quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Chefe da Polícia Militar síria desertou


 


O chefe da Polícia Militar síria desertou e fez o anúncio em vídeo. O general era um dos oficiais mais graduados do regime de Bashar al-Assad. Considera que o Exército deixou de proteger o país, convertendo-se num "grupo de assassinos" que destroem cidades e protagonizam massacres. Em quase dois anos de conflito já morreram mais de 44 mil pessoas.

O chefe da Polícia Militar da Síria, general Abdul-Aziz al Shalal, renunciou ao cargo e confirmou sua deserção em um vídeo divulgado hoje por grupos rebeldes. A saída do oficial militar é mais uma baixa para o regime de Bashar Assad nos confrontos com os opositores. 

Shalal aparece no vídeo com uniforme militar e lendo uma carta. Em seu discurso, diz que decidiu sair do regime sírio por considerar que o Exército se afastou de sua missão principal, que era proteger o país. "O Exército sírio se transformou em nada mais que uma quadrilha armada que mata e destrói cidades e vilarejos, fazendo massacres contra nossa população civil nocente que saiu para pedir liberdade e dignidade", disse. 

O Conselho Nacional Sírio, uma das principais organizações de oposição, confirmou a deserção e disse que o general está na Turquia. O Exército Livre Sírio, no entanto, diz que ele está em local seguro, mas sem dizer se o chefe da polícia saiu do país. 

O vídeo foi exibido pela emissora saudita Al Arabiya na noite de ontem. As informações sobre a deserção não podem ser confirmadas de forma independente devido às restrições impostas por Assad ao trabalho de jornalistas e organizações internacionais. 

Caso confirmada, a saída de Shalal é mais uma renúncia do grupo próximo ao ditador sírio. Em julho, o regime perdeu o general Manaf Tlass, que buscou refúgio na França, e em agosto foi a vez do então primeiro-ministro Riyad Hijab. 

A nova baixa acontece em meio à perda de controle das tropas governamentais e o aumento das forças dos rebeldes, após 21 meses de conflito. Desde março de 2011, mais de 40 mil pessoas morreram no país, segundo ativistas.

Acampamento

Hoje, rebeldes e milícias pró-Assad entraram em combate no campo de refugiados palestinos de Yarmuk, em Damasco. Segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos, sediado em Londres, houve explosões durante toda a madrugada na região e tiroteio com armas de grosso calibre. 

O confronto quebra uma trégua estabelecida no acampamento na semana passada, que pedia a saída de todos os homens armados. Com o conflito na Síria, os palestinos de Yarmuk também se dividiram entre aliados e opositores ao regime, o que gerou conflitos internos na cidade. 

A área foi bombardeada diversas vezes pelo regime sírio e se tornou mais uma parte dos confrontos armados.

 O chefe da polícia militar da Síria, o general Abdul-Aziz Jassem al-Shallal, desertou e declarou lealdade à "revolução popular" contra o presidente Bashar al-Assad, de acordo com um vídeo e uma fonte de segurança.

"Sou o general Abdul-Aziz Jassem al-Shallal, chefe da polícia militar. Desertei por causa do desvio do Exército de seu dever primário de proteger o país e de sua transformação em gangues de assassinato e destruição", disse o oficial em um vídeo publicado no YouTube e veiculado pela estação de TV Al-Arabiya.
Uma fonte de segurança da Síria confirmou a deserção, mas subestimou sua importância, dizendo que Shallal deveria se aposentar e havia desertado para "brincar de herói".

Dezenas de generais desertaram desde o início da crise síria, em março de 2011, mas Shallal é um dos mais graduados e detinha um posto de alta hierarquia ao deixar o cargo. Em julho, o general  Manaf Tlass foi o primeiro membro do círculo próximo de Assad a unir-se à oposição.

No vídeo, Shallal acusou o Exército de "destruir cidades e vilas e cometer massacres contra nossa população inocente que saiu às ruas para reivindicar liberdade". Nos últimos 21 meses, milhares de soldados sírios desertaram para agora lutar do lado das forças antigoverno. Muitos citaram os ataques contra civis como a razão para mudar de lado.

Nesta quarta, de acordo com o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), um bombardeio do regime sírio contra a localidade de Qahtaniyeh, no norte do país, deixou ao menos 20 mortos, incluindo oito crianças e três mulheres. Um vídeo amador mostrou os corpos de dezenas de pessoas, incluindo crianças, deitadas em quarto. Alguns tinham sangue em suas roupas, enquanto era possível ouvir choros no som de fundo.

Também nesta quarta, ativistas disseram que rebeldes lançaram um ataque à base militar de Wadi Deif, na Província de Idlib, norte. A base, que fica perto da cidade estratégica de Maaret al-Numan, está sob certo há semanas.

A crise síria começou com protestos demandando reformas, mas posteriormente se tornou uma guerra civil. Ativistas contrários ao regime estimam que a violência dos últimos 21 meses deixou mais de 40 mil mortos.

 http://diariodonordeste.globo.com/noticia.asp?codigo=351512&modulo=965
http://ultimosegundo.ig.com.br/revoltamundoarabe/2012-12-26/chefe-da-policia-militar-siria-deserta-e-une-se-a-revolucao-contra-assad.html

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