- Deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP)
O deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP)
será julgado pelo plenário do STF (Supremo Tribunal Federal) nesta
quinta-feira (22) por uma acusação de estelionato. A PGR
(Procuradoria-Geral da República) deu parecer contrário à condenação por
falta de provas.
Feliciano é acusado de ter recebido R$ 13,3
mil para realizar dois cultos religiosos no Rio Grande do Sul sem ter
comparecido aos eventos. Ele responde por estelionato e será julgado
pelo Supremo por ter foro privilegiado. A pena por estelionato pode dar
de um a cinco anos de prisão, além de multa.
Em depoimento ao STF em abril do ano passado, Feliciano disse que tentou devolver dinheiro de evento.
"Procurei os advogados da pessoa, para minha felicidade descobri que
eram evangélicos também, eram irmãos, e falei: 'Eu quero aqui pagar o
que eu devo, quero devolver, e quero devolver com juros e correção para
que não fique nenhum tipo de celeuma'", disse Feliciano ao Supremo.
Durante o depoimento, Feliciano disse ainda que não sabia que, na
véspera do evento, a sua assessoria havia confirmado, via e-mail, a sua
presença na palestra. Segundo o pastor, a sua agenda é organizada por
terceiros.
Caso Feliciano seja condenado, não há definição sobre
o que ocorrerá com seu mandato. Ministros do STF defendem uma
condenação no Supremo determina a perda imediata do mandato parlamentar,
mas membros da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados dizem que essa
decisão é prerrogativa da Casa.
O mesmo debate ocorreu com as condenações do julgamento do mensalão. Após intenso embate entre STF e Câmara, os deputados condenados presos renunciaram ao mandato.
O deputado também responde a outra ação penal no STF. Em março deste
ano, o ministro do Gilmar Mendes autorizou a abertura de um inquérito
para investigar Feliciano pelo crime de preconceito contra religião.
De acordo com o Ministério Público, Feliciano aparece em um vídeo
postado na internet profetizando "o sepultamento dos pais de santo" e o
"fechamento dos terreiros de macumba". Para o procurador-geral da
República, Rodrigo Janot, o vídeo pode induzir ou incitar o preconceito.
Se condenado por este outro crime, o deputado poderá receber uma pena de até três anos de prisão e multa.
A Procuradoria solicitou a abertura de inquérito para investigar
Feliciano no Supremo após duas representações contra ele serem
protocoladas no STF. Uma delas foi apresentada pelo Templo Iniciático de
Umbanda da Ordem Cruzada de Nossa Senhora da Guia e a outra redigida
por um cidadão que denunciou o vídeo à corregedoria do Ministério
Público em São Paulo.
A reportagem tentou falar com o deputado, mas não o localizou até a publicação desta notícia.
No ano passado, Feliciano presidiu a Comissão dos Direitos Humanos e
Minorias da Câmara. Sua gestão conturbada por projetos polêmicos
defendidos por ele como a "cura gay" e amplamente criticada por
representantes de entidades que defendem os direitos humanos.
http://noticias.bol.uol.com.br/ultimas-noticias/brasil/2014/05/22/marco-feliciano-sera-julgado-por-estelionato-no-stf-nesta-quinta-feira.htm
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