quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Três ativistas curdas são encontradas mortas em entidade de Paris

A polícia da França encontrou na madrugada desta quinta-feira os corpos de três ativistas curdas no Centro de Informações do Curdistão, em Paris. Segundo a polícia, elas foram baleadas e mortas na quarta (9).

As militantes mortas são Sakine Cansiz, uma das fundadoras do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK, sigla em turco), representante do Congresso Nacional do Curdistão na França e funcionária do centro de informações, e Leyla Soylemez, uma jovem ativista.

Os agentes franceses ainda não sabem quais foram as causas do ataque. O ministro do Interior da França, Manuel Valls, esteve no local do crime pela manhã para acompanhar a perícia e as investigações.

Apesar de não ter a versão definitiva da polícia, o ministro disse que as mortes foram uma vingança contra as ativistas e considerou o crime "grave e inaceitável". Valls não quis comentar os motivos que poderiam estar por trás das mortes.

A morte ainda foi condenada pela Turquia, país de cidadania das mulheres e que está em combate contra o partido curdo, que é considerado ilegal. O primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, disse que as mortes poderiam ser um ajuste de contas interno entre curdos.

Durante entrevista no Senegal, ele disse que ainda é cedo para fazer comentários e que é necessário esperar que as circunstâncias do crime fiquem mais claras.

ACUSAÇÕES

O caso será investigado pela Promotoria antiterrorismo de Paris. Ativistas disseram à rede de televisão britânica BBC que o Estado turco está envolvido nas mortes, que seriam uma manobra para atrapalhar as negociações de paz.

Cerca de 200 manifestantes se reuniram em frente ao centro curdo em protesto contra os assassinatos. Além de gritar frases de ordem, os manifestantes levaram bandeiras com o rosto do líder do partido, Abdullah Ocalan, preso na Turquia.

O PKK luta pela autonomia da territórios curdos desde 1984 e os conflitos com o governo turco já mataram cerca de 40 mil pessoas. A Turquia, os Estados Unidos e a União Europeia o consideram uma organização terrorista.

A agremiação reivindica a criação de um Estado curdo independente nas áreas curdas na Turquia, no Iraque, na Síria e no Irã. Atualmente, o PKK pede maiores direitos e autonomia limitada em uma área no sudeste da Turquia. Segundo a rede BBC, os curdos compõem cerca de 20% da população turca.

O líder do partido, Ocalan, foi preso em 1999 e condenado à pena de morte. Em 2002, sua pena foi reduzida à prisão perpétua, pois a Turquia aboliu a pena capital.

Recentemente, a Turquia retomou as negociações com Ocalan, em uma tentativa de fazer com que o grupo se desarme.

No entanto, o presidente turco, Abdullah Gul, disse na quarta (9) que continuará a responder aos ataques com armas. "Se alguém enfrenta ao Estado com armas, o Estado responderá com armas mais fortes. É seu dever."

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