o quadro do Proerd e interagia com diferentes grupos sociais."

Prisão
Nesta terça, a Polícia Militar prendeu três adultos e apreendeu um adolescente suspeitos de participar do crime. Eles foram detidos no Arapoanga. Três armas, entre elas a pistola do policial, munição e dinheiro também foram apreendidos. A PM disse que o dinheiro era fruto de um assalto a uma padaria.

O sargento Antônio Marcos de Araújo foi baleado na cabeça depois de reagir a um assalto quando chegava de carro em casa por volta das 13h. Armado, o PM reagiu, mas tropeçou e caiu. Um dos assaltantes se aproveitou e atirou na nuca dele. A mulher e a cunhada da vítima estavam no portão da residência e foram atingidas, mas não correm risco de morte.

O crime chocou a vizinhança. O prestador de serviços Alessandro dos Reis, morador da rua em que o sargento foi morto, disse estar assustado. “Todo mundo na rua ficou desesperado, o que não é normal. É uma situação delicada. Delicada porque a gente não pode fazer nada.”

 http://g1.globo.com/distrito-federal/noticia/2015/04/sargento-morto-em-tentativa-de-roubo-e-enterrado-em-sobradinho-no-df.html

Simony é cobrada por empresário em rede social

Robson Severgnini usou o Instagram para pedir o valor da gravação de um DVD da cantora

"Jeziel Liasch espera até hoje receber pelo trabalho que foi contratado" / Reprodução Instagram

Simony foi cobrada publicamente, em uma rede social, por um empresário paulista. De acordo com Robson Severgnini, a cantora deve pela gravação do DVD de 30 anos de carreira. 

"Muito bem, Srta. Benelli Simony, gostaria de saber quando você vai pagar os serviços de gravação do áudio do seu show de relançamento em São Paulo. Jeziel Liasch espera até hoje receber pelo trabalho que foi contratado e nada de você efetuar o pagamento! Outras pessoas igualmente também não receberam por seus serviços... Estamos reunindo as pessoas que prestaram serviços e não receberam e começaremos a cobrar publicamente em todos os lugares, até que você honre com seus compromissos! Aguardamos seu contato! Robson Severgnini / Jeziel Liasch”, publicou Robson no Instagram da artista, de acordo com o jornal Extra.
 

Até o momento da publicação, Simony não respondeu a mensagem e não se pronunciou sobre o caso. O DIÁRIO também não conseguiu contato com a assessoria da cantora.
 
 http://diariosp.com.br/noticia/detalhe/80932/simony-e-cobrada-por-empresario-em-rede-social

SBT é condenado a indenizar vítima do 'Programa do Ratinho'

Acidente no quadro ‘Vem quem Quer’ causou problemas ao SBT (Divulgação)

O quadro ’Vem quem Quer’ do ’Programa do Ratinho’ já está fora do ar desde o ano passado, mas continua rendendo problemas ao SBT. Segundo a coluna ‘Outro Canal’ da 'Folha de S. Paulo’, a emissora foi condenada a indenizar um participante no valor de R$ 40 mil.

Gilson Francisco foi jogado para fora do palco da atração pelo braço mecânico de gorila do quadro e terminou tendo parte do dedo da mão esquerda decepado. O porteiro ficou três dias internado e outros 50 afastado do trabalho e por isso entrou na justiça pedindo R$ 160 mil de indenização.

