sábado, 18 de abril de 2015

PT vai às redes sociais para amenizar desgaste provocado pela Operação Lava Jato

Após a prisão do tesoureiro Vaccari, partido intensifica ação na internet e mobilização da militância para gerar contraponto aos ataques motivado por denúncias de corrupção 
 
A prisão do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, acusado de participação no esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato, impactou os planos do partido de reverter sua própria crise de imagem com a utilização intensa das redes sociais e de programas de TV. Na última semana, o PT havia experimentado vitórias nas redes sobre as mobilizações contrárias ao governo da presidente Dilma Rousseff e ao próprio partido. Agora o trabalho é de tentar minimizar o estrago de ter seu tesoureiro preso pela Polícia Federal devido às suspeitas de corrupção.
O ex-secretário de Finanças do Partido dos Trabalhadores, João Vaccari Neto: atrás das grades
Fotos Públicas
O ex-secretário de Finanças do Partido dos Trabalhadores, João Vaccari Neto: atrás das grades
Para alguns petistas, o episódio significou um jato de agua fria na reação que começava a se desenhar nas redes sociais com o objetivo de mobilizar a militância na defesa da legenda. Além de gerar desgaste, a prisão de Vaccari também acabou intensificando divergências internas em relação à comunicação e a postura da cúpula do partido sobre o afastamento de Vaccari da tesouraria do partido.

Até mesmo a nota divulgada na quarta-feira pela presidência do PT foi alvo de críticas de alguns petistas que se mostraram insatisfeitos com o tom adotado no comunicado. A grande queixa é de que a presidência deveria “defender o partido” e não “defender Vaccari”, que é réu no processo que apura o esquema de pagamento de propina supostamente instalado na Petrobras.

Durante a semana, integrantes de grupos como a Mensagem ao Partido intensificaram as queixas pelo desgaste gerado por Kassab. Esta ala conta com figuras importantes da legenda como o ex-governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, além dos deputados Alessandro Molon (RJ) e Paulo Teixeira (SP). Antes da prisão, o grupo já havia incluído o pedido de afastamento de Vaccari no documento da tendência a ser entregue na reunião. “Nós somos partidários da tese de que Vaccari deveria ter se licenciado antes, agora fica até difícil fazer alguma coisa após o fato consumado. Houve um equívoco do partido em mantê-lo no cargo”, comentou Paulo Teixeira.

Passada a crise imediata da prisão de Vaccari, o partido se volta para a estratégia de redes sociais com a repetição da ideia lançada na campanha da presidente Dilma Rousseff no ano passado de que a corrupção aparece por causa da autonomia das investigações viabilizada pelos governos petistas. Agora, integrantes da corrente majoritária do partido, que saiu na defesa de Vaccari, buscam se desvencilhar da exigência de “cortar na própria carne” imposta por outras alas.

Além disso, a prisão de Vaccari impacta diretamente a temática da corrupção, que tem capacidade forte de mobilização de setores da sociedade contrários ao PT. O partido havia optado por repetir exaustivamente a tese de que nunca se apurou os malfeitos como agora e que a explicitação dos escândalos seria um resultado do fortalecimento de instituições como a Polícia Federal pelo próprio PT. Pelo menos nesta semana, o tema da corrupção deverá ficar em compasso de espera para não suscitar mais ataques contra o partido.

http://ultimosegundo.ig.com.br/politica/2015-04-18/pt-vai-as-redes-sociais-para-amenizar-desgaste-provocado-pela-operacao-lava-jato.html

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