A rede Slow
Food, movimento internacional anti-fast-food, divulgou um manifesto
contra o chamado PL Heinze, que desobriga as empresas de alimentos de
informarem ou destacarem no rótulo a presença de ingredientes
transgênicos. O projeto de lei 4.148/2008, do deputado federal Luis
Carlos Heinze (PP/RS), foi aprovado no fim de abril pela Câmara e ainda
será apreciado no Senado.
Pela legislação vigente, alimentos com
ingredientes modificados geneticamente são obrigados a registrar em sua
embalagem a espécie doadora e apresentar um alerta: o triângulo amarelo
com a letra T dentro.
Segundo o movimento, trata-se de uma
“sinalização clara, que informa quem compra e consome esses
itens”. “Essa rotulagem é necessária como medida de precaução com
relação a alimentos cujos riscos para o consumo humano ainda são
desconhecidos. Sem ela, fica mais difícil o consumidor ter certeza sobre
o que está contido em boa parte dos produtos alimentícios disponíveis
no mercado.”
“O Slow Food Internacional e o Slow Food
Brasil defendem a rotulagem compulsória de qualquer tipo de produto que
contenha organismos geneticamente modificados em sua composição, bem
como carne e laticínios de animais que tenham sido alimentados com ração
elaborada com transgênicos, dando assim a livre escolha do consumidor”,
diz a nota.
De acordo com o documento, “alimentos modificados
tornam-se resistentes a certos tipos de agrotóxicos e pesticidas
utilizados nas lavouras, químicos que matariam uma planta ‘comum’, e
cujos vestígios permanecem no alimento e são ingeridos pelo consumidor
final”.
Além disso, prossegue a nota, muitas vezes os genes
inseridos em espécies vegetais podem ter origem animal, o que pode
tornar seu consumo indesejado para certas pessoas, por valores éticos ou
questões religiosas. “Retirar a informação da rotulagem não beneficia o
consumidor em nenhuma instância. Não estamos apenas retrocedendo com
essa alteração na lei, como ficamos na contramão do resto do mundo”.
A Slow Food questiona: “A legislação está sendo alterada visando o melhor interesse de quem?”
Atualmente,
o Brasil é o segundo maior produtor de alimentos transgênicos no
mundo. Mais da metade do território nacional destinado à agricultura
utiliza esse tipo de tecnologia, e cerca de 90% do milho e da soja
produzidos no país são transgênicos.
Fundado
por Carlo Petrini, na Itália, em 1986, o Slow Food é um movimento
internacional sem fins lucrativos presente em mais de 150 países. Nasceu
como um protesto contra o fast-food e a fast-life e hoje defende a
biodiversidade alimentar, a difusão da educação do gosto e a aproximação
entre agricultores e consumidores por meio de iniciativas como a Arca
do Gosto, o Terra Madre Day, o Disco Xepa e a Aliança dos Cozinheiros.
Conheça: http://www.slowfoodbrasil.com/campanhas/ogms-transgenicos
https://br.noticias.yahoo.com/blogs/matheus-pichonelli/com-retirada-de-informacoes-sobre-transgenicos-no-165508374.html
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