A Volkswagen (VOWG_p.DE)
concedeu férias coletivas a 4.200 funcionários dos 5 mil trabalhadores
de sua fábrica de veículos compactos em Taubaté (SP) até 18 de abril,
informou o sindicato local nesta segunda-feira, em meio à queda nas
vendas de automóveis no país.
A
decisão paralisa a unidade que produz os modelos Voyage e up!, afirmou o
Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e Região. Procurada, a Volkswagen
disse em breve comunicado que "tem feito uso de ferramentas de
flexibilização para adequar o volume de produção à demanda do mercado",
mas não confirmou o número de funcionários em férias coletivas.
Segundo
a entidade, a decisão da montadora ocorreu diante da suspensão do
terceiro turno, que emprega cerca de 970 funcionários que serão
remanejados para os dois outros turnos.
Essa
alteração vai demandar mudanças no sistema de produção, o que exigirá a
paralisação da fábrica e por isso foram concedidas as férias coletivas,
disse o sindicato. Outros 500 funcionários da fábrica estão afastados e
250 com contratos de trabalho suspensos (layoff).
A
Volkswagen anunciou em fevereiro do ano passado investimento de 1,2
bilhão de reais na fábrica de Taubaté para a implantação da linha de
produção do up!. Segundo o sindicato, a empresa havia planejado produzir
1.400 carros por dia na fábrica, mas a produção atual está em 850
unidades.
O analista do
mercado de veículos Raphael Galante, da Oikonomia Consultoria, afirmou
que a decisão da Volkswagen de encerrar o terceiro turno ocorreu diante
da difícil conjuntura do mercado brasileiro este ano. Segundo ele, as
vendas de veículos leves no país devem despencar 17 por cento em 2015.
"Se
o up! estivesse bem de vendas, a Volkswagen sofreria só um pouco menos,
seria um atenuante de uma situação crítica do setor este ano", disse
Galante, citando que a média mensal de vendas do up! em 2014 foi de
4.905 unidades ante 15.225 do Gol, modelo mais antigo, também da
Volkswagen.
Ele acrescentou
que a montadora alemã registra queda de cerca de 22,5 por cento nas
vendas de veículos leves no acumulado do ano até o último final de
semana no Brasil, a 101,6 mil unidades, enquanto o mercado como um todo
tem baixa de 17 por cento, a 618,3 mil.
Segundo
a associação de montadoras, Anfavea, o setor terminou fevereiro com
queda de cerca de 9 por cento no total de funcionários ocupados sobre um
ano antes, a 142,3 mil.
Ainda
segundo o sindicato, a fábrica de componentes para motores da Ford,
também em Taubaté, mantém 137 trabalhadores em suspensão de contrato de
trabalho (layoff).
"Eles
deveriam voltar amanhã ao trabalho, mas ainda dependem de decisão da
empresa, que iniciou o layoff em julho passado", disse a assessoria de
imprensa da entidade. A fábrica da montadora norte-americana emprega
cerca de 1.500 trabalhadores.
Na
semana passada, a Ford anunciou acordo com funcionários de sua fábrica
em São Bernardo do Campo (SP) para abertura de um programa de demissão
voluntária para redução de 400 a 600 vagas excedentes, informou o
Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.
A
montadora norte-americana fechou um acordo com sindicatos do ABC e em
Taubaté que prevê congelamento de salários este ano em troca de abono de
8 mil reais e reajuste de salários, para repor inflação, e abono de 1,7
mil reais em 2016.
Entre 23 e 27 de março, o Indicador semanal Cepea/Esalq do hidratado
(Estado de São Paulo) foi de 1,2683 real/litro (sem impostos), alta de 4
por cento em relação à semana anterior.
Depois de recuar por seis
semanas seguidas nas usinas de São Paulo, os preços do etanol hidratado
subiram 4 por cento no mercado "spot", com chuvas atrapalhando a
colheita das unidades que iniciaram a nova safra e menores vendas de
outros Estados, avaliou nesta segunda-feira o Centro de Estudos
Avançados em Economia Aplicada (Cepea).
"Apesar
do menor volume demandado, usinas paulistas se apoiaram na diminuição
das vendas de etanol de outros Estados para São Paulo e também nas
chuvas, que interromperam a colheita das unidades que já iniciaram as
atividades, para se manterem firmes nos valores pedidos", disse o Cepea,
da Universidade de São Paulo.
Entre
23 e 27 de março, o Indicador semanal Cepea/Esalq do hidratado (Estado
de São Paulo) foi de 1,2683 real/litro (sem impostos), alta de 4 por
cento em relação à semana anterior.
Na parcial do mês (até o dia 27), porém, o Indicador ainda acumula baixa de 2 por cento.
Para
o anidro, a maioria dos negócios continua vinculada a contratos. Além
disso, conforme a resolução da ANP nº 67, usinas precisam manter
estoques mínimos do produto até o dia 31 março de cada ano, ressaltou o
Cepea.
O Indicador semanal
Cepea/Esalq do anidro recuou 1,4 por cento no comparativo das duas
últimas semanas, com a média passando para 1,3387 real/litro (sem
impostos). Foi a sexta queda consecutiva para este combustível.
As
quedas ou altas registradas nas usinas não são imediatas para a bomba
no posto de combustível, variando de intensidade dependendo das
condições do mercado.
COMPETITIVIDADE NOS POSTOS
Nos postos, o biocombustível segue competitivo frente à gasolina em alguns Estados, especialmente naqueles que produzem mais.
De
acordo com levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e
Biocombustíveis, referente ao período 22 a 28 de março, a cotação média
do hidratado em São Paulo foi de 2,075 real/l, correspondendo a 65,5 por
cento do valor da gasolina. O combustível derivado da cana-de-açúcar
também segue vantajoso nos Estados de Mato Grosso, Paraná e Goiás.
Em
Minas Gerais, onde o ICMS sobre o hidratado baixou de 19 para 14 por
cento desde o dia 18 de março, o biocombustível também passou a ser
competitivo, com o preço nos postos equivalendo a 69,8 por cento da
gasolina C, apontou o Cepea.
O hidratado é competitivo nos postos se for vendido a até 70 por cento do preço da gasolina.
Com
a maior competitividade do etanol em Minas Gerais frente à gasolina, a
consultoria Job Economia estimou anteriormente uma demanda adicional por
hidratado no Estado de 1 bilhão de litros neste ano, com um potencial
de 3 bilhões de litros nos próximos anos.
