Segundo Banco Central, há relatos de que os romanos teriam inventado o cheque, por volta de 352 antes de Jesus Cristo
Apesar
da crescente redução no uso do cheque pelos brasileiros em transações
financeiras, ele não será extinto. Essa é a avaliação de especialistas
consultados pela Agência Brasil. Para eles, o dinheiro de papel
continuará tendo uma utilização residual, principalmente em operações
nas quais é necessário manter um registro formal do pagamento.
Mesmo
assim, tanto Gilberto Braga quanto Walter Farias acreditam que o cheque
continuará existindo. "Na verdade, o cheque nunca vai morrer. Mas vai
ser usado só para grandes transações, em que forem requeridas as
formalizações do pagamento. Por exemplo, uma compra e venda de imóvel em
que você quer constar na escritura [que foi feito o pagamento]. O
cheque você escaneia, copia. Existe uma cultura jurídica dele como meio
de pagamento. Uma transferência em dinheiro não deixa evidência muito
clara", comenta Braga.
Walter Farias ressalta que países avançados em transações eletrônicas continuam utilizando o cheque. "Se você pegar países mais desenvolvidos que o Brasil em termos dessas transações, eles usam muito ainda. Não acredito que venha a ser extinto", comenta. Apesar da queda acentuada na utilização do dinheiro de papel em 20 anos, ele acredita que, de um ano para outro, os números tendem a ser mais equilibrados. Entre 2014 e 2015, segundo a Febraban, a queda no número de cheques compensados ficou em 11%.
A
origem desse meio de negociação, muito popular no Brasil até o fim dos
anos 1990, é incerta. Segundo o Banco Central, há relatos de que os
romanos teriam inventado o cheque, por volta de 352 antes de Cristo.
Outras informações dão conta de que o cheque teria nascido na Holanda,
por volta de 1.500, quando as pessoas começaram a depositar seu dinheiro
comcashiers (caixas).
A única coisa que parece clara é que os talões de
cheque estão perdendo espaço. Pesquisa divulgada este mês pela Federação
Brasileira de Bancos (Febraban) mostrou que, em 20 anos, o número de
cheques compensados no País despencou 79,84%, passando de 3,3 bilhões,
em 1995, para 672 milhões em 2015. Paralelamente, o número de contas
bancárias aumentou de 39 milhões, em 1995, para 108 milhões em 2014, uma
alta de 176,9% em 19 anos. Ou seja, a derrocada do cheque ocorreu
paralelamente a um período de forte inclusão financeira no país.
Segundo
o diretor de Operações da Febraban, Walter Farias, o fator decisivo
para o abandono do cheque foi a popularização dos meios de pagamento
eletrônicos. Ele cita como marco a implementação da Transferência
Eletrônica Disponível (TED), em 2002. "Ali, começou a ter uma migração
da utilização de cheques para a TED, que faz com que o dinheiro caia no
mesmo dia. O cheque, pode demorar de 24 a 48 horas", comenta. Ele lembra
que a TED começou com um limite mínimo alto, de R$ 5 milhões, para que
No entanto, ao longo do tempo, a modalidade foi se tornando
mais acessível, até ser eliminada a exigência de limite mínimo para a
TED, em 13 de janeiro deste ano. Walter Farias lembra que também houve
crescimento maciço na utilização dos cartões. "É mais fácil usar o
cartão, tanto de crédito quanto de débito, do que passar um cheque e
correr o risco de falsificação", observa.
O economista
Gilberto Braga, professor de finanças da Faculdade de Ciências Sociais
Aplicadas Ibmec, concorda que o cheque traz riscos superiores aos das
opções mais modernas. Ele lembra que a segurança dos cartões de crédito e
débito tem melhorado. "À medida que o tempo passa, o cartão vai ficando
mais seguro, são colocados mais mecanismos de proteção", comenta,
citando a introdução do chip. Braga ressalta outras melhorias que
influem no conforto e na satisfação dos usuários. "Pode-se usar crédito e
débito no mesmo cartão. Antes, tinha que levantar para digitar a senha,
hoje [a máquina de ler cartões] é portátil", diz. Para ele, por tudo
isso, o dinheiro de plástico é uma tendência "irreversível".
Walter Farias ressalta que países avançados em transações eletrônicas continuam utilizando o cheque. "Se você pegar países mais desenvolvidos que o Brasil em termos dessas transações, eles usam muito ainda. Não acredito que venha a ser extinto", comenta. Apesar da queda acentuada na utilização do dinheiro de papel em 20 anos, ele acredita que, de um ano para outro, os números tendem a ser mais equilibrados. Entre 2014 e 2015, segundo a Febraban, a queda no número de cheques compensados ficou em 11%.
fosse permitida a transferência.
http://economia.ig.com.br/2016-01-31/veja-por-que-o-uso-do-cheque-nao-sera-extinto.html
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