Veja como cada ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) votou sobre os recursos pelo crime de formação de quadrilha. Com isso, as penas do ex-ministro José Dirceu e do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares serão diminuídas e ambos se livram de cumprir suas penas em regime fechado, conforme previa o primeiro julgamento, para passar a cumpri-las no semiaberto, onde já estão.
sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014
PMs e bombeiros prometem fazer Operação Legalidade Total durante o Carnaval do DF
Apesar de ser diferente, na prática o resultado é semelhante ao da Operação Tartaruga
Reunião entre militares e GDF ocorreu nesta quarta-feira (26)Divulgação / GDF
Policiais e bombeiros militares ameaçam fazer a Operação Legalidade Total durante o Carnaval nas ruas do Distrito Federal. Apesar de o nome ser diferente, na prática os resultados são semelhantes aos da Operação Tartaruga.
Representantes do governo, bombeiros e PMs se reuniram para começar a elaborar o novo plano de carreira. As comissões são formadas por praças, oficiais e líderes de associações das categorias. O encontro com o governador em exercício, Tadeu Filippeli, aconteceu nesta quarta-feira (26) e marcou o início dos trabalhos.
Agora, os militares têm 60 dias para apresentar ao governo a proposta de reestruturação das carreiras. Depois disso, o GDF (Governo do Distrito Federal) vai montar o texto final e publicar o decreto com as modificações na legislação.
O coronel Marco Antônio Nunes, presidente da Comissão de Reestruturação da PM, disse que vários policiais não recebem qualquer tipo de promoção há quase 15 anos.
— Em outras carreiras isso é mais fácil de acontecer. O objetivo principal é buscar a reestruturação e oxigenar os quadros para que os policiais tenham crescimento.
Como as mudanças envolvem mais gastos e o dinheiro para a segurança pública é repassado pela União, vai ser preciso negociar com o Governo Federal e o Congresso Nacional.
O coronel Rogério Lelão, chefe da Casa Militar, explicou que todas as negociações já começaram com o Governo Federal.
— Já tivemos algumas conversas junto à Casa Civil e Ministério do Planejamento, órgão inicial para tratar desse tipo de assunto. Agora, esperamos contar com apoio da União no que diz respeito a essa reestruturação.
Na última semana, o GDF anunciou novos valores de dois benefícios recebidos pelos militares. A partir do dia primeiro de maio, o auxílio-alimentação passa de R$ 650 para R$ 850 por mês. Em três anos, o teto do auxílio-moradia vai subir para R$ 3,6 mil para os coronéis e R$ 850 para soldados de segunda classe. O aumento será em três parcelas, em setembro de 2014 e no mesmo mês dos anos seguintes.
Apesar disso, nem todos estão satisfeitos. Representantes dos praças da Polícia Militar e dos Bombeiros se reuniram na Câmara Legislativa e decidiram manter o protesto durante o carnaval, com a Operação Legalidade Total. Com isso, os policiais vão atender as ocorrências respeitando os limites de velocidade da via e semáforos fechados, por exemplo.
Os manifestantes seguiram da Câmara Legislativa para a Câmara dos Deputados e, perto do meio dia, o trânsito ficou complicado na Esplanada dos Ministérios. Os praças, com apoio de deputados distritais próximos ao governador Agnelo Queiroz, exigem a liberdade de 12 militares presos na última sexta-feira, acusados de incentivar colegas a participar da Operação Tartaruga.
A Mesa Diretora da Câmara Legislativa publicou uma nota de solidariedade aos presos, entendendo que esses policiais não são criminosos, mas pais de família. No texto, os deputados também afirmaram discordar de atitudes negligentes que possibilitem o aumento da criminalidade na capital do País.
Denúncia: escola do DF será fechada e alunos transferidos para galpão
Pais fizeram abaixo assinado e se recusam a tirar os filhos do colégio
Pais fizeram abaixo assinado para que alunos da escola não sejam transferidos para galpão Reprodução / TV Record Brasília
Pais de alunos que estudam na Escola Classe Guariroba, em Samambaia (DF), denunciam que com o fechamento do colégio, os estudantes serão transferidos para um galpão improvisado.
Nesta quinta-feira (27) foi o último dia de aula na escola que será transformada em um ponto de coleta seletiva de catadores do aterro sanitário que será construído na cidade.
De acordo com os pais, o GDF (Governo do Distrito Federal) prometeu mandar as 287 crianças para outra escola, mas na verdade, elas serão encaminhadas para o galpão sem estrutura.