O
incremento no consumo deverá ocorrer, segundo a consultoria, a partir
do momento que os mineiros mudarem sua cultura no abastecimentos dos
veículos, usando um combustível financeiramente mais vantajoso.
Resultado foi impactado, principalmente, pela
variação cambial de R$ 426 mi, somados aos R$ 443 mi de perdas com
derivativos, segundo a companhia.
A Gol Linhas Aéreas
registrou prejuízo líquido consolidado de R$ 631 milhões no quarto
trimestre de 2014, ante a perda de R$ 19,3 milhões em igual período do
ano anterior. O resultado atribuído aos acionistas controladores foi
negativo em R$ 668,4 milhões, alta de 1.299% ante os R$ 47,8 milhões
apurados nos últimos três meses de 2013.
A
companhia explicou que o resultado trimestral foi negativamente
impactado, principalmente, pela variação cambial de R$ 426 milhões,
somados aos R$ 443 milhões de perdas com derivativos.No acumulado do
ano, o prejuízo líquido acumulado foi de R$ 1,117 bilhão, ante os R$
724,59 milhões reportados no exercício anterior. O resultado dos
controladores, por sua vez, somou R$ 1,246 bilhão negativos, na
comparação com os R$ 724,6 milhões igualmente negativo de um ano antes.
Também neste caso, a companhia atribui as perdas à variação cambial.
"O
prejuízo do ano explica-se, principalmente, pela desvalorização do real
ante o dólar americano e pelas perdas com posições de hedge de
petróleo, resultando num patrimônio líquido negativo", disse o
presidente da companhia, Paulo Kakinoff, em mensagem da administração.
"A elevada liquidez e o adequado perfil de amortização de dívidas,
associado a uma reserva de ativos, criam condições de robustez
financeira para enfrentar este período", acrescentou.
O executivo
destacou que neste início de 2015 o cenário macroeconômico tornou-se
"ainda mais desafiador" e disse que a estratégia para enfrentar a
turbulência é focar em "segurança, inteligência, servir e lowest-cost".
O
Ebitdar (lucro operacional antes dos juros, impostos, depreciações e
amortizações somado ao valor dos custos operacionais com arrendamento
mercantil de aeronaves e com arrendamento suplementar de aeronaves)
atingiu R$ 482,2 milhões entre outubro e dezembro, queda de 12,6% ante
os R$ 551,9 milhões anotados no quarto trimestre de 2013.
A
margem Ebitdar ficou em 17,7%, queda de 2,5 pontos porcentuais (p.p.)
ante os 20,2% registrados um ano antes. No ano, o Ebitdar alcançou R$
1,812 bilhão, acima dos R$ 1,526 bilhão de 2013, com avanço de 1.0 p.p.
na margem Ebitdar, para 18%.
A receita operacional líquida somou
R$ 2,729 bilhões de outubro a dezembro, praticamente estável frente os
R$ R$ 2,728 bilhões do mesmo período de 2013. No ano, a receita líquida
acumulada foi de R$ 10,652 bilhões, alta de 12,4% e recorde para a
companhia.
Mercado
O prejuízo de R$ 668,4
milhões atribuído aos acionistas da Gol no quarto trimestre de 2014
ficou acima dos R$ 250 milhões estimados por analistas ouvidos pelo Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado.
A receita operacional, por sua vez, de R$ 2,729 milhões entre outubro e
dezembro, ficou em linha com os R$ 2,736 bilhões estimados pelos
analistas.
O diretor no Brasil da companhia aérea turca disse que a empresa
preferiu manter sigilo por motivos de segurança e para evitar o pânico
dentro do avião.
Os passageiros do avião da
Turkish Airlines que aterrissou de emergência nesta segunda-feira em
Casablanca, devido a uma ameaça de bomba, disseram ao desembarcar na
cidade de São Paulo, seu destino final, que só se inteiraram do ocorrido
quando aterrissaram no Marrocos.
'Eles
disseram que tínhamos que aterrissar por um problema técnico, mas que
já tinha sido resolvido', afirmou o empresário Joel Anderson, que
retornava ao Brasil após ter feito uma viagem de negócios à China, pouco
após seu desembarque no aeroporto internacional de São Paulo.
O
avião aterrissou em São Paulo por volta das 22h desta segunda-feira,
com quase três horas de atraso, depois de ter sido submetido no Marrocos
a uma minuciosa revista na qual se terminou descartando a existência de
uma bomba.
A tripulação do
avião da Turkish Airlines que fazia o voo TK15, que viajava entre
Istambul e São Paulo, se absteve de informar aos 256 passageiros que a
aterrissagem não programada em Casablanca foi determinada depois que se
encontrou uma mensagem em um banheiro com a palavra 'bomba' escrita em
turco.
O diretor no Brasil da
companhia aérea turca, Atagun Kutluyuksel, disse que a empresa preferiu
manter sigilo por motivos de segurança e para evitar o pânico dentro do
avião.
Os poucos passageiros
que conversaram com a imprensa em São Paulo após o desembarque
elogiaram a decisão e o profissionalismo da tripulação e disseram que
era melhor manter o motivo da aterrissagem em sigilo.
Após
a aterrissagem de emergência, as autoridades marroquinas desdobraram
todos os dispositivos de segurança em torno do avião e os agentes
realizaram uma varredura na aeronave.
Além disso, as autoridades comprovaram as identidades dos 256 passageiros que viajavam no avião e que foram evacuados.
SÃO PAULO - Depois de ouvir as exposições dos
representantes dos 27 Diretórios Estaduais do PT, o ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva tentou nesta segunda-feira, 30, passar aos
correligionários uma mensagem de ânimo. Segundo dirigentes presentes no
encontro, Lula pediu que os membros do partido "levantassem a cabeça" e
reorganizassem a militância petista para defender o governo.
O
presidente estadual da legenda em São Paulo, Emídio de Souza, disse que
Lula vai "viajar o País". "Ele pediu para a gente levantar a cabeça e
seguir em frente. Temos história", disse. O ex-presidente foi
classificado como "esperançoso" com o quadro. De acordo com outro
dirigente presente na reunião, uma das preocupações do ex-presidente era
que o PT cuidasse melhor da base social do partido. "Ele pediu para
militar, buscar nos Estados e municípios o apoio. Pediu para cuidarmos
da base social do partido, que é quem votou na gente."