O SBT custeou os medicamentos, renovação de curativos e transporte para a fisioterapia de Gilson na época do acidente, mas alegou em juízo que a responsabilidade pelo acidente era do porteiro, que sabia como o quadro funcionava e aceitou correr o risco. Tanto a emissora, quanto o participante vão recorrer da sentença. 

 https://br.celebridades.yahoo.com/blogs/notas-omg/sbt-e-condenado-a-indenizar-vitima-do-programa-do-190207552.html

Papa critica 'excessos do machismo' e exposição do corpo da mulher pela mídia

Durante a audiência na Praça de São Pedro, Francisco atacou a 'instrumentalização e a comercialização do corpo feminino' 
 
Papa Francisco: ideia de que Eva foi criada a partir da costela de Adão não significa inferioridade ou subordinaçãoO papa Francisco criticou nesta quarta (22) "os excessos do machismo", que qualifica a mulher como "segunda classe", e denunciou "a instrumentalização e a comercialização do corpo feminino na atual cultura midiática".
Papa Francisco: ideia de que Eva foi criada a partir da costela de Adão não significa inferioridade ou subordinação
Durante a audiência geral na Praça de São Pedro, o papa denunciou as "variadas formas de sedução enganosa e prepotência humilhante" exercidas sobre as mulheres, como "os excessos do machismo, que considera a mulher de segunda classe".

O papa lembrou que, de acordo com a Igreja Católica, quando Deus criou Adão, este estava sozinho. "[Mas], quando lhe apresentou uma mulher, o homem reconheceu aquela criatura como parte dele – osso dos meus ossos, carne da minha carne. Há um reflexo, uma reciprocidade."

Francisco acrescentou que "a mulher não é uma réplica do homem, mas foi criada diretamente por Deus". A ideia de que Eva foi criada a partir da costela de Adão "não significa inferioridade ou subordinação, mas que homem e mulher são a mesma substância e são complementares, também têm essa reciprocidade", disse o papa. "A relação vê-se assediada por mil formas de sedução enganosa, humilhação e até de violência", acrescentou. Essas situações aumentaram a desconfiança entre o homem e a mulher "e a dificuldade de uma aliança plena, capaz de uma relação íntima de comunhão e de respeito das diferenças", explicou.

"Ao mesmo tempo, desvalorizou-se socialmente a aliança estável e criadora entre ambos, o que constitui uma grande perda para todos. É importante que se volte a valorizar o casamento e a família", destacou Francisco.

 http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/2015-04-22/papa-critica-excessos-do-machismo-e-exposicao-do-corpo-da-mulher-pela-midia.html

Todos os anos, três milhões de meninas sofrem mutilação genital no mundo

Boche, de 10 anos, teve pedaço do tornozelo arrancado pelo pai na Tanzânia por se recusar a se submeter à mutilação genital Boche, de 10 anos, teve pedaço do tornozelo arrancado pelo pai na Tanzânia por se recusar a se submeter à mutilação genital

Apesar de condenada pela ONU, países da África e no Oriente Médio mantêm a prática; a mutilação consiste em cortar partes do clitóris e dos pequenos e grandes lábios da vagina 

A gaze ao redor do tornozelo esquerdo da pequena Boche, de 10 anos, esconde o que seu olhar triste não consegue disfarçar. Após se recusar a ter as partes genitais mutiladas, a criança que mora em uma aldeia do norte da Tanzânia teve o pedaço da pele da perna arrancada à faca pelo próprio pai.

Boche faz parte do contingente de milhões de meninas e mulheres que vivem em países da África e do Oriente Médio onde persiste a prática da mutilação genital feminina, uma tradição de ao menos cinco mil anos de história que consiste em cortar partes do clitóris e dos pequenos e grandes lábios da vagina. Em alguns locais o corte ainda é feito à navalha.

O procedimento teria função sanitária – a mulher se tornaria mais limpa após o ato – e também atenderia a questões culturiais: o clitóris é visto por sociedades patriarcais como a falsa representação do pênis e, portanto, competiria com a virilidade masculina. Na maioria dos casos, a mutilação da vagina veta à mulher o direito ao prazer sexual.

De acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância, o Unicef, a mutilação genital é realizada em cerca de 3 milhões de meninas e mulheres todos os anos e se concentra em 29 países entre o continente africano e o Oriente Médio. 