Ana Lúcia dos Santos é avós de alunos do colégio, ela tem medo de que o galpão não seja seguro para as crianças. Os pais fizeram um abaixo assinado. Eles se recusam a tirar os filhos da escola.
A diretora do colégio, Cláudia Barbosa, confirma o fim das aulas, mas estranha até agora não ter recebido um documento oficial informando a desativação da Escola Classe.
O galpão para onde as crianças vão fica na seda da Administração de Samambaia. O local parece ainda estar em obras, apesar de não ter ninguém trabalhando.
A Secretaria de Educação diz que o local para onde os alunos serão transferidos não se trata de um galpão improvisado. Segundo o órgão, a estrutura possui as condições adequadas para receber os estudantes, com salas, cozinha, banheiro e parquinho.
Mais 4 policiais militares do DF são presos por postar mensagens ofensivas em redes sociais
Eles serão encaminhados para o Presídio Militar
Segundo informações preliminares, eles seriam responsáveis por postar críticas à corporação nas redes sociais, em aplicativos de mensagens eletrônicas e desobedecer ordens de superiores.
Dois mandados de prisão foram expedidos na última sexta-feira (21/2) e os outros dois nessa semana. Eles estão sendo ouvidos na Corregedoria da PM.
Comandante da PM autorizou estudo sobre reestruturação de carreirasReprodução / TV Record Brasília
Mais quatro policiais militares foram presos nesta quinta-feira (27) por postarem mensagens ofensivas à corporação em redes sociais. Dois cabos, um major e um subtenente foram presos nesta quinta-feira (27/2) por determinação da Corregedoria da Polícia Militar do Distrito Federal.
De acordo com a assessoria de comunicação da PM, a ocorrência foi registrada na Corregedoria da Polícia Militar.
De acordo com a assessoria de comunicação da PM, a ocorrência foi registrada na Corregedoria da Polícia Militar.
Após o registro, eles serão encaminhados ao IML (Instituto Médico Legal) onde passarão por exame de corpo de delito e em seguida à Prisão Militar.
Na noite deste domingo (23), a Justiça do Distrito Federal negou o pedido de habeas corpus impetrado pelo advogado Elton Barbosa, responsável por sete dos 12 policiais militares presos acusados de incentivar a Operação Tartaruga na capital federal.
Barbosa, que também preside o Fórum dos Integrantes das Carreiras Típicas de Estado do DF, disse que vai recorrer da decisão porque o fundamento utilizado para negar o pedido não tem base legal.
— Eu dei entrada com o pedido na sexta-feira e ontem à noite a Justiça negou o habeas corpus alegando somente a manutenção da ordem pública. O problema é que não houve enfrentamento da peças jurídicas.
A medida foi sugerida pelo Ministério Público para acabar com a Operação Tartaruga, que ainda estaria sendo praticada por militares. O comandante-geral da PM, coronel Anderson Moura, lembrou que a corporação executa uma série de prisões preventivas, todas autorizadas pela Justiça, incluindo praças e oficiais envolvidos no movimento que permitiu o crescimento dos índices de violência em janeiro, conforme reconheceu a SSP-DF (Secretaria de Segurança Pública do DF).
Os militares presos nesta sexta-feira são acusados de diferentes irregularidades. Algumas acusações se baseiam em transgressões previstas no Código Penal Militar; outras em infrações administrativas.
— A Corregedoria da PM apurou os casos individualmente. Cada um dos acusados vai responder por seus atos irregulares.
O comandante-geral da PMDF (Polícia Militar do Distrito Federal) autorizou a criação de uma comissão formada por cinco oficiais, para fazer um estudo sobre a reestruturação das carreiras dos policiais militares. De acordo com a portaria, publicada no Diário Oficial do DF, outros policiais considerados mais antigos na corporação vão ajudar o grupo, além dos presidentes das associações dos oficiais e dos praças. O trabalho deve durar 30 dias.
A reestruturação foi uma das reivindicações apresentadas durante a chamada Operação Tartaruga, que começou em outubro do ano passado.
Policiais também são suspeitos de críticas à Polícia Militar por meio de aplicativos de mensagens
Segundo informações preliminares, eles seriam responsáveis por postar críticas à corporação nas redes sociais, em aplicativos de mensagens eletrônicas e desobedecer ordens de superiores.
Dois mandados de prisão foram expedidos na última sexta-feira (21/2) e os outros dois nessa semana. Eles estão sendo ouvidos na Corregedoria da PM.
Barbosa sobre absolvição de crime de quadrilha: "é uma tarde triste"
O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu vai continuar com pena de sete anos e onze meses de prisão em regime semiaberto; o ex-deputado José Genoino, com quatro anos e oito meses, e o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, seis anos e oito meses
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, criticou a absolvição dos condenados na Ação Penal 470, o julgamento do mensalão. “Esta é uma tarde triste para o Supremo Tribunal Federal, porque, com argumentos pífios, foi reformada, foi jogada por terra, extirpada do mundo jurídico, uma decisão plenária sólida, extremamente bem fundamentada, que foi aquela tomada por este plenário no segundo semestre de 2012”, afirmou. No início da tarde, por 6 votos a 5, o Supremo absolveu oito condenados por formação de quadrilha.
Último a votar, o presidente do STF, Joaquim Barbosa, não poupou críticas ao colegiado e afirmou que o resultado do novo julgamento "lançou por terra todo o trabalho primoroso levado a cabo por esta Corte no segundo semestre de 2012". Ele lamentou a validade dos embargos infringentes. "Inventou-se um recurso regimental totalmente a margem da lei, com o objetivo de reduzir a nada o trabalho que fora feito."
Os réus absolvidos da acusação de quadrilha são: José Dirceu, José Genoino, Delúbio Soares, Marcos Valério, Cristiano Paz, Ramon Hollerbach, Kátia Rabello e José Roberto Salgado. Todos estão presos em regime semiaberto ou fechado, com exceção de Genoino, que cumpre prisão domiciliar.
Último a votar, o presidente do STF, Joaquim Barbosa, não poupou críticas ao colegiado e afirmou que o resultado do novo julgamento "lançou por terra todo o trabalho primoroso levado a cabo por esta Corte no segundo semestre de 2012". Ele lamentou a validade dos embargos infringentes. "Inventou-se um recurso regimental totalmente a margem da lei, com o objetivo de reduzir a nada o trabalho que fora feito."
Os réus absolvidos da acusação de quadrilha são: José Dirceu, José Genoino, Delúbio Soares, Marcos Valério, Cristiano Paz, Ramon Hollerbach, Kátia Rabello e José Roberto Salgado. Todos estão presos em regime semiaberto ou fechado, com exceção de Genoino, que cumpre prisão domiciliar.
Maioria do Supremo vota pela absolvição de Dirceu e outros sete réus
Julgamento dos infringentes continua, mas já há seis votos para que condenados em 2012 por formação de quadrilha sejam absolvidos da acusação por este crime. Ex-ministro da Casa Civil não passará para o regime fechado, continuará no semiaberto
O julgamento dos embargos infringentes apresentados por réus do mensalão condenados por formação de quadrilha já conta com o voto de seis dos 11 ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) pela absolvição daqueles que haviam sido condenados em 2012. Portanto, embora quatro ministros ainda tenham direito a voto, já há maioria para que sejam absolvidos do crime de quadrilha o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, o ex-presidente do PT José Genoino, o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, o empresário Marcos Valério e outros quatro sentenciados.
A decisão, que deve ser efetivada ainda na sessão desta quinta-feira (27/2), livra Dirceu e Delúbio da possibilidade de passarem do regime semiaberto para o fechado. Inicialmente condenado a 10 anos e 10 meses de prisão, o ex-ministro cumprirá somente a pena de 7 anos e 11 meses pelo crime de corrupção ativa, já que acabou absolvido da acusação de quadrilha.
Os dois primeiros a votar na sessão de hoje, Teori Zavascki e Rosa Weber manifestaram-se pela absolvição dos réus. Os votos deles se somam às posições de Luís Roberto Barroso, Dias Toffoli, Cármen Lúcia e Ricardo Lewandowski. O único que votou até agora pela manutenção das penas dos condenados por quadrilha foi o relator dos embargos infringentes, Luiz Fux.
"Não está demonstrada a presença do dolo específico da criação de crime de quadrilha. Um crime cometido por três ou cinco pessoas não significa que tenha sido cometido em quadrilha", disse Zavascki. Rosa votou na sequência e foi enfática contra a condenação por quadrilha. "Não basta para configuração deste delito que mais de três pessoas pratiquem delitos. É necessário que esta união se faça para a específica prática de crimes."