Durante a
reunião de mais de quatro horas, todos os dirigentes presentes na sala
ficaram sem seus celulares. Todos os aparelhos foram confiscados na
entrada. Os dirigentes descolavam as etiquetas com os nomes de cada um
do verso do aparelho enquanto deixavam o hotel na zona sul de São Paulo
onde aconteceu a reunião.
Insatisfação. Enquanto a maioria dos
petistas ouvidos pelo Broadcast Político demonstrava contentamento com o
resultado da reunião e do documento votado em seguida, o petista Markus
Sokol, líder da corrente de extrema esquerda O Trabalho, criticava o
resultado do encontro e dizia que "esperava mais".
Sokol disse que
esperava um posicionamento claro do partido frente ao governo,
contrário às medidas de ajuste fiscal. "O manifesto é forte, mas o que
propõe?", questionou antes de completar: "É a situação que é forte, não o
manifesto".
Soldado é acusado de explodir equipamento em Ilha Comprida
SÃO PAULO - O soldado da Polícia Militar Ricardo
Reginaldo Pereira, de 35 anos, foi preso na madrugada do último sábado,
28, acusado de explodir um caixa eletrônico, em um posto de gasolina em
Ilha Comprida, na Baixada Santista. Além do PM, outros cinco suspeitos
que formavam a quadrilha junto com Pereira foram presos em flagrante.
Segundo
a polícia, o bando estava com R$ 53.128 em dinheiro, três fuzis, duas
pistolas calibre .380 e 9 mm, munições para as armas, quatro coletes à
prova de balas, quatro toucas-ninja, uma mira laser, um rádio para ouvir
a frequência da Polícia Militar e 15 celulares.
Por volta das
4h, a quadrilha explodiu uma caixa eletrônico de um posto de
combustível. Após a ação, as Polícias Civil e Militar montaram uma
operação com cerca de 100 homens e um helicóptero Águia da PM. Com as
informações de testemunhas, os policiais encontraram um dos carros
utilizados pelo bando, que fugiu por um matagal às margens da Rodovia
Prefeito Casemiro Teixeira.
Houve uma troca de tiros, uma viatura
da PM foi atingida e um PM foi atingido por estilhaços no rosto. No
meio da mata, o soldado da PM foi preso. O policial estava desarmado e
portava algumas notas chamuscadas pela explosão do caixa eletrônico.
Na
sequência, outros dois criminosos foram detidos: um vendedor de 22 anos
e um pizzaiolo de 30 anos. A dupla estava com todo as armas, coletes,
toucas, celulares e o dinheiro.
Levados para a Delegacia de
Iguape, os assaltantes disseram que estavam uma casa na cidade de Ilha
Comprida, também na Baixada Santista. Na residência, os policiais
detiveram dois mecânicos, de 27 e 20 anos, e o operador de máquinas, de
32. A polícia ainda apreendeu duas bananas de dinamite, estopin, um
sistema de acionar explosivos e ferramentas. Os bandidos também
mantinham uma Hyundai Tucson preta, roubada e com placadas adulteradas.
Um atleta de MMA morreu durante
um torneio no Azerbaijão. De acordo com a reportagem do site "Sportbox",
Ramin Zeynalov, de 27 anos, participava de uma luta em seu país no
início desta semana quando recebeu duros golpes e sofreu com uma
hemorragia cerebral. Ainda segunda a publicação, o lutador chegou a ser
atendido dentro do ringue, mas os médicos não conseguiram reanimá-lo e
ele foi rapidamente declarado morto.
Aliabbas
Zeynalov, pai do atleta, informou ao "Sportbox" que seu filho
participou da luta sem a aprovação da família, que acreditava que ele
não estaria preparado para uma disputa profissional de MMA.
"Meu
filho competiu sem a minha permissão. Nós éramos conta isso. Não dei
permissão, ele não me ouviu e esse é o resultado. Está morto", lamentou o
pai.
Rahman Zeynalov, irmão
de Ramin, revelou que o lutador era faixa-preta de Tae-Kwon-Do, medalha
de prata no torneio nacional de kickboxing e tinha experiência no muay
thai, Mesmo assim, Rahman também considerava que seu irmão não estava no
nível profissional de MMA.
"Ele
não estava muito bem preparado profissionalmente, mas era um atleta de
verdade que tinha 11 medalhas. Eu assisti o vídeo do momento da morte e
não tem quem culpar. Ele voluntariamente fez parte da competição, apesar
de os pais não concordarem. Ramin era o irmão mais novo da família",
contou o irmão.
"Ele não
contou a ninguém que iria participar de uma luta sem regras. Descobrimos
por acidente. Tentamos impedí-lo dizendo que ele tinha família, que não
precisava, mas ele não nos ouviu. Ele não precisava do dinheiro, fez
por paixão", completou.
Uma
investigação foi instaurada para apurar as causas da morte de Ramin. Seu
adversário ofereceu condolências à família. O lutador deixa uma filha.
Incidente ocorre a menos de uma semana depois da tragédia com a aeronave da Germanwings, que matou 150 pessoas
Um avião da Turkish Airlines, que tinha como destino o Brasil,
aterrissou em Casablanca, no Marrocos, após um alarme de bomba a bordo,
informou o portal "Hurriyet". O voo TK15 saiu de Istambul e ia para São
Paulo.
Incidente ocorre a menos de uma semana depois da tragédia com a aeronave da Germanwings, que matou 150 pessoas.
Equipes
de segurança já estão procurando por algum artefato explosivo no avião.
Segundo a companhia aérea, 256 pessoas estavam a bordo da aeronave.
As
buscas estão sendo realizadas após os pilotos do Boeing 777 informarem
que o voo seria alvo de um ataque. De acordo com a "CNN" local, o alerta
foi encontrado por uma das comissárias, que viu um bilhete escrito
"bomba" no banheiro.
Ao verem o documento, eles informaram a
situação de emergência para os controladores que pediram a aterrissagem
no aeroporto de Casablanca, o mais próximo no momento.
Segundo as
autoridades do país, foram tomadas todas as medidas de precaução
necessárias e todas as bagagens passarão por investigação. A viagem só
deve ser retomada após toda a análise tanto da aeronave como da carga.
Ontem,
um avião da mesma companhia fez uma viagem inaugural na linha
Istambul-Tóquio e precisou voltar ao aeroporto por problemas no banheiro
da aeronave.
