O senador Gim Argello (PTB-DF) contratou como seu assessor de confiança
o jornalista Omézio Ribeiro Pontes, flagrado em vídeo de 2010 recebendo
maços de dinheiro de Durval Barbosa, o delator do escândalo de
corrupção em Brasília, chamado de mensalão do DEM.
Omézio foi assessor de imprensa do então governador do Distrito
Federal, José Roberto Arruda, que se tornou o primeiro chefe de
Executivo preso no exercício do cargo. Arruda renunciou ao mandato
quando ainda estava na cadeia.
Em junho de 2012, a Procuradoria-Geral da República denunciou ao
Superior Tribunal de Justiça o ex-governador de Brasília, Omézio Pontes e
outras 35 pessoas por envolvimento no escândalo. Omézio foi acusado de
ter praticado os crimes de formação de quadrilha, corrupção e lavagem de
dinheiro.
Segundo a denúncia, o atual assessor de Argello se apropriaria de parte
dos recursos desviados de contratos públicos e, em outras ocasiões,
fazia o repasse para envolvidos no esquema, inclusive deputados
distritais.
O caso foi remetido para a Justiça de Brasília porque somente a parte
envolvendo o conselheiro do Tribunal de Contas do DF Domingos Lamonglia
permaneceu no STJ. Até o momento, não houve julgamento pela Justiça da
capital sobre o recebimento da denúncia.
No Senado, Omézio Pontes foi nomeado no dia 19 de julho deste ano para
um cargo comissionado. Em novembro, último registro do Portal da
Transparência, o jornalista recebeu R$ 13.452,28 de vencimento bruto.
Procurado, o jornalista preferiu não se pronunciar sobre o caso que
corre contra ele na Justiça. Omézio disse que foi Gim Argello quem o
procurou para contratá-lo. Em 2014, o senador, que é líder do bloco
parlamentar que reúne PTB, PR e PSC, deve concorrer novamente ao Senado,
para a vaga que herdou em meados de 2007 após Joaquim Roriz, o titular
do mandato, ter renunciado para escapar da cassação.
Outro lado
O senador Gim Argello (PTB-DF) disse não ver problemas em contratar,
como assessor parlamentar, Omézio Ribeiro Pontes, flagrado em vídeo
recebendo dinheiro de corrupção. “Se ele tiver alguma condenação, aí não
tem como. Mas enquanto não for condenado o que vou fazer?”.
Quando da nomeação de Omézio, disse ele, não havia qualquer
impedimento. “Ele não foi condenado por absolutamente em nada. Ele vive
de quê? É um jornalista que nem você”, afirmou, dizendo nada saber sobre
sua denúncia pelo Ministério Público Federal.
Estadão Conteúdo
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