A decisão, que deve ser efetivada ainda na sessão desta quinta-feira (27/2), livra Dirceu e Delúbio da possibilidade de passarem do regime semiaberto para o fechado. Inicialmente condenado a 10 anos e 10 meses de prisão, o ex-ministro cumprirá somente a pena de 7 anos e 11 meses pelo crime de corrupção ativa, já que acabou absolvido da acusação de quadrilha.
Os dois primeiros a votar na sessão de hoje, Teori Zavascki e Rosa Weber manifestaram-se pela absolvição dos réus. Os votos deles se somam às posições de Luís Roberto Barroso, Dias Toffoli, Cármen Lúcia e Ricardo Lewandowski. O único que votou até agora pela manutenção das penas dos condenados por quadrilha foi o relator dos embargos infringentes, Luiz Fux.
"Não está demonstrada a presença do dolo específico da criação de crime de quadrilha. Um crime cometido por três ou cinco pessoas não significa que tenha sido cometido em quadrilha", disse Zavascki. Rosa votou na sequência e foi enfática contra a condenação por quadrilha. "Não basta para configuração deste delito que mais de três pessoas pratiquem delitos. É necessário que esta união se faça para a específica prática de crimes."
STF absolve Dirceu, Genoino e outros seis réus do crime de quadrilha
STF absolve Dirceu, Genoino e outros seis réus do crime de quadrilha Diante da decisão, ex-ministro da Casa Civil cumprirá pena em regime semiaberto, e não no fechado. Joaquim Barbosa diz que absolvição lança por terra todo o trabalho primoroso do Supremo, realizado em 2012
O Supremo Tribunal Federal (STF) absolveu nesta quinta-feira (27/2), por seis votos a cinco, oito réus do processo do mensalão que haviam sido condenados em 2012 pelo crime de formação de quadrilha. Entre os beneficiados estão o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, o ex-presidente do PT José Genoino, o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e o empresário Marcos Valério. Eles foram julgados novamente por terem apresentado embargos infringentes, recursos cabíveis para aqueles que receberam ao menos quatro votos pela absolvição.
A absolvição mantém Dirceu e Delúbio no regime semiaberto. Se as condenações fossem mantidas, ambos passariam para o regime fechado, no qual benefícios externos como trabalhar fora são vetados. Inicialmente condenado a 10 anos e 10 meses de prisão, o ex-ministro da Casa Civil cumprirá somente a pena de 7 anos e 11 meses de cadeia pelo crime de corrupção ativa, já que acabou absolvido da acusação de quadrilha. Ele está preso no Complexo da Papuda, mas aguarda transferência para o Centro de Progressão Penitenciária (CPP), pois recebeu proposta para trabalhar em um escritório de advocacia.
Os dois primeiros a votar na sessão desta quinta, Teori Zavascki e Rosa Weber manifestaram-se pela absolvição dos réus, formando a maioria necessária de seis votos. Os votos deles se somaram às posições de Luís Roberto Barroso, Dias Toffoli, Cármen Lúcia e Ricardo Lewandowski.
"Não está demonstrada a presença do dolo específico da criação de crime de quadrilha. Um crime cometido por três ou cinco pessoas não significa que tenha sido cometido em quadrilha", disse Zavascki. Rosa votou na sequência e foi enfática contra a condenação por quadrilha. "Não basta para configuração deste delito que mais de três pessoas pratiquem delitos. É necessário que esta união se faça para a específica prática de crimes."
Votaram contra a absolvição dos réus o relator dos embargos infringentes, Luiz Fux, além dos ministros Gilmar Mendes, Marco Aurélio Mello, Celso de Mello e Joaquim Barbosa. Marco Aurélio manifestou-se também no sentido de reduzir as penas, o que poderia leva-las a prescrição, mas frisou que manteve a condenação dos réus por formação de quadrilha.
Gilmar Mendes frisou que o conceito de paz pública não se reduz a crimes violentos, mas também delitos cometidos nos "subterrâneos do poder". "Não tenho dúvida de que está caracterizado neste caso de forma clara o crime de quadrilha", afirmou. Marco Aurélio também sustentou a existência de uma quadrilha no escândalo de compra de apoio parlamentar ao primeiro mandato do Governo Luiz Inácio Lula da Silva. "Houve permanência, houve estabilidade e houve, acima de tudo, incindível entrosamento. Não tivesse a mazela sido escancarada, o governo atual no Brasil seria outro", disse Marco Aurélio.