Em entrevista ao iG, Juliana Isen, musa da
direita, conta que votou no Aécio Neves e diz que gostaria de ver
Joaquim Barbosa, "um cara porreta", no lugar da presidente Dilma
Roussef; confira também o ensaio fotográfico
No
meio de milhares de pessoas, ao menos seis carros de som e diversos
gritos de protesto contra o governo da presidente Dilma Rousseff (PT),
no último dia 15, na Avenida Paulista, região central de São Paulo, a
empresária baiana Juliana Isen, de 36 anos, encontrou outra maneira de
chamar a atenção de todos que estavam ao seu redor.
Juliana colocou dois adesivos nos mamilos e tirou a
camiseta diante de dezenas de policiais, que olharam impassíveis. Aos
gritos de “Fora Dilma, Fora PT, quero um País melhor, sem corrupção”,
ela caminhou seminua pela mais icônica avenida da principal cidade do
País, posou para fotógrafos e curiosos e ainda hoje, duas semanas após a
manifestação, fatura com a atitude incomum.
A
empresária diz que ficar semi-nua na Avenida Paulista foi uma decisão
totalmente passional, impulsiva, nada programada. Quando pequena,
Juliana conta que era tímida. Mas não foi o que se viu no protesto da
empresária. “Me deu aquela coisa... vi os policiais, coloquei os
adesivos [nos mamilos] e tirei [a blusa]. Quando olhei ao redor, vi um
monte de fotógrafos, um monte de gente e pensei: 'é agora que vou mandar
meu recado'. Gritei que queria liberdade, um país melhor, fora PT, fora
Dilma, fora Lula. Chega, já deu'". Ela garante que não premeditou a
nudez em busca de fama. "Fui movida pelo calor da emoção. Não achei que
ia causar polêmica. Minha aureola estava totamente coberta pelo adesivo.
Tirei a blusa, comecei e papapá. Nem imaginei aquele monte de
fotógrafos. Fui verdadeira, expontânea. E faria de novo", conta.
Debaixo
de uma leve garoa e no meio da empolgação, os adesivos de Juliana
descolaram e por alguns minutos ela ficou sem a proteção nos seios. O
jeito foi usar novos adesivos. Além dos novos seguidores nas redes
sociais, de programa de TV e ensaio nu, Juliana teve de administrar a
avó, por quem foi criada, que ficou dois dias de cama.
Surge uma neocelebridade
A
empresária, que é sócia do ex-marido em uma revenda de suplementos para
atletas, virou neocelebridade e conquistou o posto de musa dos atos
anti-governo. E nas últimas duas semanas, diz ter visto sua vida mudar,
com direito a pedidos de casamento pelo Facebook, cantadas de homens e
mulheres e até convite (já aceito) para posar nua para uma revista
masculina. No dia seguinte ao protesto, foi preciso contratar um
assessor de imprensa e um empresário – Cacau Oliver, o mesmo da
ex-vice-miss bumbum, Andressa Urach. Agora o sonho é ser apresentadora
de TV.
Em entrevista
ao iG, a empresária, que rechaça o título de socialite e se define como
de direita por ser “contra o PT”, diz que aquela foi a segunda
manifestação da qual participou. A primeira foi em junho de 2013, quando
se juntou a outras milhares de pessoas também na avenida Paulista para
pedir a revogação do aumento de R$ 0,20 nas tarifas de ônibus, metrô e
trem de São Paulo.
“Eu
não pego ônibus, mas eu tenho uma secretária. Não é porque não pego
ônibus que não vou lutar pelos direitos que eu acredito. Fui em nome do
povo”, diz Juliana. Mas no último dia 15, diz ela, a motivação era
também pessoal.
“Eu fui [no dia] porque não só eu, como todo
mundo, estamos insatisfeitos. Eu fui por mim, por todo mundo, dar um
grito de misericórdia. Fui pela insatisfação de tudo que vem sucedendo
no dia a dia, como por exemplo, o escândalo na Petrobras, criminalidade,
essa roubalheira incrível que tem no nosso País, a falta de
oportunidade, de escolas, de hospitais”, diz.
Sobre a avaliação feita por alguns de que os manifestantes
que saíram às ruas no dia 15 seriam da chamada “elite branca”, ela
rebate: “As pessoas têm mania de dizer que o PT é o partido de pobre,
que outros partidos são de rico, que as pessoas que estão contra a Dilma
são os ricos. Acho que não. Tinha porteiro, tinha zelador, tinha
taxista. Independente de classe, de grana, estava todo mundo unido
contra o PT, contra a Dilma”.
Direita X esquerda
Eleitora
do tucano Aécio Neves no primeiro e no segundo turno nas eleições do
ano passado, Juliana se define como uma pessoa alinhada com os ideais
pregados pela ala direita da política.
Ainda que pontuado por uma
confusão na hora de se explicar, o entendimento de Juliana sobre direita
e esquerda derruba qualquer teoria política vigente. "Ser direita é não
gostar do PT, se enquadra assim?", pergunta com ar de dúvida durante a
entrevista. "Ser esquerda é não gostar do PT", responde novamente,
titubeando. Ela tenta refletir melhor e corrige: "Não gostar do governo
do PT é gostar de qualquer partido que não seja o PT”.
A musa da
direita diz que nunca teve esperança em um bom governo de Dilma - por
quem diz sentir repulsa - credita a grande votação da atual presidente à
distribuição do programa federal de transferência de renda Bolsa
Família.
“Fiquei frustrada [quando soube que Dilma tinha sido
eleita]. Não acreditei, desliguei até a televisão de raiva. Nunca tive
esperança nenhuma em um governo melhor da Dilma e nem tenho. Nenhum dos
meus amigos votou na Dilma. Nem minha secretária votou. Como essa mulher
ganhou, gente? Nem vizinhos, porteiros, nem taxista. Ninguém votou”.
A
presidente Dilma Rousseff foi eleita por uma pequena diferença de votos
– 51,64% para a petista contra 48,36% de Aécio Neves. “Acho que [os
eleitores da Dilma] são as pessoas que recebem Bolsa Família. No
Nordeste, a Dilma ganhou disparada porque a maioria da população são
pessoas de baixa renda”, diz.
Apesar de ter votado no tucano,
Juliana Isen diz que fez uma escolha baseada nas opções que tinha à
mesa. Mas o seu maior desejo é outro. Fã do ex-ministro do Supremo
Tribunal Federal Joaquim Barbosa, ela diz que ele seria o presidente
ideal para o País. “Acho ele um cara sensato, honesto, digno. [Fiquei fã
dele] porque fala a verdade, não se corrompe, não se prostitui, por
tudo que falam e o que eu leio sobre ele, acho ele um cara porreta, como
diz minha avo", define.
