O clima de declarações amáveis, elogios ao ritmo das obras e de
esperança do engajamento do povo em relação às Olimpíadas de 2016
marcaram a semana de mais uma vistoria da comissão de avaliação do COI
(Comitê Olímpico Internacional) ao Rio de Janeiro. Este sábado (28), no
último dia da visita a história foi bem diferente. É impossível que os
dirigentes tenham ficado alheios ao ato de protesto promovido por grupos de ambientalistas
contrários às obras de construção do campo de golfe e da reforma da
Marina da Glória, ponto de apoio para a disputa da competição de vela
nas Olimpíadas, em um hotel na zona sul da cidade, onde eles estavam reunidos.
E se teve alguém que viu de perto que existe gente no Brasil (em
particular, no Rio de Janeiro) nem um pouco satisfeita com a realização
das Olimpíadas, esse é o próprio presidente do COI, o alemão Thomas
Bach. Ele até tentou dialogar com alguns manifestantes, mas ao ser
chamado de “assassin0 da ecologia” por eles, viu que era melhor bater em
retirada. E entrou para a segurança do hotel, onde o comitê executivo
se reunia e também local de uma entrevista coletiva que o próprio Bach
daria aos jornalistas.
É bom o COI começar a se acostumar com atos assim. A Fifa, durante a
Copa das Confederações em 2013, e mesmo em alguns momentos da Copa 2014,
passou por situações semelhantes. Não tenho dúvida de que a maior
parte do povo ainda apoia a realização a primeira edição dos Jogos
Olímpicos na América do Sul, mas não dá para negar que existe uma
parcela considerável da população inconformada com obras feitas em
reservas ambientais, como o campo de golfe, candidatíssimo a se tornar
um belo elefante branco após os Jogos.
Na prática, os cartolas do COI acabaram conhecendo neste sábado um
velho jargão usado por algumas torcidas de futebol: “Acabou a paz”
http://esportesolimpicos.ig.com.br/index.php/2015/02/28/coi-protesto-jogos-olimpicos-rio-2016/
Nenhum comentário:
Postar um comentário