Até agora, mais de 130 milhões de meninas e mulheres já foram submetidas ao procedimento e, se essa tendência for mantida, outras 30 milhões poderão ser mutiladas nos próximos dez anos. Somado ao impacto do crescimento populacional, o índice pode atingir 63 milhões até 2050, de acordo com o Unicef.
"De todas as histórias que eu já presenciei, a de Boche é a que mais me comoveu. Ela é só uma criança...", diz ao iG Julian Marcus, presidente da Tanzânia Development Trust (TDT), ONG que acolhe vítimas da mutilação e ajuda a erradicar a cultura no país e para onde Boche foi encaminhada.

Entre os países que praticam a circuncisão feminina, a Somália tem o maior número de casos: 98% das mulheres entre 15 e 49 anos já tiveram a vagina mutilada, segundo o estudo "Female Genital Mutilation/Cutting: A statistical overview and exploration of the dynamics of change", do Unicef, divulgado em 2013. A Guiné tem o segundo maior índice, 96%. Djibouti e Egito têm, respectivamente, 93% e 91% da população feminina mutilada. Em Eritreia e no Mali, o número chega a 89%. Em Serra Leoa e no Sudão, a prevalência é de 88%.

Formas de mutilação
Em dezembro de 2012, uma resolução da ONU (67/146) condenou a prática. Para dribá-la, no entanto, alguns países têm medicalizado o procedimento. No Egito, por exemplo, o corte no clitóris é feito superficialmente por profissionais de saúde treinados, o que reduz o risco de infecções e morte da paciente.
Mas esse não parece ser o procedimento padrão em todos os países listados pelo Unicef. Théo Lermer, ginecologista, sexólogo e colaborador do ambulatório de sexualidade do Hospital das Clínicas (HC), explica que tribos ainda realizam a mutilação genital extrema, onde a mulher tem o clitóris e os pequenos lábios arrancados por meio de facões e navalhas sem o menor nível de profilaxia. 

Waris Dirie durante pronunciamento sobre mutilação genital feminina na ONU (Arquivo). Foto: Reprodução/FacebookWaris Dirie durante pronunciamento sobre mutilação genital feminina na ONU (Arquivo). Foto: Reprodução/Facebook

"Nesses casos, a vagina é costurada e se torna, basicamente, os orifícios para urinar e menstruar. Depois disso, durante a relação sexual, essa mulher sente bastante dor e, quando engravida, corre sério risco de morrer. Se ambos sobreviverem, é provável que a mulher sofra com fístulas", afirma. 



Para Melanie Sharpe, assessora de imprensa do Unicef em Nova York, "acabar com a mutilação genital não é uma questão de simplesmente impor valores. O fim da prática é uma ação que inclui governos nacionais, líderes religiosos locais, os meios de comunicação e o mais importante, comunidades e famílias". 

Questão de cultura 
A origem da mutilação genital feminina é milenar, mas incerta. Segundo Olga Regina Zigelli Garcia, pesquisadora do Instituto de Estudos de Gênero da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), há estudiosos que apontam para a época da venda de escravas no mercado árabe – elas seriam circuncidadas antes do negócio. Outros falam da invasão do Vale do Nilo por tribos nômades que realizavam o procedimento e o espalharam pelo Egito e países vizinhos por difusão nos anos 3.100 a.C. 

Para Claudio Bertolli Filho, professor de antropologia da Unesp, Universidade Estadual Paulista, como a mutilação genital feminina tem uma representatividade grande nas sociedades africanas, sua permanência deve ser discutida e, em muitos casos, respeitada.

"Essa é uma cultura que passa de geração para geração. Para nós, por exemplo, é normal a mulher fazer cirurgia de reconstituição de hímen para ficar virgem novamente. Se a circuncisão não for total e a mulher quiser manter a tradição, não acho que deveria ser erradicada", pondera.

