domingo, 13 de janeiro de 2013

Russos vão às ruas protestar contra a lei que proíbe adoção por americanos


 

Milhares de pessoas enfrentaram o frio e foram às ruas de Moscou e São Petersburgo contra a lei que proíbe que crianças russas sejam adotadas por casais dos Estados Unidos

Milhares de pessoas foram às ruas de Moscou se manifestar contra a l ei que proíbe a adoção de crianças russas por casais dos Estados Unidos . Um dirigente da oposição Sergei Oudaltsov contabilizou cerca de 20 mil pessoas que se uniram na praça Pushkin, de onde se dirigiram até a rua Sajarov.

Apesar do forte frio que atinge a Rússia, os manifestantes se mobilizaram para acusar o governo Putin de utilizar as crianças em disputas políticas com Washington.
  
Os manifestantes, entre eles intelectuais, opositores e jornalistas, acreditam que a lei promulgada por Putin afeta diretamente os mais desfavorecidos. Um protesto similar foi registrado na cidade de São Petersburgo.

A lei sobre adoções causou indignação entre liberais russos e defensores dos direitos infantis e entrou em vigor estremecerndo ainda mais as relações entre EUA e Rússia. Das 3,4 mil crianças russas adotadas em 2011 por estrangeiros, 956 foram recebidas por cidadãos dos Estados Unidos.

Além de proibir as adoções por parte de americanos, a lei também desautoriza algumas organizações não-governamentais que recebem financiamento dos EUA e impõe um congelamentos de bens e cancelamento de vistos de viagem para americanos acusados de violar os direitos de cidadãos russos no exterior.

Parlamentares aliados ao governo elaboraram o projeto de lei em resposta à lei Magnitsky dos EUA, que impede a entrada no país de russos acusados de envolvimento na morte sob custódia do advogado anticorrupção Sergei Magnitsky e de outros suspeitos de crimes contra os direitos humanos.

Magnitski morreu em 2009 em Moscou em prisão preventiva, vítima de atos violentos e sem receber atendimento médico. Ele havia sido detido um ano antes, depois de ter denunciado um gigantesco escândalo financeiro executado por funcionários do Ministério do Interior russo.

 

As restrições a adoções foram acrescentadas à lei posteriormente, em consequência de uma elevação das tensões entre Rússia e EUA por desentendimentos em questões como o conflito na Síria, o tratamento dado por Putin a adversários e as restrições impostas a organizações não governamentais desde que o presidente iniciou um novo mandato , em maio.

A lei que proíbe a adoção na Rússia por americanos é chamada de forma oficiosa de "projeto de lei Dima Iakovlev", nome de um menino russo de 2 anos que morreu em 2008 depois que o pai adotivo americano o esqueceu dentro de um carro em pleno verão. O pai foi absolvido da acusação de homicídio culposo por um tribunal americano, o que provocou revolta em Moscou.
  

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