Lutador e dirigente de MMA Lucinei Coqueiro Amaral, o Morsa, é acusado de abuso sexual em São Paulo
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O lutador e dirigente de MMA Lucinei Coqueiro Amaral, o Morsa, está sendo investigado pela acusação de abuso sexual feita pela filha de seu advogado, Iudi Ferreira da Silva. A jovem de 22 anos, Julia, e o pai dizem que Morsa a estuprou dentro de seu carro, em uma rua da Zona Norte de São Paulo.

Morsa teria dado uma carona para a filha de seu advogado. Na versão dela, ele parou o carro em uma rua, arrancou suas roupas e a obrigou a ter relações sexuais com ele. O lutador rebate as acusações, alega que nunca frequentou a rua em questão e diz que está sendo vítima de armação.

O caso está sendo investigado no 39º Distrito Policial, e Morsa passou a quarta-feira colaborando com a apuração. Nesta quinta-feira ele atendeu à reportagem do UOL Esporte em seu escritório, por telefone, onde aguardava os policiais para um novo dia de investigação – e sob o risco de ser preso temporariamente, de acordo com o que indicarem os laudos médicos em análise.

De acordo com Morsa, ele e o advogado discutiram após um caso. Iudi Ferreira da Silva trabalhou para o dirigente e conseguiu uma indenização quando sua moto sumiu de um estacionamento na capital paulista. O advogado estaria pedindo mais da metade do valor pago na indenização, o que gerou a disputa.


Reprodução/Facebook
 
Morsa é presidente da Federação Paulista de MMA e da Confederação Brasileira de MMA, entidades de pouca representatividade na modalidade - pela Lei Pelé, qualquer pessoa pode abrir suas federações e confederações. Ele é faixa-preta de jiu-jítsu, caratê e muay thai, mas não luta há mais de um ano por causa do trabalho como dirigente.
 
No mesmo dia, na casa do advogado em Mairiporã, Iudi teria pedido que Morsa desse carona para sua filha e seu sogro. Depois de deixar o sogro, o dirigente e Julia ficaram sozinhos, e é aí que as divergências nas histórias acontecem.

Morsa se defende, nega o estupro e afirma na verdade que saiu com a jovem como uma amiga e que ambos foram para uma churrascaria onde havia música sertaneja.

"Foi uma p... de uma sacanagem. O advogado combinou de ir comigo na casa dele para tratar de documentos. Quando a gente terminou de conversar, ele pediu para trazer o sogro e a filha (para São Paulo). Falei: 'tudo bem', era um favor. Deixei o sogro. Depois peguei a filha, tomamos café em uma padaria. Estava levando ela para casa, quando eu a convidei para ir em uma churrascaria na Marginal, onde tem uma dupla sertaneja amiga. Fomos lá, dançamos, eu ensinei ela a dançar sertanejo. Ela estava superfeliz. No fim ela veio e me beijou, eu correspondi e ficamos, demos uns amassos. Quando deu 11h30 ela falou: 'preciso ir para casa'. E eu coloquei ela no carro e levei", defende-se Morsa, que acusa a garota de ter o beijado a princípio. "Achei estranho, a mulherada tá fácil, mas não assim de grudar na balada."

"A acusação dela é por causa do pai. Ele esteve numa ação a favor da gente no no Fórum João Mendes, que ganhamos. É por causa do dinheiro, ele queria mais da metade do valor que ganhamos e eu não concordei", adiciona.

Segundo a Bandeirantes, Morsa responde a 25 processos na Justiça. Ele afirma que são por conta de sua atuação como dirigente, fechando eventos que sua federação considera clandestinos. "Fechamos eventos clandestinos e o cara não tem o que alegar e faz boletim de ocorrência falando em extorsão. Mas eu só compareço ao evento com oficiais de justiça e a polícia", alega ele.

Reencontro e agressão

De acordo com o delegado que cuida do caso, Milton Gomes de Oliveira, Morsa não chegou a ser preso, mas acabou sendo levado pela polícia em um segundo momento da disputa com o advogado, em que acabou agredido.

Depois da acusação de estupro, Morsa aceitou ir a um encontro com Iudi para acertar os problemas. "Ele não foi preso. Na verdade, ele foi levado pela polícia em sua defesa. O próprio Morsa foi agredido e um investigador presente evitou um linchamento como o que teve lá no Guarujá", afirmou o delegado.

Segundo o delegado, ainda é cedo para se falar em prisão preventiva. "O que acontece é que as versões são conflitantes e estamos buscando subsídios para materializar a situação. Preciso de laudos, com o sexológico, estamos buscando as imagens de câmeras. Estamos buscando tudo isso, que será encaminhado para a perícia."

A reportagem procurou Iudi Ferreira da Silva e sua filha para falarem sobre o caso, mas eles não foram encontrados.