Já a socióloga Olga considera a mutilação genital uma violação dos direitos humanos e herança das sociedades patriarcais e, por isso, não deve ser mantido apenas por seu "questionável valor cultural".

"A prática, além de violar a dignidade humana, também viola os direitos da criança, já que meninas entre quatro e oito anos também são violadas. Não podemos legitimar crueldades e desigualdades com a desculpa da tradição", afirma.

Foi para apresentar a filha à sociedade que o pai da tanzaniana Verônica, de 14 anos, quis obrigá-la a se submeter ao ritual. Durante seu relato para a ONG que a acolheu, a jovem afirmou ter sido informada de que "deveria ser mutilada porque tinha terminado a escola primária e já tinha idade para casar."
Mapa dos países com maior número de mulheres e crianças submetidas à mutilação genital na África
Reprodução/Unicef
Mapa dos países com maior número de mulheres e crianças submetidas à mutilação genital na África
Como se recusou, a adolescente passou a ser espancada sistematicamente pelo pai. "Meu pai dizia que com a mutilação eu teria um dote maior. Seriam cinco vacas que meu pai utilizaria para vender e mandar meu irmão para uma escola particular", disse ela em depoimento à BBC. Verônica fugiu de casa e buscou refúgio na Tanzânia Development Trust (TDT).

O Fundo de População das Nações Unidas, que atua em 22 países do continente, afirma que cerca de oito mil comunidades na África concordaram em abandonar a mutilação genital feminina. De acordo com Melanie Sharpe, foi criado em 2008 um programa conjunto entre o Unicef e o UNFPA para acelerar a mudança em 15 países da África Ocidental, Oriental e do Norte.

Cenário econômico e social
A baixa escolaridade e os níveis expressivos de pobreza ajudam a difundir e manter a prática no continente africano, segundo a ONU. O continente, cuja população geral ultrapassa os 889 milhões de habitantes, tem algumas das áreas com os piores níveis de saneamento básico do mundo.

Na África Subsaariana – que abrange países como Tanzânia, Somália, entre outros – o porcentual de saneamento básico não passa de 30%. Metade da população vive com menos de um dólar por dia e até dois terços dos países estão entre os que têm os menores IDHs.

É nessa região que há também a maior prevalência de favelas urbanas do planeta: elas devem abrigar 400 milhões de pessoas em 2020. O rápido crescimento urbano e a falta de planejamento têm aumentado os assentamentos impróprios e, por consequência, o número de catástrofes recorrentes de desabamentos, entre outros.


 http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/2015-04-22/todos-os-anos-tres-milhoes-de-meninas-sofrem-mutilacao-genital-no-mundo.html

Hospital São Paulo, único local do Brasil que faz a cirurgia pelo SUS, ferramenta que custa R$ 70 mil não é reposta há dois anos

Um equipamento chamado placa de braqueterapia, que custa R$ 70 mil, pode ser considerado a salvação para pacientes diagnosticados com câncer no olho. O problema é que no Hospital São Paulo, único lugar do Brasil que faz a cirurgia por meio do SUS (Sistema Único de Saúde), a ferramenta não é reposta há dois anos, obrigando os médicos a retirarem o órgão de pacientes.

Placa tem duração de um ano e não é reposta há dois ano no hospital São Paulo
Placa tem duração de um ano e não é reposta há dois ano no hospital São Paulo
Importada da Alemanha, a placa funciona por um ano e pode atender até 50 pacientes neste período, segundo o médico Rubens Belfort Neto, chefe do setor de oncologia ocular da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), responsável pelo Hospital São Paulo e a Escola Paulista de Medicina. “A gente briga, mas a resposta é que o hospital não tem dinheiro”, explica Belfort Neto.

Segundo o médico, nestes dois anos os pacientes que recebem diagnóstico positivo para tumores malignos no olho precisam necessariamente passar pelo trauma estético e psicológico de ficar cego.

“Nós resolvíamos o problema do Brasil inteiro porque éramos o único hospital que fazia esse tipo de tratamento pelo SUS [Sistema Único de Saúde]. Agora nenhum Estado faz e estamos tendo de tirar o olho de todo mundo porque o hospital não tem dinheiro”, diz Belfort Neto.

Pacientes com câncer no olho (foto) têm que tirar olho doente por falta de equipamento. Foto: Dilvulgação
O oncologista explica que a placa tem o tamanho de um botão. Costurada ao olho do paciente, ela imite um feixe de radiação especificamente no tumor, evitando lesões no cérebro.
Pacientes com câncer no olho (foto) têm que tirar olho doente por falta de equipamento. Foto: Dilvulgação“Para evitar a retirada do olho, o único tratamento é com essa placa. Ela é colocada por meio de uma pequena cirurgia. O paciente fica com ela em média dois dias e, quando é retirada, o tumor já está tratado”, afirma Belford. “A placa dura um ano e serve para tratar, em média, um paciente por semana, cerca de 50 por ano”.
 “Quem não tem dinheiro, fica sem olho”
Na rede particular, o tratamento com a placa de braqueterapia chega a R$ 50 mil, segundo Belfort Neto. “Quem não tem dinheiro, fica sem olho”, sentencia o médico.
Enquadrada nesta categoria, a dona de casa Maria da Conceição Aves, de 60 anos, foi obrigada a tirar o olho recentemente.
Maria da Conceição ainda se recupera da retirada do olho. Ela saiu de Montes Claros (MG) para fazer a cirurgia em São Paulo 
Maria da Conceição ainda se recupera da retirada do olho. Ela saiu de Montes Claros (MG) para fazer a cirurgia em São Paulo
O diagnóstico foi dado em março e já no último dia 6 ela foi submetida à cirurgia chamada de enucleação no Centro de Oncologia Ocular, do Hospital São Paulo. A cirurgia foi considerada um sucesso e Maria já pôde voltar para a casa de familiares, onde se recupera e aguarda a colocação de uma prótese, que deve acontecer já no próximo mês. Voltar a enxergar, no entanto, já não é mais possível.

Moradora de Montes Claros, em Minas Gerais, Maria da Conceição disse que começou a sentir dificuldade para enxergar no ano passado. Em maio, foi fazer exame oftalmológico na cidade onde mora e descobriu uma mancha no seu olho. Foi então que começou a sua peregrinação. “As vistas começaram a escurecer um pouco. Eu achei que precisava usar óculos. Comecei a ir atrás de médico, mas não tinha na minha cidade”, lembra. Os médicos pediram biópsia para confirmar o diagnóstico, mas o exame teria de ser feito na capital Belo Horizonte. Em outubro, já não enxergava mais.

“Fazia quase um ano que ela tinha descoberto essa mancha, mas não conseguia o tratamento. Os médicos de lá pediram uma biopsia para confirmar o câncer. Mas depois disseram o exame só poderia ser feito em Belo Horizonte. Ela pediu ajuda para prefeitura e eles também não ajudaram. Então a trouxemos para cá”, conta a auxiliar de limpeza Ivonete Pereira das Neves, de 44 anos, sobrinha de Maria da Conceição.  Desde então, ela mora em Mauá, no Grande ABC, com a sobrinha e uma irmã.

O diagnóstico positivo para o câncer só veio em março deste ano, quando ela se consultou no hospital São Paulo.