"Sou bem nascida, mas sobrenome não paga as contas"
Apesar
de dizer pertencer a uma família tradicional de Salvador, Juliana
garante que “só ter um sobrenome não faz pagar as contas”.
“Vim de
berço, sou bem nascida, tenho um sobrenome de peso, mas precisei
trabalhar aos 17 anos em shopping”, diz. Ela conta que teve uma infância
tranquila com os avós realizando todos os seus desejos, mas a morte do
avô quando ela tinha 13 anos mudou a situação financeira da família
começou a piorar. De lá para cá, conta, sempre trabalhou. Primeiro no
shopping, depois com o primeiro ex-marido em uma loja de artigos de
informática.
Foi com o primeiro ex-marido, ainda em Salvador, que
Juliana se aproximou da política. O companheiro foi candidato a vereador
pelo Democratas. Na hora de explicar, Juliana se confunde e chama o
DEM, a sigla do partido, de "Demo". Antes, tem a lembrança da campanha
presidencial de 1989. Cita o slogan de Guilherme Afif Domingos ("Juntos
chegaremos lá"), Fernando Collor de Mello e Ronaldo Caiado, "fazendeiro,
um gato".
Para manter o corpo em forma, a empresária diz não
abrir mão de uma alimentação saudável, além de malhar 1h30 todos os
dias. “Adoro correr na esteira”. Juliana entrega ter recorrido a duas
lipoesculturas, ter colocado 325 ml de silicone nos seios “porque não
tinha nada” e ainda fez as maças do rosto, por meio de intervenção
cirúrgica. Mesmo assim, está insatisfeita com o corpo que exibe. “Quero
fazer mais uma lipo. Meu médico diz que sou louca”.
Planos para o futuro
Quando
questionada se não seria uma boa opção para assumir um cargo público,
caso apareça o convite de algum partido, ela refuta com veemência. “Não
quero me corromper”. O sonho é mesmo ser apresentadora de TV, assim como
a musa inspiradora, Hebe Camargo (1929-2012).
“[Eu gostaria de]
apresentar um programa jovem, com músicas. Queria muito ser
apresentadora. Se eu falar Hebe, vou estar sendo muito..? Ah, a Hebe
para mim é tudo. Quando eu era pequena, sempre sonhava em ir ao programa
Hebe Camargo. Achava ela chiquíssima”.
Apesar de ter certeza de
que a publicação do ensaio nu na "Sexy" vai potencializar essa virada
radical, Juliana diz não ter grandes expectativas destes momentos de
fama repentina.
“Tenho uma cabeça muito boa. Estou nessa, estou
aproveitando, estou usufruindo tudo que está acontecendo. Se não der,
vou continuar a minha vida como sempre vivi, sendo feliz”, diz.
Marcela afirma ainda que tem recebido o apoio da família e dos amigos
para seguir uma eventual carreira artística.
Mas enquanto a
verdadeira fama não chega, ela que é solteira segue na companhia de boas
taças de champanhe – sua bebida preferida – e do cachorro da raça
shitzu Francisco (em homenagem a São Francisco de Assis, protetor dos
animais), que mora com ela em um apartamento em Moema, bairro nobre da
zona sul de São Paulo.
O que é a direita e esquerda, afinal?
Os
termos direita e esquerda foram usados pela primeira vez na Assembleia
Nacional durante a Revolução Francesa, em 1789, para determinar a
localização dos que eram simpáticos à revolução, que ficavam à esquerda
do presidente da reunião, e os apoiadores do rei, que ficavam à direita.
Ao longo da história passaram a designar ideologia política, associada,
essencialmente à liberdade individual e ao bem coletivo, como explica o
professor de história contemporânea da Universidade Presbiteriana
Mackenzie Alexandre Hacker.
“Esquerda são todos aqueles discursos e
projetos que pretendem instituir a ideia de igualdade, que pretendem
derrubar as barreiras entre os grupos sociais. Direita é aquele grupo
que admite diferenças profundas na sociedade e aposta mais na liberdade
individual do que na igualdade social”.
O grupo também é apontado como responsável por incendiar casas na véspera da eleição, que foi adiada por problemas
O
grupo extremista islâmico radical Boko Haram é suspeito da decapitação
de 23 pessoas nessa sexta-feira (27), véspera das eleições, em Buratai,
no Nordeste da Nigéria, assim como de incendiar casas na localidade,
informou um deputado federal à AFP.
Os ataques teriam ocorrido no
fim da tarde na região, no dia em que milhões de nigerianos foram
chamados a votar nas eleições presidenciais e legislativas do país.
“Houve
um ataque em Buratai, na noite de sexta-feira, feito por homens armados
suspeitos de serem insurgentes. Decapitaram 23 pessoas e incendiaram
casas”, declarou Mohammed Adamu, que representa a região.
Uma
enfermeira do hospital mais próximo, em Biu, declarou que 32 feridos que
receberam assistência médica também relataram decapitações durante o
ataque.
Neste sábado, vários ataques foram feitos por grupos
islamistas radicais em seções de voto no país, deixando pelo menos
13 mortos, segundo números da agência de notícias BBC.
Os extremistas armados dispararam contra os locais de votação e as filas de eleitores que aguardavam a vez de votar.
Algumas
seções reabriram depois dos ataques, mas outras permaneceram fechadas,
segundo relatos de testemunhas. Muitas pessoas fugiram, assustadas e não
regressaram.
Abubakar Shekau, o líder do grupo islamista Boko
Haram, ameaçou no mês passado que tentaria impedir o processo eleitoral,
que considera em desacordo com o Islã, em vídeo publicado na rede
social Twitter.
“Essas eleições não vão ocorrer, mesmo que nos
matem. Mesmo que já não estejamos vivos, Alá não o permitirá”, declarou
na ocasião.
Em algumas localidades, a Comissão Eleitoral do país
suspendeu a votação, na expectativa de poder ser retomada neste domingo
(29), devido a problemas técnicos com o novo sistema de credenciamento
de eleitores, que não permitia a leitura dos novos cartões com dados
biométricos.
Martha
Mark, mãe de Monica Mark, uma das sequestradas em escola nigeriana,
chora ao mostrar foto da jovem na casa da família em Chibok, Nigéria
(19/05). Foto: AP
O
próprio presidente do país, Goodluck Jonathan, candidato à reeleição,
não conseguiu, de manhã, votar por dificuldades com o novo sistema.
Cerca
de 68,8 milhões de nigerianos são chamados às urnas para eleger o novo
presidente e o Parlamento, em um ambiente de tensão devido ao risco de
violência política e à ameaça de atentados islamitas.
Os
candidatos a chefe de Estado são 14, entre os quais se encontra pela
primeira vez uma mulher.
Participam da disputa, que se prevê acirrada, o
atual presidente, Goodluck Jonathan, e o ex-general Muhammadu Buhari,
que dirigiu a Nigéria, à frente de uma junta militar, de 1983 a 1985.
Andreas Lubitz teria recebido aplicações injeções de olanzapina, que tem efeito antipsicótico
Buscas por pistas e corpos continuam nos Alpes
Reuters
O copiloto do avião que caiu nos Alpes franceses na terça-feira,
Andreas Lubitz, de 27 anos, sofria de transtorno de ansiedade
generalizada (TAG), segundo informou neste domingo (29) o jornal francês
Le Parisien.
De acordo com a publicação, os médicos que o atenderam aplicaram
injeções de olanzapina, que tem efeito antipsicótico, e recomendaram que
Lubitz praticasse esportes para recuperar a autoconfiança.
Lubitz, que supostamente derrubou a aeronave de forma deliberada
durante o trajeto entre Barcelona e Düsseldorf, também aparentava ter
problemas com o sono, para o qual foi recomendado a usar o
antidepressivo agomelatina.
A promotoria de Düsseldorf informou nesta sexta-feira que encontrou
documentos médicos "que apontam uma doença e o tratamento médico
correspondente" na casa de Lubitz e na de seus pais, na cidade alemã de
Montabaur.
O site do jornal alemão Die Welt informou na semana passada que agentes
da polícia acharam vários remédios para tratar um grave "transtorno
psicossomático" no apartamento em Düsseldorf.
Segundo o jornal americano The New York Times, Lubitz também tinha
problemas de visão que poderiam ter colocado em risco seu trabalho, no
qual acumulava uma experiência de 630 horas de voo.
O PT foi o principal beneficiado pelos repasses oficiais do cartel acusado na operação
O conjunto das empreiteiras investigadas pela Operação Lava Jato foi
responsável, em média, pela doação de 40% dos recursos privados
canalizados para os cofres dos três principais partidos do País — PT,
PMDB e PSDB — entre 2007 e 2013. No período, as legendas, somadas,
receberam pelo menos R$ 557 milhões de 21 empresas envolvidas no
escândalo.
Em valores absolutos, o PT foi o principal beneficiado pelos repasses
oficiais do cartel acusado de superfaturar obras na Petrobras. Mas o
cerco ao grupo também ameaça as finanças do maior partido de oposição:
42% das doações privadas recebidas pelo PSDB vieram das empresas
investigadas.
É nesse contexto de crise de financiadores que o Congresso decidiu
triplicar a destinação de recursos públicos para o Fundo Partidário, que
banca parcialmente o funcionamento das legendas. Na votação do
Orçamento da União, há duas semanas, a dotação do fundo foi elevada de
R$ 290 milhões para R$ 868 milhões.
No período de sete anos analisado pelo Estadão Dados, o PT recebeu R$
321,9 milhões das empreiteiras investigadas, em valores atualizados pela
inflação. O PSDB recebeu menos da metade: R$ 137,9 milhões. Os dados se
referem somente às doações feitas aos diretórios nacionais dos
partidos.
A Operação Lava Jato, que investiga desvios e superfaturamentos de
contratos de empreiteiras com a Petrobras, desvendou a existência de um
cartel formado por quase todas as grandes empresas de construção do
País. Cinco delas — Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão, Camargo Corrêa,
Grupo Odebrecht e OAS — respondem por quase 77% dos repasses feitos
pelas empresas investigadas aos três partidos nos últimos anos.
Foco
As doações do chamado cartel da Lava Jato estão sob os holofotes da
Justiça por causa da suspeita de que camuflavam pagamentos de propina.
Com base em depoimentos de envolvidos no escândalo, o Ministério Público
Federal afirma que repasses oficiais feitos ao PT eram, na verdade,
pagamento em troca de benefícios em contratos firmados com a Petrobras.
Outros partidos, como o PMDB e o PP, teriam se utilizado de canais
diferentes para coletar recursos desviados.
Augusto Mendonça, diretor do grupo Setal, entregou à Justiça Federal
recibos de doações partidárias e eleitorais feitas por suas empresas
para o PT entre 2008 e 2012. Segundo ele, era dessa forma que se dava o
pagamento de propinas desviadas da Petrobras. Mendonça foi preso e
assinou um acordo de delação premiada com os promotores.
O ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa, que também colabora com
as investigações em troca de redução de penas, já declarou em depoimento
que as doações aos partidos são, na verdade, "empréstimos" cobrados
posteriormente na forma de benefícios em seus negócios com o governo.
Líderes do PT negaram o envolvimento em irregularidades e acusaram os
procuradores do caso Lava Jato de tentar criminalizar doações feitas
conforme as determinações legais - com recibo e registradas no Tribunal
Superior Eleitoral. Petistas também alegaram que as empresas acusadas
financiaram diversos partidos, inclusive os de oposição.
No PT, o principal alvo dos procuradores é o tesoureiro João Vaccari
Neto. Segundo denúncia apresentada pelo Ministério Público e acolhida
pela Justiça, Vaccari participou de reuniões com Renato Duque, então
diretor de Serviços da Petrobras, nas quais teriam sido acertados
pagamentos de propinas ao PT na forma de doações legais.
Segundo o Luiz Flávio D'Urso, advogado de Vaccari, o tesoureiro "não
recebeu ou solicitou qualquer contribuição de origem ilícita destinada
ao PT". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
A Lufthansa, da qual a
Germanwings é subsidiária, ofereceu aos parentes das vítimas da queda do
voo 4U-9525 um subsídio temporário de 50 mil euros, comunicou uma
porta-voz da companhia aérea, nesta sexta (27/03).
A
porta-voz afirmou ainda que o dinheiro foi oferecido aos familiares em
forma de primeiro-socorro, independente de eventuais reivindicações
futuras. Além disso, em qualquer caso, o valor não precisa ser
reembolsado.
