quarta-feira, 19 de agosto de 2015

"Dilma pensa que ainda é, mas não é mais a presidente da República", diz Aécio

Presidente do PSDB repercute nota de FHC afirmando que não espera de Dilma a grandeza de renunciar ao governo federal

O senador durante ato pelo impeachment de Dilma Rousseff em Belo Horizonte, no domingo
Reprodução/Twitter oficial Aécio Neves - 16.8.15
O senador durante ato pelo impeachment de Dilma Rousseff em Belo Horizonte, no domingo
Um dia após Fernando Henrique Cardoso elevar o tom contra o governo Dilma Rousseff, o presidente do PSDB, Aécio Neves, repercutiu a declaração do colega de partido afirmando que ele apenas expressou seus sentimentos como "homem público e absolutamente responsável", nesta terça-feira (18), e afirmou não esperar "a grandeza" da petista em deixar o governo federal.

"O que o presidente Fernando Henrique disse é o que está no sentimento e na alma não apenas dos tucanos, mas de milhões de brasileiros. Ele apresenta uma alternativa para um governo que já deixou de ser governo. Lembro as palavras do grande Ulysses Guimarães, quando comentava um momento parecido com esse, que passava o governo [do hoje senador Fernando] Collor, e disse: 'Collor pensa que é presidente'. A presidente Dilma pensa que é presidente, mas ela não é mais presidente da República", disse Aécio em nota divulgada pelo partido.

"Porque [Dilma] teve de delegar a condução da economia, a condução da política e agora sequer tem iniciativa na agenda do país. O PSDB não fugirá a essa conexão, a ser intérprete, como outros partidos da oposição, desse sentimento. Desse sentimento que tomou as ruas de todo o Brasil."
Rogério Chequer, líder do Vem Pra Rua, no protesto realizado no domingo (16), em São Paulo
David Shalom/iG São Paulo
Rogério Chequer, líder do Vem Pra Rua, no protesto realizado no domingo (16), em São Paulo
Na véspera, após meses em cima do muro em relação, FHC pediu que Dilma renunciasse ao governo, no dia seguinte aos protestos que levaram mais de 600 mil pessoas às ruas de todo o Brasil contra a presidente, realizados no domingo (16). Para ele, a chefe do Poder Executivo deveria ter o "gesto de grandeza" de sair, abraçar "a voz franca de que errou" e "apontar os caminhos da recuperação nacional."

"A renúncia é um ato unilateral, que não depende de uma iniciativa do PSDB", prosseguiu Aécio na nota. "Ele [FHC] considera que a renúncia talvez seja o menos traumático dos processos. E isso está também na mesa para ser discutido. Não sei se, pelas respostas que ouvi hoje, o governo teria essa grandeza. Portanto, temos hoje lei no Brasil. Leis para serem cumpridas, em especial pela presidente da República."

No texto, o presidente tucano ainda exaltou os atos de domingo como "um dos mais emocionantes momentos de toda minha trajetória" e atacou Humberto Costa (CE), líder do PT no Senado, que acusou FHC de ter inveja de Dilma. 

"Um presidente que é respeitado por onde anda no Brasil e fora do Brasil, que não é, depois de oito anos, investigado pelo que quer que seja, por que ele teria inveja? Inveja de quem?", apontou Aécio.

"Inveja de uma presidente sitiada? Inveja de um ex-presidente investigado e inflado nos céus de Brasília no último domingo? Inveja de um partido político, que é o PT, mergulhado em denúncias que hoje alcançam inclusive um terceiro tesoureiro do PT? O presidente Fernando Henrique é um homem que anda de cabeça erguida no Brasil e presta contas apenas à história. E nós nos orgulhamos muito de tê-lo como presidente de honra do PSDB." 

http://ultimosegundo.ig.com.br/politica/2015-08-18/dilma-pensa-que-ainda-e-mas-nao-e-mais-a-presidente-da-republica-diz-aecio.html

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