Após
a prisão do tesoureiro Vaccari, partido intensifica ação na internet e
mobilização da militância para gerar contraponto aos ataques motivado
por denúncias de corrupção
A
prisão do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, acusado de participação
no esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato, impactou os
planos do partido de reverter sua própria crise de imagem com a
utilização intensa das redes sociais e de programas de TV. Na última
semana, o PT havia experimentado vitórias nas redes sobre as
mobilizações contrárias ao governo da presidente Dilma Rousseff e ao
próprio partido. Agora o trabalho é de tentar minimizar o estrago de ter
seu tesoureiro preso pela Polícia Federal devido às suspeitas de
corrupção.
Para alguns petistas, o episódio significou um
jato de agua fria na reação que começava a se desenhar nas redes sociais
com o objetivo de mobilizar a militância na defesa da legenda. Além de
gerar desgaste, a prisão de Vaccari também acabou intensificando
divergências internas em relação à comunicação e a postura da cúpula do
partido sobre o afastamento de Vaccari da tesouraria do partido.
Até
mesmo a nota divulgada na quarta-feira pela presidência do PT foi alvo
de críticas de alguns petistas que se mostraram insatisfeitos com o tom
adotado no comunicado. A grande queixa é de que a presidência deveria
“defender o partido” e não “defender Vaccari”, que é réu no processo que
apura o esquema de pagamento de propina supostamente instalado na
Petrobras.
Durante a semana, integrantes de grupos como a
Mensagem ao Partido intensificaram as queixas pelo desgaste gerado por
Kassab. Esta ala conta com figuras importantes da legenda como o
ex-governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, além dos deputados
Alessandro Molon (RJ) e Paulo Teixeira (SP). Antes da prisão, o grupo já
havia incluído o pedido de afastamento de Vaccari no documento da
tendência a ser entregue na reunião. “Nós somos partidários da tese de
que Vaccari deveria ter se licenciado antes, agora fica até difícil
fazer alguma coisa após o fato consumado. Houve um equívoco do partido
em mantê-lo no cargo”, comentou Paulo Teixeira.
Passada a crise
imediata da prisão de Vaccari, o partido se volta para a estratégia de
redes sociais com a repetição da ideia lançada na campanha da presidente
Dilma Rousseff no ano passado de que a corrupção aparece por causa da
autonomia das investigações viabilizada pelos governos petistas. Agora,
integrantes da corrente majoritária do partido, que saiu na defesa de
Vaccari, buscam se desvencilhar da exigência de “cortar na própria
carne” imposta por outras alas.
Além disso, a prisão de Vaccari
impacta diretamente a temática da corrupção, que tem capacidade forte de
mobilização de setores da sociedade contrários ao PT. O partido havia
optado por repetir exaustivamente a tese de que nunca se apurou os
malfeitos como agora e que a explicitação dos escândalos seria um
resultado do fortalecimento de instituições como a Polícia Federal pelo
próprio PT. Pelo menos nesta semana, o tema da corrupção deverá ficar em
compasso de espera para não suscitar mais ataques contra o partido.
http://ultimosegundo.ig.com.br/politica/2015-04-18/pt-vai-as-redes-sociais-para-amenizar-desgaste-provocado-pela-operacao-lava-jato.html
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