Os três adotam tom mais cauteloso do que parcela do PSDB
Postado por: Daniela Martins
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, a ex-senadora
Marina Silva e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso tiraram gás do
debate sobre impeachment da presidente Dilma Rousseff, apesar de a
discussão ter se mantido em evidência nos últimos dias. Entre eles, há
em comum um tom muito mais cauteloso do que vem usado pela bancada de
deputados federais do PSDB e pelo presidente do partido, o senador Aécio
Neves (MG).
Hoje, em artigo na “Folha de S.Paulo”, Aécio diz que o impeachment
“precisa ser o final de um caminho percorrido com rigor, respeito à
realidade e à legalidade”. O senador e uma ala do PSDB estão empenhados
em encontrar um motivo para o impedimento da presidente.
Aécio tem usado um discurso mais duro. Já encomendou estudos ao
advogado Miguel Reale Jr. para embasar um eventual pedido de
impeachment. Disse que, se ficar provada a responsabilidade da
presidente nas chamadas “pedaladas fiscais” (que estão em exame no
Tribunal de Contas da União), haveria motivo para impedimento.
Já Eduardo
Cunha descartou a possibilidade de aceitar um pedido com base nas
“pedaladas fiscais” por julgar que se trata de uma prática comum dos
últimos governos para aumentar o superávit primário, que é a economia
para tentar manter a dívida pública sob controle.
Marina Silva, mais uma vez, invocou a responsabilidade institucional e disse que o impeachment não seria bom para o país.
FHC afirmou
que um partido não pode solicitar impedimento antes de um fato concreto.
FHC colocou um freio em tucanos mais afoitos.
Parece que
FHC, Marina e Eduardo Cunha estão agindo com responsabilidade
institucional. No caso do ex-presidente tucano, ele também está ajudando
o PSDB a evitar dar um passo do qual o partido poderá se arrepender.
*
Sem opção
O debate sobre impeachment por conta das “pedaladas fiscais” foi um
dos temas mais importantes da semana passada. O governo escalou dois
ministros, Luíz Inácio Adams (Advocacia Geral da União) e José Eduardo
Cardozo (Justiça), para dar uma longa entrevista.
Ao mandar dois ministros agir tão incisivamente, o governo entrou com
força no debate político. É a política como ela é. Instinto de
sobrevivência política. A necessidade falou mais alto do que a
conveniência.
É claro que seria melhor que o Ministro da Justiça não precisasse
falar sobre impeachment, mas a presidente não teve escolha. Há um
movimento da oposição para manter esse debate vivo. Se o governo não
participa, ele vai crescendo.
http://www.blogdokennedy.com.br/cunha-marina-e-fhc-tiram-gas-do-debate-de-impeachment/
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