SÃO PAULO, 10 Jan (Reuters) - O dólar fechou em queda modesta ante o
real pela segunda sessão seguida nesta quinta-feira, com um cenário
externo mais positivo diante de dados melhores da China e dos Estados
Unidos, e indicações de que a economia da zona do euro irá se recuperar
gradualmente.
Operadores, no entanto, acreditam que a divisa deve mostrar
volatilidade reduzida, com a perspectiva de que o Banco Central
continuará atento ao mercado, impedindo oscilações excessivas.
A moeda norte-americana fechou em queda de 0,38 por cento, a
2,0296 reais na venda, na mínima do dia. A máxima foi de 2,0395 reais.
Segundo dados da BM&F, o volume negociado foi de cerca de 3,363
bilhões de dólares.
"O cenário lá fora melhorou e tivemos dados positivos nos Estados
Unidos, mas aqui o cenário pede cautela, com a possibilidade do BC
entrar no mercado", disse o gerente de câmbio da Treviso Corretora,
Reginaldo Galhardo.
Dados divulgados nesta quinta-feira sugerem que o mercado de
trabalho nos Estados Unidos continua a crescer em um ritmo moderado,
apesar dos pedidos de auxílio-desemprego terem subido na semana passada.
Outros números mostraram que as vendas de atacadistas nos EUA subiram
para o maior nível em mais de 1 ano e meio em novembro, mantendo
estoques equilibrados.
Além de indicadores norte-americanos, dados positivos da China
foram responsáveis por grande parte do otimismo visto nos mercados nesta
sessão, já que as exportações e as importações do país cresceram em
dezembro.
Na Europa, por sua vez, o presidente do BCE, Mario Draghi, deu
sinais esperançosos sobre a economia da zona do euro, após o banco
manter a taxa de juros inalterada. Segundo Draghi, apesar da atual
fraqueza, deve ocorrer uma "recuperação gradual" ao longo do ano.
O conjunto de informações positivas levou a um cenário de menor
aversão ao risco e a queda do dólar ante várias moedas. Às 18h10, o
dólar recuava 1,03 por cento frente a uma cesta de divisas, enquanto o
euro tinha forte alta, de 1,45 por cento, ante a moeda norte-americana.
No entanto, operadores destacam que o movimento do dólar ante o real
ainda tem sido limitado por conta de uma possível atuação da autoridade
monetária.
O mercado acredita que o BC quer impedir que o dólar volte a se
aproximar do piso informal de 2 reais e que não rolará os recursos
oferecidos nos leilões de linha --que conjugam venda de dólares pelo BC
com uma data definida para a compra-- realizados em dezembro, período de
maior escassez da divisa.
Por outro lado, o mercado também vê que a autoridade monetária
não quer o dólar muito acima de 2,05 reais, o que traria impacto
inflacionário.
"O mercado deve ficar de lado e em torno de 2,03 e 2,04 reais,
está com receio de mudar muito de patamar", afirmou ainda o gerente de
câmbio da Treviso.
http://br.reuters.com/article/businessNews/idBRSPE90908B20130110?pageNumber=2&virtualBrandChannel=0
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