De acordo com
especialistas em aviação, o Grupo Lufthansa poderá ter que pagar
montantes substanciais em compensações. "A Lufthansa responde
ilimitadamente", disse o professor de Direito da Aviação, Wolf
Müller-Rostin, em entrevista ao jornal Tagesspiegel.
A
responsabilidade das companhias aéreas em caso de acidente é
regularizada pela Convenção de Montreal de 1999, que prevê um máximo de
143 mil euros por vítima. Este limite, no entanto, pode ser
ultrapassado. Segundo o professor de Direito Aéreo da Universidade
Técnica de Berlim, Elmar Giemulla, a Lufthansa deve lidar com pedidos de
indenização "de até dois dígitos de milhões", isto é, da ordem de 10 a
30 milhões de euros no total.
Já
a União Europeia (EU), prevê compensações de pelo menos 100 mil
direitos especiais de saque (SDR, na sigla em inglês), atualmente o
equivalente a 42.300 euros. Direitos especiais de saque são um ativo de
reserva internacional, criado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI),
em 1969, para complementar as reservas oficias existentes nos
países-membros. A taxa atual está em 0,423 centavos de euro.
SÃO PAULO - O estudante Peterson Ricardo Teixeira de
Oliveira, de 14 anos, filho adotivo de um casal gay, que supostamente
teria sido agredido em uma escola na cidade de Ferraz de Vasconcelos, na
Grande São Paulo, morreu de causas naturais, segundo aponta laudo do
exame necroscópico.
Peterson morreu após passar mal na escola,
cerca de quatro horas depois de se envolver em uma discussão com colegas
de classe no dia 5 de março. Com quadro de parada cardiorrespiratória,
ele deu entrada no Hospital Regional de Ferraz de Vasconcelos, onde
passou quatro dias em coma antes de morrer.
No dia em que Peterson
foi internado, a Polícia Civil recebeu uma denúncia anônima afirmando
que o adolescente havia sido espancado por um grupo de jovens. O motivo
da suposta briga era por ele ser filho adotivo de um casal gay. Um
inquérito policial chegou a ser aberto para apurar o caso, mas a
denúncia não se confirmou.
Já no hospital, os policiais
constataram que Peterson não apresentava sinais de agressão, nem
qualquer lesão na calota craniana que pudesse ter ocasionado o mal
súbito. A informação foi confirmada pelo médico legista no laudo,
segundo o qual o corpo "não demonstra sinais de violência externa".
A
conclusão é que Peterson tinha uma doença no coração, chamada
cardiomiopatia hipertrófica (quando o miocárdio é maior que o normal),
que pode provocar arritmias e, consequentemente, paradas
cardiorrespiratórias.
"Concluímos que o periciando era portador de
cardiomiopatia hipertrófica que ocasionou o quadro de tromboembolismo
pulmonar que o levou a óbito, portanto, morte natural", diz o laudo. Com
o resultado do exame, as investigações devem ser encerradas.
A Polícia Federal (PF) prendeu
nesta sexta-feira, em mais uma etapa da operação Lava Jato, o acionista e
presidente do Conselho de Administração do Grupo Galvão, controlador da
empreiteira Galvão Engenharia, Dario de Queiroz Galvão Filho.
Também
foi preso Guilherme Esteves de Jesus, considerado pelo Ministério
Público Federal como operador dos pagamentos de propina da empresa Sete
Brasil, que tem contratos com a Petrobras.
Dario de Queiroz
Galvão Filho foi preso em casa, em São Paulo, e Guilherme Esteves no Rio
de Janeiro. Cumprindo mandado do juiz federal Sérgio Moro, responsável
pelos processos da Operação Lava jato, os agentes da PF também cumpriram
mandados de busca e apreensão nos locais onde ocorreram as prisões.
Na quarta-feira (25), as empresas Galvão Engenharia e a Galvão
Participações, vinculadas ao Grupo Galvão, apresentaram à Justiça do Rio
de Janeiro pedido de recuperação judicial. Comunicado da empresa a
colaboradores, fornecedores, clientes, parceiros de negócios e
acionistas informou que foram e serão tomadas “todas as medidas
necessárias ao restabelecimento das condições operacionais e
financeiras” das empresas e, no tempo mais breve possível, retornará
“plenamente” às atividades.
Uma das empreiteiras envolvidas
no esquema de corrupção investigado pela Lava Jato, a Galvão Engenharia
informou, ainda, que a atual situação foi agravada pela inadimplência de
alguns de seus principais clientes, entre eles a Petrobras.
A
prisão preventiva de Dario de Queiroz Galvão Filho foi requerida pelo
Ministério Público Federal (MPF), com base em depoimentos colhidos em
outras etapas da Lava Jato, inclusive de delação premiada. No despacho, o
juiz da 13ª vara Federal em Curitiba esclareceu que seria “estranho”
manter a prisão preventiva de Erton Fonseca, presidente da Divisão
Industrial da Galvão Engenharia, e deixar em liberdade “aquele a quem as
provas em cognição sumária apontam como mandante”.
No documento,
Moro citou depoimento do engenheiro civil Shinko Nakandakari, acusado de
ser um dos operadores do esquema de corrupção investigado pela Operação
Lava Jato. Nakandakari afirmou que Dario Galvão Filho tinha
conhecimento do pagamento de propina e que Erton Fonseca era subordinado
dele.
“Apesar da presunção de inocência e da excepcionalidade da
prisão cautelar, a medida se justifica diante dos indícios
supervenientes de que era Dario Galvão, como mandante, o principal
responsável pelos crimes no âmbito da Galvão Engenharia”, argumentou
Sérgio Moro.
Em relação a Guilherme Esteves de Jesus, o magistrado
ressaltou que, além das provas de materialidade e autoria de crimes de
corrupção e de lavagem, pesou o fato dele ter suprimido documentos do
local onde agentes da PF cumpriram mandado de busca e apreensão no dia 5
de fevereiro.
“As atividades de Guilherme Esteves de Jesus
inserem-se neste contexto, já que está presente, em cognição sumária,
prova de seu envolvimento direto em crimes de corrupção e lavagem de
dinheiro de cerca de US$ 8 milhões, com destinação das propinas a
dirigentes da Petrobras e da SeteBrasil”, salientou Moro.
Conforme
o despacho, no dia seguinte ao cumprimento de um mandado de busca e
apreensão na casa do operador de pagamento de propina pela empresa Sete
Brasil ele tentou realizar saque de R$ 300 mil de sua conta bancária. De
acordo com o MPF, a Sete Brasil ganhou licitação da Petrobras para
construção de sonda e negociou com vários estaleiros. Seis sondas foram
negociadas com o Estaleiro Jurong.
