quinta-feira, 23 de abril de 2015

Com bate-boca, Câmara aprova novas regras da terceirização e derrota governo

Parlamentares aprovaram que a atividade fim de uma empresa seja terceirizada e reduziram de 24 para 12 meses período que o ex-empregado deve cumprir a fim de poder prestar serviços à mesma empresa por uma contratada de terceirização

Deputados contrários ao pacote de mudanças nas regras da terceirização protestaram com réplicas da carteira de trabalho
Deputados contrários ao pacote de mudanças nas regras da terceirização protestaram com réplicas da carteira de trabalho
A Câmara na noite desta quarta-feira (22), por 230 votos a favor e 203 contra, emenda aglutinativa alterando alguns pontos do projeto que regulamenta a terceirização. A emenda manteve no texto-base a possibilidade de terceirizar a atividade-fim e reduziu de 24 meses para 12 meses a chamada quarentena, período que o ex-empregado de uma empresa deve cumprir a fim de poder prestar serviços à mesma empresa por uma contratada de terceirização. Agora o texto será avaliado pelo Senado Federal.

A emenda estabelece ainda que nos contratos em que não estão definidos a retenção na fonte de alíquota de 11 % da fatura para os serviços de limpeza ou segurança, ou as alíquotas relativas à desoneração da folha de pagamentos, a empresa contratante terá que reter o equivalente a 20% da folha de pagamento dos salários da terceirizada, descontando da fatura a ser paga. Pelo texto, caberá à contratada informar até o quinto dia útil do mês o montante da folha de salários referente ao serviço prestado no mês anterior. 

Maia (SDD-BA), altera também um ponto do texto-base, aprovado no último dia 8. Ela retira a necessidade de se observar os acordos e convenções coletivas de trabalho. No entanto, Maia manteve no texto o dispositivo que prevê a filiação dos terceirizados ao mesmo sindicato da empresa contratante se ambas (contratada e contratante) pertencerem à mesma categoria ec

A emenda aprovada pelos deputados, também, torna a responsabilidade da contratante solidária em relação às obrigações trabalhistas e previdenciárias devidas pela contratada. Com a proposta, tanto a empresa terceirizada quanto a contratante são corresponsáveis e podem ser processadas pelo trabalhador no caso de dívidas trabalhistas e previdenciárias. 
Os deputados analisam agora emenda do líder do PSDB, deputado Carlos Sampaio (SP), que pretende incluir no texto do projeto o dispositivo que estende os direitos previstos na proposta que regulamenta a terceirização aos trabalhadores terceirizados da administração pública direta e indireta. 
Na tentativa de encontrar um acordo em torno de alguns pontos a serem alterados no projeto de lei, principalmente na questão da tributação, reuniram-se na tarde desta quarta-feira com o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), líderes partidários e os ministros da Fazenda, Joaquim Levy; das Comunicações, Ricardo Berzoini; da Aviação Civil, Eliseu Padilha; e o secretário da Receita Federal, Jorge Rachid.
Deputados protestam com réplica de carteira de trabalho durante sessão na Câmara sobre terceirização (22/04/2015)
Deputados protestam com réplica de carteira de trabalho durante sessão na Câmara sobre terceirização.
 
 http://ultimosegundo.ig.com.br/politica/2015-04-22/com-bate-boca-camara-aprova-novas-regras-da-terceirizacao-e-derrota-governo.html
 
 

Nenhum comentário: