Ainda faltam sete anos para a Copa do Mundo no Qatar, em 2022, mas ela 
já é um dos eventos esportivos mais polêmicos. Uma das controvérsias 
envolve as precárias condições de trabalho dos empregados que estão 
construindo as arenas esportivas e os complexos turísticos para o 
evento.
Ativistas de direitos humanos afirmam que os trabalhadores vivem em condições semelhantes à escravidão.
Para criticar a situação, internautas recriaram as logomarcas de 
empresas patrocinadoras da Fifa, entidade que organiza a Copa, como 
Visa, Adidas e Coca-Cola, transformando-as em "antilogomarcas".
As recriações trazem frases como "Orgulhosamente apoiando o abuso dos 
direitos humanos na Copa do Mundo de 2022". As imagens foram compiladas 
pelo site The Roosevelts e não foram divulgados os nomes de seus autores. 
Empresas dizem que pediram providências à Fifa
O UOL entrou em contrato com as empresas criticadas. 
Até a publicação desta reportagem, apenas McDonald's, Visa, Adidas e 
Cola-Cola haviam respondido.
O McDonald's informou que não vai se pronunciar sobre o assunto.
A Visa disse que está preocupada com os relatos de más condições de trabalho no Qatar.
"Nós já expressamos nossas preocupações à Fifa e pedimos que ela tome 
todas as ações necessárias para trabalhar com as autoridades e 
organizações competentes para remediar essa situação e garantir a saúde e
 a segurança de todos os envolvidos", disse a empresa.
A Adidas afirmou que conversa constantemente com a Fifa e sabe que a 
organização já pediu diversas vezes às autoridades do Qatar que garantam
 condições de trabalho decentes aos imigrantes.
"Melhoras significativas já foram feitas e este trabalho continua em 
andamento, porém todos reconhecem que ainda há muito a ser feito, em um 
esforço coletivo que envolve todas as partes interessadas", disse a 
Adidas.
A Coca-Cola informou que também dialoga com a Fifa para encontrar soluções para o problema.
A Coca-Cola não tolera abusos aos direitos humanos em qualquer parte do
 mundo. Sabemos que a Fifa está trabalhando com as autoridades do Qatar 
para tratar de questões específicas trabalhistas e de direitos humanos. 
Esperamos que a Fifa continue a acompanhar profundamente tais questões e
 trabalhe na direção a novos progressos", afirmou. 
Mais de 1.200 operários já morreram no Qatar
Segundo a organização International Trade Union Confederation, mais de 
1.200 trabalhadores envolvidos nas obras da Copa no Qatar já morreram 
--a maioria imigrantes da Índia e do Nepal. No total, a entidade estima 
que 4.000 operários podem morrer até 2022. 
Há relatos sobre empregados que chegam ao Qatar endividados e têm seus 
passaportes retidos, são submetidos a longas jornadas de trabalho e 
recebem muito baixos.
Em fevereiro, o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, admitiu que há problemas nas condições de trabalho no país árabe.
Escolha do Qatar como sede é investigada
A Copa do Mundo de 2022 é um dos alvos de investigação do FBI (polícia 
federal dos Estados Unidos). A suspeita é que a escolha do país como 
sede pode ter sido possível graças a um esquema de corrupção, com compra
 de votos, na Fifa.
Devido ao escândalo, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, anunciou, na semana passada, sua renúncia ao cargo. 
http://noticias.bol.uol.com.br/ultimas-noticias/economia/2015/06/09/marcas-da-copa-no-qatar-sao-redesenhadas-em-protesto-por-trabalho-escravo.htm
Nenhum comentário:
Postar um comentário