“Nessa hora, senti um troço por dentro. Só não cai no chão porque já estava sentada. O médico falou que tinha tirar o olho. Eu me conformei depois porque, se não tirasse, a doença iria se espalhar”, diz.
“Estava nas mãos de Deus”
Também submetido a cirurgia de enucleação (como é chamada a cirurgia para retirada do olho), o aposentado Antonio Vieira da Silva, de 84 anos, diz que foi fácil aceitar que terá de viver o resto da vida sem um olho.  Ele conta que começou a sentir dores no olho no ano passado, tomou remédio e passou. Mas na madrugada do dia 25 de dezembro, quando comemorava o Natal na casa de amigos, sentiu novamente a dor forte no olho, que começou a inchar. Foi levado ao hospital e diagnosticado.
Antonio Vieira da Silva, de 84 anos, antes da cirurgia. Ele precisou tirar o olho, mas diz que se conformou por causa do risco de o câncer se espalhar
Arquivo pessoal
Antonio Vieira da Silva, de 84 anos, antes da cirurgia. Ele precisou tirar o olho, mas diz que se conformou por causa do risco de o câncer se espalhar
“O médico disse que eu tinha tumor no olho e que, se não fizesse a cirurgia, poderia passar para o outro olho e para o cérebro. Respondi que poderia fazer porque era a vontade de Deus. Não tive medo”.  A cirurgia foi realizada no dia 28 de março deste ano e no mesmo dia, ele voltou para casa, em Diadema, no Grande ABC.

Silva se define como “forte como um leão” e diz vai superar mais essa adversidade – há 12 anos, retirou um tumor na próstata . Silva também não vê a hora de voltar a trabalhar. “Sou forte, trabalho até hoje. Faço pamonha, bolo de milho verde, cocada e cural com minha esposa para ajudar nas contas”, diz. “Vejo bem da outra vista. Estou bem”, afirma. Em duas semanas o aposentado deve receber a prótese ocular.

“Teria vergonha de sair na rua com prótese”
A empresária e modelista Anali Müller Dallmann, de 59 anos, se considera uma pessoa abençoada. Ao contrário de Antônio e Maria da Conceição, ela não precisou tirar o olho ao descobri o tumor maligno.

O câncer foi diagnosticado em 2002 e, na ocasião, o hospital ainda tinha a placa de braqueterapia para o tratamento.  Ela, que mora em Pomerode, em Santa Catarina, disse que veio para São Paulo encaminhada pelo serviço de saúde da capital do Estado, Florianópolis. “Eu sentia uma sombra, como se tivesse uma sujeira no olho, que parecia uma rede de pesca”.

“Foi um choque quando descobri. Não é fácil receber a notícia de que tem um tumor maligno”, lembra.
Anali foi operada em julho daquele ano e ficou com a placa por cinco dias, período em que ficou internada no hospital São Paulo. A recuperação foi em casa, para onde voltou de avião, custeado pelo SUS.

Dona de uma pequena confecção, Anali diz que enxergar bem é essencial para que ela exerça a profissão. “Se tivesse perdido o olho, acho que não teria mais vontade de fazer as minhas coisas. Seria complicado trabalhar também, principalmente no corte, que tem que ser detalhista. Talvez, eu nem tivesse mais a confecção."
Além disso, seria impossível continuar praticando os seus dois principais hobbies: tiro ao alvo e bocha, atividade para qual tem dedicação diária. “A prótese seria motivo para me isolar em casa. Todo mundo saberia que uso prótese e eu teria vergonha de sair na rua e lidar com as pessoas”.

Doações de empresas
A reposição da placa de Braquiterapia é um dos motivos pelo qual o médico Rubens Belford inscreveu o projeto Centro de Oncologia Ocular, orçado em R$ 2,1 milhões, no Pronon (Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica). Criado em 2013 pelo Ministério da Saúde, o Pronon permite que empresas destinem 1% dos impostos sobre os lucros para programas autorizados nessa área. Os empresários escolhem o destino desse valor.

O problema é que o médico tem até 30 de abril para conseguir doações que somem ao menos 60% do valor do programa. Até o momento foram doados R$ 650 mil. A meta é chegar a R$ 1,26 milhões.
A Unifesp confirmou, por meio da assessoria de imprensa, a necessidade da compra da placa de braquiterapia. “Existe a necessidade de compra das placas de rutênio importadas e cotadas em dólar e também de estrutura cirúrgica e de internação”.