“Cada Estaleiro tinha seu
responsável pelo pagamento de propinas. Guilherme Esteves de Jesus era o
operador do Estaleiro Jurong”, afirmou Moro. “Além disso, documentos e
celulares apreendidos contêm provas relevantes, conforme análise já
realizada dos pressupostos da preventiva. Ainda assim, é provável que a
busca revelasse provas ainda mais relevantes, não fosse o episódio
lamentável, no qual a esposa de Guilherme, a seu mando e com o seu
auxílio, subtraiu do local material probatório ainda desconhecido”,
concluiu o juiz no despacho.
Apesar do MPF ter pedido a prisão
preventiva de Lilia Loureiro Esteves de Jesus, mulher de Guilherme, o
juiz indeferiu o pedido. Os dois presos serão levados para a carceragem
da PF, em Curitiba (PR).
Depois da revelação do conteúdo
da caixa-preta do Airbus A320 da Germanwings, que indicaria a intenção
de Andreas Lubitz de provocar a tragédia, a mídia europeia vasculha a
vida do copiloto. Na noite desta sexta-feira (27), a imprensa francesa
indicou que o copiloto conhecia bem a região da queda do avião, nos
Alpes franceses, onde passou férias com a família durante sua infância e
adolescência.
De acordo com a rede de televisão francesa i-Tele,
o copiloto e sua família passavam férias regularmente no camping do
aeroclube de Vaumeilh, perto do massivo de Trois Eveches, onde o avião
colidiu, entre 1996 e 2003. O período corresponde a uma parte da
infância e da adolescência de Lubitz, que tinha 28 anos.
Apaixonado
por voos em aviões planadores, ele praticava o hobbie na região dos
Alpes-de-Haute-Provence. A revelação foi feita pelo jornal francês Le Parisien, que conversou com um membro do clube de aeronáutica frequentado pelo copiloto em sua cidade natal, Montabaur, na Alemanha.
"Tenho
certeza de que Andreas participou ao menos uma ou duas vezes de
estágios de voo na cidade de Sisteron, em Alpes-de-Haute-Provence",
declarou Ernst Muller, integrante do aeroclube de Montabaur.
Outro membro do aeroclube,
Dieter Wagner, confirmou que o copiloto praticou o hobbie na região do
acidente. "Ele era amigo de minha sobrinha, com quem fez estágios de voo
em Alpes-de-Haute-Provence. Tenho certeza de que ele conhecia o lugar
da queda do avião e que ele o sobrevoou em planador", diz, descrevendo
Lubitz como "um obcecado pelos Alpes".
Namorada confirma que Lubitz sofria de depressão
Nesta
tarde, a polícia alemã fez buscas no apartamento da namorada de Lubitz e
a interrogou. A jovem confirmou as especulações da imprensa do país,
dizendo que o copiloto sofria de uma “severa depressão”.
Na
quinta-feira, a imprensa alemã já havia revelado que Lubitz teve
problemas psicológicos na época do curso para se tornar piloto. O
transtorno, ocorrido em 2006, o levou a interromper o treinamento
durante seis meses. Em 2010, ele retomou o curso e, um ano depois, foi
considerado apto a voar. A contratação dele pelo grupo Lufthansa ocorreu
em 2013.
O hospital
universitário de Dusseldorf, na Alemanha, divulgou hoje que o copiloto
realizou uma consulta no local no dia 10 de março. A instituição não
confirmou o motivo dessa visita médica para respeitar o direito de
privacidade dos pacientes. Mas insistiu que os rumores que ele recebeu
tratamento no hospital por motivos psiquátricos são falsos.
Atestados médicos rasgados
Mais
cedo, o Ministério Público de Dusseldorf revelou que Lubitz escondeu da
companhia aérea que estava de licença médica no dia da tragédia. Os
investigadores alemães encontraram atestados médicos rasgados na casa
dele.
Em um comunicado, a
procuradoria alemã não especifica a razão da licença médica. Os
atestados mencionam apenas “uma doença existente e a realização de
tratamentos médicos”, que segundo o Ministério Público de Dusseldorf,
“reforçam a tese” que Lubitz, “escondeu a doença do seu empregador e de
seu ambiente profissional”.
A investigação policial sobre o
acidente do AirBus A320 da Germanwings vai aos poucos delineando o
perfil do copiloto, apontado como responsável pela queda. Neste sábado
(28), o depoimento da antiga namorada de Andreas Lubitz ao jornal Bild
Zeitung reforça a tese de que o crime foi premeditado. Lubitz teria dito
a ela que um dia faria algo “que mudaria todo o sistema”.
“Um dia eu farei alguma coisa que mudará todo o sistema, e todo mundo conhecerá o meu nome e se lembrará de mim”, teria dito o copiloto de 28 anos a sua então namorada,
uma aeromoça de 26 anos. Ela afirma que, na época da relação, que durou
alguns meses durante 2014, não entendeu o sentido da frase daquelas
palavras.
Além de namorados,
os dois eram colegas na Germanwings. Foi durante um voo de que eles
trocaram telefones e combinaram de se encontrar. A ex-namorada descreve
um homem atencioso e apaixonado por seu trabalho. Mas os problemas
psicológicos de Lubitz teriam sido a causa do fim da relação, por
iniciativa dela.
Segundo a aeromoça, ele tinha
rompantes de fúria durante as conversas e gritava com ela. À noite, ele
acordava depois de pesadelos em que via o seu avião cair. Apesar disso,
afirma a ex-namorada, “ele conseguia dissimular bem os seus problemas a
outras pessoas”.
Licença médica no dia do acidente
Lubitz
não detalhou os seus problemas psicológicos à ex-namorada, apenas disse
que fazia um tratamento psiquiátrico. Segundo a jovem, identificada
apenas como Maria W. pelo jornal alemão, ele tinha conciência de que
seu sonho de se tornar um capitão da Lufthansa – a companhia
proprietária da Germanwings – e trabalhar em voos de longa distância
jamais se realizaria.
Uma busca realizada na casa de Andreas Lubitz encontrou licenças médicas rasgadas.
Segundo as licenças, ele não deveria trabalhar entre os dias 16 e 29 de
março, o que inclui o dia do acidente. Lubitz tentava claramente
esconder seus problemas médicos de seu empregador.