O decano do STF, Celso de Mello, que, no ano passado deu o voto decisivo para que os embargos infringentes fossem considerados cabíveis, manifestou-se pela manutenção da condenação dos oito réus. Ele fez um duro discurso contra os mensaleiros, a quem chamou de "delinquentes" e "meros e ordinários criminosos comuns".
Último a votar, o presidente do STF, Joaquim Barbosa, não poupou críticas ao colegiado e afirmou que o resultado do novo julgamento "lançou por terra todo o trabalho primoroso levado a cabo por esta Corte no segundo semestre de 2012". Ele lamentou a validade dos embargos infringentes. "Inventou-se um recurso regimental totalmente a margem da lei, com o objetivo de reduzir a nada o trabalho que fora feito."
"Esta é uma tarde triste para este Supremo Tribunal Federal, porque com argumentos pífios foi reformada, foi jogada por terra, extirpada do mundo jurídico, uma decisão plenária sólida, extremamente bem fundamentada que foi aquela tomada por este plenário no segundo semestre de 2012", destacou Joaquim Barbosa.
Os réus absolvidos da acusação de quadrilha são: José Dirceu, José Genoino, Delúbio Soares, Marcos Valério, Cristiano Paz, Ramon Hollerbach, Kátia Rabello e José Roberto Salgado. Todos estão presos em regime semiaberto ou fechado, com exceção de Genoino, que cumpre prisão domiciliar.
Os dois primeiros a votar na sessão desta quinta, Teori Zavascki e Rosa Weber manifestaram-se pela absolvição dos réus, formando a maioria necessária de seis votos. Os votos deles se somaram às posições de Luís Roberto Barroso, Dias Toffoli, Cármen Lúcia e Ricardo Lewandowski.
"Não está demonstrada a presença do dolo específico da criação de crime de quadrilha. Um crime cometido por três ou cinco pessoas não significa que tenha sido cometido em quadrilha", disse Zavascki. Rosa votou na sequência e foi enfática contra a condenação por quadrilha. "Não basta para configuração deste delito que mais de três pessoas pratiquem delitos. É necessário que esta união se faça para a específica prática de crimes."
Votaram contra a absolvição dos réus o relator dos embargos infringentes, Luiz Fux, além dos ministros Gilmar Mendes, Marco Aurélio Mello, Celso de Mello e Joaquim Barbosa. Marco Aurélio manifestou-se também no sentido de reduzir as penas, o que poderia leva-las a prescrição, mas frisou que manteve a condenação dos réus por formação de quadrilha.
Gilmar Mendes frisou que o conceito de paz pública não se reduz a crimes violentos, mas também delitos cometidos nos "subterrâneos do poder". "Não tenho dúvida de que está caracterizado neste caso de forma clara o crime de quadrilha", afirmou. Marco Aurélio também sustentou a existência de uma quadrilha no escândalo de compra de apoio parlamentar ao primeiro mandato do Governo Luiz Inácio Lula da Silva. "Houve permanência, houve estabilidade e houve, acima de tudo, incindível entrosamento. Não tivesse a mazela sido escancarada, o governo atual no Brasil seria outro", disse Marco Aurélio.
O decano do STF, Celso de Mello, que, no ano passado deu o voto decisivo para que os embargos infringentes fossem considerados cabíveis, manifestou-se pela manutenção da condenação dos oito réus. Ele fez um duro discurso contra os mensaleiros, a quem chamou de "delinquentes" e "meros e ordinários criminosos comuns".
Último a votar, o presidente do STF, Joaquim Barbosa, não poupou críticas ao colegiado e afirmou que o resultado do novo julgamento "lançou por terra todo o trabalho primoroso levado a cabo por esta Corte no segundo semestre de 2012". Ele lamentou a validade dos embargos infringentes. "Inventou-se um recurso regimental totalmente a margem da lei, com o objetivo de reduzir a nada o trabalho que fora feito."
"Esta é uma tarde triste para este Supremo Tribunal Federal, porque com argumentos pífios foi reformada, foi jogada por terra, extirpada do mundo jurídico, uma decisão plenária sólida, extremamente bem fundamentada que foi aquela tomada por este plenário no segundo semestre de 2012", destacou Joaquim Barbosa.
Os réus absolvidos da acusação de quadrilha são: José Dirceu, José Genoino, Delúbio Soares, Marcos Valério, Cristiano Paz, Ramon Hollerbach, Kátia Rabello e José Roberto Salgado. Todos estão presos em regime semiaberto ou fechado, com exceção de Genoino, que cumpre prisão domiciliar.
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