A universidade informou ainda que o tratamento com a placa exige quarto individual com banheiro e proteção nas paredes contra radiação. Além de equipes médica e de enfermagem especializada 24 horas por dia.

“Provavelmente esses são os motivos pelos quais renomados serviços, ligados ou não às universidades, em todo o Brasil, não disponibilizam deste tratamento, apesar de contarem com equipe capacitada para realiza-lo”, diz a universidade em nota.

A assessoria também informou que o setor de Oncologia Oftalmológica cuida de câncer e que apenas uma parte teria indicação para o tratamento por meio da placa. Não informou, no entanto, o número de pessoas que estariam aptas a fazê-lo.

 http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/2015-04-22/pacientes-com-cancer-tem-de-tirar-olho-por-falta-de-equipamento-no-sus.html

Juiz condena ex-diretor da Petrobrás, doleiro e mais seis pela Lava Jato

Paulo Roberto Costa, primeiro delator da Lava Jato, não recebeu perdão judicial e pegou 7 anos de 6 meses de reclusão
 
A Justiça Federal condenou o ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás Paulo Roberto Costa, pelos crimes de organização criminosa e lavagem de dinheiro oriundo de desvios de recursos públicos na construção da Refinaria Abreu e Lima (RNEST), no município de Ipojuca, Pernambuco - emblemático empreendimento da estatal petrolífera alvo da Operação Lava Jato.

Paulo Roberto Costa, primeiro delator da Lava Jato, não recebeu perdão judicial e pegou 7 anos de 6 meses de reclusão. Deste total, serão descontados os períodos em que ficou preso na PF e em regime domiciliar, que cumpre desde outubro de 2014, com tornozeleira eletrônica.
Além de Costa, foram condenados o doleiro Alberto Youssef, peça central da Lava Jato, e outros seis investigados, entre eles o empresário Márcio Bonilho, do Grupo Sanko Sider. Delator da Lava Jato, Paulo Roberto Costa está em prisão domiciliar desde outubro de 2014. Em seus depoimentos, ele escancarou o esquema de corrupção na Petrobrás e revelou o envolvimento de deputados, senadores e governadores no recebimento de dinheiro ilícito.

Segundo a denúncia, houve desvios de dinheiro público na construção da Refinaria, por meio de pagamento de contratos superfaturados a empresas que prestaram serviços direta ou indiretamente à Petrobrás, entre 2009 e 2014. A obra, orçada inicialmente em 2,5 bilhões de reais, teria alcançado atualmente o valor global superior a 20 bilhões de reais.

Costa pediu perdão judicial pela colaboração que prestou, mas o juiz Sérgio Moro, que conduz as ações da Lava Jato, não concedeu o benefício.

"A pena privativa de liberdade de Paulo Roberto Costa fica limitada ao período já servido em prisão cautelar, com recolhimento no cárcere da Polícia Federal, de 20 de março de 2014 a 18 de maio de 2014 e de 11 de junho de 2014 a 30 de setembro de 2014, devendo cumprir ainda um ano de prisão domiciliar, com tornozeleira eletrônica, a partir de 1.º de outubro de 2014 e mais um ano contados de 1.º de outubro de 2015, desta feita de prisão com recolhimento domiciliar nos finais de semana e durante a noite", decretou o juiz.

"Embora o acordo fale em prisão em regime semiaberto a partir de 1.º de outubro de 2015, reputo mais apropriado o recolhimento noturno e no final de semana com tornozeleira eletrônica por questões de segurança decorrentes da colaboração e da dificuldade que surgiria em proteger o condenado durante o recolhimento em estabelecimento penal semiaberto", impõe a sentença.

A partir de 1.º de outubro de 2016, Costa irá para o regime aberto pelo restante da pena a cumprir, "em condições a serem oportunamente fixadas e sensíveis às questões de segurança".

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